Vida Cristã
1. Televisão
Um certo pai cristão que concordou em assistir a uma novela noturna com suas filhas adolescentes teve a experiência de o quão profana pode ser a televisão.
Ele nunca antes tinha visto o programa, e conta que ficou abismado com o que viu:
"Os personagens estavam envolvidos em adultério, homossexualidade, engano, fraude, vaidade e cobiça. Eu senti que desonrei a Deus ao permitir esse programa entre minha família".
NOSSAS MENTES SÃO COMO CIMENTO FRESCO.
TUDO O QUE CAI ALI DEIXA SUA IMPRESSÃO PERMANENTE!
A televisão está sendo usada como um veículo para levar ao ar o pecado em todas as suas formas, tanto explícita como sutilmente.
Deveríamos estar sujeitando-nos a todas as imagens de imoralidade, ódio, embriaguez e outras atividades que a Bíblia condena como "obras da carne"? (Gálatas 5:19-21).
É realmente proveitoso que um cristão tenha uma televisão em seu lar? Talvez as ideias que se seguem ajudem alguns a reexaminar sua atitude com relação à televisão, à luz de alguns princípios bíblicos que tratam sobre essas questões.
"TUDO O QUE É VERDADEIRO, TUDO O QUE É RESPEITÁVEL, TUDO O QUE É JUSTO, TUDO O QUE É PURO, TUDO O QUE É AMÁVEL...SEJA ISSO O QUE OCUPE O VOSSO PENSAMENTO."
(Filipenses 4:8).
Qual a influência para a minha caminhada com o Senhor que provém de assistir programas que não preenchem os meus pensamentos com coisas que são verdadeiras, respeitáveis, justas e puras?
Deus está muito preocupado acerca daquilo com que ocupamos os nossos pensamentos. Um dos pontos principais de todo o quarto capítulo de Filipenses é nos encorajar a nos ocupar com o que é saudável, a nos ocupar com princípios divinos e depois colocá-los em prática.
A ocupação de nossas mentes com imagens de carnalidade (irreais ou não) é o oposto exato daquilo que nos é requerido fazer na Palavra de Deus.
O apóstolo João adverte contra a "CONCUPISCÊNCIA DA CARNE" e a "CONCUPISCÊNCIA DOS OLHOS" (1 João 15-16).
Não estaria eu me expondo a tentações ao assistir programas que preencherão a minha mente com violência e perversão sexual?
É certo que todos os dias sou confrontado com tais coisas no mundo ao meu redor. Mas com a TV na sala de visita, seu não estaria franqueando ao mundo acesso à intimidade ainda protegida de meu lar?
"ENSINA A CRIANÇA NO CAMINHO EM QUE DEVE ANDAR,
E AINDA QUANDO FOR VELHO NÃO SE DESVIARÁ DELE"
(Provérbios 22:6).
"(AS MINHAS PALAVRAS)...TU AS INCULCARÁS A TEUS FILHOS"
(Deuteronômio 6:7).
Seria a TV uma boa influência sobre meus filhos, contribuiria, ela, em alguma coisa para que fossem treinados "na disciplina e na admoestação do Senhor" (Ef. 6:4)?
Como pais cristãos, a educação de nossos filhos para o Senhor deve ser da mais alta prioridade em nossos lares. Que tipo de educação damos a eles ao deixá-los assistir à televisão? Não há dúvida de que a televisão é uma das mais convenientes amas-secas jamais encontrada: está sempre disponível.
Ela pode reter crianças encantadas por horas e requer apenas alguns centavos para contratá-la. Contudo, o verdadeiro custo de deixar as nossas crianças serem influenciadas pela televisão é muito mais alto que a nossa conta de eletricidade jamais poderá apresentar! É um grave erro entregar-lhes a um tutor mundano (se não completamente perverso) dia após dia.
Nós temos tantos mandamentos como exemplos nas Escrituras (Para mandamentos, veja Efésios 6:4 e Deuteronômio 11: 19; para exemplos, veja 2 Timóteo 1:5 e 3:15, tanto como Gênesis 18:19. Existem muitos outros.)
que nos orientam a criar os nossos filhos para o Senhor Jesus; não descuidemos em nossas obrigações de assim fazer, ajudando-os naquilo que podemos para que as suas pequenas e impressionáveis mentes não se corrompam.
"REMINDO O TEMPO, PORQUE OS DIAS SÃO MAUS"
(Efésios 5: 16)
"ATÉ A MINHA CHEGADA APLICA-TE A LEITURA, A EXORTAÇÃO, AO ENSINO ...MEDITA ESTAS COUSAS, E NELAS SÊ DILIGENTE, PARA QUE O TEU PROGRESSO A TODOS SEJA MANIFESTO"
(Timóteo 4:13,15)
O meu tempo para o estudo bíblico e oração não seria comprometido caso tenha uma TV?
Já não me dei conta de que é muito mais fácil ser entretido do que estudar, especialmente quando estou cansado?
Mesmo que o programa de televisão fosse oralmente neutro, seríamos duramente pressionados a confessar com honestidade diante do Senhor, em obediência a este versículo de Efésios,que estivemos grudados à televisão!
Há tanto trabalho a ser realizado para o Senhor - almas a serem ganhadas, pessoas a serem ministradas, santos a serem edificados e encorajados, um tesouro de verdade e graça a ser explorado nas páginas da Bíblia, e um poderoso e amante Deus a ser adorado - que sempre possamos buscar encontrar uma melhor maneira de fazer uso de nosso tempo em lugar de gastá-lo assistindo à televisão.
1 Coríntios 10:31 é uma maravilhosa referência para todas as nossas atividades:
"PORTANTO, QUER COMAIS, QUER BEBAIS, OU FAÇAIS OUTRA COUSA QUALQUER, FAZEI TUDO PARA A GLÓRIA DE DEUS".
Todos nós precisamos de um tempo para descansar e relaxar, mas precisamos nos perguntar se corresponder a esta nossa necessidade assistindo TV é uma boa maneira de contribuir para a glória de Deus.
Qual o critério que deveríamos orientar em nosso andar e conduta diária? Certo escritor disse: "Se Cristo está habitando em seu coração por fé, você não fará a pergunta, 'Que mal há em fazer isso ou aquilo?', mas antes 'Está Cristo de acordo comigo em jazer isso?'"
Um outro escreveu: "Todo homem é formado pela companhia que ele mantém: o caráter da pessoa em cuja companhia nós andamos é o caráter que refletiremos... Se fosse para julgarmo-nos a nós mesmos, as nossas palavras e os nossos caminhos à luz da glória vindoura da vinda de Cristo, não encontraríamos muita coisa que deveríamos, na verdade, condenar? Não teríamos que confessar com vergonha que certas coisas em nossa vida estão longe desse padrão de glória?"
Por isso aproveitemos o máximo das oportunidades que nos tem sido dadas pelo Senhor, pois o nosso tempo é em verdade curto e os dias são maus.
É necessário acentuar que a assistência à televisão é uma das muitas áreas em nossas vidas que é governada pelos princípios da liberdade cristã.
O capítulo 14 de Romanos deixa claro que não podemos fazer uso da autoridade das Escrituras para corroborar as nossas próprias convicções quando elas não são encontradas ali.
Contudo, Paulo deixa igualmente claro que devemos evitar fazer alguém tropeçar por causa daquilo que fazemos, que devemos buscar aquilo que resultará na edificação de um do outro, e que devemos estar convencidos de que o nosso curso de ação está correto e justo diante do Senhor.
Esses três últimos princípios fazem da assistência à televisão uma proposição multo incerta em minha opinião.
Por isso a necessidade deste sincero exercício: A assistência à televisão é prescrita pelo Senhor ou... pelos desejos de nossa carne? Para mim, televisão é uma ameaça que eu tenho grande dificuldade em controlar; assistir a um único programa é como comer uma única fatia de batata frita - é impossível comer uma só.
Em minha fraqueza, a solução tem sido descartar completamente a televisão de meu lar.
Que o Senhor dê a cada um de nós sabedoria para lidar com a televisão em nossas vidas, a fim de que possamos ter mais tempo para gastar com as nossas famílias e buscar a Deus, menos união com o mundo e consciência mais pura diante de Deus.
E caso alguns dentre os leitores decidiu não ter a televisão em seu lar, atente também para o sutil perigo de orgulho espiritual por essa decisão. Estejamos preparados para confessar que esta atitude não foi tomada por sermos espiritualmente fortes e melhor que os outros, mas justamente por estar cientes de nossas fraquezas!
Por Nick Guilbert
2. Deve o crente participar da política?
A essa pergunta, muitos respondem:
"Claro que sim! Quanto melhor o cristão, melhor político será".
É inegável o fato de que muitos cristãos participam da política.
Fazem isso em nome da justiça e para o bem de seus semelhantes.
Contudo, a pergunta mais importante do servo de Cristo deve ser:
"O que agrada ao meu Senhor?
Devemos buscar aquilo que O agrada?
O Senhor não expressa nada em Sua Palavra a esse respeito?"
Vejamos o que dizem as Escrituras.
O QUE É O CRISTÃO?
Eram cristãos os heróis do Antigo Testamento, tais como Abraão, Moisés ou Davi? Sem dúvida, eles demonstraram uma fé verdadeira, foram verdadeiros crentes - mas não eram cristãos!
O cristão reconhece a Jesus Cristo como o seu Salvador pessoal, o qual morreu por ele na cruz. Mediante a fé em Jesus, foi justificado e tornou-se filho de Deus. Pertence à esfera espiritual e bênçãos particulares introduzida com a chegada do Espírito Santo à terra, após a morte, ressurreição e ascensão de Jesus Cristo à glória eterna. O Espírito Santo habita nele e o une a Cristo nas regiões celestiais.
Juntamente com os irmãos na fé, recebe um chamado celestial e é abençoado com toda sorte de bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo. É visto como morto e ressuscitado com Cristo, e a sua posição é a de uma identificação com Cristo. E, até o dia em que todas as coisas forem manifestas, é convocado a andar à luz dessas verdades, como estrangeiro e peregrino na terra.
Tudo isso é-nos mostrado claramente nas Sagradas Escrituras. Vale a pena examiná-las mais de perto a fim de nos convencermos de toda a verdade.
Querido leitor, você tem certeza que é um cristão?
Está justificado de todo pecado?
O Espírito Santo habita em você?
É membro do Corpo de Cristo, do qual Ele mesmo é a Cabeça glorificada no céu?
Deus pode referir-se a você como a qualquer um de Seus filhos?
ISRAEL E A IGREJA
Para uma visão geral do assunto que propomos, lembremo-nos de que foi do agrado de Deus, em Seus eternos conselhos para com os homens, escolher dois povos segundo a Sua boa vontade.
O primeiro foi Israel. Amado com amor eterno e escolhido desde a fundação do mundo, esse povo foi chamado por Deus para ocupar um lugar único na terra, para ser uma bênção entre todos os outros povos. Contudo, falhou completamente em sua vocação.
Depois de muitos séculos de pecado e rebeldia, a sua perversidade culminou com a crucificação do Messias prometido. Por causa desse terrível ato, Deus cortou as relações com esse povo, que era culpado, mas nem por isso tal sanção foi definitiva. Muitas profecias falam com clareza acerca do dia em que Deus fará que os corações dos filhos de Israel se voltem para Cristo.
Então restabelecerá relações diretas com eles e virá a ser o meio pelo qual poderá abençoar todas as nações da terra.
E, durante a espera para a restauração de Israel, Deus trouxe à luz o propósito que havia concebido antes da fundação do mundo referente à Igreja.
Homens e mulheres, retirados tanto de entre os gentios quanto do meio dos judeus, seriam congregados em um único povo para ser propriedade especial de Cristo e Seus co-herdeiros e para estar estreitamente unidos a Ele.
Esse fato é um mistério que permaneceu oculto às gerações passadas. Contudo, a sua revelação constitui uma das linhas distintivas do cristianismo e o distingue de tudo que aconteceu antes, assim como de tudo que irá acontecer (Efésios 3).
Israel, por assim dizer, foi posto de lado, de modo que a Igreja (composta de todos os verdadeiros cristãos desde o Pentecostes) agora ocupa o primeiro plano. Depois que ela tiver concluído o seu curso na terra e alcançado o seu glorioso destino no céu, Israel será restabelecido e virá a ser o centro da bênção de Deus para a terra.
Frequentemente, fala-se de Israel como "o povo terreno" e da Igreja como o "povo celestial" de Deus.
Essas expressões são muito apropriadas. Israel recebeu um chamado celestial, com promessas relativas à terra, enquanto o chamado da Igreja é celestial,bem como a sua vocação, e as bênçãos a que tem direito estão nas regiões celestiais.
Essa diferença toma-se mais evidente se buscarmos nas Escrituras passagens concernentes a essas duas grandes categorias de bênçãos: a dos judeus e a dos cristãos.
DUAS GRANDES CATEGORIAS DE BÊNÇÃOS
Vejamos primeiramente o que diz Deuteronômio 28, observando a natureza das bênçãos prometidas: "Se ouvires a voz do SENHOR teu Deus, virão sobre ti e te alcançarão todas estas bênçãos: Bendito serás tu na cidade e bendito serás no campo. Bendito o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e o fruto dos teus animais, e as crias das tuas vacas e das tuas ovelhas. Bendito o teu cesto e a tua amassadeira" vs. 2- 5).
E assim sucessivamente. Imediatamente, percebemos que as bênçãos prometidas aos israelitas por sua obediência a Deus estavam relacionadas com a prosperidade terrena. Já em Efésios 1:3, quão diferentes são! - "Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo".
O que significa o "nos" nesse versículo? Os cristãos! Nossas bênçãos são espirituais, celestiais, em contraste com as bênçãos temporais e terrenas prometidas ao israelita piedoso e obediente.Os cristãos não receberam nenhuma promessa com respeito à prosperidade terrena. Pelo contrário, os mais piedosos eram, com frequência, os mais pobres.
Vejamos, por exemplo, o apóstolo Paulo.
Ele disse de si mesmo: "Até à presente hora, sofremos fome, e sede, e nudez, e somos esbofeteados, e não temos morada certa" (1 Coríntios 4: 11).
Há uma grande diferença entre o cesto e a amassadeira abençoados e a condição descrita na passagem acima.
Nunca é demasiado insistir no fato de que a pátria do cristão está no Céu (Filipenses 3:20).
E a palavra "pátria" tem estreita relação com o tema que tratamos: a política.
Talvez algum cristão deseje um caráter "mais celestial". É um desejo bom, caso tenha em mente o andar e a conduta diários.
Permita-nos Deus que todos sejamos mais celestiais! Não podemos permitir, no entanto, que a nossa debilidade enfraqueça a verdade fundamental de que nós, cristãos, somos um povo celestial segundo o propósito e a vocação de Deus. Diferentemente da nação israelita, pertencemos ao Céu. Essa é a nossa pátria.
A REJEIÇÃO A CRISTO
Na época em que o Senhor Jesus vivia na terra, já havia homens ocupados na construção de um grande sistema mundial.
A religião tinha o seu lugar nessa estrutura, contudo, não havia lugar para Ele. Cristo era um corpo estranho, era "a pedra que os construtores rejeitaram" (Mateus 21:42).
Os homens estão sempre construindo, e vemos ao nosso derredor o grande edifício do sistema mundial. Que sistema fabuloso!
Nele há lugar praticamente para tudo que o ser humano possa desejar. Não obstante, note bem, esse grande sistema permanece fechado para Cristo. Os líderes deste mundo negaram-Lhe um lugar e O crucificaram.
Para o coração sincero, esse ato capital revela todas as coisas em sua verdadeira luz. Jamais nos esqueçamos de que estamos de passagem em um mundo que rejeitou ao nosso Senhor e O cobriu de vergonha. Estamos consciente disso?
Não basta esse único feito para que consideremos este mundo o "vale da sombra da morte"?
Como compartilhar as esperanças e as ambições deste mundo enquanto aquEle a quem amamos foi e continua sendo excluído dele?
Além do mais, o mundo recebeu o grande inimigo de Cristo, Satanás, como príncipe e como deus. Do ponto de vista político, Satanás é "o príncipe do mundo" (João 14:30), e, do ponto de vista religioso, "o deus deste século" (2 Coríntios 4:4).
Então, não é difícil concluir que o presente mundo é perverso.
Assim Gálatas 1:4 o qualifica. Ensina-nos essa passagem que Cristo "se entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo perverso" (grifo do autor).
Pertencemos a outra esfera.
Vivemos a época do domínio de Satanás.
O Senhor, falando de Seus redimidos, disse explicitamente: "Eles não são do mundo, como também eu não sou" (João 17:16).
Passagem alguma da Bíblia afirma que o cristão foi colocado neste mundo com o propósito de melhorá-lo. O dever do cristão é dar testemunho daquEle que foi rejeitado e ao qual estamos unidos agora e por toda a eternidade. Deixemo-nos impregnar pelo fato de que Cristo foi rejeitado e perguntemo-nos com sinceridade se é digno ter outro papel neste mundo senão o de estrangeiro.
A VIDA DE CRISTO NA TERRA
Sem dúvida, já avançamos bastante na resposta à pergunta do título deste artigo. Os fatos e princípios considerados até aqui mostram com clareza que só há uma resposta possível: NÃO!
Contudo, ainda há outras coisas a serem analisadas. Em primeiro lugar, vejamos o que podemos aprender da vida do Senhor Jesus na terra.
Naquela época, havia grande agitação política. A Judeia fora anexada ao Império Romano, e um governador representava o detestável poder pagão em Jerusalém. O sentimento nacionalista estava vivo.
Os fariseus estavam à espreita, buscando oportunidade para derrubar o poder e livrar-se do jugo que os enfurecia. Em tais circunstâncias, não é de estranhar que esperassem um posicionamento do Senhor no tocante àquela situação ou o Seu apoio, quer ao partido nacional, com tendência patriótica e religiosa, quer seja ao seu oponente, o partido romano, representado pelos herodianos.
Em certa ocasião, representantes dos dois partidos trataram de obter uma opinião política do Senhor, valendo-se desta maliciosa pergunta: "É lícito pagar tributo a César ou não?" (Mateus 22: 17).
O que Ele iria aconselhar: que suportassem pacientemente o jugo dos romanos ou que se rebelassem contra eles?
Para o político, que ocasião mais brilhante para se fazer entender! Representantes dos dois partidos mais importantes do país aguardavam com impaciência uma resposta. Como o grande Mestre se pronunciaria?
Mostraria inclinação ao partido do governo ou declararia apoio ao movimento de resistência?
Logo perceberam que o Senhor nada tinha a declarar a respeito da política da época. A Sua missão na terra consistia em recordar os direitos de Deus ao coração humano e à consciência dos que O rodeavam.
Por isso, mostrando-lhes a moeda destinada ao pagamento do tributo imperial, perguntou: "De quem é esta efígie e inscrição?
Responderam: De César. Então, lhes disse: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus" (Mateus 22:20-21).
Provavelmente, essa resposta suscitou murmuração no partido dos fariseus. "Que falta de patriotismo!", devem ter pensado."
Por que não incitou o povo a lutar pela liberdade e a resistir à tirania?". Não é possível recordar esse incidente sem lembrar que o Senhor Jesus deliberadamente recusou tomar posição a respeito da questão política.
Antes disso, o Senhor já tivera a oportunidade de comandar uma multidão entusiasmada e pronta a defender a independência da Galileia, província do norte da Palestina. O povo estava tão impressionado com o poder do Senhor, depois de vê-Lo alimentar uma grande multidão com alguns pães e peixes, que decidiram proclamá-Lo rei (João 6: 15). Mas não foi com essa finalidade que Ele veio à terra. Não desejava ser arrastado a semelhante movimento e por isso retirou-Se sozinho para o monte. Não era homem de política. O Seu desígnio era servir a Deus e salvar os homens. Em outra ocasião, pediram lhe que desempenhasse o papel de juiz em uma disputa.
Qual seria a nossa reação em tal circunstância?
Imaginaríamos estar diante de uma excelente oportunidade para praticar a justiça e fazer uma boa obra entre os homens?
Teríamos aceitado desempenhar esse papel?
Observe que o Mestre não fez tal coisa. "Mas Jesus lhe respondeu: Homem, quem me constituiu juiz ou partidor entre vós?" (Lucas 12: 14). Sua tarefa era muito diferente e muito mais importante.
Talvez alguém pergunte: "Existe algo de errado na arbitragem?"
Evidentemente que não!
A arbitragem é melhor que a disputa. É preferível que o mundo ponha em ordem os seu conflitos por meio do diálogo, em vez de pela guerra. Contudo, é surpreendente que o Senhor Jesus tenha deixado esse assunto para os outros. Não condenou a arbitragem, mas também não tomou parte nela, pois não dizia respeito ao que Ele chamava "negócios de meu Pai" (Lucas 2:49 - ERC).
E o caminho do Mestre é sem dúvida o que todo discípulo deve seguir.
OS PRIMÓRDIOS DO CRISTIANISMO
No início do cristianismo, a escravidão era uma instituição bem estabelecida e de uma crueldade sem limites. Não era difícil imaginar que os servos de Cristo fossem chamados a empreender uma campanha pela abolição. No entanto, a epístola a Filemon mostra-nos que os cristãos da igreja primitiva não moveram um dedo para mudar a situação.
Onésimo, escravo fugitivo, converteu-se por meio da pregação do apóstolo Paulo em Roma. Em vez de aproveitar a oportunidade para denunciar o mal da escravidão, o apóstolo enviou de volta o escravo ao seu amo, também cristão, com uma mensagem cheia de amor e delicadeza. Pedia-lhe que recebesse o seu escravo como a um irmão em Cristo.
Nenhum cristão pode permanecer indiferente aos maus tratos infligidos aos escravos - daquela época ou da atual -, sem falar dos horrores ligados ao comércio de escravos que em alguns lugares ainda é praticado. Contudo, o recurso do cristão é o próprio Deus, não a agitação, a propaganda política, as petições dirigidas ao Congresso ou a mobilização das massas! Não! O recurso é entrar na presença de Deus, depositar diante dEle o fardo que o mundo faz pesar sobre o nosso coração e depois sair para anunciar as Boas Novas de Cristo aos homens.
Dessa forma, o cristão poderá servir ao Mestre corretamente. É o que nos mostra o Novo Testamento.
A ÉPOCA ATUAL
Nesta época em que o espírito democrático penetrou em toda parte, não devemos nos esquecer de que os cristãos são exortados a honrar o rei (1 Pedro 2: 17).
Quem estava no trono quando o apóstolo Pedro escreveu essa exortação?
Certamente não era um bom rei. Era Nero, um dos piores tiranos que o mundo já conheceu, o homem que mandou matar a própria mãe e a esposa. Essa personificação do vício e da crueldade usava a coroa imperial!
