O que já Respondi aos que me Perguntaram?

1. Respostas a Um "Testemunha de Jeová" (10/11/2024)

1. Pergunta: A Segunda Vinda de Cristo já ocorreu de forma invisível em 1914, conforme ensinam as Testemunhas de Jeová?

Resposta: A doutrina da suposta "Segunda Vinda Invisível de Cristo em 1914" foi propagada principalmente pela Sociedade Torre de Vigia, organização que rege as Testemunhas de Jeová. Esse ensino tem origem nos cálculos escatológicos de Charles Taze Russell, fundador do movimento dos Estudantes da Bíblia, que mais tarde se transformou nas Testemunhas de Jeová.

A Origem do Ensino de 1914: Charles Taze Russell era influenciado por interpretações proféticas adventistas e pelo cálculo cronológico de John Aquila Brown (1823), que tentava estabelecer datas para eventos escatológicos. Russell adotou a interpretação de que os "sete tempos" mencionados em Daniel 4:16 referiam-se a um período de 2.520 anos, começando em 607 a.C. (data que eles afirmam ser a destruição de Jerusalém, embora arqueologicamente isso seja refutado) e terminando em 1914 d.C.

Russell inicialmente ensinava que, em 1914 o Reino de Deus seria visivelmente estabelecido na Terra e que Cristo voltaria fisicamente. No entanto, quando isso não aconteceu, a doutrina foi reformulada por seu sucessor, Joseph Rutherford, para afirmar que a volta de Cristo havia ocorrido de forma invisível e espiritual, e que Ele havia começado a reinar nos céus a partir daquele ano. Essa mudança foi necessária para justificar a falha da previsão original.

A Segunda Vinda Segundo a Bíblia: As Escrituras ensinam que a Segunda Vinda do Senhor Jesus será visível, poderosa e acompanhada de sinais inconfundíveis, o que contrasta totalmente com a ideia de um retorno invisível em 1914:

  • Visível para todos: "Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo os que o traspassaram" (Apocalipse 1:7).
  • Gloriosa e repentina: "Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem" (Mateus 24:27).
  • Será sete anos após o arrebatamento da Igreja ao céu: "Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro" (1 Tessalonicenses 4:16).


2. Pergunta: O mundo começou a ser destruído em 1914 e Zacarias 13:8-9 já está se cumprindo?

Resposta: O argumento de que o mundo começou a ser destruído em 1914 e que isso corresponde à Segunda Vinda de Cristo é um erro grave de interpretação bíblica e histórica. Vamos analisar cuidadosamente os pontos levantados e confrontá-los com o ensino correto das Escrituras.

A Noção de que 1914 Marcou o Início da Segunda Vinda é Infundada. O Senhor Jesus advertiu que haveria guerras, fomes, terremotos e tribulações ao longo da história, mas que "ainda não é o fim" (Mateus 24:6). A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) foi, sem dúvida, um evento terrível, mas não pode ser considerada como o início do governo messiânico ou da "presença invisível" de Cristo.

A Bíblia afirma que quando Cristo voltar, Ele será visto por todos (Apocalipse 1:7). Isso ainda não aconteceu, o que demonstra que a teoria da vinda invisível é falsa.

Zacarias 13:8-9 – O Contexto é a Grande Tribulação, Não 1914. Este trecho diz que "dois terços serão exterminados" e "o terço restante será purificado como prata". Isso não tem nenhuma relação com eventos de 1914, mas sim com o futuro juízo de Deus sobre Israel na Grande Tribulação.

A interpretação correta deste texto aponta para a purificação dos judeus fiéis no final da tribulação, preparando-os para entrar no Reino Milenar. A destruição mencionada aqui não é uma referência à Primeira Guerra Mundial, mas à perseguição final contra Israel, culminando na salvação de um remanescente fiel.

Salmo 37:8-11 – A Paciência e a Esperança no Reino Futuro. O Salmo 37 não trata de uma destruição mundial específica, muito menos de 1914. Ele ensina que os ímpios terão um fim, mas isso acontece no tempo determinado por Deus, quando Cristo estabelecer Seu reino na Terra.

