O MILÊNIO

O MILÊNIO – O PACTO (1)

A palavra 'milênio' não é um termo bíblico, embora descreva uma doutrina bíblica. O termo, “millennium”, é composto por duas palavras latinas, “mille”, que significa mil e “nnium”, que significa um ano, portanto milênio significa mil anos.

A doutrina assim descrita é que em Seu segundo advento o Senhor Jesus Cristo será aceito por Israel como seu Messias e Ele reinará sobre o mundo inteiro a partir de Jerusalém por mil anos. Estes mil anos do reinado do Senhor são mencionados em Apocalipse 20 versos 1 a 6. Aqui somos informados de que o período de mil anos começa com a ressurreição dos justos e termina com a ressurreição do resto da humanidade para julgamento, (20 versos 7 a 15).

Diz-se que o milênio é mencionado apenas em um lugar nas escrituras, que está aqui em Apocalipse 20, (onde aparece, seis vezes). Certamente esta é a única declaração quanto à sua extensão, mas pretendemos mostrar que o milênio é um dos grandes temas das Escrituras.

Está registrada no livro de Gênesis a aliança que Deus fez com Abraão, (Gênesis 12 versos 1 a 7). Na verdade, as repetidas referências a esta aliança, com as suas reafirmações a Isaque e Jacó, fazem dela o tema principal do livro do Gênesis, sendo mencionada extensamente pelo menos quinze vezes.

(Gênesis 12:1-7; 13:14-18; 15:1-21; 17:1-27; 18:1-19; 22:15-19; 24:7; 26:1-5; 28:1-4; 28:10-22; 32:12; 35:9-15; 46:1-4; 48:1 -4 e 50:24).

Este acordo (aliança) era que, à medida que Abraão cresse e obedecesse a Deus ao deixar seu país, Deus faria de seus descendentes uma grande nação, (Gênesis 12 verso 2), que se tornaria a nação de Israel; e através daquela nação trazer uma bênção a toda a humanidade, (Gênesis 12 verso 3), que seria o Evangelho, (Gálatas 3 verso 8); e essa nação possuiria a terra de Canaã, (Gênesis 12 verso 7). Abraão cumpriu sua parte na aliança obedecendo a Deu, (Gênesis 12 verso 4) e crendo em Deus (Gênesis 15 verso 6).

Deve-se notar que isso é chamado de aliança eterna, (Gênesis 17 versos 7,13,19). Não pode ser quebrado ou abolido. Abraão cumpriu a sua parte pela sua obediência, (Gênesis 26 verso 5) e agora morto, portanto Deus deve cumprir a sua parte. Isto significa que a nação dos descendentes de Abraão não pode ser exterminada; embora muitas tenham sido as tentativas de fazê-lo. Também que a terra de Canaã será deles até o fim da história, (Gênesis 17 verso 8; e Capítulo 48 verso 4).

Deve-se notar também que a nação produziria reis, (Gênesis 17 verso 6; e Capítulo 35 verso 11), que seriam da tribo de Judá, (Gênesis 49 verso 10). Esta parte da aliança foi explicada quando Davi, o rei escolhido por Deus, foi estabelecido sobre Israel. Esta expansão da aliança abraâmica está registrada em 2ª Samuel 7 e 1ª Crônicas 17. Deus diz a Davi: “E a tua casa e o teu reino serão estabelecidos para sempre diante de ti; o teu trono será estabelecido para sempre”, (2ª Samuel 7 verso 16). Isto declara que não apenas o reino continuaria para sempre, mas também que um rei da linhagem de Davi reinaria sobre esse reino para sempre. Isto é confirmado pelo profeta Jeremias: “Assim diz o Senhor; se meu convênio não for com o dia e com a noite e se eu não tiver designado as ordenanças do céu e da terra; então rejeitarei a descendência de Jacó e de Davi, meu servo, para que não tome nenhum de sua descendência para governar a descendência de Abraão, Isaque e Jacó; porque farei voltar o seu cativeiro e terei misericórdia sobre eles”. (Jeremias 33 versos 25 e 26, leia também versículos 19 a 24).

E é por isto que temos a profecia de Isaías a respeito do nascimento deste Rei: "Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz; para que se aumente o seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo do Senhor dos Exércitos fará isto." (Isaías 9 versos 6 e 7). E, quando abrimos a primeira página do Novo Testamento, nos deparamos com o anúncio dos anjos antes do nascimento deste Rei: “Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Seu pai Davi; e Ele reinará sobre a casa de Davi, para sempre; e o seu reino não terá fim”. (Lucas 1 Versos 32 e 33).