Os cristãos da época, todavia, não foram chamados a participar de nenhum movimento para derrubar o imperador ou para instituir um governo melhor. Deviam, isto, sim, perseverar em tranquila obediência, suportando "tristezas, sofrendo injustamente". Sim, foram chamados para isso.
Ainda mais, apesar de toda oposição, deviam honrar o rei (1 Pedro 2: 13- 17,19). Toda autoridade é instituída por Deus (Romanos 13: 1), e o cristão deve submeter-se a ela, em vez de se opor.
Certos cristãos veem as coisas de outra maneira. Pensam que é seu dever fazer o possível para dar dimensão moral à vida política, uma dimensão de honradez.
Os que pensam assim deveriam considerar o caso de Ló. Ele era um homem justo (2 Pedro 2:7), mas cometeu um grave erro. Após estabelecer-se na cidade de Sodoma, aceitou uma posição de autoridade. Vemo-lo assentado à entrada da cidade, lugar ocupado apenas pelos magistrados (Gênesis 19: 1). Ló desejava a justiça no insalubre ambiente de Sodoma.
Contudo, os seus esforços acabaram em total fracasso. O seu testemunho foi em vão, as suas advertências foram ignoradas e a destruição da cidade fez dele um fugitivo arruinado, que acabou miseravelmente os seus dias em uma caverna (Gênesis 19:30). Que triste lição!
Alguém ainda poderá perguntar:
"Não é melhor procurar eleger os melhores candidatos para o Congresso?
Não aprovariam assim as melhores leis?
O país não seria mais bem governado?".
Tal raciocínio é válido, mas com frequência ocorre exatamente o contrário. É notável que, quando chegou o tempo de estabelecer um homem para governar o mundo inteiro, Deus tenha escolhido um tirano violento: Nabucodonosor.
Esse homem foio chefe do primeiro grande império das nações, na época em que Israel foi privado do favor divino por causa da desobediência.
Em vez de deixá-lo sob o poder de reis da linhagem de Davi, Deus entregou o seu povo nas mãos dos gentios, sob a autoridade de Nabucodonosor, a "cabeça [...] de fino ouro" (Daniel 2:32).
Deus está acima de tudo e pode fazer cumprir a Sua vontade tanto por meio de homens maus quanto por intermédio de homens bons. Que os cristãos dediquem a sua vida a coisas que dizem respeito ao seu Senhor e deixem o mundo ocupar-se das que dizem respeito ao seu mestre.
OS DIAS VINDOUROS
Para o leitor atento da Palavra de Deus, é evidente que Satanás exerce influência sobre o imenso sistema deste mundo. Esse sistema ainda não chegou ao seu apogeu, mas o seu desenvolvimento é descrito nas profecias.
Os países da Europa terão um preponderante papel nesse vasto sistema organizado pelo diabo.
Constituirão uma federação de dez reinos, governados por um líder que as Escrituras chamam "abesta" (Apocalipse 13).
Os judeus, de volta à Palestina e ainda incrédulos,t erão por rei um homem cuja maldade será desenfreada: "o anticristo".
A besta e o anticristo farão uma aliança que culminará em uma profusão do mal sobre a terra. Poderíamos nos estender na descrição das terríveis coisas que acontecerão. Os juízos sobre os "moradores da terra" serão indescritíveis,e os seus sofrimentos, insuportáveis. Muitos detalhes referentes a essa época podem ser encontrados nos livros de Daniel e Apocalipse. Estejamos plenamente conscientes de que esse será o desenlace da política atual.
Porém, se Satanás está construindo esse grande sistema, a ser dominado por ele, Deus também tem um plano em vista, no qual Cristo desempenha o papel central. Não falo aqui do Céu nem do estado eterno, e sim do Reino de Cristo conhecido como o Milênio, os mil anos de bênção e de glória sobre a terra. Em Daniel 2:34-35, vemos o grande sistema mundial destruído por "uma pedra [...] cortada sem auxílio de mãos" que "se tomou em grande montanha, que encheu toda a terra". Essa passagem mostra-nos o que irá substituir o grande sistema deste mundo após a sua destruição. "O Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído" (v. 44).
Numerosas profecias dão testemunho de que Jerusalém será a capital desse maravilhoso Reino e que a justiça e a paz serão estabelecidas até os confins da terra. Então, os homens embainharão as suas espadas e nunca mais farão guerra.
Contudo, o cristão terá a sua porção numa esfera muito mais elevada e gloriosa. Se o mundo vindouro possui o seu lado terrestre, apresenta também o lado celestial, o Reino do Pai, em que, na qualidade de filhos, estaremos para sempre em nossa morada. Em adoração, poderemos contemplar todas as glórias de Cristo com relação às bênçãos destinadas aos homens na terra, mas estaremos com Ele, habitando no amor do Pai e conhecendo-o como também somos conhecidos (veja 1 Coríntios 13: 12).
Que maravilha! E, desde já, podemos nos regozijar com essa cena gloriosa. Ainda não chegamos lá, mas podemos adentrar ali, pelo poder do Espírito Santo, e desfrutar o Reino de felicidade eterna.
O Espírito estende a Sua glória sobre o nosso coração e faz-nos ver aquEle que é o centro: o Filho amado do Pai. Se tivéssemos mais consciência da alegria inerente à morada celestial, viveríamos, pelo Espírito de Deus, em uma esfera em que as ambições deste mundo não teriam lugar. Também buscaríamos passar o tempo de nossa estada aqui cumprindo a vontade do Pai e defendendo os interesses daquEle que foi rejeitado na terra e elevado ao alto, e não atuando a favor do sistema deste mundo.
PENSAMENTO
A fé tem duplo caráter: a energia que supera as dificuldades e a paciência que espera e confia em Deus.
3. Desobediência civil, protestos e manifestações
Estas coisas têm-se tomado práticas cada vez mais aceitas no cotidiano de muitas nações.
Seria esse o modo de conseguir algum resultado?
Será que os bons fins justificam esses meios, por vezes até ilegais?
O que a Bíblia ensina acerca dessas iniciativas para alcançar uma determinada meta?
Que lugar, se é que houve algum, tiveram procedimentos como esses na vida de nosso Senhor e na dos homens de Deus na Bíblia?
Nunca desobediente.
A marca que caracterizou a vida do Senhor foi a obediência. Ele sempre fez a vontade daquele que o enviou a este mundo.
Quando criança, era sujeito a seus pais.
Na ocasião do batismo de Jesus, bem no início de seu ministério público, Deus testificou da perfeição dos trinta anos de vida dele, dos quais nós tão pouco sabemos, declarando publicamente o prazer que tinha em seu Filho.
Em resumo, nunca encontramos na Bíblia a palavra "desobediência" associada à pessoa de Cristo.
(Veja Jo 8:29; Lc 2:51; Mt 3:17.)
A presença do Senhor atraía multidões.
Essa atração se devia ao que ele ensinava, a seus milagres de cura e à satisfação da fome. Jesus era bem organizado e sempre estava no comando.
Por exemplo, quando determinou que a multidão faminta se sentasse em grupos de cem e de cinquenta para ser alimentada. Seus modos impunham o respeito da parte do povo. Até seus inimigos reconheciam que ele tinha controle sobre as multidões e pediram que repreendesse aqueles que clamavam Hosana quando teve sua entrada triunfal em Jerusalém.
(Veja Mt 4:25; Mc 1:32; Jo 6:26; Mc 6:40; Lc 19:39.)
Acusado pelos inimigos de ser um agitador do povo na Judeia e Galileia, foi declarado isento de culpa pelas autoridades supremas, o governador romano Pilatos e o fantoche judeu, o rei Herodes. Jesus nunca organizou greves, manifestações, protestos, nem outras demonstrações de desobediência civil entre os seus seguidores.
Em suas pregações e ensinamentos, vemos justamente o oposto: seus seguidores foram conclamados a submeter-se, não resistir, a maus-tratos e injustiças, a ir além do que lhes era exigido, a amar em vez de odiar os seus inimigos e a dar "a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus".
(Veja Lc 23:5-14,15; Mt 5:39-44; Mc 12:17.)
Purificação do templo Houve, contudo, dois episódios que parecem ser exceção a tudo que se disse até aqui.
No princípio de seu ministério público (Jo 2:13-21), encontramo-lo purificando vigorosa mente o templo daqueles que ali faziam negócios, como os cambistas e os vendedores de animais para sacrifícios.
Todos os evangelhos sinóticos relatam que, um pouco antes de ir para a cruz, ele engajou-se novamente numa atividade desse tipo.
Mas convém observar cinco detalhes importantes acerca desses dois incidentes. Embora seus discípulos e outros fossem testemunhas, o Senhor agiu sozinho e não pediu que ninguém o ajudasse.
1- Sua preocupação era a profanação do templo, ao qual se referiu como a "casa de meu Pai" e "minha casa".
2- Em cada uma dessas ocasiões, os líderes religiosos tinham desafiado a autoridade dele.
3- Tanto os discípulos quanto a multidão puderam notar o zelo dele.
4- O Senhor nunca sugeriu que seus seguidores o imitassem nesse gesto; nem tampouco lemos a respeito de alguém que tivesse procurado fazê-lo.
Temos de concluir que esses episódios não são legítimos para estimular os cristãos a se envolver em movimentos de protestos, manifestações ou atos de desobediência civil, quer sejam violentos, quer não-violentos. Não aprendemos essas atividades da vida de nosso Grande Exemplo.
(Veja Mt 21:12-13,23; Mc 11: 15-18,28; Lc 19:45-46; 20:2; Jo 2:17-18.)
Obediência no livro de Atos
Ao estudar o livro de Atos, observamos os apóstolos e os cristãos primitivos continuando nesses padrões de obediência ensinados pelo Senhor. No dia de Pentecostes, os apóstolos valeram-se das circunstâncias miraculosas para proclamar o evangelho a uma grande multidão.
Pedro expôs poderosamente às pessoas a maldade que evidenciaram ao crucificar o Senhor. Então o coração delas se compungiu, e perguntaram: "Que faremos?".
Pedro as conclamou a separarem-se da geração perversa que tinha matado Jesus.
Deviam assumir uma firme e clara posição com Jesus e por Jesus. Como deviam fazer isso?
Organizando uma manifestação de protesto no templo ou em frente do palácio do sumo sacerdote, ou do quartel-general do governador romano? Não, mas deviam deixar-se batizar no nome de Jesus Cristo, identificando-se publicamente com ele, para a remissão de seus pecados.
Uma multidão de três mil pessoas, número 25 vezes maior que o grupo inicial de cristãos, respondeu imediatamente à instrução. (Veja Atos 2:14-41.)
No final de Atos 2 e capítulos seguintes vemos que esses novos convertidos eram um povo separado. Eram diferentes, porque todo o seu manancial de vida tinha sido renovado. Vemos vínculo de amor, separação da nação judaica, imenso poder e influência espiritual, ousadia que desafiava as autoridades religiosas e profundo respeito pelas pessoas em geral.
Vemo-los também sofrendo perseguição.
São dispersos e, em consequência, o movimento cresceu e se expandiu. Nada disso foi alcançado mediante nenhum movimento de protesto cuidadosamente organizado.
Também não lemos que tivesse havido algum protesto por causa do apedrejamento de Estêvão e da perseguição que veio em seguida. Não, tudo foi obra do Espírito Santo, que até se fez valer de muitos que originalmente eram opositores e de seus mais conhecidos perseguidores.
(Veja Atos 2:24; 5:13; 4:1-3; 5:40- 41; 7:57-8:33; 8:4; 11:19-21; 6:7; 1 Tm 1:12-13.)
Ainda no livro de Atos, vemos o cristianismo se dispersar além das fronteiras originais dos judeus para outras localidades do Império Romano.
Mas, embora um grande número de não-judeus também tenha sido alcançado por sua mensagem, seu caráter e métodos não mudaram. Seus seguidores continuaram a pregar o evangelho com poder espiritual e resultados.
Se houve alguma manifestação ou protesto, ou numa dada ocasião houve até alguma greve de fome, isso invariavelmente procedeu da parte de seus oponentes e nunca produziu bons resultados. No livro de Atos vemos, outra vez, um funcionário público testemunhando expressamente que os cristãos não recorreram a essas táticas.
(Veja Atos 11:19; 16:12; 28:23; 18:8-11; 19: 19-20; 23: 12; 16: 19-24; 17 :5-8; 18: 12-17; 19:23-34; 19:37.)
A obediência nas Epístolas
Esse não era somente o procedimento, mas também o ensino deles. Os seus dois líderes de destaque, Pedro e Paulo, ambos recomendaram enfaticamente a sujeição às autoridades em governo, mesmo que isso, por fim, acarrete sofrer injustiça, como Pedro nos dá a entender. Ele, porém, prossegue dizendo que Cristo igualmente sofreu por nós, deixando-nos exemplo para que seguíssemos os seus passos.
Tanto Pedro quanto Paulo descrevem as responsabilidades desses que Deus coloca em posição de autoridade. Paulo enfatiza que não há ninguém no governo que não tenha sido aí colocado por Deus. As autoridades são ministros de Deus com poder de vida e de morte. Elas podem não desempenhar suas obrigações dadas por Deus, mas isso de modo algum isenta os cristãos de cumprir as suas.
Não há nenhuma indicação de que o cristão deva recorrer a algum ato público para influenciar o governo a mudar seus métodos e planos de ação. O propósito divino é que, mediante vida piedosa, os cristãos façam emudecer as difamações e calúnias que são proferidas contra eles no mundo. Outro aspecto enfatizado é a importância de os cristãos estarem em oração a favor dos reis e daqueles que se acham investidos de autoridade.
(Veja 1 Pe 2:13-23; Rm 13:1-7 1 Tm 2:1-3.)
Os demais apóstolos estão em pleno acordo com esses princípios.
Tiago reconhece as injustiças praticadas contra os pobres no mundo, muitas vezes pelos ricos. A sua resposta não sugere protestos e manifestações, mas antes lembra a proximidade da vinda do Senhor.
João nunca faz alusão ao assunto em suas epístolas. Sofrendo um injusto exílio "por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus", ele é guiado a escrever o Apocalipse, que descreve o derradeiro fim que as forças ativas neste mundo terão sob o comando da justa mão do Senhor.
Não há aqui alusão de que os cristãos deveriam tomar as coisas em suas próprias mãos.
E Judas, expondo-nos a corrupção dos últimos tempos, não diz "faça alguma coisa", mas orienta os cristãos que se guardem no amor de Deus e que se dediquem a servir os outros.
(Veja Tg 2:6; 5:1-9; Ap 1:9; Jd 3-13; 20-23.)
Cidadãos do céu
O Novo Testamento declara que o cristão é cidadão do céu, cuja esperança e chamado não dizem respeito a este mundo.
Está por aqui apenas de passagem rumo a sua pátria celestial. Logo, é peregrino e forasteiro. Durante a sua estada aqui, o cristão também é um embaixador de Cristo que roga à humanidade que se reconcilie com Deus.
O cristão embaixador pode vira encontrar-se com todas as classes de pessoas, das mais humildes às mais elevadas, e talvez até tenha de sofrer como Paulo, que se disse "um embaixador em cadeias".
Sabemos de três ocasiões em que esse mesmo Paulo valeu-se serena e deliberadamente de seus privilégios de cidadão romano.Porém, jamais o encontramos organizando nenhuma manifestação, nem fazendo protesto algum, nem implicado em desobediência civil nenhuma.
(Veja Fp 2:20-21; Hb 11: 13-16; 1 Pe 2:11-12; 2 Co 5: 20-21; Ef 6:20; At 16:37-39; 22:24-29; 25:9-12.)
Oração, não protesto!
Em vez de resolver os problemas com seus próprios recursos, vemos os cristãos primitivos orando quando lhes sobrevinha alguma dificuldade.
Em Atos 4, temos a oração como reação espontânea deles às ameaças contra Pedro e João. Em Atos 12, encontramos Tiago martirizado, Pedro aprisionado e a igreja orando sem cessar.
Em Atos 16, Paulo e Silas oram e cantam louvores na prisão. Os prisioneiros ouviram-nos e não fugiram quando Deus de modo magnífico demonstrou o seu poder no terremoto que lhes soltou as cadeias e os libertou.
Esse maravilhoso poder libertador da oração também pode ser constatado em Atos 27, onde nem mesmo a forte tempestade que arruinou o navio que levava Paulo a Roma fez cessar as orações do apóstolo.
Mais tarde, em várias de suas epístolas da prisão, Paulo ora pelos seus filhos espirituais na fé.
(Veja At 4:23-31; 12:5,12; 16:25-29; Ef 1:15-22; 3:14-21; Fp 1:9-11; CI 1:9; Fm 1:4;2 Tm 1:3.)
O mesmo se pode dizer de Pedro.
Ele, que anteriormente em sua precipitação e seu zelo tinha cortado a orelha do servo do sumo sacerdote, agora já não mais se envolve nessas insensatas manifestações. No final de sua vida, inspirado pelo Espírito de Deus, ele escreve acerca do papel do cristão e do seu proceder num mundo que é hostil tanto a ele quanto a seu Senhor:
"Finalmente, sede todos de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos, misericordiosos, humildes, não pagando mal por mal, ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo ... Porque, se for da vontade de Deus, é melhor que sofrais por praticardes o que é bom, do que praticando o mal... Não sofra, porém, nenhum de vós como assassino, ou ladrão, ou malfeitor, ou corno quem se intromete em negócio de outrem ... Empenhei-vos por ser achados por ele em paz, sem mácula e irrepreensíveis".
(Veja Jo 18:10-11; 1 Pe 3:8-17; 4: 15-19; 2 Pe 3:11-14.)
Nosso alvo
Que o Senhor nos mantenha seguindo-O em quietude, e a nossa luz brilhe num mundo que continua hostil a ele e aos que lhe pertencem. Que a nossa vida seja de obediência, não de protesto, e manifeste claramente quem nós somos e a quem servimos - cujo retorno e reino aguardamos.
Por Eugene Vedder Jr.
4. Superstição
Construída no século VI, a capela de "Santa Sofia", em Istambul, na Turquia, é um dos mais antigos monumentos dessa cidade. Os arcos que sustentam a imensa cúpula são sustentados a sua vez por gigantescas colunas de pedra. Uma delas atrai, sobretudo, a atenção dos turistas.
O guia se detém, dizendo: "Façam um voto ao tocar aqui e seu desejo será realizado".
Gasto por milhões de dedos, o lugar se tem afundado vários centímetros: votos dos homens das Cruzadas, dos peregrinos e de visitantes de todas as épocas. O pobre pede riqueza, o enfermo cura, e quantas coisas mais!
De geração em geração, a pedra proclama a insatisfação dos homens ao mesmo tempo que denuncia sua ignorância.
Insensatez do homem supersticioso que recusa a pura mensagem da Escritura e crê na mentira!
Não quer escutar a voz de Deus e pede a uma pedra, a uma medalha ou a algum ídolo que o proteja ou o livre. Em troca, os tessalonicenses do tempo de Paulo tinham abandonado os ídolos para se converter ao Deus vivo e verdadeiro.
"Porque por vós soou a palavra do Senhor, não somente na macedônia e Acaia, mas também em todos os lugares a vossa fé para com Deus se espalhou, de tal maneira que já dela não temos necessidade de falar coisa alguma; Porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro, E esperar dos céus o seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura."
(1 Tessalonicenses 1:8-10)
"Todos os artífices de imagens de escultura são vaidades, e as suas coisas mais desejáveis são de nenhum préstimo; e suas próprias testemunhas, nada veem nem entendem para que sejam envergonhados."
(Isaías 44:9)
Amigos cristãos, não cedamos à influência dessas práticas pagãs, quaisquer que sejam. Fazer isso seria ofender Aquele que nos levou à Sua luz e provê todas as nossas necessidades com sabedoria e amor.
Que poderia pensar um incrédulo de um cristão que age com tanta inconsequência? E que armadilha para outros crentes mal consolidados!
"Porque não vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas engenhosamente inventadas, mas nós mesmos fomos testemunhas oculares da sua majestade."
(2 Pedro 1:16)
"E, enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se comovia em si mesmo, vendo a cidade tão entregue à idolatria.
De sorte que disputava na sinagoga com os judeus e religiosos, e todos os dias na praça com os que se apresentavam.
E alguns dos filósofos epicureus e estoicos contendiam com ele; e uns diziam: Que quer dizer este paroleiro? E outros: Parece que é pregador de deuses estranhos; porque lhes anunciava a Jesus e a ressurreição.E tomando-o, o levaram ao Areópago, dizendo: Poderemos nós saber que nova doutrina é essa de que falas?
Pois coisas estranhas nos trazes aos ouvidos; queremos, pois, saber o que vem a ser isto (Pois todos os atenienses e estrangeiros residentes, de nenhuma outra coisa se ocupavam, senão de dizer e ouvir alguma novidade).
E, estando Paulo no meio do Areópago, disse: Homens atenienses, em tudo vos vejo um tanto supersticiosos; Porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vós honrais, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio.
O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens; Nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas; E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação;
Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós; Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração.
Sendo nós, pois, geração de Deus, não havemos de cuidar que a divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida por artifício e imaginação dos homens.
Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam; Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos.
E, como ouviram falar da ressurreição dos mortos, uns escarneciam, e outros diziam: Acerca disso te ouviremos outra vez. E assim Paulo saiu do meio deles.
Todavia, chegando alguns homens a ele, creram; entre os quais foi Dionísio, areopagita, uma mulher por nome Dâmaris, e com eles outros."
(Atos 17:16-34)
5. Profetizar - O que significa?
A origem ou etimologia da palavra "profeta", tanto no Velho como no Novo Testamento ("VT" e "NT"), é "anunciador" (veja Ex 7: 1-2).
Do grego temos que o significado de profetizar é "fornecer luz".
Sendo assim, o sentido bíblico da palavra profeta ou profecia é o de, falando da presença de Deus, ou melhor, a partir de Sua presença, expor os oráculos de Deus.
O resultado é que os corações e consciências dos ouvintes são colocados sob a Sua luz. Aquilo que por natureza se opõe a Deus é então confrontado com essa luz. O profeta Elias disse a seu próprio respeito: "Tão certo como vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou ..." (1 Rs 17:1).
Elias estava diante de Deus, por vezes até prostrado, e é por isso que podia falar desde a Sua presença (1 Rs 18:42; 17:1; 18: 15).
Quando Pedro escreve a respeito dos oráculos de Deus (palavras que procedem da boca de Deus), então ele está justamente se referindo a esse aspecto do serviço profético (1 Pe 4: 11).