A promessa de que os mansos herdarão a terra (v. 11) será cumprida quando Cristo vier visivelmente reinar, não quando um grupo humano decide reinterpretar a história de forma arbitrária.

Apocalipse 11:15-18 – O Sétimo Anjo e o Reinado de Cristo. Este texto descreve o momento em que o Senhor Jesus toma posse do Seu Reino de forma real e visível, o que ainda não aconteceu. As nações ainda não se tornaram plenamente "do Senhor e do Seu Cristo" (v. 15), pois o domínio mundial de Cristo se dará apenas após Sua vinda em glória.

A ira de Deus mencionada aqui (v. 18) está associada ao juízo final sobre os ímpios e à recompensa dos justos – nada disso ocorreu em 1914.


3. Pergunta: Charles Taze Russell foi um verdadeiro profeta de Deus?

Resposta: Charles Taze Russell fez várias previsões que falharam, incluindo a de que Cristo voltaria visivelmente em 1914. Quando a previsão não se cumpriu, a doutrina foi reformulada para afirmar que Cristo havia voltado "invisivelmente". Deuteronômio 18:22 declara que um profeta que erra em suas predições não foi enviado por Deus.

Além disso, Russell teve um histórico de controvérsias e fraudes, como a venda do chamado "trigo milagroso" e a alegação falsa de que sabia grego, sendo desmascarado em tribunal. Essas evidências indicam que ele não era um verdadeiro profeta, mas sim um líder religioso com ensinos falhos e enganosos.


4. Pergunta: O ensino da Trindade é bíblico ou foi uma invenção posterior?

Resposta: A doutrina da Trindade não foi uma invenção tardia, mas sim um ensino bíblico desde os tempos apostólicos. O próprio Senhor Jesus ordenou o batismo "em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mateus 28:19).

Textos como 2 Coríntios 13:13 mostram claramente a distinção entre as três Pessoas divinas, e passagens como João 1:1, João 20:28 e Hebreus 1:8 afirmam explicitamente a divindade de Cristo. Além disso, Atos 5:3-4 apresenta o Espírito Santo como Deus.

A Trindade não significa três deuses, mas um único Deus em três Pessoas distintas, conforme revelado nas Escrituras.


5. Pergunta: O Senhor Jesus ensinou que Sua volta seria invisível?

Resposta: Não. Em nenhum momento das Escrituras o Senhor Jesus ensinou que Sua Segunda Vinda seria invisível. Pelo contrário, Ele enfatizou que seria um evento visível para todas as pessoas da Terra.

  • "E então verão vir o Filho do homem nas nuvens, com grande poder e glória." (Marcos 13:26)
  • "Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo os que o traspassaram." (Apocalipse 1:7)
  • "Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem." (Mateus 24:27)

A Bíblia ensina claramente que a volta do Senhor será repentina e gloriosa, com sinais inconfundíveis. A teoria da volta invisível em 1914 é uma distorção das Escrituras.


6. Pergunta: Se Cristo não voltou em 1914, o que realmente aconteceu nesse ano?

Resposta: O ano de 1914 foi marcado pela eclosão da Primeira Guerra Mundial, um evento trágico na história humana. No entanto, isso não tem qualquer relação direta com a Segunda Vinda de Cristo.

O ensino das Testemunhas de Jeová sobre 1914 foi baseado em cálculos errôneos, que afirmavam que Cristo voltaria fisicamente para estabelecer Seu Reino. Como isso não ocorreu, a doutrina foi ajustada para dizer que Ele voltou de maneira invisível. Esse tipo de reformulação demonstra a fragilidade da interpretação.


7. Pergunta: Charles Taze Russell foi um profeta verdadeiro ou um falso profeta?

Resposta: A Bíblia ensina que um profeta verdadeiro jamais erra em suas previsões, pois Deus não mente:

  • "Quando o profeta falar em nome do Senhor, e essa palavra não se cumprir, nem suceder assim, esta é palavra que o Senhor não disse; com soberba a falou aquele profeta; não tenhas temor dele." (Deuteronômio 18:22)

Russell fez várias previsões falhas:

  1. Previu que o mundo terminaria em 1914.
  2. Depois disse que 1914 foi apenas a "volta invisível" de Cristo.
  3. Afirmações sobre 1918 e 1925 também falharam.