Assim, a soma total da aliança de Deus com Abraão, Isaque, Jacó e Davi é que os descendentes de Jacó (Israel) habitariam na terra de Canaã, governada por um rei da casa de Davi, enquanto a terra existir.

O MILÊNIO – O PARADOXO (2)

As Sagradas Escrituras, registram duas alianças, que dizem respeito à nação de Israel. A primeira delas foi feita com Abraão: “No mesmo dia o Senhor fez aliança com Abrão”, (Gênesis 15 verso 18). A segunda foi feita com a própria nação de Israel: “O Senhor nosso Deus fez aliança conosco em Horebe”, (Deuteronômio 5 verso 2). Isso é diferente da aliança com Abraão, pois lemos: “O Senhor não fez esta aliança com nossos pais, mas conosco”, (Deuteronômio 5 verso 3).

As duas alianças são distintas e, portanto, não devem ser confundidas. A aliança abraâmica, não deve ser confundida com a aliança mosaica que foi feita séculos depois. Esta distinção deve ser feita pelas seguintes razões.

Primeiro, a aliança abraâmica foi feita com um indivíduo durante a sua vida, enquanto a aliança mosaica foi feita com uma nação inteira, de geração em geração.

Segundo, a aliança com Abraão foi uma aliança eterna (Gênesis 17 versos 13 e 19), enquanto a aliança com Israel foi uma aliança do tipo “se obedecer”. Note o que Bíblia diz: “Se vocês andarem em meus estatutos”. “Mas se não me ouvirdes”. (Levítico 26 versos 3 e 14). Esta aliança Deus fez com Israel no Monte Sinai, com Moisés atuando como seu representante. A parte de Israel era obedecer a Deus: Lemos em Êxodo 24 verso 7: “E ele (Moisés) tomou o livro da aliança e o leu diante do povo; e eles disseram: Tudo o que o Senhor disse faremos e obedeceremos”. A parte de Deus no acordo era abençoar Israel nas suas guerras, nas suas colheitas, no seu abastecimento de água, na sua saúde, no seu gado e na sua herança. (Leia, Êxodo 23 versos 22 a 33). A obediência de Israel a Deus significava a bênção de Deus para Israel. Como uma aliança que exigia, “se obedecesse”, era uma aliança continuamente condicional, exigia obediência contínua por parte da nação israelita de geração em geração, caso contrário a aliança se tornaria nula e sem efeito.

Terceiro, a aliança abraâmica tem efeito perpétuo, Abraão cumpriu a sua parte pela fé e obediência e agora está morto, portanto o lado humano do acordo não pode ser quebrado. Considerando que Israel quebrou sua aliança pela desobediência a Deus, e isso resultou na catástrofe do cativeiro babilônico. Lemos em Jeremias 31 verso 31, o Senhor dizendo: "A aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para tirá-los da terra do Egito; a minha aliança eles quebraram". Mas Jeremias se apressa em afirmar que, embora Israel tivesse quebrou a aliança do Sinai, isso de forma alguma afetou a aliança com Abraão. Pois lemos nos versos 35 a 37 deste Capítulo de Jeremias: “Assim diz o Senhor, se os céus lá em cima puderem ser medidos, e os fundamentos da terra pesquisados ​​​​lá em baixo, também rejeitarei toda a semente de Israel por tudo o que fizeram, diz o Senhor”.

Portanto, agora chegamos ao paradoxo. Sob o inalterável pacto abraâmico, a nação israelita deveria possuir a terra de Canaã para sempre, mas sob o pacto mosaico, que eles haviam quebrado, seriam expulsos da terra. Por causa dos seus pecados, até ao ponto do sacrifício humano, os antigos habitantes de Canaã foram expulsos para dar lugar a Israel. (Leia, Deuteronômio 18 versos 9 a 14). Os israelitas, como parte da sua aliança com Deus, foram proibidos de seguir o seu exemplo (Leia Levítico 20 versos 1 a 5). Se Israel quebrasse a aliança, eles também seriam expulsos da terra, pois o Senhor disse: “Se vós... quebrardes a minha aliança... eu vos espalharei entre os gentios”, (Levítico 26 versos 15 e 33). Eles quebraram a aliança, (leia, 2ª Crônicas 33 versos 1 a 9), e foram igualmente expulsos da terra, (leia 2ª Crônicas 36 versos 15 a 20). O paradoxo é que sob uma aliança a terra era deles para sempre, enquanto sob a outra aliança eles deveriam ser expulsos da terra. A solução para o paradoxo era que sempre que Israel fosse expulso de sua terra por causa do julgamento divino contra seus pecados, mesmo assim, por causa da aliança com Abraão, eles seriam trazidos de volta mais tarde à terra de Canaã, (leia, Levítico 26 versos 40 a 45).