Profetas no Velho Testamento Geralmente se associa as palavras "profeta" ou "profecia" com uma preanunciação de fatos futuros. Isso, no entanto, não é bem correto. Elias, aliás, também fez algumas predições, como quase todos os profetas do VT.
Contudo, não é essa a principal característica de um profeta, mas o fato de que está falando os oráculos de Deus. Ainda que os profetas do VT também tenham feito predições, estes igualmente dirigiram muitas exortações e advertências ao povo (2 Cr 36: 15; Jr 25:4-7).
Até mesmo os guias do povo, tal como Moisés, são denominados profetas (Dt 18:15; 1 Sm 3:20).
Profetas no Novo Testamento
Também no NT existe o dom e o serviço de profetas. As verdades cristãs a respeito da salvação foram primeiramente anunciadas pelos apóstolos e profetas do NT designados pelo Senhor Jesus, os quais por meio desse serviço lançaram o alicerce para a Igreja de Deus (compare Rm 16:25-26; 1 Co 3:10-11 e 14:29; Ef 2:20 e 3:5 e 4: 11).
Cousas, que até então lhes eram desconhecidas, lhes foram manifestas pelo Espírito Santo, sendo então anunciadas por eles: a glória do Senhor Jesus à direita de Deus, os privilégios e deveres dos filhos de Deus, a existência da Igreja de Deus e suas atribuições, e outras mais.
Enquanto o NT ainda não estava completo, Deus ainda revelava afora isso, outros fatos através dos profetas (At 11:28; 21:10-11).
Uma vez concluído o NT, o dom profético veio a sucumbir; já não existem novas revelações inerentes à salvação, pois a Escritura já está consumada (veja Cl 1:25).
O serviço profético
Se acabo de indicar que o dom profético já cessou, lembro também que o serviço profético, como é visto no NT, pode existir ainda hoje. Contudo, este não poderá conter, de modo algum, novas revelações. Repito: esta atividade não deve ser confundida com um dom, já que somente é efetiva quando proceder de uma íntima comunhão com Deus, o Pai, fato que provavelmente não é uma constante na vida de nenhum filho de Deus.
O resultado de tal serviço é edificação, exortação e consolação (1 Co 14:3; compare 2 Co 12: 19).
Esse serviço profético por vezes tem sido considerado o "mais sublime dos ministérios", porque somente é possível quando aquele que o desempenha estiver em plena dependência de Deus, e sob a direção de Seu Espírito Santo.
Como se explica a atuação de mulheres profetizando em Atos 18:26; 21:9 e 1 Coríntios 11:5?
Primeiramente temos de observar que não sabemos o que estas mulheres crentes profetizaram, nem onde e como o fizeram.
Atos 21 simplesmente nos relata que as quatro filhas de Filipe profetizavam, e em 1 Coríntios 11 temos a determinação de que a mulher, quando ora ou profetiza, deve cobrir sua cabeça.
Se, pois, hoje são citados exemplos da atuação de irmãs no NT - como Atos 18:26; 21:9 - então deveria ser claro que essas mulheres agiram correspondentes aos ensinos do NT, porque a Escritura não se contradiz.
Não se pode, portanto, derivar desses exemplos alguma coisa que esteja em oposição às instruções contidas em outros pontos da Bíblia.
Assim deve-se considerar que todos os ensinos do NT sobre o serviço e conduta da mulher lhe impõe tanto o retrair-se como o sujeitar-se:
- 1 Co 11: 1-16: O homem é o cabeça da mulher; isso implica que a mulher expresse isto cobrindo sua cabeça nas reuniões da igreja local;
- 1 Co 14:34-35: na Igreja a mulher deve permanecer em silêncio e em sujeição;
- Ef 5:22-23: ante o marido o comportamento indicado é o de sujeição e respeito (enfatizado três vezes: v. 22,24,33);
- Cl 3: 18: à mulher convém ser submissa;
- 1 Tm 2:9-15: submissão, modéstia, bem como não ensinar nem usar de autoridade sobre o homem;
- 1 Pe 3: 1-6: mais uma vez a submissão, além da mansidão e da quietude.
Orientações específicas
As passagens citadas contém, por um lado, diretrizes gerais para a conduta da mulher crente, sendo que todas sem exceção visam discrição ou reserva perante o marido e em público. Por outro lado, também apresentam orientações específicas para o desempenho de seu serviço espiritual:
- • Nas reuniões a mulher deve permanecer calada (1 Co 14:34).
- • A mulher não deve ensinar e nem exercer autoridade sobre o homem (Neste ponto, infelizmente, a tradução da Sociedade Bíblica é falha, pois diz "marido", sendo que o original grego se refere a homem (varão), tal como em 1 Tm 2:8.), porém manifestar quietude (1 Tm 2:12).
- • Quando ora ou profetiza, a mulher deve se cobrir (1 Co 11:5-6).
- • Como razões para esta conduta da mulher são apresentadas a ordem da criação e a queda no pecado (1 Co 11:9; 1 Tm 2:1-14).
Este seu comportamento é um testemunho que os anjos devem ver (1 Co 11:10 e Ef 3:10).
Áreas de atuação das irmãs
Dentro destas orientações ainda existe um vasto campo de atuação para a irmã espiritual: Mesmo sem palavras, ela pode ser um testemunho para o Senhor por meio de um exterior descente e modesto, e por meio de boas obras (1 Tm 2:9-10; 5:10; 1 Pe 3:1).
Ela pode, por sua conduta, ser um suporte ao serviço ou ministério de seu marido (1 Tm 3:11).
Pode também instruir ("Instruir", no original grego, não é a mesma palavra que "ensinar") as mulheres novas a serem boas esposas, mães e donas de casa, além de bem ocupadas com as tarefas do lar (Tito 2:3-5).
Os dons e atribuições concernentes à mulher se concentram, portanto, na esfera prática da vida cristã, e não na pregação, embora a conversação pessoal também lhe confere inúmeras oportunidades para testemunhar para o Senhor.
Os exemplos do Novo Testamento Atos 18:26: Priscila certamente nada fez que estivesse em oposição às indicações bíblicas que já citamos, porém, na devida maneira, ela foi um suporte a seu marido Áquila quando das instruções à Apoio. Desse modo, Apolo pôde aprender de Áquila as verdades cristãs, e do casal a prática cristã.
Atos 21:9: Respeitando o campo de ação já lembrado, as filhas de Filipe tinham a oportunidade de exercer o seu dom. Aqui é importante considerar 1 Tm 2:12, que diz: "não usar de autoridade sobre o homem".
Segundo a Palavra de Deus, a mulher não é chamada para exercer autoridade em questões de fé.
1 Coríntios 11:1-16: Nesta passagem é determinado que as irmãs, quando oram ou profetizam, cubram a cabeça (da mesma forma como ao homem é ordenado que não se cubra).
Sobre a ocasião, no entanto, nada ficou dito. Como no capítulo 14:34 é imposto silêncio às irmãs nas assembleias, fica claro que não cabe que mulheres orem ou profetizem durante as reuniões (Ainda que nas reuniões as irmãs permaneçam caladas, também ali lhes cabe cobrir a cabeça, porque em tal lugar estamos reunidos na presença de Deus, na condição de Sua Assembleia, para que sob a orientação do Espírito Santo possamos juntos orar e pela profecia sermos edificados, exortados e consolados.).
Também aqui vale o princípio, que de tais pontos bíblicos nada se pode derivar, ou deduzir, que, no entanto, esteja em oposição aos demais ensinamentos da Palavra de Deus, nem sequer que venha a ampliar disposições existentes. Isso toda a irmã espiritual há de reconhecer.
Ultimamente, devido ao movimento de emancipação e igualdade da mulher no mundo, tais questões tem sido colocadas com frequência cada vez maior. Em parte até mesmo verdadeiros crentes tem encarado e tratado essas questões sob o ponto de vista mundano. Nisso fica evidente a influência de Satanás, que desde o princípio tem semeado dúvidas nos corações a respeito da veracidade da Palavra de Deus.
Se nós, homens e mulheres, antevermos a Palavra de Deus, teremos uma bênção abundante. Ainda que alguma irmã, porventura, ainda não o entenda agora, já estará honrando ao Senhor por mostrar sujeição e não, como Eva, agindo independente ou até mesmo contra seu marido (cabeça) - (2 Co 11:3).
Por Arend Remmers
6. O que o espiritismo?
No término de uma reunião de evangelização, na qual a Palavra de Deus tinha sido apresentada a um grande número de pessoas, um crente amigo veio dizer-me que três jovens senhoras estavam do lado de fora e que desejavam falar comigo.Queriam saber qual era a minha opinião sobre o espiritismo.Este pedido me surpreendeu vivamente, pois, o que é um tanto raro, na noite passada, estando na casa desse mesmo amigo, havíamos falado até tarde sobre o espiritismo.
Recordamos alguns dos fatos mais notáveis que se relacionam com esse tema e que provam a realidade de muitas de suas crenças. Parecia como se o Senhor me tivesse preparado para esta entrevista, cujos resultados deviam ser abençoados.
Respondi a meu amigo: - Não tenho muito o que dizer sobre esse assunto, mas estarei contente de poder falar com elas.
As três jovens senhoras foram-me apresentadas e disseram:
- Viemos lhe perguntar o que você pensa do espiritismo.- Creio firmemente nele.- Pensa que é bom ou que é mau?- Considero que é satânico.
Essas palavras chocaram-nas um pouco e expressaram a dificuldade que tinham para crer que os bons conselhos dados pelos espíritos poderiam proceder de Satanás. Tinham o costume de se reunir toda semana e consultar-lhes sobre diferentes assuntos.As suas relações com os espíritos eram de um caráter exclusivamente religioso.
Pediam-lhes, por exemplo, a explicação de passagens das Escrituras que lhes eram difíceis de compreender e, sempre, diziam elas, obtinham alguma luz. Possuíam páginas cheias de respostas manuscritas dessas perguntas.
Eu tremia ao ouvi-las relatar tranquilamente as suas relações habituais com às potestades das trevas.
-Não caiam vocês nesse erro disse-lhes -, "porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz" (2 Coríntios 11:14). Mas, o que foi que lhes trouxe a vir pedir a minha opinião sobre esse assunto?
- Lembramo-nos de que esta noite haveria um culto aqui e decidimos vir, se bem que já era um tanto tarde. Chegamos à sala de reuniões já no final da pregação.
No momento em que entramos, você pronunciava estas palavras: "Se os pecados de vocês não forem perdoados antes de morrer, não serão nunca mais".
Então falamos umas com as outras: "Ou esse homem disse uma mentira, ou os espíritos nos têm enganado".
- O que lhes disseram os espíritos, então?
- Que todos passarão por uma prova purificadora depois da morte, e que ainda que se morra sendo mau, se chegará finalmente ao "rio da luz".
A prova será mais ou menos longa, mais ou menos dolorosa, mas o resultado será a purificação de todos.
- Em tal caso, os espíritos são espíritos de mentira - repliquei -, já que as Escrituras declaram que Cristo ofereceu "para sempre, um único sacrifício pelos pecados" (Hebreus 10: 12) e que" com uma única oferta aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados" (v. 14).
Os espíritos com os quais vocês estiveram em comunicação intentaram dar um golpe mortal em Cristo e em Seu sacrifício expiatório. São espíritos maus.
A Palavra de Deus declara que somente há um caminho para a salvação; os espíritos lhes mostraram outro. São espíritos de mentira. Eles lhes ensinaram o erro fatal de que todos finalmente serão salvos depois da morte, mesmo aqueles que rechaçaram o Senhor Jesus enquanto vivos.
A Palavra de Deus diz: "E não há salvação em nenhum outro (ou seja, Jesus Cristo crucificado pelos homens, mas Quem Deus ressuscitou de entre os mortos); porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos" (Atos 4:12); mas os espíritos dizem: "Tudo irá bem sem Ele".
Em quem crer?
Em Deus e Sua Palavra ou nos espíritos das trevas?
A vida do homem aqui em baixo é tão curta e cheia de dores, que a maioria dos homens desejam atravessar o véu que cobre o porvir escuro e desconhecido que segue a nossa existência sobre a face da Terra. Começa-se com brilhantes esperanças, porém logo surge o desencanto, quando se descobre que tudo é "vaidade e correr atrás do vento" (Eclesiastes 2:11).
Mas, não há nada no além?
É o homem semelhante às bestas do campo?
Não nos espera um destino mais nobre?
Quem pode nos dizer com certeza?
A Bíblia?
Ah, esse livro fala à consciência do homem.Diz-lhe, em termos isentos de adulação, que é um pecador e que depois da morte vem o juízo.
Revela-lhe que depois da morte o destino de cada um já está determinado e que não se pode mudar mais. É preciso que se seja salvo antes da morte ou jamais o será; o perdão dos pecados é oferecido a todos sem exceção com a simples condição de crer na Pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo; mas se tudo isso não for aceito do lado de cá da sepultura, é certo que não poderá ser concedido do outro.
"Se os pecados de vocês não forem perdoados antes de morrer, não serão nunca mais", eis aqui o que havia conduzido essas vítimas de Satanás a indagar com ansiedade a verdade; mas essa doutrina das Escrituras é desagradável aos homens e lhes será cada dia mais à medida que nos acercamos da apostasia final.
É esta terrível incerteza no tocante ao porvir que, em minha opinião, faz com que o espiritismo seja tão atraente para tantas pessoas. À medida que a fé no testemunho das Escrituras diminui, os homens se voltam para estas potências ocultas para obter, por meio delas, se possível, alguns vislumbres desse extenso "além" .
O espiritismo moderno tem data no século passado.
Em 1848 vivia em Nova York um granjeiro chamado Fox. Tinha duas filhas, uma de doze anos e outra de nove. Por circunstâncias extraordinárias tiveram consciência dos esforços feitos por uma pessoa invisível para entrar em contato com elas. Essas comunicações tiveram lugar por meio de golpes continuados.
Inventaram um alfabeto e o espírito declarou que era o de um vendedor de Bíblias que havia sido assassinado e que estava enterrado debaixo do assoalho da casa. Se efetuaram as investigações pertinentes e no lugar indicado foram encontrados ossos e cabelos.
Essas estranhas comunicações chamaram a atenção e o movimento se espalhou tão rapidamente que em 1871 o número de adeptos era, segundo diversos cálculos, de oito a onze milhões.
Atualmente, o espiritismo possui uma literatura muito extensa e com tendência a crescer.Em geral, não se tem uma ideia da extensão que tomou a crença nas relações imaginárias com os espíritos daqueles que já morreram.As jovens senhoras que mencionei no princípio tinham a impressão de que aqueles espíritos que participavam em suas sessões de espiritismo eram os de pessoas que em outro tempo haviam vivido na Terra. Equivocavam-se.
O Senhor Jesus Cristo é aquele que tem "as chaves da morte e do inferno" (Apocalipse 1:18).
Somente Ele pode abrir a porta do inferno para que o espíritos sejam liberados; só Ele pode arrancar um corpo da sepultura. Ele só fará isso em duas ocasiões: primeiramente, quando acontecer a primeira ressurreição, isso é, quando os mortos em Cristo ressuscitarem em glória à Sua vinda (1 Tessalonicenses 4: 16), e a 'segunda, quando os maus ressuscitarem para se apresentar para juízo (João 5:29).
As relações imaginárias com os espíritos daqueles que já morreram são, em realidade, relações com os maus espíritos ou demônios que se apresentam, camuflados, como pessoas que viveram alguma vez na Terra.
Depois de falar longamente com aquelas senhoras, tanto que não posso descrever aqui, insisti com elas acerca do perigoso que era ter essa intimidade com o diabo, e supliquei-lhes que rompessem com tal relação impura.
Em caso de persistirem, coloquei sobre as suas consciências a pedra de toque que dá a Palavra de Deus em 1 Coríntios 12:3 e 1 João 4:1-4 e roguei-lhes com insistência que confessassem claramente e sem equívoco a deidade e o senhorio do Senhor Jesus.Na terça-feira seguinte, algumas pessoas se reuniram para oração e leitura da Palavra de Deus, na casa do amigo a que me referi acima.
As três jovens senhoras também estavam presentes, depois de terem tido, na noite anterior, a sua última entrevista com os espíritos.
O relato que fizeram foi horrível de escutar. Seria muito demorado contar aqui os detalhes e de pouco proveito excitar uma curiosidade insalubre em relação com as coisas que Deus tem proibido tão positivamente. É o suficiente dizer que as respostas dadas foram tão pouco satisfatórias e que a hostilidade para com a pessoa de Cristo e com a Palavra de Deus tão claramente manifestas, que se sentiram profundamente alarmadas e julgaram de uma vez por todas que o sistema inteiro era do diabo.
Desde aquele momento renunciaram a toda relação com os espíritos. Se bem que já transcorreram muitos anos desde aquele dia, a sua lembrança não se apagou de minha memória, assim como o da advertência feita no capítulo que lemos naquela noite, o qual fala do Anticristo, cujo "aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais e prodígios da mentira" (2 Ts 2:9).
O espiritismo é uma coisa real.
Sem dúvida, em mais de um caso, se trata de charlatanice; mas encerra também muitas coisas verdadeiramente sobrenaturais.
O Espírito de Deus não é o autor delas, porque sempre glorifica a Cristo.
Não tenho nenhuma dúvida em afirmar que é satânico, é como uma antecipação desta "operação do erro" (v. 11) que caracterizará os dias do Anticristo. As considerações que seguem foram escritas na época em que transcorreu o incidente mencionado.
Tinham por objeto ajudar as três senhoras, mais diretamente interessadas nesse assunto, e a outras pessoas que pudessem cair nessa cilada do diabo.
O mal, longe de diminuir, aumenta, e todos aqueles que não se converteram "das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus" (Atos 26:18) pelo poder salvador do Evangelho, logo serão arrastados pela torrente irresistível da incredulidade e pelas mentiras de Satanás.
Aquele que verdadeiramente é um filho de Deus não tem por que temer o mal.
"Filhinhos, vós sois de Deus, e tendes vencido os falsos profetas, porque maior é aquele que está em vós (o Espírito Santo) do que aquele que está no mundo (o diabo)" (1 João 4:4).
Todo membro da família de Deus deve ter a presente segurança do perdão de seus pecados: "Eu vos escrevo, porque os vossos pecados são perdoados, por causa do seu nome" (1 João 2: 12).
Além disso, todo filho de Deus possui agora a vida eterna, uma vida a qual o poder de Satanás não pode tocar: "Eu lhes dou a vida eterna", disse Jesus a Suas ovelhas, "jamais perecerão, eternamente" (João 10:28), e ademais: "Todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca" (1 João 5: 18).
Mesmo os "filhinhos" na família de Deus têm a unção da parte do Santo (ou seja, possuem o Espírito de Deus) e conhecem a verdade. Sabem também que Cristo é a verdade e que toda doutrina, por mais semelhante à verdade que pareça, mas que tende a obscurecer a Sua glória, provém de Satanás.
"Filhinhos, agora, pois, permanecei nele" (1 João 2:28).
Deus, no Antigo Testamento, disse a Seu povo: "Que em teu meio não se encontre alguém ... que faça presságio, oráculo, adivinhação ou magia, ou que pratique encantamentos, que interrogue espíritos ou adivinhos, ou ainda que invoque os mortos; pois quem pratica essas coisas são abomináveis a lahweh (Jeová)" (Deuteronômio 18:10-12, B.J.; veja também Levítico 19:31 e 20:27).
Com esses versículos em mente conhecemos os pensamentos de Deus relativos àqueles que se entregam a tais práticas, e isso deve bastar a todo filho de Deus para que se abstenha de ter qualquer contato com aqueles que professam ter relação com os espíritos, sem se importar se esses espíritos são bons ou maus.
"... alguém... que faça presságio" ou "que invoque os mortos" é o que está escrito, e não nos é dito que os "bons espíritos" estão excluídos.Segundo a mesma mensagem de Deuteronômio, vemos que consultar aos espíritos e aos mortos era algo comum entre os pagãos: "Não aprenderás a fazer conforme as abominações daqueles povos" (v. 9), diz a Escritura.
Como haviam perdido o verdadeiro conhecimento de Deus, buscavam suprir tal perda com um poder sobrenatural que na realidade era de Satanás, "o deus deste século" (2 Coríntios 4:4).
Mas o povo de Deus não pode atuar dessa maneira. Por essa razão Saul, ao subir ao trono, deu cabo a todos ou a quase todos os evocadores de espíritos e aos lançadores de sorte. Deus proveu para que o Seu povo pudesse conhecer Seu pensamento por melhores caminhos.No passado, Deus falava por sonhos ou diretamente por meio dos profetas inspirados por Seu Espírito, como também pelo sacerdócio mediante os Urim e os Tumim.
Tendo Saul se desviado ao pecado, já não dispunha mais dessas coisas. Vindo o aperto, este infeliz rei foi conduzido a buscar uma mulher que consultava os espíritos (1 Samuel 28). A questão de ter recorrido a isso, que estava proibido, foi uma das razões de sua morte, que foi como juízo de Deus.
"Assim morreu Saul por causa da sua transgressão cometida contra o Senhor, por causa da palavra do Senhor, a que ele não guardara; e também porque interrogara e consultara uma necromante, e não ao Senhor" (1 Crônicas 10:13-14).
É evidente que a médium de Endor não estava acostumada a fazer aparecer os mortos, a julgar por sua surpresa ao ver Samuel; o espírito que ela e seus semelhantes diziam consultar era um demônio que se apresentava como se fosse a pessoa que se desejava ver. O seu espanto demonstra claramente que algo extraordinário havia acontecido.De fato, foi Deus quem interveio para trazer realmente a Samuel de entre os mortos, o qual anuncia da parte de Jeová o que haveria de cair sobre Saul.
É digno de mencionar o que Saul disse em 1 Samuel 28: 15: "Deus se desviou de mim" , expressão essa que não expressa uma relação íntima, com vemos no termo "SENHOR" empregado por Samuel no versículo seguinte.
Em Isaías 8:19-20, se fala de um povo que pensa em consultar a seu Deus por intermédio dos necromantes e dos adivinhos. E o profeta, surpreso por haver pessoas tão insensatas, pergunta: "A favor dos vivos se consultarão os mortos?"
Estava bem que se consultasse a Deus, mas consultar os mortos por meio de vivos era uma loucura indesculpável. Então somos conduzidos à lei e ao testemunho que encerram a revelação do pensamento de Deus, estes que nos capacitam a poder julgar qualquer comunicação que tenha a pretensão de proceder da parte d'Ele ou de outra fonte.
No Novo Testamento encontramos inúmeros exemplos de pessoas possuídas por espíritos imundos, os que em diversos lugares são chamados de demônios. Veja, por exemplo, Marcos 5:1-20 e Mateus 8:16 e 28-34.