Se suas previsões falharam, então ele se enquadra no conceito bíblico de falso profeta.


8. Pergunta: A Trindade é um ensino antibíblico?

Resposta: A doutrina da Trindade não foi uma invenção tardia, mas está fundamentada na Bíblia:

  • "Batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo." (Mateus 28:19)
  • "A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós." (2 Coríntios 13:13)

A Trindade não ensina que há três deuses, mas sim um único Deus que subsiste em três Pessoas distintas.


9. Pergunta: Se a Trindade é bíblica, por que Jesus disse que o Pai é maior do que Ele?

Resposta: O Senhor Jesus, enquanto estava na Terra em Sua encarnação, assumiu uma posição de servo:

  • "Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade." (Colossenses 2:9)
  • "Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens." (Filipenses 2:7)

Isso significa que, durante Sua missão terrena, Ele estava temporariamente em uma posição de submissão ao Pai. Isso não nega Sua divindade, mas mostra Sua obediência e humildade.


10. Pergunta: As Testemunhas de Jeová afirmam que Jesus é o arcanjo Miguel. Isso é bíblico?

Resposta: A Bíblia nunca ensina que Jesus é Miguel. Na verdade, Jesus é claramente apresentado como Deus:

  • "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus." (João 1:1)
  • "Tomé respondeu e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu!" (João 20:28)

Os anjos são criaturas de Deus, enquanto Jesus é o Criador:

  • "Porque nele foram criadas todas as coisas." (Colossenses 1:16)

Portanto, identificar Jesus como o arcanjo Miguel é um erro doutrinário.


11. Pergunta: A Bíblia ensina que Jesus é uma criatura ou o próprio Criador?

Resposta: A Bíblia ensina claramente que Jesus não é uma criatura, mas o Criador de todas as coisas. As Testemunhas de Jeová ensinam que Jesus foi criado como um ser inferior a Deus Pai, mas isso contraria o que as Escrituras declaram:

  • "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus." (João 1:1)
  • "Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele." (Colossenses 1:16)

Se todas as coisas foram criadas por Ele, então Ele próprio não pode ser uma criatura. O ensino de que Jesus foi criado é um erro doutrinário grave.


12. Pergunta: A Tradução do Novo Mundo da Bíblia, usada pelas Testemunhas de Jeová, é confiável?

Resposta: A "Tradução do Novo Mundo" (TNM) foi produzida pela Torre de Vigia, sem qualquer respaldo de estudiosos sérios da Bíblia. Diferente das traduções baseadas nos manuscritos originais, a TNM foi alterada intencionalmente para apoiar as doutrinas das Testemunhas de Jeová.

Erros graves incluem:

  • João 1:1 – "O Verbo era Deus" foi alterado para "O Verbo era um deus", diminuindo a divindade de Cristo.
  • Colossenses 1:16 – Inserção da palavra "outras", inexistente no original, para tentar mostrar que Jesus foi criado.
  • Hebreus 1:6 – A remoção da ordem para que os anjos adorem a Jesus.

Nenhum estudioso sério de grego e hebraico reconhece essa tradução como autêntica. É uma versão distorcida da Bíblia.


13. Pergunta: A salvação depende de pertencer a uma organização religiosa específica?

Resposta: As Testemunhas de Jeová ensinam que apenas aqueles que fazem parte da organização Torre de Vigia podem ser salvos. No entanto, a Bíblia ensina claramente que a salvação é pela graça mediante a fé em Cristo, e não pela afiliação a uma instituição humana:

  • "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie." (Efésios 2:8-9)
  • "E em nenhum outro há salvação; porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos." (Atos 4:12)

Nenhuma organização humana pode garantir a salvação. Apenas Cristo salva.