Este cenário profético foi encenado duas vezes na história.

Primeiro, conforme já dissemos, Israel pecou e foi levado ao cativeiro babilônico. Mas, conforme profetizado por Jeremias, o exílio duraria apenas 70 anos, (leia, Jeremias 25 versos 11 a 13; e Capítulo 29 versos 10 a 14), e então Israel retornou à sua terra, (2ª Crônicas 36 versos 22 e 23), conforme registrado nos livros de Esdras e Neemias.

Segundo, Israel cometeu o pecado supremo contra Deus ao crucificar o seu próprio Messias. O apóstolo Pedro, e sua pregação no dia de Pentecostes, disse: “Portanto, saiba com certeza toda a casa de Israel que Deus fez daquele mesmo Jesus, a quem vós crucificastes, Senhor e Cristo, (Messias)”, (Atos 2 verso 36). O próprio Senhor Jesus Cristo alertou sobre as consequências do seu pecado final. Eles caíram ao fio da espada e foram levados cativos para todas as nações; e Jerusalém foi pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem, (Lucas 21 verso 24). Esta profecia foi cumprida quando os romanos capturaram e destruíram Jerusalém no ano 70 d.C. Mas agora, depois de tantos anos, os descendentes de Abraão estão de volta à sua terra. O cenário está sendo montado para o retorno do Messias.

O MILÊNIO - OS PROFETAS (3)

Por causa das promessas de Deus aos seus antepassados, Abraão, Isaque, Jacó e Davi, os profetas aguardavam a idade de ouro para Israel, quando todas estas promessas seriam cumpridas. Sendo profetas, a sua visão desfrutou da vantagem da inspiração divina. As glórias terrenas daquela era vindoura constituem o clímax da maior parte do livro profético do Antigo Testamento. A visão dos profetas era de Jerusalém e da terra de Canaã habitada pelos descendentes de Abraão, Isaque e Jacó sob a linhagem do rei de Davi, desfrutando de paz ininterrupta e prosperidade material enquanto a terra existir.

Aqui segue um exemplo de declaração de cada profeta com algumas leituras adicionais, pois este assunto preenche uma porção considerável dos escritos proféticos.

Davi profetizou: “A Israel por uma aliança eterna. Dizendo: A ti te darei a terra de Canaã, a parte da tua herança”, (1ª Crônicas 16 versos 13 a 18, e repetido no Salmo 105 versos 7 a 11).

Um salmista, Etã, profetizou: “Uma vez jurei pela minha santidade que não mentirei para Davi. A sua descendência durará para sempre, e o seu trono será como o sol diante de mim”, (Salmo 89 versos 35 e 36, leia todo o Salmo, e também os Capítulos 2, 72 e 110).

Isaías profetizou: “Tu (Jerusalém) também serás uma coroa de glória na mão do Senhor, e um diadema real na mão do teu Deus. Não serás mais chamado de Abandonado”, (Isaías 62 versos 3 e 4, veja o capítulo inteiro e também o capítulo 2).

Jeremias profetizou: “Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que a cidade (Jerusalém) será edificada para o Senhor. Serão santos ao Senhor; nunca mais será arrancada nem derrubada”, (Jeremias 31 versos 38 a 40).

Ezequiel profetizou: “Eles habitarão na terra que dei a Jacó, meu servo, onde habitaram vossos pais; e habitarão nela, eles e seus filhos, e os filhos de seus filhos, para sempre; e meu servo Davi será seu príncipe para sempre”, (Ezequiel 37 verso 25, leia os versículos 15 a 28).

Oséias profetizou: “Serei para Israel como o orvalho; ele crescerá como o lírio, e lançará as suas raízes como o Líbano”, (Oséias 14 verso 5, leia os versículos 4 a 9).

Joel profetizou: “Mas Judá habitará para sempre, e Jerusalém de geração em geração”, (Joel 3 verso 20, leia o capítulo inteiro).