Passagens tais como Marcos 3:22-30 mostram com evidência que esses demônios eram satânicos.
Com efeito, quando os escribas dizem do Senhor: "É pelo maioral dos demônios que expele os demônios", Jesus lhes disse: "Como pode Satanás expelir a Satanás?" Essa observação é importante, porque alguns afirmam que os demônios ou espíritos eram os espíritos de pessoas que tinham morrido, enquanto que o Senhor nos disse que eram de Satanás. Podemos até mesmo acrescentar que não está provado que a expressão "espíritos" se refira aos daqueles que já morreram.
Efetivamente, as Escrituras empregam esse termo ("espíritos") ao falar dos anjos (Hebreus 1:14) e de demônios (Marcos 3: 11), assim como de homens, sejam justos (Hebreus 12:23) ou maus (1 Pedro 3: 19).
Nesse reside a diferença entre o homem e a besta. Esta, além de um corpo material, é um ser vivo (Gênesis 1:20), ou seja, tem uma vida animal, sem nenhuma relação inteligente com Deus, ao passo que essa relação existe para todos aqueles que têm um espírito.
O que se diz em Eclesiastes 3:21 não constitui uma exceção, já que a palavra traduzida por "espírito" em algumas versões bíblicas é uma expressão geral que significa "fôlego" (v. 19).
Porém, compreendido aqui, sem querer entrar mais no sentido da passagem, existe uma clara diferença entre o fôlego dos animais que descem para a Terra e o do homem que sobe ao céu.
Exteriormente se trata do mesmo fôlego, mas na realidade o do homem é muito mais: "... e o espírito volte a Deus, que o deu" (Eclesiastes 12:7), ao invés de descer à Terra, junto com o pó. Esses demônios os quais temos mencionado tinham poder. Isso é evidente, já que também era necessário poder para expulsá-los, poder que naturalmente o Senhor possuía e que podia transmitir a Seus discípulos (Mt 10:8; Mc 3:15 e Lc 9:1).
Esse poder era divino (Mt 12:28).
Sabemos pouquíssimo sobre o poder de Satanás. Ele é chamado de o "príncipe da potestade do ar" (Ef 2:2).
Os verdadeiros cristãos são libertados "do império das trevas" (Cl 1:13), expressão empregada pelo Senhor em Lucas 22:53, quando todo o poder do inimigo, príncipe deste mundo, se concentrava contra Ele, servindo-se da inimizade dos homens perversos para persegui-LO nas últimas horas de Sua vida aqui na Terra.
Quando os pecadores se convertem, convertem-se "das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus"(Atos 26: 18).
O nosso desejo é que todo filho de Deus possa ter um sentimento crescente do poder do grande adversário, em cujas mãos outrora se encontrava cativo -, é contra as suas astúcias que é preciso estar sempre atento e desperto, e isso até o fim da carreira, o que nos obriga a nos revestir de toda a armadura de Deus (Efésios 6: 11).
Seria bom que todo filho de Deus possa também ver sempre aumentar a sua convicção acerca da graça e do poder de que foi capaz - o qual ainda é - de livra-lo de semelhante adversário; convicção essa de que necessitamos para nos introduzir são e salvos no cenário em que todo aspecto da presença do adversário terá desaparecido para sempre.
Não encontramos em nenhum lugar das Escrituras um só indício de que o homem, em seu estado atual, possa ter qualquer tipo de relação com os espíritos dos mortos.
Pelo contrário, como vimos, o Senhor tem "as chaves da morte e do inferno" (Apocalipse 1:18) e somente Ele tem poder para fazer sair dali os espíritos, o que fará nas duas únicas ocasiões já mencionadas, ou seja, na primeira ressurreição para os santos (1 Ts 4:16) e na ressurreição do juízo para os perversos (João 5:29).
Enquanto aguardamos esse evento, os espíritos dos crentes que já morreram está com o Senhor, "ausente deste corpo e presente com o Senhor" (2 Coríntios 5:8); eles partiram para estar com Cristo (Filipenses 1:23), mas os espíritos dos perversos estão "em prisão" (1 Pedro 3:19), motivo pelo qual não têm a liberdade de sair quando são "chamados".
Naqueles tempos, como agora, havia pessoas que pretendiam ter comunicação com os espíritos.Os filhos de Deus são alertados contra tais atividades.
Devem provar os espíritos se procedem de Deus (1 João 4: 1), não os consultando, mas sim empregando com respeito a eles esta pedra de toque: "confessa que Jesus Cristo veio em carne"?
Não é o suficiente confessar que Jesus veio em carne, mas que é imprescindível confessá-LO ou reconhecê-LO como Deus vindo desse modo.
Em cada uma das passagens de 1 João 4:2-3 e 2 João 7 (segundo o texto original grego) se fala de confessar a Jesus vindo em carne, não de confessar que Jesus veio em carne, porque Ele já existia antes, sempre como Pessoa divina e eterna. Os demônios não reconhecem voluntariamente que Jesus é o Senhor, se bem que, no final, quando tiver lugar o juízo de Deus, serão forçados a condessá-LO como tal (Filipenses 2:10-11).
A recusa em reconhecer a deidade do Homem Cristo Jesus é o espírito do Anticristo. Satanás é o instigador de todo ataque contra a humanidade imaculada ou contra a verdadeira deidade do Senhor Jesus Cristo.
No tempo dos apóstolos havia falsos profetas que estavam sob a influência satânica, assim como havia verdadeiros profetas que falavam inspirados pelo Espírito Santo de Deus (2 Pe 1:21; 1 Co 12:1-11); mas nota-se que cada vez que se trata de um profeta divinamente inspirado se fala do Espírito de Deus e não de espíritos.Há diversidade de dons, mas há um só Espírito, ou seja, o Espírito de Deus.
É de grande importância para o filho de Deus recordar tudo isso, pois o Espírito habita nele (1 Co 6: 19), é guiado e ensinado por Ele (Rm 8:14; Jo 14:26; 16:13; 1 Co 2:9-16) e por isso é independente de todas as revelações espirituais, pretendidas ou reais. O Espírito de Deus sempre glorifica a Cristo (Jo 16:14) e sempre produz na alma a submissão à Palavra de Deus.
"Nós (os apóstolos) somos de Deus; aquele que conhece a Deus nos ouve; aquele que não é da parte de Deus não nos ouve. Nisto reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro" (1 Jo 4:6).
Estamos plenamente convencidos de que todo o sistema do espiritismo é antibíblico, que não é outra coisa que um engano de Satanás e que todo crente deve lhe dar as costas.
A sua aparição nos últimos dias da cristandade não nos deve surpreender; é o cumprimento das Escrituras, pois "o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios" (1 Tm 4: 1).
Muitos praticantes do espiritismo de nossos dias têm dado a este sistema uma aparência piedosa e religiosa, já que começam as suas reuniões com uma oração e interrogam aos espíritos sobre assuntos bíblicos.Alguns dizem que as explicações dadas pelos espíritos são demasiado boas para vir de Satanás. Diremos a estas pessoas que não se deixem enganar, pois: "o próprio Satanás se transforma em anjo de luz" (2 Co 11:14).
Ele se aproximou do Senhor, no momento da tentação no deserto, com estas palavras: "porque está escrito ... " (Lc 4: 10), mas foi para ser desmascarado por esta mesma Palavra que havia citado com engano.Outros têm sido atraídos a essa cilada de Satanás por pura diversão, por passatempo.
No começo não acreditavam que houvesse nisso algo de realidade; mais tarde, convencidos por provas que não admitem contestação, se entregaram ao seu poder. Não só estamos muito longe de pensar que estas coisas são de Deus, senão que temos a convicção de que são precursoras dos sinais e prodígios de mentira que acompanharão a presença do Anticristo, num período que talvez já está muito perto de nós (vide 2 Ts 2:9-10).
Têm por objetivo seduzir e decepcionar; o fim terrível de todos aqueles que se entregam a elas será o juízo e a perdição.Não se deve supor que no espiritismo somente há charlatanice e engano artificioso com aparência de utilidade. Sem dúvida que alguns casos pretendidamente reais podem ser explicados. Por outra parte, tivemos contatos com muitas pessoas que durante algum tempo estiveram debaixo do poder desse sistema, mas, que, pela bondade divina, foram livradas dele. Seus testemunhos não nos deixam nenhuma dúvida sobre a sua realidade satânica.Expressaremos aqui algo mais sobre um dos pontos mais importantes. Os espíritos sustentam que há esperança de salvação depois da morte para aqueles que recusaram o Senhor Jesus Cristo. De fato, ensinam a salvação universal, o que, da mesma maneira que todas as outras formas de erros correntes nestes últimos tempos, empreendem contra a obra expiatória de nosso Senhor Jesus Cristo na cruz.
A Escritura nos diz: "Porque com uma única oferta aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados" (Hb 10:14); os espíritos, pelo contrário, afirmam que depois da morte os maus passarão por diversos graus de provas e desta maneira irão convertendo-se em perfeitos.
Manhentamo-nos firmes na Palavra de Deus e fiéis ao Seu testemunho.Não se pode negar a verdadeira natureza do espiritismo. Suas manifestações sobrenaturais são testifica das por um grande número de testemunhas favoráveis ou contrárias. É impossível que todos se equivoquem na observação dos fatos, ou então que se ponham em acordo para enganar deliberadamente aos demais.
Mas uma coisa é certa: todos aqueles que estão entregues a essas práticas se colocam nas fileiras daquele a quem a Palavra de Deus nomeia como o "príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência" (Efésios 2:2).
Ninguém que crê na Bíblia deve se misturar com esse movimento verdadeiramente satânico, já que a Bíblia não nos permite que duvidemos dele.Temos conhecido várias pessoas que durante um tempo estiveram misturadas nele, mas que, reconhecendo o seu verdadeiro caráter, o abandonaram; e, não obstante, mesmo depois, seguiram sendo perseguidas e atormentadas por influências sobrenaturais. Outros haviam abandonado as suas relações pessoais com os espíritos, não porque haviam chegado à conclusão de que a sua procedência era satânica, senão por causa do esgotamento físico que resultou desses contatos.
Isso nos é mostrado, entre outros, no caso de uma moça, cuja mãe escreveu o seguinte: "As manifestações dos espíritos que começaram quando a minha filha tinha apenas dezesseis anos quase lhe custaram a vida, e seguramente nunca mais se restabelecerá completamente de seus efeitos.Durante mais de seis meses perdeu o uso de seus membros, jazia num estado de catalepsia parcial e de completa impotência, mas sempre com a terrível e inefável realidade do espiritismo diante dela".
Os ensinos do espiritismo negam a inspiração das Santas Escrituras, a deidade de Cristo, o eterno castigo dos perversos depois da morte e, por último, a salvação por meio do sacrifício expiatório do Senhor Jesus na cruz.
"Ora, o Espírito (o Espírito Santo) afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios" (I Timóteo 4:1).
"Mas os homens perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados. Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste. E que desde a infância sabes as sagradas letras que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus" (2 Timóteo 3: 13-15).
O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE O ESPIRITISMO
"Não vos virareis para os adivinhadores e encantadores; não os busqueis, contaminando-vos com eles: Eu sou o Senhor Vosso Deus"
(Levítico 19:31)
"Quando vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos, que chilreiam e murmuram entre dentes; não recorrerá um povo ao seu Deus?
A favor dos vivos interrogar-se-ão os mortos? À Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta Palavra, nunca verão a alva"
(Isaías 8: 19- 20)
"E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também Ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; e livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão"
(Hebreus 2:14-15)
"A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem"
(2 Tessalonicenses 2:9-10)
"Livra-os que estão sendo levados para a morte e salva-os
que cambaleiam indo para serem mortos"
(Provérbios 24: 11)
"As coisas encobertas são para o Senhor Nosso Deus, porém as reveladas são para nós e para nossos filhos para sempre, para cumprirem todas as palavras desta lei"
(Deuteronômio 29:29)
7. Batismo - Regenera e salva?
Todo indivíduo nascido no mundo tem a natureza pecaminosa e é um pecador que necessita da salvação de Deus. Esta é uma verdade fundamental das Sagradas Escrituras (Salmos 52:5; Romanos 5: 12; Efésios 2:3) que muitas pessoas reconhecem.
Por isso, muitos concordam que é preciso nascer de novo para entrar no céu, como disse o Senhor Jesus em João 3:3: "Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus".
Mas como se pode obter este novo e necessário nascimento espiritual, ter os pecados lavados e ser salvo do juízo vindouro?Muitas teorias são apresentadas no tocante ao meio de ir para o céu, e várias doutrinas concernentes à salvação da alma são sustentadas por diferentes escolas religiosas.
Em que devemos acreditar?
Como podemos saber o verdadeiro caminho da salvação entre todas as teorias e doutrinas conflitantes de homens?
"Pois que diz a Escritura?" (Romanos 4:3) deveria ser a nossa diligente indagação.
"À lei e ao testemunho!", diz o profeta Isaías.
"Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva"(8:20).
O que Ensinam Alguns
Alguns acreditam e ensinam que o batismo nas águas é o sacramento pelo qual se conclui o novo nascimento e se recebe a salvação eterna. Esses nos diriam: "O batismo opera o perdão dos pecados, livra da morte e do diabo e confere a salvação eterna a todos os que creem nisto".
O batismo, dizem eles, é o meio pelo qual o Espírito Santo faz que nos apropriemos de todas as grandes coisas que Cristo fez por nós. É "o meio eterno, associado à Palavra de Deus, que oferece ao homem a graça que Cristo mereceu, comunica-lhe essa graça e com ela o sela" (Catecismo Luterano).
Sem o batismo, dizem, não se pode alcançar o céu - nem mesmo uma inocente criança. Se uma pessoa é batizada, ela é regenerada, feita nova, e recebida na comunhão do Deus trino, segundo este ensinamento.
Uma Ordenança Divinamente Instituída
O batismo é uma ordenança divinamente instituída, à qual todo verdadeiro filho de Deus se submeter.
Esta é uma verdade estabelecida na Bíblia.Conforme Mateus 28: 19, a ordenança do batismo é para "todas as nações" e está relacionada com a promessa feita por Cristo de estar conosco "até a consumação do século" (v. 20).
Isto é o que ensinamos e em que realmente cremos. Mas as Escrituras nunca ensinam que o batismo é uma ordenança salvadora, que proporciona a salvação eterna e o novo nascimento para a alma.
Examinemos a Palavra de Deus para ver o que ela diz sobre batismo, salvação e novo nascimento.
A Ordem para Batizar Em Mateus 28:19, o Senhor comissiona seus discípulos para ir e fazer" discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado".
Primeiro, eles deveriam discipular todas as nações e depois batizar todos os que se tomassem discípulos.
Em Marcos 16: 15-16, a ordem é claramente relacionada com a crença no evangelho: "E disse-lhas: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado".
Os que creem devem ser batizados, os que não creem (em seu coração) serão condenados, mesmo se forem batizados. A última frase do versículo mostra definitivamente que a salvação depende da fé, e não do batismo.Paulo confirma isso em Gálatas 3:26: "Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus".
O versículo seguinte fala do batismo dos que são filhos de Deus. João 3:16 e Atos 13:38,39 também afirmam indubitavelmente que somente a fé em Cristo salva.
Batismo no Livro de Atos
Em Atos a ordenança para o batismo é cumprida. Pedro pregou no dia de Pentecostes aos judeus e prosélitos (gentios convertidos ao judaísmo) a maravilhosa mensagem da ressurreição do mesmo Jesus que eles tinham crucificado e de sua exaltação à condição de Senhor e Cristo.
Quebrantados, eles perguntaram: "Que faremos, irmãos?".
Pedro respondeu-lhas: "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo ... Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados" e se juntaram aos discípulos (Atos 2:37 -38,41).Aqui, a "remissão dos pecados" está relacionada ao batismo, como também é o caso em Atos 22:16 a respeito de Paulo.
Essas são as duas únicas escrituras que falam acerca da remissão ou lavagem dos pecados por meio do batismo.Temos de examiná-las atenta e cuidadosamente. Note que essas palavras foram dirigidas somente aos judeus - justamente culpados de crucificar Jesus - e a Paulo, o perseguidor de Cristo e de sua Igreja. Não são para os gentios, como pode ser visto em Atos 10.
Os judeus precisavam arrepender-se do fato de terem crucificado a Jesus e manifestar isso publicamente por meio do batismo no nome daquele que haviam rejeitado.
Dessa maneira, o pecado público deles seria publicamente lavado e remido pelo batismo. O mesmo se aplicava à perseguição de Paulo a Jesus e a seus discípulos. Aqui, os que receberam a mensagem de Pedro arrependeram-se, creram em Jesus como o Cristo, submeteram-se ao batismo em nome dele, receberam o dom do Espírito Santo e foram salvos.A remissão dos pecados diante de Deus acontece somente pelo arrependimento e pela fé em Cristo Jesus.
"Dele todos os profetas dão testemunho de que, por meio de seu nome, todo aquele que nele crê recebe remissão de pecados" (Atos 10:43; veja também Atos 3:19; 5:31; 13:38-39 e Efésios 1:7).
Também Atos 2:38 e 22: 16, falando do batismo para a remissão e lavagem dos pecados, se referem ao pecado específico, óbvio e público da crucificação do Messias e da perseguição dele e de seus discípulos. Falam da remissão pública e da lavagem destes grandes e específicos pecados.Tais pecados dizem respeito somente aos judeus, e não aos gentios.
Portanto, os dois versículos acima se harmonizam com todos os que foram mencionados anteriormente.Mas se forçados a significar remissão de pecados diante de Deus, chocam-se com Atos 10:43, assim como com outras escrituras no tocante ao perdão de pecados. Isto é impossível, porque não há desacordo ou contradição dentro das Sagradas Escrituras.Depois, em Atos, Filipe volta a Samaria e prega Cristo ao povo.
À medida que criam, "iam sendo batizados, assim homens como mulheres" por Filipe (Atos 8:12).
Um homem chamado Simão também professou crer e foi batizado, mas logo se tomou evidente que seu coração não era reto diante de Deus. Pedro disse-lhe que estava "em fel de amargura e laço de iniquidade" e que pereceria, mesmo tendo sido batizado (vs. 13, 20-23).
Isso refuta vigorosamente a doutrina de que o batismo salva e garante a vida eterna.O mesmo capítulo fala sobre o oficial etíope que lia as profecias de Isaías a respeito de Jesus Cristo e seus sofrimentos por nossos pecados (Isaías 53). Sem dúvida alguma, ele sorveu ansiosamente as maravilhosas notícias que Filipe lhe contou.
A fé, que vem pelo ouvir a Palavra de Deus, agiu na alma daquele homem para que cresse e recebesse a Jesus Cristo. Então desejou expressar a fé interior em Cristo por meio do ato exterior do batismo. Filipe respondeu imediatamente ao pedido dele e "ambos desceram à água". O novo convertido foi batizado e seguiu seu caminho jubiloso (vs. 27-39).
Em Atos 10e 16, o evangelho é pregado aos gentios. Eles creram, receberam o Espírito Santo e foram batizados.
O ansioso carcereiro de Atos 16 perguntou: "Que devo fazer para que seja salvo?", e a resposta foi: "Crê no Senhor Jesus e serás salvo" (Atos 16:31).
Não há nenhuma menção nesse versículo ao batismo como requisito à salvação. Porém, quando essas almas creram em Cristo, receberam o Espírito Santo e foram salvas, então confessaram isso publicamente sendo batizadas em Cristo.Quando Paulo pregou em Corinto, a ordem era a mesma: "Também muitos dos coríntios, ouvindo, criam e eram batizados" (Atos 18:8).
Batismo de Crianças
Em nenhum lugar na Bíblia há um registro de alguém que tenha sido batizado a não ser os cristãos professos, e nunca há menção de crianças sendo batizadas.
Algumas pessoas têm presumido que bebês e crianças pequenas estavam incluídas nos batismos familiares em Atos 16:15 e 33, mas o contexto das passagens não dá apoio a tal suposição. No tocante à casa de Lídia, os seus membros são considerados "irmãos" (v. 40); e quanto à casa do carcereiro, a Palavra do Senhor foi pregada a todos e "com todos os seus, manifestava grande alegria, por terem crido em Deus" (v. 34).
Tais coisas não poderiam ser ditas de crianças e bebês."Deixai vir a mim os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus" (Marcos 10: 14) é sempre citado quando o assunto é batismo de crianças, mas esse versículo não tem a menor relação com o batismo. Não há nenhuma palavra sequer em todo o contexto que fale sobre batizá-las, e interpretar a passagem desta forma é distorcer essa escritura, isto é, significa ler algo que não está nela. Jesus pegou aquelas criancinhas nos braços, colocou as mãos sobre elas e as abençoou; mas não as batizou.
João 4:2 diz claramente que "Jesus mesmo não batizava, e sim os seus discípulos". Portanto, ele não as batizou, nem está escrito que tenha dado instruções para outros fazê-lo. "Porque dos tais é o reino de Deus", disse ele.
Significado Doutrinal do Batismo
Romanos 6:3-5 mostra o significado e o propósito doutrinal do batismo. O apóstolo inspirado escreve: "Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição".
Esses versículos ensinam que o batismo é a pública identificação com Cristo e com sua morte por nós; é o nosso sepultamento com ele. Descer às águas e ser imerso é entrar na "semelhança da sua morte".
É uma figura de sua morte por nós.Dessa maneira, o batizando admite que, sendo pecador, merece morrer. Coloca-se simbolicamente no lugar de morte, onde Cristo esteve, confessando de modo público sua fé na morte de Cristo pelos seus pecados. O velho pecador é colocado na posição de morte e professa ter "morrido com Cristo" (v. 8).
O sair da água simboliza a ressurreição e a confissão de fé do batizando de que é uma nova criatura em Cristo Jesus e de que agora andará em novidade de vida - a vida cristã.O batismo não dá nova vida, é simplesmente um ato que demonstra que a pessoa já a tem e que se propõe andar nela. 1 Pedro 3:21 afirma que o batismo não remove a imundícia da came, mas é a resposta de uma boa consciência diante de Deus, obtida pela ressurreição de Jesus Cristo. O que o batismo tipifica - a morte e a ressurreição de Cristo - é o que salva a alma; era a isso que Pedro se referia.
Como Nascemos de Novo?
A respeito do novo nascimento, mencionado no início deste artigo, lemos em João 3:5-7 as palavras do Senhor: "Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus ... Importa-vos nascer de novo".
Alguns dizem que "nascer da água e do Espírito" significa batismo.
Ali se nos diz que a água do batismo e a Palavra de Deus, que está na e com a água, são usadas pelo Espírito de Deus para regenerar a pessoa. Então, segundo alguns mestres, essa pessoa é nascida de novo, e isto é o novo nascimento.O que a Bíblia indiscutivelmente declara a respeito do novo nascimento?