14. Pergunta: As Testemunhas de Jeová afirmam que o inferno não existe. Isso é verdade?

Resposta: As Testemunhas de Jeová negam a existência do inferno e ensinam que os ímpios simplesmente deixarão de existir. No entanto, a Bíblia ensina que o inferno é um lugar real de tormento eterno:

  • "E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna." (Mateus 25:46)
  • "E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre." (Apocalipse 20:10)

A doutrina de aniquilação dos ímpios contradiz a clara mensagem bíblica sobre o juízo eterno.


15. Pergunta: As Testemunhas de Jeová ensinam que só um grupo limitado de 144 mil pessoas irá para o céu. Isso é bíblico?

Resposta: A Torre de Vigia ensina que apenas 144 mil pessoas irão para o céu, enquanto o restante dos fiéis viverá na Terra. No entanto, essa interpretação é equivocada.

  • Apocalipse 7:4 menciona 144 mil israelitas selados, pertencentes às 12 tribos de Israel, não um número fixo de cristãos que irão para o céu.
  • A Bíblia ensina que a promessa da vida eterna é para todos os que creem em Cristo, não apenas para um grupo seleto:
    • "Na casa de meu Pai há muitas moradas." (João 14:2)
    • "E aquele que crê em mim tem a vida eterna." (João 6:47)

O ensino de que apenas 144 mil vão para o céu é uma distorção do livro de Apocalipse.


16. Pergunta: A Bíblia ensina que Jesus foi pregado em uma cruz ou em uma estaca?

Resposta: As Testemunhas de Jeová ensinam que Jesus foi pregado em uma estaca vertical e não em uma cruz. No entanto, as evidências bíblicas e históricas mostram que Ele foi crucificado em uma cruz:

  • "E disse-lhes Tomé: Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos..." (João 20:25) – O plural "cravos" indica que Jesus teve ambas as mãos pregadas separadamente, algo impossível em uma estaca.
  • A palavra grega "stauros", usada para descrever a cruz, pode significar tanto um poste como uma cruz tradicional. A evidência arqueológica confirma que os romanos usavam a cruz como forma de execução.

A doutrina da estaca foi criada para se distanciar do cristianismo tradicional, sem base bíblica sólida.


17. Pergunta: A Bíblia ensina que o Espírito Santo é apenas uma força impessoal?

Resposta: As Testemunhas de Jeová ensinam que o Espírito Santo é uma "força ativa de Deus" e não uma Pessoa divina. No entanto, a Bíblia apresenta o Espírito Santo como um ser pessoal e divino:

  • O Espírito Santo fala e ensina: "Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, ensinar-vos-á todas as coisas." (João 14:26)
  • Ele pode ser entristecido: "E não entristeçais o Espírito Santo de Deus." (Efésios 4:30)
  • Ele tem vontade própria: "Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer." (1 Coríntios 12:11)

O Espírito Santo é Deus, não uma força impessoal.


18. Pergunta: As Testemunhas de Jeová afirmam que Jesus não deve ser adorado. Isso é correto?

Resposta: As Testemunhas de Jeová ensinam que Jesus não deve ser adorado porque afirmam que Ele não é Deus. No entanto, a Bíblia ensina que Jesus recebeu adoração legítima:

  • "E eis que Jesus lhes saiu ao encontro, dizendo: Eu vos saúdo. E elas, chegando, abraçaram os seus pés, e o adoraram." (Mateus 28:9)
  • "E, quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram." (Mateus 28:17)
  • "E outra vez, quando introduz no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem." (Hebreus 1:6)

Se Jesus aceitou adoração e os anjos foram ordenados a adorá-Lo, então Ele é digno de adoração. Negar isso é contrariar a Bíblia.


19. Pergunta: Jesus é subordinado ao Pai em essência ou apenas em função?

Resposta: A Bíblia ensina que Jesus, enquanto esteve na Terra, assumiu uma posição de submissão ao Pai, mas isso não significa que Ele seja inferior em essência:

  • "Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens." (Filipenses 2:7)
  • "Eu e o Pai somos um." (João 10:30)
  • "Para que todos honrem o Filho, como honram o Pai." (João 5:23)

Jesus, em Sua natureza divina, é igual ao Pai. Sua submissão durante Seu ministério terreno foi voluntária e funcional, não essencial.