Amós profetizou: “Trarei novamente do cativeiro meu povo Israel. E plantá-los-ei na sua terra, e nunca mais serão arrancados da terra que lhes dei, diz o Senhor teu Deus” (Amós 9 verso 14 e 15).

Miquéias profetizou: “Ele se converterá novamente, terá compaixão de nós... Tu cumprirás a Jacó a verdade e a Abraão a misericórdia que juraste a nossos pais desde os dias antigos”, (Miquéias 7 versos 19 a 20, leia versículos 11 a 20).

Sofonias profetizou: “Naquele tempo Eu os trarei novamente, sim, no tempo em que Eu os reunir, quando Eu fizer voltar do seu cativeiro diante dos seus olhos, diz o Senhor”, (Sofonias 3 verso 20, leia os versículos 14 a 20).

Zacarias profetizou: “E os homens habitarão nela, e não haverá mais destruição total; mas Jerusalém será habitada em segurança”, (Zacarias 14 verso 11, leia os versículos 11 a 21).

A visão futura desses profetas pode ser resumida nas palavras do seu colega profeta Daniel: “Eu vi nas visões noturnas, e eis que alguém como o Filho do Homem veio com as nuvens do céu, e veio ao Ancião de dias, e o fizeram chegar diante dele. E foi-lhe dado domínio, e glória, e um reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino, que não será destruído”, (Daniel 7 versos 13 e 14).

Isto é confirmado pelo próprio Senhor Jesus Cristo, pois Ele disse: “Ó tolos e lentos de coração para crer em tudo o que os profetas falaram, (…) e começando por Moisés e todos os profetas, ele lhes explicou em todas as Escrituras as coisas a Seu respeito”, (Lucas 24 versos 25 a 27).

O MILÊNIO - O REI (4)

O anúncio do anjo antes do nascimento do Senhor Jesus Cristo deixa claro que Ele é o rei da linhagem de Davi que governará para sempre sobre Israel. Pois lemos: “Ele será chamado grande e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; e ele reinará sobre a casa de Jacó para sempre; e do Seu reino não haverá fim”, (Lucas 1 verso 32 e 33).

Os magos viajaram do leste para encontrar este Rei, e “Perguntando: Onde está Aquele que nasceu Rei dos Judeus?”, (Mateus 2 verso 2).

Seus discípulos reconheceram o Senhor Jesus como tal nas palavras de Natanael: “Tu és o Rei de Israel”, (João 1 verso 49).

O Senhor reivindicou publicamente esse título ao cumprir a profecia de Zacarias ao entrar em Jerusalém montado num jumentinho, (Mateus 21 versos 1 a 11).

“Alegra-te muito, ó filha de Sião; grita, ó filha de Jerusalém, eis que o teu Rei vem a ti, Ele é justo e tem a salvação; humilde, e montado num jumento, e num jumentinho, cria de jumenta” (Zacarias 9 verso 9).

As multidões gritaram em resposta à sua afirmação: “Hosana ao Filho de Davi” (Mateus 21 verso 9); a ser repetido pelas crianças no Templo, “Hosana ao Filho de Davi”, (versículo 15).

Os principais sacerdotes e escribas condenaram tal adoração, mas o Senhor respondeu: “Da boca dos pequeninos e das crianças de peito, se ouve um aperfeiçoado o louvor” (versículo 16, citando o Salmo 8 verso 2).

Até mesmo seus inimigos reconheceram que Ele fez tal afirmação por meio de suas zombarias, enquanto o Senhor Jesus Cristo estava pendurado na cruz. Estes incluíam Pilatos (João 19 versos 1 a 22), bem como os líderes judeus (Mateus 27 versos 32 a 43).

“Então disseram os principais sacerdotes dos judeus a Pilatos: Não escrevas, O Rei dos Judeus; mas que Ele disse: Eu sou o Rei dos Judeus. Pilatos respondeu: O que escrevi, escrevi”, (João 1 versos 21 e 22).

O Senhor Jesus Cristo anunciou em Seu ensino que Ele retornaria a esta terra como o Filho do Homem, a Pessoa mencionada por Daniel como o governante designado por Deus sobre as nações. “Eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele. E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será destruído”, (Daniel 7 versos 13 e 14).

O Senhor referiu-se a isso muitas vezes em Suas parábolas, conforme registrado no evangelho de Mateus.