Como podemos determinar o que é "nascer da água e do Espírito"?
Um princípio estabelecido em 2 Pedro 1:20 é útil aqui: "Nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação''.
Isso significa que não podemos interpretar nenhuma passagem bíblica fora do que é dito nas Escrituras sobre o mesmo assunto nem lhe dar nossa própria interpretação. A Bíblia é sua própria intérprete no poder e iluminação do Espírito Santo, que a escreveu.
Uma passagem lança luz à outra
Então, o que diz a Palavra de Deus sobre o novo nascimento?
Em João 3, o Senhor explica como nascer de novo. Ele fala a respeito de crer no Filho do Homem levantado na cruz "para que todo o que nele crê tenha a vida eterna" (v. 15).
Não fala nada sobre batismo.João 1 nos diz que aqueles que recebem Jesus Cristo e creem em seu nome são filhos de Deus; "os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus" (w. 12-13).
"Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus" (1 João 5: 1).
O novo nascimento, portanto, acontece quando se recebe e se crê em Jesus Cristo, o Salvador. É realizado por Deus - não por vontade ou esforços humanos -, que certamente rejeita o batismo feito por homens.
Paulo disse aos coríntios que eles foram gerados "pelo evangelho" (1 Coríntios 4: 15).Tiago escreveu: "Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade" (Tiago 1: 18).
Pedro acrescentou com muita clareza: "Fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus... Ora, esta é a palavra que vos foi evangelizada" (1 Pedro 1:23,25).
Os versículos acima nos ensinam que a nova vida é comunicada pela Palavra de Deus, a palavra do evangelho, em que se crê na alma. O instrumento e o sacramento que o Espírito de Deus usa para gerar o novo nascimento é a Palavra de Deus, não, a água batismal.
Em concordância com isso, Efésios 5:26 dá um exemplo definitivo da água como símbolo da Palavra de Deus: "Tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra". À luz dessas várias passagens que iluminam João 3:5, só pode haver uma interpretação para "nascer da água e do Espírito".
Neste caso, água tipifica a Palavra de Deus, a mensagem do evangelho de Cristo, esta que o Espírito de Deus usa para realizar o novo nascimento no crente.Essa é a harmonia bíblica: o novo nascimento, que é necessário para entrar no reino de Deus, é produzido pela Palavra de Deus e comunicado à alma por meio da iluminação e poder do Espírito de Deus.
Se o batismo é introduzido nesse contexto, cessa a harmonia e surgem as contradições.Mais uma passagem precisa ser examinada, a qual algumas pessoas utilizam para ensinar a regeneração por intermédio do batismo. "Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo" (Tito 3:5).
Essas pessoas dizem que a lavagem da regeneração é feita pela água do batismo.Entretanto, o versículo mostra que não é por obras nem por nenhuma outra coisa, mas somente pela misericórdia divina é que somos salvos e regenerados pelo Espírito de Deus. Ler 'água de batismo' nesse versículo é um devaneio e algo sem sentido da mente humana, um arrazoamento nas Escrituras, em vez de das Escrituras, como fez Paulo em Atos 17:2.
Boas Obras
Quando uma pessoa é salva, não recebe apenas a vida eterna e o perdão dos pecados; ela é também habitada pelo Espírito Santo e recebe uma nova natureza que é sensível ao ensino e à direção do Espírito.
Portanto, um crente em Cristo é capacitado pela graça a deixar sua luz brilhar diante dos homens para que possam ver suas boas obras e glorificar ao Pai que está nos céus (Mateus 5: 16). Não fazemos boas obras para ser salvos; nós as fazemos porque somos salvos. "Pois somos feituras dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas" (Efésios 2: 10).
Conclusão
Amigo leitor, não é inconfundivelmente claro o que analisamos nas Escrituras Sagradas: que a água do batismo não salva a alma, não produz o novo nascimento, nem a vida divina, pois o propósito do batismo nunca foi esse e ele jamais foi ministrado a alguém nos tempos bíblicos a não ser a crentes professos em Cristo?Você entende plenamente que a remissão dos pecados e o novo nascimento são obtidos apenas mediante uma fé viva em Cristo e em sua obra expiatória por nossos pecados e de modo algum pelo batismo?Não dependa do seu batismo nem de nenhuma outra obra religiosa para qualificá-Io para o céu. Tais coisas são edificações sobre areia, acerca das quais o Senhor nos advertiu em Mateus 7:26-27 que se desfarão na tempestade do julgamento e quem nelas descansar ficará perdido para sempre. "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé... não de obras" (Efésios 2: 8-9).Abra mão de suas obras e lance-se sobre a graça e a misericórdia de Deus. "Arrependei-vos e crede no evangelho" (Marcos 1: 15). Então você nascerá de novo pelo Espírito e pela Palavra de Deus, será salvo, regenerado, estará seguro de que verá o reino de Deus e entrará nele, pois é um filho de Deus para toda a eternidade.Que o Senhor abençoe sua palavra para que ela penetre na sua alma!
Complementos
As pessoas que foram batizadas por aspersão quando crianças sempre perguntam se devem ser batizadas novamente por imersão quando se convertem e são salvas pela fé em Jesus Cristo.O batismo é feito em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Isso seguramente é mais importante que qualquer forma errada de batismo.Alguns respeitáveis professores da Bíblia advertem que essa instituição introdutória ao reino dos céus, à esfera da confissão de fé cristã na Terra, não precisa ser repetido.Todavia, há indivíduos não satisfeitos com o seu batismo na idade infantil e desejam ser imersos como crentes em Cristo. Pois além da forma e o tempo tenha sido errado, quem os batizou não era uma pessoa salva.
OS QUE BATIZAM SOMENTE EM "O NOME DE JESUS"
Desde que a verdade da parte de Deus existe entre nós, o erro, como uma erva daninha, tem encontrado acolhimento no coração dos simples para germinar. E, o que nos chama a atenção é que, o erro e a heresia surgem justamente de uma aparente verdade. Homens que fazem prevalecer seus pensamentos, suas ideais, seus raciocínios; e assim afugentam e desprezam o Espírito da verdade, entregando-se ao espírito do erro.
O apóstolo Pedro falando desses, disse: "... irmão tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor, como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição". (2 Pedro 3: 15-16)
Quando a simplicidade da palavra de Deus é deixada de lado, e homens maliciosos procuram introduzir as "profundezas de satanás" (Apocalipse 2: 24), aí nascem toda sorte de erro, heresia, facção, carnalidade e loucura que submergem os homens na perdição e ruína.
Tendo em vista ajudar aqueles que amam a verdade, procurarei esclarecer uma falsa contradição na forma batismal ensinado pelos falsos "mestres", que citam as palavras do Senhor em Mateus 28:19, e a prática dos discípulos em Atos dos Apóstolos.
O nosso Senhor Jesus depois da sua morte e ressurreição disse a seus discípulos: "Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!" (Mateus 28: 19-20).
Em o livro dos Atos dos Apóstolos, vemos que as ocorrências batismais, aparentemente, não são pronunciadas conforme a forma estabelecida pelo Senhor. Como podemos explicar isso.
Primeiro, o mais simples: se houve alguma aparente contradição entre a prática dos apóstolos e a ordem clara do Senhor, é ao Senhor que devemos seguir.
Obviamente não creio que haja alguma contradição, mas se há alguma dúvida na mente de algum salvo, então a ordem clara do Senhor Jesus "batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo"; deve ser suficiente para nós.
Mas, olhando mais de perto os versículos que parecem apoiar a prática de batismo em nome de Jesus, veremos que a realidade é outra.
Em Atos 10:48 lemos: "E mando que fossem batizados em nome do Senhor". Isto quer dizer que Pedro, ao batiza-los dizia: "Eu vos batizo em nome do Senhor", ou que Pedro está dizendo: "Eu mando, com a autoridade do Senhor Jesus, que vocês sejam batizados?"
A segunda ação é, gramaticalmente, tão aceitável quanto a primeira, e encaixa perfeitamente com Mateus 28:19.
Em Atos 2:38, lemos: "E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados". Novamente, faz mais sentido pensar que o nome do Senhor Jesus é mencionado aqui, não como representado a fórmula batismal, mas para desafiar estes judeus que, poucos dias antes, haviam crucificado esse mesmo Jesus.
Convém destacar também que as preposições usadas nos três trechos são diferentes:
1°- Mateus 28:19 "EIS", que significa "em direção a". "Batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo".
2°- Atos 2:38 "EPI", que significa "por". "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado por causa do nome de Jesus Cristo".
3°- Atos 10:48 "EN", que significa "pelo". "E mando que fossem batizados pelo nome do Senhor". (Isto é, Mandou, pelo nome do Senhor, que fossem batizados).
Em Atos 19:5, vemos que Apolo não foi batizado novamente, os doze também não foram. Jesus não recebeu outo batismo que o de João. O que se trata aqui, é que estes doze homens eram ignorantes do significado do batismo de João, no que respeito ao arrependimento, ao messianismo de Jesus, ao Espírito Santos. Por isto, Paulo os batizou não tanto como de uma maneira real, no nome ou autoridade o Senhor Jesus, tal como Ele mesmo havia dito em
Mateus 28:19, e tal como era o costume apostólico universal. O entendimento apropriado de "Jesus" incluía a todo o resto da tri-unidade (Pai, Filho e Espírito Santo). Em Atos dos Apóstolos, capítulo 19, Lucas, o escritor, não nos da ali uma fórmula batismal, se não que simplesmente explica que estes homens tinham um objeto adequado de sua fé "Jesus", e que agora foram realmente batizados.
"Jesus", este é o nome essencial no batismo cristão. Mas estas passagens em Atos dos Apóstolos dão autoridade para o "ato batismal", e não a "formula" empregada pelos apóstolos, e ensinada pelo nosso Senhor.
"Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!" (Mateus 28: 19-20).
"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé;
e isso não vem de vós; é dom de Deus.
Não vem das obras, para que ninguém se glorie."
(Efésios 2: 8-9)
8. A Páscoa
1. A Páscoa e o Crente
A primeira Páscoa, celebrada pelo Povo de Israel naquela inesquecível noite da morte dos primogênitos egípcios, trouxe-lhes uma autêntica libertação e o novo sistema de vida. A partir de então, Deus liberta-os poderosamente das garras de Faraó e, levantando Moisés, guia-os pelo deserto, sustentando-os, protegendo-os e disciplinando-os.
Páscoa, em hebraico pesah, significa passar por cima.
Assim, naquela noite, o anjo da morte passou por cima de todas as casas israelitas cujo sangue do cordeiro tinha sido aspergido nas ombreiras e vergas das portas (Êxodo 12:7, 13).
O mês de Abibe, posteriormente chamado Nisan, no qual foi celebrada a Páscoa, passou a ser o primeiro mês do calendário judaico (Ex 12:2, Dt 16:1).
Para o crente, CRISTO é a sua páscoa (1 Co 5:7).
O nosso Senhor Jesus Cristo é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:29).
E só o sangue de Jesus Cristo nos purifica de todo o pecado (1 João 1:7).
Tanto a Páscoa antiga dos israelitas, como agora a morte de Cristo, aponta-nos para o juízo de Deus, o pecado do homem, o valor do sangue e a importância da fé.
2. O Juízo de Deus Contra o Pecado do Homem
O pecado sempre foi odioso aos olhos de Deus. Sabemos o que aconteceu aos nossos primeiros pais quando pecaram no Éden. O pecado multiplica-se e Deus envia o dilúvio. Mais tarde, Deus tem de destruir as cidades de Sodoma e Gomorra. Nos nossos dias, vemos por todo o mundo os efeitos do pecado em guerras, fomes, doenças, refugiados, crianças sem lares, jovens viciados e delinquentes, roubos e prisões superlotadas. O salário do pecado é a morte (Rm 6:23). A ira de Deus é contra os que fazem mal e ao homem está ordenado morrer uma vez, vindo depois disso o juízo (Hb 9:27).
3. O Valor do Sangue e a Importância da Fé
Os israelitas tinham que derramar o sangue do cordeiro nas ombreiras e vergas das portas. Naquela noite, o primogênito de cada casa seria morto onde não houvesse sangue. Também o sangue de Cristo foi derramado na cruz pelos nossos pecados. O Senhor Jesus Cristo morreu por todos e derramou o Seu sangue por todos os pecadores, mas precisamos de crer Nele. Precisamos de confiar em Cristo e no Seu sangue vertido. Sem fé, não pode haver perdão. Pela graça sois salvos, por meio da fé (Ef 2:8).
Há mais um pormenor sobre a Páscoa, assim como para a morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. É a sua comemoração. Todos os israelitas comemoravam a Páscoa todos os anos (Ex 12:42).
E o crente deve comemorar a morte do Senhor até que Ele venha (1 Co 11:23-30).
A Igreja primitiva celebrava a Ceia do Senhor no primeiro dia da semana (At 20:7).
O crente fiel e dedicado tem prazer em se reunir com seus irmãos para adorar o Seu Senhor à volta da mesa. É ali que todos devem cantar louvores, adorarem e bendizerem Aquele que tanto nos amou e deu a Sua preciosa vida por nós e nos lavou com Seu precioso sangue. Uma igreja que assim procede é uma igreja querida, amada e abençoada pelo Senhor.
Carlos Alves - "In Refrigério"
9. A Morte
Se há temas que não gostaríamos de abordar, este e um deles. Alguém dirá: Aprender a conhecer a morte?! Não será bastante quando ela vier?!
E, no entanto, ela está continuamente ao nosso lado! Mas é a dos outros, e não a nossa! Será possível chegarmos ao ponto de nos iludirmos de que são só os outros que morrem? Não será preferível enfrentarmos dignamente o caso e pensarmos seriamente nesse iniludível acontecimento? E como poderemos nós saber o que é a morte, senão por meio da Palavra de Deus e por Aquele que penetrou nela e saiu como glorioso vencedor?
a) A Sua Origem
"Como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim, também, a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram" (Romanos 5:12).
A consequência do pecado do homem foi a morte, tal como lemos: "Da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gênesis 2:17).
Instigados por Satanás, os nossos primeiros pais transgrediram o único mandamento que lhes tinha sido dado. A sua morte foi primeiramente de ordem moral, antes de ser de ordem física. Na verdade, o que é a vida senão a relação da Criatura com o seu Criador?
Desde a ruptura dessa relação, a morte foi a parte do homem. Satanás inaugurou esse domínio com a sua própria queda.
O seu desejo era arrastar o homem ao pecado, para poder dominá-lo. A Bíblia assim no-lo afirma ao falar daquele "que tinha o império da morte, isto é, o diabo" (Hebreus 2:14). Numa linguagem simbólica, o Senhor Jesus fala de Satanás, descrevendo como o homem forte e armado que guarda o seu palácio; mas o Senhor Jesus é Aquele outro mais forte que vem "e, vencendo-o, tira-lhe toda a sua armadura, em que confiava, e reparte os seus despojos" (ver Lucas 11:21-22), que é uma alusão à Sua própria morte e ressurreição, pela qual triunfou sobre o inimigo.
A morte tem a sua origem, como vimos já, no pecado do homem, e os estragos que tem ocasionado e ainda ocasiona fizeram chorar O nosso Bendito Salvador. Na verdade, diante do sepulcro de Lázaro de Betânia, Jesus "moveu-se muito em espírito, e perturbou-se. Jesus chorou" (João 11:33-35).
O sentido profundo dos verbos mover-se e perturbar-se, ou agitar-se e comover-se, segundo outras versões, é a expressão da grande pena, mesclada de indignação, produzida na alma do Senhor ao ver o poder da morte sobre o espírito do homem. A morte é " o salário do pecado" (Romanos 6:23), e nela entrou a alma do nosso amado Salvador e Senhor quando "levou ele mesmo, em seu corpo, os nossos pecados sobre o madeiro" (1 Pedro 2:24). Esta obra da Cruz é a resposta de Deus ao desafio de Satanás, e, por esta obra, Jesus "aboliu a morte, e trouxe à luz a vida e a incorrupção pelo Evangelho" (2 Timóteo 1:10).
b) A Morte tal como era considerada pelos crentes antes de Jesus Cristo
À parte a repetição fúnebre "e morreu" do capítulo 5 de Gênesis, repetição interrompida com Enoque, que foi arrebatado para não ver a morte, depois de andar com Deus durante 300 anos, o princípio da história do homem silencia os sentimentos dos que acabavam a sua vida neste mundo. A partir de Abraão, assistimos à partida tranquila dos patriarcas que tinham posto a sua confiança em Deus.
O seu desejo de descansar na cova de Macpela, no país da promessa, deixa entrever a sua fé na sua ressurreição. A Epístola aos Hebreus diz-nos que morreu na fé e que "esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus" (Hebreus 11:10). É um final mais que tranquilo, um desfecho tão glorioso como o de Jacó: "Adorou encostado à ponta do seu bordão" (Hebreus 11:21).
Moisés, Josué, Samuel e David falaram da sua morte com grande serenidade. Corno estavam conscientes de terem cumprido a missão que Deus lhes havia confiado, apesar dos inevitáveis desfalecimentos, foi-lhes concedida uma profunda paz interior. A sua fé permitiu-lhes discernir as coisas vindouras, e as suas últimas palavras são ricas em ensinamentos proféticos. Todavia, nem sempre as coisas se passaram desta maneira: Ezequias; entre outros, põe em evidência o véu obscuro que escondia o Além; na sua oração, referida no capítulo 38 de Isaías, diz: "Já não verei ao Senhor, na terra dos viventes... nem esperarão em tua verdade os que descem à cova" (Isaías 38:11 e 18).
Foi necessário que o Senhor Jesus viesse trazer-nos os Seus ensinamentos, para aliviar um pouco esse véu obscuro, e que depois o Espírito Santo, por intermédio dos apóstolos, nos desse uma visão mais clara sobre esse misterioso Além.
c) A Morte para o Cristão
Fim de Tarde Embora o Senhor tenha entreaberto um pouco a porta do Além na história do rico e Lázaro (Lucas 16:19-31), foi concedido aos apóstolos poderem revelar mais amplamente o que a tal diz respeito. Já na história de Lucas 16 vemos uma distinção absoluta entre o lugar de bênção do remido e o lugar de tormento do condenado. E é o homem, durante a sua vida neste mundo, quem tem de escolher.
A Palavra de Deus indica-nos qual é o meio de salvação. A partir do momento do cumprimento da obra da Cruz, a revelação é muito mais clara.
Ainda no Calvário, o Senhor Jesus declara ao malfeitor arrependido: "Em verdade te digo que, 'hoje, estarás comigo no Paraíso'" (Lucas 23:43).
Ao aperceber-se de que a sua vida neste mundo chegava ao fim, o apóstolo Paulo escreve: "Desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor" (2 Coríntios 5:8), e também: "Para mim o viver é Cristo e o morrer é ganho... Tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor" (Filipenses 1:21 e 23).
O corpo volta ao pó e desintegra-se com o tempo, mas o espírito que o habita volta a Deus, pois a sua existência não depende da matéria. O Pregador (Eclesiastes) já tinha dito: "O homem se vai à sua eterna casa... e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu" (Eclesiastes 12:5 e 7)
Muitos crentes têm podido desfrutar de perfeita lucidez até ao último suspiro. O testemunho prestado pelos que têm assistido à partida desses servos de Deus é comovedor, reconfortando aqueles que ficam de luto: Ter visto os seus rostos iluminados pela bendita luz divina e tê-los ouvido pronunciar "Senhor Jesus" como ultimas palavras dá uma consolação indescritível e faze-nos pensar na posição bendita daqueles fiéis que já não estão mais aqui.
A morte, separação da alma e do corpo, não é mais do que um passo, um estado transitório. A Palavra de Deus afirma peremptoriamente a verdade da ressurreição, prevendo sobretudo a dos crentes.
d) A Morte para o Incrédulo
O destino definitivo do' homem pecador, que não se tenha voltado para Deus antes da sua morte, já está determinado, mas o pecador não será ali introduzido quanto se não cumprir o último Juízo, descrito em Apocalipse 20:12-15.
Enquanto viver sobre a Terra, o homem tem possibilidade de salvação, a qual lhe é ainda oferecida gratuitamente e com insistência: "Se ouvirdes hoje a sua voz, não endureçais os vossos corações" (Hebreus 3: 7-8).
Deus não se compraz na morte do pecador, mas sim no seu perdão e na sua salvação. Ele satisfez os gastos da reconciliação ao dar o Seu próprio Filho! "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha à vida eterna" (João 3:16). Crer na Sua Palavra, aceitar o Seu perdão, dizer sim a Deus não é difícil, e é suficiente para se obter a salvação. Quem ousará recusá-la?
Na já citada história de Lucas 16, o rico está num lugar de tormento desde a sua morte, e está consciente do que irá acontecer aos seus cinco irmãos, que ainda vivem, se não se arrependerem, nem escutarem a Palavra de Deus.
Os pecadores, quando morrem, serão separados para sempre daquele Deus de que não quiseram saber para nada enquanto viviam, aguardando a ressurreição, que os levará perante o Trono do Juízo – e a sua parte serão os tormentos, representados pelo "bicho que não morre e o fogo que nunca se apaga" (Marcos 9:44), e onde sentirão o desespero do seu destino eterno. A companhia daquele que os terá arrastado à perdição, Satanás, não servirá senão para aumentar o seu tormento, visto que a felicidade eterna só pode ser desfrutada na presença de Deus, e Satanás nada pode dar de bom às almas que o escutam e o seguem.
Estas lúgubres considerações fazem-nos estremecer, mas não são nada mais do que a verdade revelada na Palavra de Deus.
Praza ao Senhor que elas façam redobrar os nossos esforços para proclamarmos o Evangelho da graça de Deus, enquanto a porta da salvação estiver aberta. E que também façam estremecer a todo aquele que, até ao dia de hoje, tenha mantido cerrado o seu coração ao chamamento de Jesus Cristo.
e) A Morte Será Abolida
Ora, o último inimigo que há-de ser aniquilado é a morte" (1 Coríntios 15:26). "E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo; esta é a segunda morte" (Apocalipse 20:14).
Um lugar definitivo, longe da vista de Deus, foi preparado para o diabo e seus anjos (ver Mateus 25:41).
Tudo o que foi introduzido pelo príncipe das trevas o seguirá a esse lugar escuro, para que o novo domínio, instaurado por Jesus, seja estabelecido para a eternidade. "E não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas. E, o que estava assentado sobre o trono, disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras" (Apocalipse 21:4-5).
F. Gfeller - "In Leituras Cristãs", Volume XXXIII
10. Entrevista com o apóstolo Paulo
Pergunta: Paulo, ouvi dizer que você é prisioneiro dos romanos.
Resposta: Preso do Senhor (Ef 4:1).
P. Você acha que isso atrapalha seu ministério, a pregação da Palavra...
R. As minhas prisões em Cristo foram manifestas por toda a guarda pretoriana, e por todos os demais lugares; e muitos dos irmãos no Senhor, tomando ânimo com as minhas prisões, ousam falar a palavra mais confiadamente, sem temor (Fp 1:13-14).
P. Você se lembra de alguém que tenha escutado o evangelho aí e se convertido?
R. Onésimo, que gerei nas minhas prisões (Fm 1:10)
P. Também soube de outros problemas, como açoites, apedrejamentos, perseguições... Como isso tudo afeta seu ministério?
R. As coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho (Fp 1:12).
P. Mas com tanto sofrimento você deve ficar deprimido. Como consegue lidar com a depressão?
R. Sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte. (2 Co 12:10).
P. Às vezes você não fica confuso, se questionando se tudo isso está mesmo valendo a pena? E se decidirem condenar você à morte?
R. A minha intensa expectação e esperança, é que em nada serei confundido; antes, com toda a confiança, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte. Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho. (Fp 1:19-21)
P. Tem planos para o futuro?
R. O Espírito Santo me revela dizendo que me esperam prisões e tribulações. Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus (At 20:23-24).
********
Da próxima vez que você reclamar da situação em que Deus o colocou, pense nisto.
11. Lidando com a pressão dos colegas
Se você luta contra a pressão dos colegas, saiba que certamente não é o primeiro cristão a fazê-lo. Pedro e Barnabé eram bons cristãos que Deus usou para espalhar o evangelho entre os gentios. Quando visitaram cristãos gentios em Antioquia, desfrutaram dessa comunhão. Contudo, chegaram de Jerusalém alguns visitantes judeus que não aprovavam comer com gentios. Eles lançaram um olhar de desaprovação para Pedro e Barnabé. Afinal, não se poderia esperar ser aceito em Jerusalém se alguém (suspiro!) comesse com gentios. Pedro e Barnabé sentiram a pressão e cederam. O medo dos homens os enredou e os levou a negar sua unidade com outros cristãos. Ao separarem-se dos cristãos gentios, obtiveram a aprovação dos seus amigos de Jerusalém, mas também obtiveram a repreensão do apóstolo Paulo (Gl 2:11-14). Pedro e Barnabé fizeram o que sabiam ser errado para satisfazer os olhos do homem. Esse é o efeito da pressão dos colegas.
A pressão dos colegas ilustra Provérbios 29:25. "O temor do homem arma uma armadilha, mas quem confia no SENHOR está seguro" (ESV). Quando você colocou sua fé em Cristo, você foi liberto. "Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres" (João 8:36, ESV). Quando você entende o que Cristo fez por você e quem você é em Cristo, você está livre da armadilha de temer e agradar aos homens. Permitir que suas ações sejam determinadas pelas opiniões de seus colegas é uma escravidão autoimposta. Seus colegas não são o juiz final; Deus é. "Cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus" (Rm 14:12, KJV). Seus colegas têm um status infinitesimal em comparação com Deus. Se você tem fé em Cristo, você já é aceito aos olhos de Deus. "Portanto, sendo justificados pela fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo" (Rm 5:1, KJV). A avaliação de Deus substitui as opiniões insignificantes dos homens e, em Cristo, você já é aceito por Deus. Nunca esqueça isso! O Deus do céu e da terra aceitou você.
Definindo o Desafio
Embora você saiba que Deus é muito maior e que Seu julgamento é mais importante, você não verá Deus fisicamente na escola hoje. Você vai ver seus colegas. Seus pares são pessoas da mesma idade que você ou do mesmo grupo social. Eles são as pessoas que estão frequentemente ao seu redor. A pressão dos colegas ocorre quando seus colegas tentam influenciar a maneira como você age. Você pode sentir necessidade de ser como eles ou de se comportar de uma maneira que sabe ser aceitável para eles. Você observará seus grupos, verá suas roupas, ouvirá suas conversas, ouvirá suas risadas e, às vezes, desejará ser mais aceito por eles. Por que é tão difícil? O que seria necessário para você se encaixar melhor? Por que você se sente tão diferente?
A razão da pressão
A razão pela qual você às vezes se sente tão diferente de tantos colegas é que você é diferente. Você é um seguidor de Cristo. Eles estão "seguindo o curso deste mundo, seguindo o príncipe das potestades do ar" (Ef 2:2, ESV). Você é guiado pelo Espírito Santo. Eles estão vivendo "nas paixões da nossa carne, realizando os desejos do corpo e da mente" (Ef 2:3, ESV). Você se revestiu do novo homem, "criado à semelhança de Deus em verdadeira justiça e santidade" (Ef 4:24, ESV). Eles ainda estão marcados pelo velho homem, que é "corrompido pelos desejos enganosos" (Ef 4:18, 22, ESV). A salvação fez uma enorme diferença. A Palavra de Deus apresenta um vasto abismo espiritual entre aqueles que são salvos e aqueles que estão perdidos. É por isso que você às vezes se sentirá diferente. A salvação de Deus criou essa diferença.
Seus colegas não entenderão realmente a diferença, nem você deveria esperar que eles entendessem. O mundo não se contenta em deixar você ser diferente. Mesmo que você nunca diga uma palavra, sua recusa em adotar o comportamento deles envia uma mensagem a eles de que seus comportamentos são errados. Se eles conseguirem convencê-lo a viver como eles, então talvez o seu Salvador não seja tão especial, e talvez a sua fé não seja real, então talvez o comportamento deles não esteja errado. Há muito em jogo para o mundo fazer com que você pense e seja como eles. É por isso que há pressão. Ao resistir à pressão, você implicitamente diz ao mundo que Cristo é melhor do que o que eles têm. O Senhor Jesus disse: "Se você fosse do mundo, o mundo te amaria como se fosse seu; mas porque você não é do mundo, eu te escolhi fora do mundo, portanto o mundo te odeia. Lembre-se da palavra que eu lhe disse: 'Um servo não é maior que seu senhor'. Se eles me perseguiram, também perseguirão vocês" (João 15:19-20, ESV).
A pressão nem sempre resultará de tais motivos malignos. Alguns podem pensar que estão lhe fazendo um favor ao apenas ajudá-lo a se encaixar. Se as coisas nas quais eles querem que você se encaixe não são boas e saudáveis para um cristão, então pode ser simplesmente uma armadilha sutil preparada, não pelos seus colegas bem-intencionados, mas pelo inimigo de sua alma. Ele é anticristo e anticristão. Ele é "o governante deste mundo" (João 12:31, ESV), e está por trás da pressão para moldar você nos moldes deste mundo e fazer com que você adote o pensamento da época. O Senhor Jesus Cristo "se entregou pelos nossos pecados para nos livrar do presente século mau" (Gl 1:4, ESV). Haverá pressão para confundir os limites, mas não se esqueça do que a graça de Deus fez e ainda é capaz de fazer em sua vida e testemunho.
A responsabilidade bíblica
"Se os pecadores o seduzirem, não consinta" (Pv 1:10, ESV). À luz da separação que Deus criou ao libertar-te na Sua misericórdia, Ele convida-te a viver de forma diferente. É um chamado para não ceder à pressão dos colegas. "Não se tornem parceiros deles" e "não participem nas obras infrutíferas das trevas" (Ef 5:7, 11, ESV). Efésios 5 refere-se ao seu discurso, às suas piadas, à sua moralidade sexual e à sua atitude em relação ao álcool, como áreas onde você é chamado a ser diferente. Outros textos bíblicos falam do seu conceito sobre o dinheiro, da sua maneira de vestir e da sua aceitação da verdade diante da pressão para tolerar ideias falsas. Muitas vezes, não são os seus pares que estão a impor-lhe os valores do mundo, mas todos eles estão a ser levados pelo tsunami de influências dos meios de comunicação e do marketing. Não se deixe levar pela torrente do mundo com o seu consumismo, gratificação a curto prazo, imoralidade sexual e idolatria. Nade contra a maré. "Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente" (Romanos 12:2, ESV).
O jovem cristão que enfrenta este desafio, na devoção a Deus, "não é uma folha levada pelo vento das tendências culturais. Ele não é uma água-viva flutuando com a corrente dos tempos. Ele é uma árvore que permanece firme nas tempestades mais fortes. Ele é um golfinho que corta as ondas contra a maré. Ele está indo para algum lugar. Sonhe em ser o tipo de adolescente que o mundo não consegue explicar. [1] "
Chaves para resistir à pressão
Nem sempre será fácil permanecer ereto quando os ventos de pressão fazem com que todos ao seu redor se curvem. Lembre-se de que existem pastores que cuidam de você, que estiveram onde você está e estão orando por você. Eles estão ao seu lado na batalha para resistir à pressão de se adaptar ao mundo ao seu redor. Com a ajuda do Espírito de Deus, você precisa assumir a responsabilidade de lidar com a pressão que certamente virá.
Escolhas Práticas
No início de um novo ambiente de grupo, faça declarações de valores que estabeleçam rapidamente quem você é e o que você valoriza. Quando lhe perguntarem o que você fez no domingo, não diga apenas "não muito". Diga-lhes que você foi a uma reunião da sua igreja. Deixe claro desde o início que você não vai rir das piadas sujas. Fale para defender Deus. Fazer isso logo no início às vezes o preservará de situações embaraçosas mais tarde. Seus colegas já saberão sua posição e, às vezes, respeitarão você por isso.
Em segundo lugar, quando se trata de resistir à pressão e fazer o que é certo face à oposição, a força está nos números. Maximize o seu tempo com os cristãos em oposição aos incrédulos. O desígnio de Deus é que o Seu povo faça parte de uma igreja local e participe genuinamente na comunhão com os cristãos. A igreja é um corpo, e assim como você deve desempenhar um papel no apoio aos outros, você também precisa do apoio dos outros. Escolha seus amigos com cuidado, pois eles exercem uma grande influência em suas perspectivas e decisões. "Não se enganem: as más companhias arruínam os bons costumes" (1Co 15:33, ESV). Muitos jovens crentes tropeçaram como resultado da diminuição gradual do tempo na companhia de cristãos e do aumento do tempo na companhia de incrédulos. Organize propositalmente sua agenda para permitir que você esteja com os cristãos.
Oração
Haverá momentos, porém, em que você não terá nenhum cristão ao seu redor para apoiá-lo quando a prova chegar, mas o Senhor está com você e tem prazer em ajudar Seus filhos. Dependa Dele. Clame a Ele por força e sabedoria. "Buscai ao Senhor e à sua força; busque sua presença continuamente!" (Sl 105:4, ESV).
Perspectivas Adequadas
Lembre-se de que a pressão, por mais forte que seja, é breve em comparação com a era que está por vir. "Pois esta leve aflição momentânea está preparando para nós um peso eterno de glória, além de toda comparação, ao olharmos não para as coisas que são vistas, mas para as coisas que não são vistas. Porque as coisas que se veem são transitórias, mas as coisas que não se veem são eternas" (2Co 4:17-18, ESV). Mantenha essa perspectiva eterna. O que parece legal e moderno hoje pode desaparecer amanhã. Você deve, então, valorizar o que dura por toda a vida e entrar no reino que em breve surgirá.
Você provavelmente enfrentará zombaria às vezes ao honrar a Cristo. Tenha em mente que há uma bênção em sofrer reprovação por Cristo. Você está vivenciando um pouco do que seu Senhor experimentou. "Se o mundo te odeia, saiba que ele me odiou antes de odiar você" (João 15:18, ESV). O Senhor também disse: "Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados sois vós quando outros vos injuriarem e perseguirem e proferirem falsamente todo tipo de mal contra vós por minha causa. Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus, pois assim perseguiram os profetas que existiram antes de vós" (Mateus 5:10-12, ESV). Recompensas celestiais – o sorriso do seu Senhor, sendo contado com Cristo – vale a pena sofrer por elas. Perspectivas adequadas obviamente exigem fé, mas é isso que lhe permitirá suportar a pressão. "Esta é a vitória que venceu o mundo: a nossa fé" (1 João 5:4, ESV).
Examinando as Escrituras
Para que uma árvore permaneça forte quando os ventos com força de furacão e a pressão dos pares começarem a soprar, essa árvore precisa ter raízes fortes. Para serem fortes, as raízes precisam de nutrição. É interessante que a Bíblia compare um indivíduo que não é vítima da pressão dos colegas a uma árvore. "Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores; mas o seu prazer está na lei do Senhor, e na sua lei ele medita dia e noite. Ele é como uma árvore plantada junto a correntes de águas" (Sl 1:1-3, ESV). Em contraste, observe que o versículo 4 diz que os ímpios "são como a palha que o vento espalha". Sua força depende totalmente de estar firmemente plantado nas Escrituras. A Bíblia lhe dará perspectivas adequadas. Suas palavras irão encorajá-lo e fortalecê-lo. É uma parte essencial da sua armadura para as batalhas espirituais.
"Finalmente, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. Vista toda a armadura de Deus para que você possa resistir às maquinações do diabo. Pois não lutamos contra a carne e o sangue, mas contra os governantes, contra as autoridades, contra os poderes cósmicos sobre as trevas presentes, contra as forças espirituais do mal nos lugares celestiais. Portanto, vista toda a armadura de Deus, para que você possa resistir no dia mau e, tendo feito tudo, permanecer firme. Permanecei, portanto, tendo apertado o cinto da verdade, e tendo colocado a couraça da justiça, e, como sapatos para os pés, tendo colocado a prontidão dada pelo evangelho da paz. Em todas as circunstâncias tomai o escudo da fé, com o qual podereis extinguir todos os dardos inflamados do Maligno; e tomai o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus, orando em todo tempo no Espírito, com toda oração e súplica. Para isso, mantenham-se alerta com toda perseverança, suplicando por todos os santos" (Ef 6:10-18, ESV).
São também as Escrituras que estabelecem o que consideramos no início do nosso artigo. Cristo libertou você para viver uma vida para Deus. Não permita que os homens o restrinjam e prendam. Sonho em ser o tipo de adolescente que o mundo não consegue explicar. Você não precisa da aprovação deles. Em Cristo, você já é aceito por Deus, e é o Seu olhar que mais importa.
[1] John Piper, Um chamado aos adolescentes para serem livres(desiringGod.org, 2015).
Caim, Mateus
12. Amizade
Todo mundo precisa de um amigo. A primeira declaração registrada de Deus sobre Sua criatura, o homem, foi: "Não é bom que o homem esteja só" (Gn 2:18). Helen Keller disse: "Prefiro caminhar com um amigo no escuro do que sozinho na luz". Estávamos programados para relacionamentos, para amizades. Até o Senhor Jesus tinha amigos (João 15:14, 15). Na verdade, o próprio Deus tinha um amigo chamado Abraão (Tiago 2:23).
O valor de um bom amigo é imensurável. O escritor de Eclesiastes disse: "Melhor são dois do que um, porque recebem um bom retorno pelo seu trabalho. Pois se um deles cair, aquele levantará o seu companheiro. Mas ai daquele que cai quando não há outro que o levante" (Ec 4:9-10; NASB). O dano causado por um amigo mal escolhido é igualmente imensurável. Primeira Coríntios 15:33 diz: "Más companhias arruínam os bons costumes" (ESV). Portanto, precisamos ter cuidado para escolher nossas amizades com sabedoria.
Como escolher um amigo
Escolha um amigo salvo – Os melhores amigos que você encontrará são aqueles que conhecem a Cristo. A palavra "amigos" aparentemente era um título que os primeiros cristãos usavam para si mesmos. O apóstolo João concluiu sua terceira epístola com as palavras: "Paz seja convosco. Os amigos cumprimentam você. Saudai os amigos, cada um deles" (3 João 14, ESV). Os crentes que ainda não conhecemos já são nossos amigos, porque temos muito em comum (por exemplo, um relacionamento com o Senhor Jesus, o perdão dos pecados, a habitação do Espírito de Deus, o amor de Deus derramado em nossos corações, etc.). Isso não quer dizer que não devemos ser amigáveis com os não salvos. O Senhor Jesus jantou com pecadores (Lucas 15:2). Mas está claro que Seu objetivo sempre foi levá-los à salvação. Porque somos chamados a evangelizar os perdidos, devemos ter contato com os perdidos. Um ponto prático a ter em mente é que o Senhor Jesus não jantou sozinho com os perdidos. Ele sempre tinha alguns dos discípulos com Ele. Ao passar tempo com os incrédulos para alcançá-los com o evangelho, pode ser sábio levar amigos crentes com você para responsabilizá-lo por suas palavras e ações e para ajudá-lo a manter seu testemunho cristão.
Escolha um amigo sábio – Infelizmente, nem todos os que professam ser cristãos manifestam um comportamento sábio. Provérbios 13:20 diz: "Quem anda com os sábios será sábio, mas o companheiro dos tolos será destruído". A palavra "tolo" aqui contém a ideia de confiança e capta a principal característica do tolo: sua confiança está em si mesmo, não em Deus. Escolha amigos que confiam no Senhor e que buscam orientação e orientação na Palavra de Deus.
Escolha um amigo fiel – Um amigo em tempo bom não é realmente nenhum amigo. Escolha amigos que estarão ao seu lado, independentemente das circunstâncias. Walter Winchell escreveu: "Um verdadeiro amigo é aquele que entra quando o resto do mundo sai". É igualmente importante que você escolha um amigo que não seja apenas fiel a você, mas também fiel ao Senhor. Davi disse que ele era "companheiro de todos os que te temem e dos que guardam os teus preceitos" (Sl 119:63). Observe que Davi, um rei, tinha amizade com "todos" que temiam ao Senhor, fossem eles ricos ou pobres, conhecidos ou desconhecidos. Não limite suas escolhas de amigos àqueles que você considera dignos. Alguns dos melhores amigos que você poderia ter podem ser aqueles que vivem em diferentes circunstâncias sociais, culturais e econômicas.
Como não escolher um amigo
Evite o Imoral – Provérbios 29:3 diz: "Aquele que se associa com prostitutas, gasta os seus bens." Nem precisamos que nos digam que a amizade com prostitutas está completamente fora de questão para o cristão. Mas o princípio deste versículo vai além. Se me associo com pessoas cujos padrões e práticas sexuais contradizem a Palavra de Deus, estou no caminho da imoralidade e do desastre. Além disso, uma pessoa que usa linguagem sugestiva e conta piadas grosseiras é uma pessoa que deve ser evitada como amigo (Ef 5:4).
Evite a fofoca – Salomão disse sabiamente: "Não se associe com fofocas" (Pv 20:19; NASB). A palavra "fofoca" aqui significa literalmente "aquele que abre a boca". Todos conhecemos pessoas que não sabem manter a boca fechada. Evite-os. Eles não serão leais a você nem a ninguém. Suponha com segurança que tudo o que você disser a eles se tornará informação pública e também poderá destruir sua amizade com outras pessoas. Então Salomão acrescenta: "Quem repete um assunto separa amigos íntimos" (Pv 17:9, NASB).
Evite os que logo se irritarão – "Não faças amizade com um homem dado à ira, nem andes com um homem irado, para que não aprendas os seus caminhos e te enredes numa armadilha" (Pv 22:24, 25, ESV). É provável que todos nós já tenhamos passado por momentos em que cedemos à raiva e dizemos ou fazemos coisas que gostaríamos de poder reverter. Este texto descreve alguém para quem a raiva é o seu caminho de vida ("para que você não aprenda os seus caminhos"). Você pode escolher um amigo muito melhor do que aquele cuja vida é marcada pela fúria e pela raiva. Não só existe o perigo de se tornar como alguém dado à raiva, como também existe a forte possibilidade de ficar "enredado numa armadilha". Um passo errado ou uma palavra errada e você poderá ser alvo da ira de uma pessoa furiosa.
Evite quem busca prazeres – "Quem guarda a lei é filho sensato, mas quem é companheiro de glutões humilha seu pai." (Pro 28:7, NASB) A palavra para "glutões" descreve qualquer forma de auto-indulgência imprudente, desde a pessoa que precisa sempre ter o que há de mais novo e melhor até o hedonista, constantemente em busca das últimas emoções. A pessoa que anda com pessoas assim logo se torna como elas, "humilhando assim o pai". Além disso, cercar-nos de amigos como estes é colocar-nos em conflito direto com as reivindicações que o Senhor colocou sobre nós como Seu povo. Somos chamados a viver uma vida altruísta, e não uma vida egocêntrica (1Co 6:19, 20). Além disso, existe uma grande probabilidade de que quem busca o prazer acabe escolhendo "coisas" em vez de um relacionamento valioso com você.
Evite os rebeldes – "Meu filho, tema ao Senhor e ao rei, e não se junte àqueles que agem de outra forma, pois o desastre deles surgirá repentinamente, e quem sabe a ruína que virá de ambos?" (Pv 24:21, 22, ESV). Não escolha amigos que estão sempre reclamando das "restrições" impostas a eles por seus pais ou que criticam constantemente os anciãos da assembleia pelas decisões que tomam. "Se eu me cercar de reclamantes que estão constantemente minando uma atitude adequada em relação à autoridade, tanto a de Deus quanto a daqueles designados por Deus, será muito difícil para mim manter uma verdadeira reverência a Deus e aos homens" (Amizade de Qualidade, Gary Inrig).
Como ser um amigo
Seja Comprometido – Provérbios 17:17 diz: "O amigo ama em todo o tempo, e para a adversidade nasce um irmão". Amigos em mau tempo são os únicos que vale a pena ter. Nossos amigos devem saber que, independentemente de seus erros, palavras mal escolhidas ou ações potencialmente prejudiciais, estamos comprometidos em ser amigos. Isto também poderia envolver declarar abertamente esse compromisso. Talvez a amizade mais conhecida no Antigo Testamento seja aquela entre Davi e Jônatas. Uma das características de sua amizade envolvia um compromisso declarado um com o outro: "Então Jônatas fez uma aliança com Davi, porque o amava como a sua própria alma" (1Sm 18:3, ESV).
Seja encorajador – Quando Saul estava perseguindo Davi para matá-lo, Jônatas foi até Davi "e fortaleceu sua mão em Deus" (1Sm 23:16). Ele encorajou Davi, lembrando-lhe o propósito de Deus para sua vida, mesmo que isso significasse um lugar inferior para Jônatas: "Tu serás rei sobre Israel, e eu serei o teu próximo" (1Sm 23:17). Jônatas poderia ter visto Davi como um competidor, mas ser um verdadeiro amigo envolve a disposição de ficar em segundo plano. Doug Larson disse que "um verdadeiro amigo é alguém que ignora seus fracassos e tolera seu sucesso!" Seja um bom amigo ajudando outros a determinar a vontade e o propósito de Deus para suas vidas.