A parábola do chefe de família, (Mateus 24 versos 42 a 44): “Portanto, estai vós também preparados; porque numa hora em que não imaginais, virá o Filho do Homem”, (versículo 44).

A parábola dos servos sábios e maus, (Mateus 24 versos 45 a 51): “O senhor daquele servo virá num dia em que ele não o espera, e numa hora que ele não sabe”, (versículo 50).

A parábola das dez virgens, (Mateus 25 versos 1 a 13), “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do Homem virá”, (versículo 13).

A parábola dos talentos, (Mateus 25 versos 14 a 30): “Depois muito tempo vem o Senhor daqueles servos e acerta contas com eles", (versículo 19).

A parábola das ovelhas e dos cabritos, (Mateus 25 versos 31 a 46): “Quando o Filho do Homem vier em Sua glória, e todos os santos anjos com Ele, então, se assentará no trono da sua glória", (versículo 31).

Mas, primeiro, o Filho do Homem deve ser crucificado: "Tendo Jesus terminado todas estas palavras, disse aos seus discípulos: o Filho do homem será traído, e será crucificado”, (Mateus 26 verso 1 a 2).

Não apenas em Suas parábolas, mas também em Seus ensinamentos claros, o Senhor referiu-se à Sua segunda vinda como o Filho do homem. “Pois assim como o relâmpago sai do leste e brilha até o oeste; assim será também a vinda do Filho do Homem”. (Mateus 24 verso 27, ver também Marcos 13 versos 26 e 27, e Lucas 21 verso 27).

Nem sempre é reconhecido que foi a afirmação aberta e pública do Senhor de ser o Filho do Homem da profecia de Daniel a causa imediata de Sua crucificação. Conforme descrito em Mateus 26 versos 57 a 66, o conselho judaico teve grande dificuldade em encontrar duas testemunhas falsas que concordassem em condenar o Senhor. Colocado sob juramento, o Senhor foi obrigado a responder se Ele era ou não o Messias. Ele respondeu: “Tu disseste; contudo, eu vos digo, daqui em diante vereis o Filho do Homem sentado à direita do Poder e vindo sobre as nuvens do céu”, (versículo 64). Todo o tribunal reconheceu isso como uma citação do profeta Daniel. Acreditando que Sua afirmação de ser o Filho do Homem era falsa, eles O condenaram à morte por blasfêmia.

O apóstolo João aguardava com expectativa o dia do Seu aparecimento, quando assumiria a Sua suprema autoridade terrena como Filho do Homem. Pois lemos: “Os reinos do mundo tornaram-se os reinos de nosso Senhor e do Seu Cristo”, (Apocalipse 11 verso 15, ver também pode ser lido, Capítulo 19 verso 11 até ao Capítulo 20 verso 6).

O MILÊNIO - O APÓSTOLO (5)

Paulo era o apóstolo dos gentios, mas, sendo ele próprio judeu, a descrença nacional no Evangelho por parte de Israel era um fardo constante para ele. Ele se refere longamente a esse fardo em sua carta à igreja romana, capítulos 9, 10 e 11. É compreensível que Paulo estivesse angustiado porque a maioria de seus companheiros judeus havia rejeitado o Evangelho (Romanos 9 versos 1 a 5). Paulo disse: “Pois eu desejaria ser anátema de Cristo, por causa de meus irmãos, meus parentes segundo a carne”,  (versículo 3).

Se então a nação do próprio povo de Deus rejeitou Seu Filho, Deus rejeitou Seu povo? Paulo responde que, “Não!”, (Romanos 11 versos 1 a 27). A resposta é um duplo, “Não!”. Primeiro, um remanescente substancial foi salvo. Um remanescente de milhares: “Reservei para mim sete mil homens, que não dobraram os joelhos diante da imagem de Baal. Da mesma forma, também neste tempo há um remanescente segundo a eleição da graça”, (Romanos 11 versos 4 a 5).

Lemos em Atos 21 versos 18 a 20, que quando Paulo subiu a Jerusalém, no dia seguinte, Paulo entrou em casa de Tiago, e todos os anciãos vieram ali. E, havendo-os saudado, contou-lhes por miúdo o que por seu ministério Deus fizera entre os gentios. E, ouvindo-o eles, glorificaram ao Senhor, e disseram-lhe: Bem vês, irmão, quantos milhares de judeus há que crêem, e todos são zeladores da lei.”