Esteja aberto – Não pode haver amizade genuína sem risco e vulnerabilidade. Isso significa que devemos estar dispostos a compartilhar nossos sentimentos e discutir abertamente nossas opiniões, sem medo de rejeição ou ridículo. Significa também que haverá momentos em que teremos de confrontar os nossos amigos quando discordarmos deles. Jônatas fez isso com Davi, apesar de Davi ter razão (1Sm 20:1-11). Jonathan ainda correu o risco porque conhecia este princípio: "A repreensão aberta é melhor do que o amor secreto. Fiéis são as feridas de um amigo" (Pv 27:5-6).
Seja amoroso – Pouco antes de Jesus dizer aos Seus discípulos que eles eram Seus "amigos", Ele disse: "Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos" (João 15:13, 14). Jônatas foi a extremos para proteger Davi da ira de seu pai, Saul. Ele fez isso mesmo sabendo que havia a possibilidade de morte pelas mãos de seu pai (1Sm 20:13-15). Um bom amigo está disposto a abrir mão de algo para proteger a reputação, o bem-estar espiritual ou até mesmo a própria vida de um amigo.
Como perder um amigo
Além das ações mencionadas acima em "Como não escolher um amigo", há muitas outras coisas que você pode fazer para destruir uma amizade, mesmo que seja feito involuntariamente.
Seja Egoísta – Provérbios 18:1 diz: "Uma pessoa hostil busca fins egoístas" (NVI). Amizade e egoísmo não podem coexistir. Se você buscar qualquer tipo de relacionamento baseado no que a outra pessoa pode fazer por você, ele durará pouco. Qualquer relacionamento construído com base na ideia de que essa pessoa está "atendendo às minhas necessidades" está fadado a uma eventual decepção.
Seja Invejoso – "A ira é cruel e a raiva é ultrajante; mas quem é capaz de resistir à inveja?" (Pv 27:4). Muitas vezes começamos a olhar para o que nossos amigos têm (por exemplo, coisas boas, outros amigos, habilidades espirituais, etc.) que nós não temos. A princípio, podemos dizer a nós mesmos que, para nos adaptarmos melhor, é necessário que tenhamos também essas coisas. Mas se este continuar a ser o nosso foco, eventualmente faremos quase tudo para conseguir essas coisas. No processo, destruímos o que era muito mais valioso. Na sua Exposição de Provérbios, George Lawson disse: "A queda do homem, o assassinato de Abel, a escravidão de José, as perseguições de David, a crucificação de nosso Senhor, são monumentos da fúria da inveja".
Seja possessivo – Algumas pessoas são tão pegajosas e possessivas que as amizades são sufocadas. Eles querem passar quase todos os momentos do dia com um amigo específico. Um amigo maduro não só é capaz de desfrutar de vários relacionamentos profundos com outras pessoas, mas também permite que seus amigos façam o mesmo sem se sentirem ameaçados. Muitas vezes, numa amizade possessiva, cada momento de fraqueza é visto como um sinal de que a amizade está em apuros. É muito difícil gostar de estar em qualquer tipo de relacionamento quando ele está sendo analisado incessantemente.
Essas palavras podem chegar a alguém hoje que sente a dor de uma amizade rompida ou que pensa que não há nenhum amigo por aí. Todos nós precisamos de um amigo e, felizmente, todos temos um amigo. O Senhor Jesus é "um amigo mais chegado do que um irmão" (Pv 18:24, ESV). James Grindley Small escreveu estas palavras em 1863:
Encontrei um amigo, oh, que amigo!
Tão gentil, verdadeiro e terno,
Tão sábio Conselheiro e Guia,
Tão poderoso Defensor!
Encontrei um amigo, oh, que amigo!
Ele sangrou, Ele morreu para me salvar;
E não apenas o dom da vida,
mas Ele mesmo me deu.
Lembre-se deste amigo. Alegre-se com este amigo. Agora vá ser um amigo como Ele!
Peterson, David
13. Orientação e a Vontade de Deus
Está escrito em preto e branco, como um projeto. Não há suposições, nem margem para erro, nem dúvidas sobre o próximo passo ou aonde isso vai levar. A imagem é nítida conforme mostrado pelas linhas pontilhadas; basta acompanhar e preencher os espaços. Como a vida seria organizada se assim fosse!
Se você é um jovem que está lendo este artigo, tenha certeza de que, embora os princípios apresentados tenham você em mente, eles não são apenas para você. Muitos de nós que estamos um pouco mais avançados na nossa experiência cristã aprendemos e provamos a fidelidade de Deus através de experiências de vida. Nós também precisamos ser lembrados de como, como aqueles que estão ligados a um Senhor soberano, podemos continuar a "andar dignos do Senhor, agradando-lhe em tudo" (Colossenses 1:10).
Quatro Aspectos da Vontade de Deus
Uma consideração da vontade de Deus nas Escrituras revela quatro aspectos que guiarão nosso pensamento e busca para descobrir a vontade de Deus para nossa vida; Sua vontade soberana, moral, particular e permissiva. A vontade soberana de Deus reconhece o direito e a autoridade de Deus para fazer o que Ele quiser. Nada no universo pode pará-lo. Ele cumprirá Seus propósitos e sempre terá a última palavra. Embora nossa carne possa hesitar diante disso, devemos nos curvar. A nossa resistência é provavelmente devida a uma má compreensão da natureza e do propósito final de Deus, que resulta em não conseguirmos ver que Deus quer o melhor para nós. Em tudo que Ele faz, Ele trabalha para trazer glória a Si mesmo. "Tu criaste todas as coisas, e por tua vontade elas existem e foram criadas" (Apocalipse 4:11). Considere também Salmos 135:6; 115:3; e Daniel 4:35.
O segundo aspecto é a Sua vontade moral imutável claramente exposta na Sua Palavra. Independentemente do que a sociedade diga, há coisas que são certas ou erradas em si mesmas, com base em verdades específicas das Escrituras. Esses absolutos morais são invioláveis, e ao mantê-los o crente demonstra submissão ao senhorio de Cristo, o que é necessário antes que qualquer luz adicional seja dada quanto à vontade de Deus para nossas vidas pessoais.
Esta vontade de Deus para as nossas vidas pessoais pode ser chamada de vontade particular de Deus. Mais sobre isso mais tarde. O último aspecto da vontade de Deus é a Sua vontade permissiva, por meio da qual Ele nos permite seguir nosso próprio caminho fora daquilo para o, qual Ele nos chama. Nessas experiências de vida, muitas vezes aprendemos lições valiosas sobre nós mesmos e sobre nosso Deus. Um exemplo disso pode ser o desejo de Pedro de sair do barco para ir ao Senhor Jesus. A vontade particular de Deus era que eles fossem para o outro lado, mas foi a vontade permissiva de Deus que permitiu que Pedro saísse do barco. Pedro aprendeu lições valiosas sobre sua própria fraqueza, medo e dúvida, bem como sobre a fidelidade, o poder e o cuidado de seu Deus. É interessante que nunca mais lemos sobre Pedro perguntando novamente se ele poderia andar sobre as águas com ou para o Senhor Jesus. (Para um estudo mais aprofundado sobre a vontade permissiva de Deus, considere a história de Balaão no Antigo Testamento.)
Assumindo um relacionamento genuíno com Deus e um desejo honesto de conhecer e fazer a Sua vontade, há quatro áreas que precisam ser abordadas.
1. Conhecendo a Palavra de Deus
Não existem atalhos. Os devocionais são bons, os comentários são úteis, os dicionários muitas vezes são necessários, mas não há substituto para um momento diário de silêncio a sós com a Bíblia. Conhecer a vontade de Deus para as nossas vidas significa que devemos conhecê-Lo; Seu coração, Seus desejos, Seu caráter e métodos. Ao jovem Timóteo, Paulo escreve: "Medita nestas coisas; entrega-te inteiramente a eles, para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos" (1 Timóteo 4:15).
Quando consideramos a vontade de Deus nas Escrituras, existem preceitos (regras) e princípios que precisam ser considerados. A diferença pode ser notada através do exemplo da vida familiar. Os pais têm parâmetros que seus filhos seguem para sua proteção e bem. A criança pode nem sempre compreender esses parâmetros exigidos enquanto jovem, mas com o tempo e o ensino ela passará a vê-los como um reflexo do cuidado e do caráter dos pais. À medida que os filhos continuam a crescer, os pais terão o prazer de ver os seus filhos começarem a viver, não apenas com base na resposta a preceitos (regras), mas em princípios direcionais que foram estabelecidos pela expressão e exemplo dos pais. A criança já não opera com base em "a mãe diz isto" ou "o pai diz aquilo", mas na compreensão de que pode ou não fazer determinada coisa porque isso violaria quem ela é, em associação com os seus pais. Um outro aspecto é o de um jovem que age em obediência aos preceitos e princípios por causa de um desejo devocional de agradar aqueles que sabe que os amam.
Da mesma forma, a Palavra de Deus guia a nossa vida diária e o nosso crescimento através de parâmetros exigidos e princípios direcionais que refletem o cuidado e o caráter do nosso Pai celestial. O resultado não é uma observância farisaica de preceitos e princípios, mas nossa busca devocional para, em todas as coisas, obedecer e procurar agradar e glorificar nosso Pai celestial, sabendo que nosso Pai deseja o melhor para Seus filhos.
Os parâmetros exigidos das Escrituras dados para nossa orientação são ultrapassados por nossa conta e risco. Deus nos deu diretrizes em Sua Palavra que estão de acordo com Seu caráter santo e são para nossa bênção e proteção. Quando procuramos conhecer a orientação de Deus nas nossas vidas, precisamos de garantir que estamos a submeter-nos à autoridade destes valores morais absolutos. Essas coisas incluem o "farás" e o "não farás" da lei, bem como as obras proibidas da carne, conforme listadas em Gálatas 5:19. Uma leitura geral do Novo Testamento lhe permitirá descobrir muitas outras passagens (Efésios 4:17-31 e 2 Coríntios 6:14-18, etc.) que testificam dos parâmetros exigidos por Deus em nossas vidas. Nem todas as coisas, porém, são proibidas, pois há coisas que são exigidas de nós: perdão (Ef 4:32), arrependimento (Atos 17:30), fé (Atos 16:31), batismo (Marcos 16:16), e a comemoração do Super do Senhor (1Cor 11,24).
À medida que começamos a obedecer a Deus nos Seus parâmetros exigidos, tornamo-nos cada vez mais sensíveis à Sua vontade para a nossa caminhada diária. Será que a atividade, palavra ou lugar nos fará pecar contra Deus pela desobediência a um determinado preceito? Graciosamente, Ele nos dá princípios para direcionar nossos passos. São igualmente vinculativos, mas muito mais abrangentes na sua aplicação. Ao estudar a Bíblia, procure os princípios que estão sendo ensinados, pois através da sua aplicação correta, muitas perguntas serão respondidas quando se trata de tomar decisões. Embora existam muitos mais, consideraremos brevemente seis princípios orientadores.
- Em 1 Coríntios 6:12 temos o princípio do benefício. Paulo diz: "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm". O "todas as coisas", sejam consideradas possíveis ou amorais (não pecado em si), não muda o princípio apresentado. Precisamos determinar se o que estou prestes a fazer ou dizer é conveniente (lucrativo ou útil) para me levar ao objetivo dado por Deus.
- Nesse mesmo versículo está o princípio da escravidão. Paulo diz: "Não serei colocado sob o poder (autoridade) de ninguém". Qualquer atividade que possa escravizá-lo, embora não seja pecado em si, é errada. Quando uma busca inocente começa a controlá-lo ou você se torna viciado nela, isso se torna um pecado para você – você está "sob o poder" dela.
- Paulo declara em 1 Coríntios 8:1 "Mas vede que esta liberdade de vocês não se torne de modo algum uma pedra de tropeço para os fracos". O contexto imediato (vv4-13) envolve a questão das carnes oferecidas aos ídolos. O princípio é o do "irmão" (v13) e envolve a consideração em oração da influência do meu comportamento sobre meu irmão ou irmã em Cristo. Irá tropeçar ou ajudá-los na sua experiência cristã?
- Primeira Coríntios 10:23 nos dá o princípio da construção. "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam." Cada filme, cada CD de música ou download, cada programa, cada amizade irá edificá-lo como filho de Deus ou derrubá-lo. O verdadeiro entretenimento é legítimo e um presente de Deus, mas o diabo é esperto e sabe que se ele conseguir fazer você rir e desfrutar daquilo que é degradante à imagem de Deus, ele ganhou o dia. Ao tomar decisões, pergunte-se: essa escolha é edificante? Isso me edificará espiritualmente?
- O princípio da bênção em 1 Coríntios 10:31 é universal em sua aplicação: "Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus". Isto sublinha todos os outros princípios. Estou buscando a glória de Deus em tudo ou na minha própria? Cada conversa, cada atividade, cada férias, cada passeio, cada guarda-roupa (Decência: como cubro meu físico; Dignidade: como carrego minha pessoa; Comportamento: como transmito minha personalidade) trará honra ou desonra ao Senhor.
- O princípio que emerge de 1 Coríntios 10:32-33 é o da bênção aos não salvos. O que meu vizinho acha que é a coisa mais importante na minha vida? Nem todos nós ainda temos a coragem ou a capacidade de presentear um amigo, ou conhecido não salvo com um folheto, ou mensagem evangélica. Será que o meu modo de vida é tal que, ao fazê-lo, eu não traria vergonha ao glorioso evangelho de Cristo?
Conhecer a palavra de Deus em termos de seus parâmetros exigidos e princípios direcionais lhe dará orientação para determinar a vontade de Deus a partir das Escrituras, e deve resultar em uma busca devocional pela qual sua motivação como crente ao fazer escolhas seja deleitar o coração de seu Deus.
Temos olhado para a Palavra de Deus em relação ao recebimento de orientação para determinar a vontade de Deus para nós e é por aí que devemos sempre começar. Existem, no entanto, outros aspectos de orientação relativos à determinação da vontade de Deus para nós.
2. Compromisso com a Vontade de Deus
Devemos enfrentar a realidade do nosso compromisso com a vontade de Deus. Depois ou no momento da salvação, cada cristão é levado a um ponto em que, em reconhecimento das "misericórdias de Deus", ele se coloca no altar num ato de compromisso total. "Rogo-vos, pois, irmãos, pela misericórdia de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso serviço racional" (Rm 12:1-2). Embora haja um ato inicial de submissão à Sua vontade, torna-se um processo diário de compromisso sem reservas, que é afirmado no versículo 2 de Romanos 12.
3. Confiando no Caminho de Deus
Dar esse passo de fé no que sinto ser a vontade de Deus para minha vida pode ser assustador. Eu sugeriria que se estivermos andando em obediência à Sua vontade revelada, embora o caminho diante de nós, possa ser confuso, o que escolhermos será, no momento, Sua vontade particular para nós. "Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento" (Pv 3:5). "Vós que temeis ao Senhor, confiai no Senhor: Ele é o seu auxílio e o seu escudo" (Sl 115:11).
4. Orando pela Sabedoria de Deus
É de vital importância curvar nossos corações em oração e solicitar a sabedoria de Deus a respeito do caminho de nossa vida. Paulo aos Filipenses diz "mas em tudo, pela oração e súplica, com ação de graças, sejam os vossos pedidos conhecidos diante de Deus" (4:6). Tiago nos lembra: "Se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não a censura" (Tiago 1:5).
Conclusão
Assim como o Guia do Caçador para os caçadores, as Escrituras para os crentes nos alertam sobre muitas armadilhas desviantes. Temos muitos inimigos que nos assaltam. Satanás despreza o que Deus ama. O mundo, com seus atrativos, desvia nossa atenção e carinho. A carne sempre presente é implacável com seu apetite insaciável. O Senhor nos ajude a sermos diligentemente "cheios do conhecimento de Sua vontade (…) andarmos dignos do Senhor, agradando-lhe em tudo". (Colossenses 1:9-10).
Joyce, Stephen
14. Depressão e ansiedade
Quando o pecado entrou no mundo, uma série de aflições seguiu em seu rastro, incluindo a depressão. Antes da queda de Adão, ele e Eva não sabiam nada sobre o pecado, vergonha, medo ou tristeza. Mas quando o pecado quebrou seu mundo perfeito, ele os condenou à doença, traição e perda (Gênesis 3:14-19; Romanos 5:12; 8:20-22). A chegada do sofrimento tornou a alegria constante impossível. Em vez disso, muitos de seus descendentes sofreriam depressão em algum momento da vida por causa de doenças físicas, circunstâncias tristes, escolhas ruins, relacionamentos rompidos - ou sem nenhuma razão aparente. A depressão remonta ao pecado, mas muitas vezes não ao próprio pecado do sofredor. Ela atinge crentes e descrentes, os fortes e os fracos, os estoicos e os sensíveis, os espirituais e os carnais. Pode cair repentinamente ou surgir lentamente. Pode passar em algumas semanas ou se tornar uma luta para toda a vida. E por causa de seu estigma, muitos esconderão seus problemas e definharão sozinhos.
A depressão é diferente da tristeza do momento. O Senhor Jesus chorou em ocasiões tristes, mas nunca ficou deprimido (Lucas 19:41; João 11:35). Tanto o luto normal quanto a depressão incluem tristeza intensa, muitas vezes misturada com ansiedade. Com a tristeza comum após uma perda, a emoção dolorosa vem em ondas decrescentes intercaladas com sentimentos normais e memórias positivas. Na depressão, no entanto, o humor permanece baixo por longos períodos de tempo com pouco ou nenhum alívio. A tristeza após um revés pode incluir arrependimentos, mas a depressão comumente acrescenta sentimentos de inutilidade e auto-aversão. O luto pode produzir pensamentos fugazes de morrer para se reunir com um ente querido, mas a depressão geralmente cria uma obsessão com a morte como uma fuga da dor que parece permanente.
A depressão não é exclusivamente física nem espiritual; são ambos. Embora a depressão afete o sono, a energia, o apetite e o movimento, ela também pode ser um efeito de alguma mistura de doença, gênero, genética, personalidade, trauma, estresse e abuso (Lamentações 3:1-18; Salmo 143:3-4).
Quando as pessoas estão deprimidas, elas não conseguem se concentrar ou tomar decisões e perdem o interesse em atividades que antes gostavam. Algumas ficam muito ansiosas e agitadas, perdem peso e não conseguem dormir. Outras notam apatia, fadiga, sonolência e ganho de peso. E seus sistemas nervosos excessivamente vigilantes e sensibilizados geram uma gama de sintomas nocivos e clinicamente inexplicáveis que aumentam seu sofrimento. E não, elas não conseguem simplesmente desligar esses sentimentos.
As Escrituras descrevem as emoções cruas de homens e mulheres, servos fiéis de Deus, que lutavam contra a depressão. Na maioria dos casos, eles sofriam não porque eram pecadores sob julgamento divino, mas porque eram humanos sob intensa pressão. Jó perguntou: "Por que se dá luz ao que está em miséria, e vida ao amargurado de alma, que anseia pela morte, mas ela não vem?" (Jó 3:20-21).
Moisés disse honestamente ao Senhor: "O fardo é pesado demais para mim. Se me tratares assim, mata-me imediatamente... para que eu não veja a minha miséria" (Números 11:14-15).
Ouça Davi enquanto ele implorava pela misericórdia de Deus: "Estou exausto de tanto gemer. A noite inteira inundo a minha cama de choro e encharco o meu leito de lágrimas" (Salmo 6:6). Mais tarde, ele escreveu: "Registre a minha miséria; liste as minhas lágrimas no seu livro — não estão elas no seu registro?" (Salmo 56:8).
Debaixo de um zimbro, Elias orou desanimado: "Basta; agora, SENHOR, tira-me a vida, porque não sou melhor do que meus pais" (1 Reis 19:4).
E Paulo, por um breve período, disse que estava "completamente sobrecarregado além das suas forças e desesperado da própria vida" (2 Coríntios 1:8).
Conselho de Tiago
A depressão, quando principalmente uma luta espiritual, pode ser resolvida com a leitura consciente das Escrituras, oração dependente e tempo a sós com Deus. Deus pode curar por intervenção direta sem intermediários, e às vezes Ele o faz. As Escrituras, no entanto, fornecem muitos exemplos do uso de meios por Deus para trazer ajuda e cura. Quando a depressão não se resolve sozinha, precisamos aproveitar todos os meios que Deus fornece para promover a recuperação. Em doenças prolongadas ou difíceis (aqui um termo amplo para problemas físicos e espirituais), Tiago aconselha chamar os anciãos da igreja, ungir com óleo, orar com fé e confessar pecados (Tiago 5:13-20).
Esses são meios: aceitar conselhos sábios, acolher orações intercessoras, considerar terapia médica e identificar pecados potenciais.
"Está alguém entre vocês doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes orem sobre ele" (Tiago 5:14).
O cuidado pastoral de outros crentes ajuda muito as pessoas com depressão. O trabalho mais eficaz deles é a oração intercessora; Tiago diz que ela tem "grande poder" (v.16). Mas ele também sugere que, como presbíteros, eles usarão sua experiência espiritual para fornecer conselhos sábios. Eles aprenderam a verdade e podem "trazer de volta" aqueles que se desviam dela (Tiago 5:19-20).
Eles percebem, no entanto, que chavões e discursos motivacionais não curam a depressão instantaneamente; em vez disso, eles trabalham com gentileza e sensibilidade, primeiro simplesmente "chorando com os que choram" e compartilhando seus fardos (Romanos 12:15; Gálatas 6:1-2).
Qualquer crente atencioso que ouve, ora e oferece sabedoria da Bíblia é incrivelmente útil para pessoas deprimidas. Em casos difíceis, no entanto, conselheiros profissionais fornecem percepções e ferramentas essenciais que tornam a recuperação mais provável. Como a depressão distorce o pensamento, conselheiros qualificados nos ajudam a identificar falsas crenças sobre nós mesmos e o mundo, modificar essas crenças e, então, testar as novas crenças por meio de mudanças planejadas no comportamento.
Conselheiros cristãos que baseiam suas recomendações nas Escrituras e nos ajudam a ver a realidade da perspectiva de Deus são obviamente mais valiosos do que terapeutas seculares. A resolução positiva de problemas requer aprender boas habilidades de enfrentamento e desaprender as ruins. Embora a depressão possa ocorrer em famílias por razões genéticas que não podem ser evitadas, as famílias também podem perpetuar a depressão por meio de comportamentos aprendidos que podem ser ajudados pela terapia. Esses comportamentos incluem pensar apenas emocionalmente, tolerar escolhas ruins, focar apenas em coisas negativas e transformar preocupações comuns em catástrofes.
Alguns crentes deprimidos que têm um transtorno afetivo médico sofrem de mau-humor não tratado por anos, assumindo que estão suportando essa sentença porque não conseguiram superar sua fraqueza espiritual. Tiago, no entanto, ensina que o trabalho espiritual maior de ajudar as pessoas a se recuperarem da angústia pode exigir terapia médica - mesmo que o pecado esteja contribuindo para a doença.
Quando ele diz: "ungindo-o com azeite em nome do Senhor" (5:14), descreve o uso de cuidados de saúde atuais por praticantes leigos que servem como agentes de Deus. Esta passagem, por implicação, apoia o tratamento médico para depressão, incluindo o uso de medicamentos antidepressivos prescritos em alguns casos.
A prescrição de medicamentos antidepressivos é frequentemente desnecessária e nunca suficiente. Esses medicamentos não devem substituir a leitura, a oração, a orientação e a disciplina. Não ajudamos ninguém se os usarmos como narcóticos para anestesiar a culpa do pecado não confessado e a dor de problemas não resolvidos. E eles podem ter efeitos adversos.
Na depressão grave, no entanto, a medicação não é o último recurso, mas o primeiro. No momento em que procuram ajuda, algumas pessoas com depressão e ansiedade são disfuncionais demais para participar de qualquer coisa. Ao elevar o humor, acalmar a agitação, focar a concentração e regular o sono, a terapia medicamentosa estabelece uma plataforma estável para trabalhar. À medida que as pessoas ganham impulso, muitas podem parar com esses medicamentos. Alguns, no entanto, só permanecem estáveis com suporte de longo prazo.
Tiago continua: "Se ele tiver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados" (5:15). Embora muitos cristãos piedosos que vivem vidas santas tenham sofrido de depressão, devemos honestamente explorar se o pecado não confessado está contribuindo para nossa tristeza (Salmo 32:3-5).
Muitas vezes não está. Mas Davi, que conhecia a depressão, ainda recomendou este exercício: "Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno!" (Salmo 139:23-24).
Como crentes, estamos em Cristo (2 Coríntios 5:17); temos nova uma natureza que anseiam por Deus e Sua justiça. Nosso pecado cria conflito cognitivo e emocional ao violar nosso verdadeiro eu (Romanos 7:14-24). Se continuarmos escolhendo contaminar nossos valores espirituais, ficaremos deprimidos — e deveríamos ficar.
Se o pecado está envolvido na depressão, o arrependimento é o primeiro passo para a recuperação. Em 2 Coríntios 7:8-11, Paulo distingue o arrependimento do mero remorso. Em sua severa carta anterior aos coríntios, ele os confrontou com seus pecados e os levou à "tristeza piedosa", "como Deus pretendia". A tristeza piedosa - a santa tristeza e miséria que sentimos quando enfrentamos e abandonamos nosso pecado - é o verdadeiro arrependimento que "leva à salvação sem arrependimento". A confissão nos aproxima de nosso Pai celestial, traz perdão e purificação e restaura a comunhão (1 João 1:10; Tiago 4:8-10). Em contraste, a tristeza mundana surge do ódio às dolorosas consequências do pecado, mas não ao pecado em si. A tristeza mundana apenas afasta as pessoas de Deus para leitos de morte de ressentimento e arrependimento.
A amargura do pecado levou Pedro ao arrependimento piedoso, e o Senhor o perdoou (Mateus 26:74-75); Isso levou Judas ao remorso mundano, e ele se enforcou (Mateus 27:5).
Conclusão
Tiago começou esta seção escrevendo: "Está alguém entre vocês sofrendo? Ore" (Tiago 5:13). A depressão nos persuade a pensar que estaríamos melhor sozinhos; o seu auto-isolamento, no entanto, só piora nosso sofrimento. Se, em vez disso, fizermos um esforço consciente para voltar a atenção para fora e reavivar nossos relacionamentos com os outros, a depressão começará a melhorar.
Como crentes, somos filhos de nosso Pai celestial e servos de nosso Senhor Jesus Cristo. Ele é nossa Rocha, nosso Pastor e nosso Ajudador (Salmos 18:2; 23:1; 54:4).
Então, começamos expondo nossas almas a este Conselheiro, porque Ele não pode falhar e nunca nos abandonará (Isaías 9:6; Hebreus 13:5).
Começamos orando a Ele por força, sabendo que Ele se aproxima dos corações partidos e os cura (Salmos 34:18; 147:3).
Os relacionamentos se fortalecem por meio da comunicação — uma via de mão dupla. Não apenas falamos com Deus em oração, mas também O ouvimos falar conosco em Sua Palavra poderosa, transformadora e que derrota a depressão (2 Coríntios 3:18; Hebreus 4:12).
O Espírito Santo encheu a Bíblia com orientação e consolo para os angustiados e abatidos. Na verdade, podemos não sentir vontade de ler a Bíblia no início. E se ainda estivermos usando os óculos escuros da depressão, podemos nos sentir pior quando começarmos a ler. Na escuridão, o que podemos ver na Palavra de Deus parece apenas nos condenar mais. Pela fé, no entanto, continuamos lendo, de preferência auxiliados por alguém que pode nos ajudar a ver o espectro de luz completo das Escrituras. Então, os raios terapêuticos começam a brilhar em nossa desesperança e desespero.
As emoções não podem nos desviar se permanecermos ancorados na Palavra firme e imutável de Deus. À medida que as Escrituras aumentam nossa fé, começamos a nos apegar mais firmemente a Deus; à medida que nos concentramos em Cristo, a adoração transformadora começa a fluir. Nossas lutas nos aproximam Dele (Romanos 5:3-5; 1 Pedro 1:6-7).
A baixeza e a solidão da depressão tornam as promessas de Deus mais preciosas: "A minha carne e o meu coração podem desfalecer, mas Deus é a fortaleza do meu coração e a minha porção para sempre" (Salmo 73:26).
"O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã" (Salmo 30:5).
Por David Vallance
15. Verdadeiro arrependimento
Há muitos equívocos sobre a perspectiva bíblica do arrependimento. Às vezes, o arrependimento é simplesmente apresentado como remorso. Outros pensam que é reparação pelos pecados, enquanto alguns acreditam sinceramente que a penitência pode lidar com seus pecados.
A palavra "arrependimento" ocorre tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. No Antigo Testamento, dois verbos principais cobrem o assunto, nacham (Hebraico de Strong 5162), que significa "arquejar, suspirar ou lamentar" (Êxodo 13:17), e shuwb (7725), que significa "recuar ou voltar atrás" (1 Reis 8:47). A primeira palavra geralmente se refere ao arrependimento da parte de Deus, embora haja ocasiões em que é usada para homens que não se arrependeram (Jeremias 8:6). No Novo Testamento, novamente duas palavras principais são usadas, metanoia (Grego de Strong 3341), que significa "mudar a mente" (Mateus 3:8) e metanoeo (3340), "perceber depois" (Mateus 3:2).
O que é arrependimento?
Em vista desses exemplos, o significado de arrependimento é "pensar depois ou reconsiderar". O verdadeiro arrependimento constitui uma mudança interior que então se manifesta em uma vida transformada (1 Tessalonicenses 1:9). É uma mudança de atitude que leva a uma mudança na ação. Arrependimento não é simplesmente remorso pelo pecado, embora isso possa estar incluído na palavra. Muitos se corrigiram ou tiveram remorso de seus pecados, mas nunca se arrependeram verdadeiramente deles (Mateus 27:3). Também é possível que alguém mude de ideia em relação a uma posição errada, mas depois se volte para algo que é igualmente errado. O princípio bíblico do arrependimento é visto em 2 Timóteo 2:25: "Se porventura Deus lhes der arrependimento para conhecerem plenamente a verdade".
O arrependimento é apresentado de várias maneiras diferentes nas Escrituras. Há o arrependimento dos pecadores (Marcos 2:17), o arrependimento nacional (Juízes 10:15-16) e o arrependimento das cidades (Lucas 11:32). No livro de Apocalipse, capítulos 2 e 3, cinco das sete igrejas são chamadas a se arrepender (Apocalipse 2:5). Isso também se aplica a crentes individuais que pecaram (2 Coríntios 12:21).
Também lemos sobre Deus se arrependendo (Êxodo 32:14; 1 Samuel 15:11, 35). Nesses contextos, isso indica uma mudança de um curso de ação que o Senhor disse que seguiria.
Devemos pregar o arrependimento?
João Batista iniciou seu ministério pregando arrependimento (Mateus 3:1-2). Quando o Senhor Jesus veio à Galileia pregando, Sua mensagem foi "arrependam-se e creiam no evangelho" (Marcos 1:14-15). No final do evangelho de Lucas, os discípulos do Senhor foram comissionados a pregar entre todas as nações. O assunto de sua proclamação era "arrependimento e remissão de pecados", a ser anunciado em nome de Cristo (Lucas 24:47). Descobrimos que tanto Pedro quanto Paulo pregaram a mesma mensagem (Atos 2:38, Atos 17:30). No final da vida de Pedro, ele ainda estava convencido da relevância desta mensagem: "O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; porém, é longânimo para convosco, não querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender-se" (2 Pedro 3:9). Paulo, em seu discurso aos anciãos da igreja de Éfeso, a última igreja mencionada no livro de Atos, descreve muito claramente o que ele pregou, "testificando tanto aos judeus como aos gregos, o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo" (Atos 20:21). No livro que trata da doutrina do evangelho, Paulo menciona novamente o arrependimento, "ou desprezas as riquezas da sua bondade e longanimidade; ignorando que a bondade de Deus te leva ao arrependimento" (Romanos 2:4). Isso demonstra que o arrependimento teve um papel central no ensino e na prática apostólica. A comissão do Cristo ressuscitado mencionada em Lucas 24:47 nunca foi rescindida. Isso significa que seu conteúdo deve ser claramente enfatizado em nossa pregação.
Arrependimento e salvação
A pergunta foi feita: "O arrependimento é necessário para a salvação?" Notamos que nas Escrituras o arrependimento é frequentemente ligado à fé (Marcos 1:15, Atos 2:38, 20:21). Arrependimento e fé são dois aspectos da mesma experiência. Um denota um acordo com Deus e o afastamento do pecado, o outro um retorno a Deus. Foi isso que os tessalonicenses experimentaram: "Como vos convertestes dos ídolos (arrependimento) a Deus, para servirdes ao Deus vivo e verdadeiro (fé), e para esperardes dos céus o seu Filho" (1 Tessalonicenses 1:9). Há ocasiões nas Escrituras em que a fé é mencionada sozinha, um exemplo disso é Atos 16:31. Quando o carcereiro perguntou "O que devo fazer para ser salvo?" a resposta foi dada "Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo". Por que o arrependimento não foi mencionado? Era bastante evidente para Paulo e Silas que o carcereiro havia reconhecido sua pecaminosidade e estava sob convicção de seu pecado. Esta é a razão pela qual eles anunciaram o Senhor Jesus como o objeto da fé.
Arrependimento e penitência não são arrependimento
Devemos notar que penitência não é arrependimento. Arrependimento é uma atitude triste com relação ao pecado. Muitas vezes é o resultado de ser confrontado após ser pego e exposto. Algumas pessoas pensam que se manifestarem tristeza suficiente serão aceitas por Deus. Isso é estranho ao ponto de vista bíblico da salvação. A salvação é somente pela fé em Cristo, e nada mais (Romanos 5:1).
A palavra "arrependimento" foi substituída na tradução Douay-Rheims das Escrituras pela palavra "penitência". O significado raiz de penitência é o latim poena , que significa "punição". Assim, por meio da contrição e do castigo, alega-se que a confissão pode ser feita a um padre e a absolvição pode ser concedida. Isso não é apenas antibíblico, mas é antibíblico em propósito e prática.
Em resumo, arrependimento é uma mudança de atitude que leva a uma mudança de ação (Atos 26:18). Qualquer um que se arrependeu de seus pecados olha para trás para um momento definido, quando seus pecados foram perdoados. Esta é uma experiência que nunca pode ser esquecida (Romanos 10:9).
Lucas 24:45-47 é a passagem mais surpreendente. Ela diz: "Então lhes abriu a mente para compreenderem as Escrituras; e lhes disse: Assim está escrito que o Cristo havia de sofrer e ressuscitar dentre os mortos ao terceiro dia e que em Seu nome se proclamasse arrependimento para perdão de pecados".
Aos que são mencionados aqui foi pregado arrependimento para perdão. Nós devemos pregar perdão em Seu nome. Também devemos pregar arrependimento em Seu nome. Hoje podemos arrepender-nos no nome do Senhor porque o Senhor nos deu arrependimento. É como se Deus criasse dois olhos em nós e, então, nos pedisse para ver. Se não tivéssemos dois olhos, ser-nos-ia difícil ver. Graças ao Senhor que primeiro Ele nos dá olhos e depois nos pede para ver. Primeiro Ele nos dá pés e depois nos pede para andar. É a mesma coisa com arrependimento. Primeiro Ele nos concede arrependimento, e depois nos pede para que nos arrependamos. Tudo isso é feito por Deus. Portanto, quando pregamos o evangelho, podemos dizer que assim como tivemos perdão por intermédio do Senhor Jesus, da mesma maneira temos arrependimento por meio Dele. Se um homem diz que não pode arrepender-se, que ele ainda considera o pecado atrativo e que ainda não sente que é um pecador, podemos dizer-lhe: "Está bem. Eu estou agora pregando o evangelho para você no nome de Jesus. Deus lhe dará o arrependimento. É uma parte da salvação. Assim como recebe vida e é justificado diante de Deus, do mesmo modo você recebe arrependimento".
Como nos arrependemos? Quando ouvimos os pregadores falando-nos da maldade e de repugnância do pecado e da redenção do Senhor Jesus, desejamos arrepender-nos e crer em Jesus. Não estávamos sentados em um canto, falando a nós mesmos o quão corruptos éramos ou quão pecadores éramos. Mesmo que tivéssemos de repetir isso várias vezes, esse falar não nos faria sentir que éramos pecadores. Você sentiria que está errado simplesmente por falar sobre isso? Ninguém entre nós se arrepende dessa maneira. A primeira vez que ouvimos o evangelho, opusemo-nos e criticamos; não desejávamos aceitá-lo. Se quiséssemos argumentar, poderíamos colocar muitos argumentos. No dia em que fomos salvos, o evangelho que nos foi pregado pode não ter sido tão prevalecente. Mas enquanto estávamos lá ou depois que voltamos do trabalho ou enquanto estávamos andando na rua ou lendo um livro, estávamos condenados. Espontaneamente nos arrependemos e, então, fomos salvos. Fomos nós mesmos que nos arrependemos; ninguém nos forçou nem nos lembrou ou nos pressionou para nos arrependermos. Foi Deus quem nos deu o arrependimento e fomos nós que dissemos: "Eu me arrependo". Portanto, isto é obra de Deus. É por isso que a Bíblia diz que o arrependimento é dado por Deus.
Em Atos 11, depois que Pedro pregou o evangelho na casa de Cornélio, os irmãos judeus o reprovaram por ir à casa de um gentio. Pedro, então, relatou-lhes como pregou o evangelho. O versículo 18 diz: "E, ouvindo eles estas cousas, apaziguaram-se e glorificaram a Deus, dizendo: Logo, também aos gentios foi por Deus concedido o arrependimento para vida". Perceba que Deus deu aos gentios arrependimento para vida. Portanto, vemos que arrependimento é parte da graça de Deus. É parte integrante da salvação de Deus. É algo feito por Deus.
Em 2 Timóteo 2:25 é dito: "Disciplinando com mansidão os que se opõem, na expectativa de que Deus lhes conceda não só o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade". Muitos se opõem à verdade e não aceitam a verdade de Deus. Podemos pedir a Deus para dar-lhes arrependimento, só assim eles chegarão ao conhecimento da verdade. Isso também é algo que Deus fez.
Então, que é o arrependimento? Depois de ler tudo isso nas Escrituras, devemos chegar a uma conclusão. A questão do arrependimento não é tão clara como outras verdades na Bíblia. Parece ser mal definida. Por um lado, um homem não é salvo por meio do arrependimento, mas pela fé. Essa é a verdade mostrada a nós pelo Evangelho de João, e pelas Epístolas de Romanos e Gálatas. Não podemos equivocar-nos a esse respeito. Mas, por outro lado, sem arrependimento um homem não pode crer. Então, em nossa pregação, muitas vezes falamos às pessoas para se arrependerem. Isso não significa que só o arrependimento nos salvará. Pelo contrário, significa que o arrependimento produzirá fé. Se um homem não se arrependeu, não será capaz de crer. Mas arrependimento não é obras. A Bíblia diz que o arrependimento é dado por Deus. Deus nos fala para nos arrependermos. Não é que sentamos em um canto pensando que devemos arrepender-nos, que temos de odiar nossos pecados e julgar-nos. Temos de perceber que ninguém pode fazer isso. Sinto dizer que ninguém em todo o mundo consegue fazer isso. Mesmo se alguém fosse capaz de fazer isso, não teria nenhum valor. Arrependimento é um dom de Deus. Mesmo nos Evangelhos, quando o Senhor Jesus veio para pregar o evangelho, Ele não somente pregou o perdão, mas também o arrependimento. Ele é o único que nos capacita a arrependermo-nos. Os que se arrependem são os cristãos e os salvos. Se há aqui os que não foram salvos ainda e que não sabem como receber a graça de Deus, temos de dizer que Deus deseja dar-lhes graça. Ele deseja dar-lhes arrependimento. Ele os está conduzindo à salvação por meio do arrependimento.
Finalmente, existe outro versículo mostrando-nos que é a bondade de Deus que nos conduz ao arrependimento. A última parte de Romanos 2:4 diz: "A bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento". Que Deus seja misericordioso conosco e mostre-nos o significado do arrependimento e faça-nos saber se somos salvos por meio do arrependimento ou do Senhor Jesus.
16. O cristão e a política
A autoridade soberana do Deus Todo-Poderoso sobre os reinos dos homens é proclamada em todas as Escrituras. As nações são motivadas a agir pela vontade Divina, assim como são igualmente restringidas pela mesma vontade (Êx 34:24). Daniel é o mais específico em sua declaração de que até mesmo as nomeações são a Seu critério, e estas podem, de acordo com Sua vontade, incluir até mesmo "o mais vil dos homens" (Dn 4:17). Seria difícil para o cristão estar tão em contato com a mente de Deus que ele ou ela saberia quando votar no mais vil dos homens, porque essa é a Sua vontade para a ocasião. A lição aqui é que a nomeação é Dele e somente Dele e Ele não permite conselheiros nem assistentes na execução de Sua vontade.
João 18:36 – O Servo
Quando o Senhor Jesus se apresentou diante de Pilatos e declarou a natureza extraterrestre de Seu reino, Ele declarou expressamente que Seus servos não se envolveriam em promovê-Lo à autoridade pelos meios normais de Sua época. Como Seu reino "não é deste mundo", os métodos para espalhar os princípios desse reino são espirituais, e não de acordo com os métodos deste mundo. Dado que os métodos da época eram "lutar", a palavra poderia ser facilmente trocada hoje para incluir a palavra "votar". A lição aqui é que não devemos usar métodos terrenos para promover ou estabelecer o reino do Senhor Jesus Cristo.
Filipenses 3:20 – O Cidadão
Neste versículo, a palavra "conversa" é melhor traduzida como "cidadania", e a formação real da palavra é equivalente a "política". Poderia ser traduzida com bastante precisão como "Nossa política está no céu" ou "Nossa cidadania está no céu". De qualquer forma, o ponto é que o cristão pertence a outro país e se identificou com uma "pátria" que não é dessa ordem de coisas. Um cidadão de outro país não pode votar em uma eleição fora de sua terra natal, para não colocar em risco sua cidadania original. Nosso problema é que devemos estabelecer qual país tem nossa prioridade como cidadãos:
céu ou terra?
2 Timóteo 2:3-4 – O Guerreiro
Aqui, o apóstolo Paulo apresenta a metáfora do cristão como um soldado de Jesus Cristo. Tal indivíduo não deve se permitir preocupar-se com os assuntos da vida civil, porque sua tarefa requer devoção total ao seu trabalho como guerreiro. Em outras palavras, um guerreiro de Cristo não deve se distrair de sua ocupação primária de servir a Cristo gastando tempo servindo aos interesses deste mundo.
1 Pedro 2:11 – O Estrangeiro
Um estranho ou estrangeiro não pode votar nas eleições do país onde ele, ou ela se encontra no momento da eleição. Se um indivíduo estiver em um país estrangeiro em tal momento, ele simplesmente se abstém porque não tem direitos legais para se envolver. Novamente, a questão pede uma resposta: como nos vemos neste mundo? Reconhecemos a qual país realmente pertencemos?
1 Pedro 2:11 – O Turista
Como se para reforçar a ideia, Pedro muda a metáfora levemente e descreve o cristão como um "peregrino" ou "turista". O princípio é consistente: um turista não vota nas eleições de um país que por acaso esteja selecionando um governo no momento em que ele está visitando lá. Por causa de sua nacionalidade diferente, ele simplesmente se abstém.
2 Coríntios 5:20 – O Embaixador
Esta é a imagem mais forte para o crente sobre este tópico. Somos embaixadores de Cristo no mundo que o rejeitou e crucificou. Como tal, somos representantes de outro reino e não devemos contribuir para a seleção do governo de outra nação. Nossa tarefa é representar o governo que nos comissionou e fornecer ligação entre as nações. Se um embaixador votasse nas eleições de outro país, ele estaria violando sua comissão e estaria sujeito a revogação por sua autoridade governante. Vamos negar nossa cidadania e, assim, negar nossa autoridade ao nos envolvermos nos assuntos deste mundo?
A questão então surge, como fazemos para afetar os assuntos deste mundo para o qual fomos comissionados para o bem? Devemos reportar de volta ao nosso Rei, informá-lo da situação por meio de oração (1 Tm 2:1-2), e deixar a determinação do assunto em Suas mãos, que declarou Sua autoridade e habilidade para lidar com a situação de acordo com Sua vontade (Dn 4:25, 32, 35).
Exemplos de democracia em ação nas Escrituras: Números 13 e 14
O voto dos espiões foi de 10 a 2 e a maioria influenciou toda a nação. Como resultado, mais de 600.000 homens morreram no deserto. (Veja também Sl 95:11).
Jeremias 42:1 a 43:7: A maioria do povo foi para o Egito violando a "palavra do Senhor" de Jeremias, e pereceu lá sem deixar mais vestígios bíblicos.
Marcos 15:15: A maioria das pessoas queria Jesus crucificado contra o melhor julgamento de Pilatos. A rejeição deles ao Messias ainda lhes traz sofrimento até hoje.
Por Adams, Andrew