Mas e o resto da nação? Lemos, “Israel não obteve aquilo que procurava; mas a eleição o obteve, e os demais foram cegados”, (Romanos 11 verso 7).

Mas com isto, será o seu fracasso, como nação, em obter a bênção de Deus permanente?

Paulo responde: “Eu digo então: Eles tropeçaram para cair? Deus me livre”, (Romanos 11 verso 11).

Paulo nos diz que isto, é temporário, enquanto os gentios têm a oportunidade de obter a bênção de Deus no Evangelho: “Mas antes, através da sua queda (de Israel), a salvação chegou aos gentios”, (Romanos 11 verso 11).

Na parábola da oliveira, que encontramos em, (Romanos 11 versos 16 a 24), os ramos judaicos da oliveira da bênção divina foram quebrados para dar lugar aos ramos gentios serem enxertados. Mas os ramos nacionais judaicos serão enxertados novamente na sua própria oliveira de bênção divina. Lemos: “Pois se foste cortado da oliveira que é selvagem por natureza, e foste enxertado contrariamente à natureza numa boa oliveira, quanto mais estes, que são os ramos naturais, serão enxertados na sua própria oliveira?”, (Romanos 11 verso 24).

Esta bênção nacional ocorrerá no segundo advento de Cristo, sete anos após o arrebatamento da Igreja ao céu, lemos: “Virá de Sião o Libertador, e afastará de Jacó a impiedade”, (Romanos 11 verso 26).

Embora Israel tenha quebrado a aliança que Deus fez com eles através de Moisés no Sinai, agora substituída pela nova aliança do Evangelho, (leia Jeremias 31 versos 31 a 34, e Hebreus 8 versos 7 a 13); embora eles também tenham rejeitado o Evangelho da graça, falando nacionalmente, Israel ainda é o herdeiro da aliança que Deus fez com Abraão, Isaque e Jacó.

Lemos: “No que diz respeito ao Evangelho, eles (Israel) são inimigos por causa de vós (os gentios); mas no que diz respeito à eleição, eles são amados por causa dos pais”, (Romanos 11 verso 28).

O que exatamente Deus prometeu aos seus antepassados?

A aliança com Abraão, transmitida a Isaque e Jacó, continha três promessas, (Gênesis 12).

Primeiro, os descendentes de Abraão se tornariam uma grande nação, Israel, (Gênesis 12 verso 2).

Segundo, eles seriam o meio de bênção para toda a raça humana, pelo Evangelho, (Gênesis 12 verso 3, e Gálatas 3 verso 8).

Terceiro, eles ocupariam a terra de Canaã, (Gênesis 12 verso 7).

Também Deus prometeu ao Rei Davi que um dos seus descendentes reinaria sobre Israel para sempre (2ª Samuel 7 verso 16).

Além disso, Deus prometeu continuamente através dos profetas que, no final das contas, Israel habitaria na terra em paz permanente sob o reinado próspero daquele Rei.

Assim, através da ruptura temporária da nação de Israel com a bênção divina, a salvação veio para todos, tanto judeus como gentios, (Romanos 11 versos 30 a 32).

Lemos: “Porque Deus os encerrou na incredulidade, para ter misericórdia de todos”, (Romanos 11 verso 32).

Mas na segunda vinda do Senhor Jesus Cristo o mistério será revelado. “Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério, para que não sejais sábios em vossos próprios conceitos; que a cegueira em parte aconteceu a Israel, até que a plenitude dos gentios entre. E assim todo o Israel será salvo: como está escrito, sairá de Sião o Libertador, e afastará a impiedade de Jacó”, “Romanos 11 versos 25 a 26).

“Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Por que quem compreendeu a mente do Senhor? ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.” (Romanos 11 versos 33 a 36)

O MILÊNIO - O PRELÚDIO (6)

Foi dado aos profetas Ezequiel e Zacarias definir o cenário no qual o próprio Senhor se introduziria em sua segunda vinda à Terra para governar e reinar.

No capítulo 37 de seu livro, Ezequiel visualiza o retorno da nação de Israel do cativeiro na Babilônia. Ele retrata os esqueletos secos que jaziam nas terras de Israel desde a invasão babilônica voltando à vida, (versículos 1 a 14). Anteriormente havia duas nações, Israel e Judá, mas elas retornariam como uma só nação, (versículos 15 a 23). Então a linhagem do rei de Davi virá até eles, (versículos 22 a 28).

Ezequiel ignora a rejeição deles ao seu Rei, para contar que essa era a tarefa de Isaías, (Isaías 52 verso 13, até ao Capítulo 53 verso 12). Ezequiel está ansioso pelo segundo advento do Rei nos últimos dias, (Ezequiel 38 versos 8 e 16). E mostra como naquele tempo Israel estará de volta à terra de Canaã como nação, (Leia com atenção os Capítulos 38 e 39). Os judeus foram dispersos de suas terras pelos romanos como resultado das Guerras Judaicas, quando Jerusalém foi destruída no ano 70 d.C. Depois de quase mil e novecentos anos, Israel foi reconstituído como uma nação na terra no ano 1948 d.C., e depois da Guerra dos Seis Dias, os judeus ganharam o controle de toda Jerusalém, encerrando assim o controle gentio daquela cidade desde os tempos romanos. “Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem”, (Lucas 21 verso 24).

Ezequiel diz que a nação de Israel foi reunida de muitas nações na terra, (Ezequiel 38.8). A terra conheceu a guerra, mas agora está em paz, (versículo 8). A terra tem sido um desperdício contínuo, (versículo 8), mas agora está florescendo, (versículo 12).

Israel tem um inimigo no extremo norte, (Ezequiel 38 versos 6 e 15, e Capítulo 39 verso 2), um inimigo equipado com um enorme exército, (Ezequiel 38 versos 2 a 6).

Se o meridiano 35 de longitude, que corre 30 milhas a oeste de Jerusalém, for traçado até o extremo norte, identificará a terra da qual Ezequiel está falando.

Este exército vem invadir Israel, para isso deve cruzar o rio Eufrates, como mostrará facilmente num mapa. Compare isto com as declarações de João sobre o rio Eufrates em Apocalipse 9 versos 13 a 21, e Capítulo 16 versos 12 a 14.

Mas esse exército, esperando uma vitória fácil, (Ezequiel 38 versos 10 a 12), será totalmente destruído pela intervenção divina direta, (Ezequiel 38 verso 17 até ao Capítulo 39 verso 5).

Esta é a batalha do Armagedom, (Apocalipse 16 versos 14 a 16).

João usa a própria linguagem de Ezequiel, (Ezequiel 39 versos 17 a 20), para descrever esta batalha, (Apocalipse 19 versos 11 a 21, leia com atenção, principalmente os versículos 17 e 18).

O profeta Zacarias pinta o mesmo quadro geral nos últimos três capítulos do seu livro, (Zacarias 12 a 14). Zacarias profetiza sobre o ataque a Jerusalém por muitas nações. (A terra ao extremo norte é uma união de repúblicas). Ele também fala da libertação da cidade pelo Senhor. Chegará o momento em que o Senhor retornará à terra, Aquele a quem eles traspassaram, (Zacarias 12 verso10), Aquele a quem feriram e feriram, (Zacarias 13 versos 6 e 7), Aquele que estará no Monte das Oliveiras, (Zacarias 14 verso 4), de onde Ele ascendeu ao céu, (Atos 1 versos 11 e 12). Então toda a nação, O reconhecerá como seu Messias, (Zacarias 12 verso 10).

Lemos em Miquéias 7 verso 20: “Mostrarás fidelidade a Jacó e amor inabalável a Abraão, como juraste a nossos pais desde os tempos antigos”

E concluímos com Zacarias 14 verso 9: “O Senhor se tornará Rei sobre toda a terra”.

O MILÊNIO – O REINO (7)

A maior afronta da humanidade ao seu Criador foi a rejeição e assassinato do Seu Filho.

Os discípulos em oração em Atos 4, transmite isto muito bem: “Por que bramaram os gentios, e os povos pensaram coisas vãs? Levantaram-se os reis da terra, e os príncipes se ajuntaram à uma, Contra o Senhor e contra o seu Ungido. Porque verdadeiramente contra o teu santo Filho Jesus, que tu ungiste, se ajuntaram, não só Herodes, mas Pôncio Pilatos, com os gentios e os povos de Israel”, (Atos 4 versos 25 a 27, é uma citação no Salmos 2 versos 1 e 2).

O grande propósito do milénio é anular este insulto supremo à majestade do Pai e do Filho.

“Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.” (Filipenses 2 versos 9 a 11).

O reinado milenar de Cristo ridicularizará a rebelião arrogante da raça humana contra o seu Criador todo-poderoso, lemos no Salmo 2: “Aquele que está assentado nos céus se rirá: o Senhor os ridicularizará”, (Salmo 2 verso 4, observe o contexto).

Em Sua presciência, Deus prometeu a Abraão que Ele teria descendentes que formariam uma nação terrena para o Messias, (Gênesis 15 versos 5 a 6).

Deus prometeu uma terra para eles viverem, (Salmos 105 versos 9 a 11).

Também um Rei da linhagem de Davi para governá-los, (2ª Samuel 7 versos 18 a 29).

A nação de Israel ainda existe, após 4.000 anos após a promessa. Eles agora, nesta geração, retornaram àquela terra após uma ausência de quase 2.000 anos.

O Rei ressuscitou dos mortos e vive no poder de uma vida imortal por 2.000 anos no céu, (Hebreus 7 verso 16).

As condições, o cenário, o palco, estão dando forma para o reinado milenar do Senhor Jesus Cristo.

Quais serão as características do reinado milenar?

As profecias dos Salmos, Capítulos 2, 72, 110 e 132, nos dão vislumbres de suas principais características.

Em primeiro lugar, será de extensão universal. “Pede-me, e eu te darei as nações por herança, e os confins da terra por tua possessão”, (Salmos 2 verso 8).

“Ele dominará também de mar a mar, e desde o rio até os confins da terra”, (Salmos 72 verso 8).

Os quatro impérios universais das visões de Daniel, (Capítulos 2 e 7), que eram Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma, eram universais apenas no sentido limitado do mundo de então conhecido.

Mas o domínio do Senhor controlará o globo inteiro. “E a pedra que feriu a imagem tornou-se um grande monte e encheu toda a terra”, (Daniel 2 verso 35, veja também os versículos 44 e 45).

Só no século XX é que a tecnologia de comunicação deste mundo permitiria que o globo inteiro fosse governado a partir de um centro. “Porque o Senhor escolheu Sião; ele a desejou para sua habitação”, (Salmos 132 verso 13).

Em segundo lugar, será um reinado de paz e prosperidade. “Nos seus dias florescerão os justos; e haverá abundância de paz enquanto durar a lua”, (Salmos 72 verso 7).

“Que haja abundância de grãos na terra; no topo das montanhas possa ondular; que os seus frutos sejam como o do Líbano; e que os homens floresçam nas cidades como a grama do campo!”, (Salmos 72 verso 16).

As forças militares e as guerras serão abolidas, pois as nações do mundo serão como uma nação sob um único governante. “Os reinos deste mundo tornaram-se os reinos de nosso Senhor e de seu Cristo; e ele reinará para todo o sempre”, (Apocalipse 11 verso 15).

O domínio de Satanás sobre as nações será abolido, “para que ele não engane mais as nações”, (Apocalipse 20 verso3).

Os problemas de poluição, superpopulação, fome, doenças e pobreza serão resolvidos pela sabedoria divina (Salmos 72).

Terceiro, será um reinado de justiça. O pecado não será erradicado do coração humano, mas a raça humana estará sob uma disciplina Onisciente e Todo-Poderosa. “Governará todas as nações com vara de ferro”, (Apocalipse 12:5, veja também Salmos 2 verso 9, Apocalipse 2 verso 27, e Capítulo 19 verso 15).

O crime e a injustiça serão severamente reprimidos, mas o pecado humano alimentará uma rebelião final, (Apocalipse 20 versos 7 a 10).

Quarto, o reino milenar perdurará até o fim do mundo. O Senhor Jesus Cristo governará a terra até que ela passe. “De cuja face fugiram a terra e o céu; e não foi achado lugar para eles, porque o primeiro céu e a primeira terra passaram”. (Apocalipse 20 verso 11 e Capítulo 21:1, ver também Salmos 72 verso 5, Jeremias 31 versos 35 a 36, e Lucas 21 verso 33).

No propósito de Deus, conforme definido nas Escrituras, o reinado milenar do Senhor Jesus Cristo é o clímax da história mundial, mas mesmo isso é apenas o prelúdio para o reinado eterno do Senhor sobre os novos céus e a nova terra, (Apocalipse 21 verso 1 a Capítulo 22 verso 5).

Como o apóstolo Pedro expressou: “Nós, de acordo com a Sua promessa, esperamos novos céus e uma nova terra, onde habita a justiça”, (2ª Pedro 3 versos 13).

Por J. E. Todd

 

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