20. Pergunta: As Testemunhas de Jeová afirmam que o nome "Jeová" deve ser usado exclusivamente. Isso é bíblico?

Resposta: Embora o nome "Jeová" seja usado na tradução das Testemunhas de Jeová, a forma correta do nome de Deus no hebraico é YHWH (Tetragrama). A Bíblia usa vários nomes para Deus, incluindo:

  • "Emanuel" – "Deus conosco." (Mateus 1:23)
  • "Pai nosso." (Mateus 6:9)
  • "Senhor dos Exércitos." (Isaías 47:4)

O Novo Testamento não enfatiza um único nome, mas revela Deus em Cristo. Insistir em um único nome como requisito para salvação não tem base bíblica.


21. Pergunta: Se as Testemunhas de Jeová possuem a verdade, por que mudaram tantas doutrinas ao longo do tempo?

Resposta: As Testemunhas de Jeová alegam ser a única organização com a verdade absoluta, mas sua história mostra várias mudanças doutrinárias:

  • Ensinaram que o fim do mundo ocorreria em 1914, depois mudaram para 1925, depois para 1975.
  • Ensinaram que a geração de 1914 veria o Armagedom, depois mudaram essa interpretação.
  • Já proibiram vacinas e transplantes de órgãos, depois revogaram essas proibições.

A verdade bíblica não muda, pois "a palavra do Senhor permanece para sempre." (1 Pedro 1:25). Mudanças frequentes provam que essa organização não tem autoridade divina.


22. Pergunta: O ensino das Testemunhas de Jeová sobre a destruição das igrejas cristãs é bíblico?

Resposta: As Testemunhas de Jeová ensinam que todas as igrejas cristãs fazem parte da "Babilônia, a Grande" e que devem ser destruídas. No entanto, a Bíblia ensina que Cristo tem um povo verdadeiro entre os cristãos fiéis em todas as igrejas:

  • "E eu também te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela." (Mateus 16:18)
  • "Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles." (Mateus 18:20)

Deus tem um remanescente fiel dentro das igrejas cristãs. A ideia de que todas as igrejas são falsas e apenas uma organização humana detém a verdade é um ensino sectário.


23. Pergunta: As Testemunhas de Jeová ensinam que a alma não é imortal. Isso é correto?

Resposta: As Testemunhas de Jeová negam a imortalidade da alma e ensinam que a alma deixa de existir após a morte. No entanto, a Bíblia ensina que a alma continua existindo após a morte:

  • "E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo." (Mateus 10:28)
  • "E aconteceu que o mendigo morreu e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado. E no inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos." (Lucas 16:22-23)

A alma é imortal e tem destino eterno, seja no céu ou no inferno. Negar isso é rejeitar o ensino claro das Escrituras.


24. Pergunta: O que acontece com aqueles que seguem ensinos falsos?

Resposta: A Bíblia adverte severamente contra seguir falsos mestres e ensinos que distorcem a verdade:

  • "Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos temos anunciado, seja anátema." (Gálatas 1:8)
  • "Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina, mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências." (2 Timóteo 4:3)

Seguir falsas doutrinas pode afastar uma pessoa da verdadeira salvação em Cristo. É fundamental basear a fé somente na Bíblia e não em interpretações humanas distorcidas.


25. Pergunta: As Testemunhas de Jeová afirmam que Jesus voltou invisivelmente em 1914. Isso é verdade?

Resposta: A doutrina da "volta invisível" de Jesus em 1914 é uma invenção das Testemunhas de Jeová baseada em cálculos errôneos. A Bíblia ensina que a volta de Cristo será visível e gloriosa:

  • "E então verão vir o Filho do Homem nas nuvens, com grande poder e glória." (Marcos 13:26)
  • "Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo os que o traspassaram." (Apocalipse 1:7)
  • "Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem." (Mateus 24:27)

Não há base bíblica para uma volta invisível de Cristo. Esse ensino foi criado para justificar a falha da profecia de que Ele voltaria fisicamente em 1914.


26. Pergunta: O ensino de que apenas 144 mil irão para o céu é correto?

Resposta: As Testemunhas de Jeová ensinam que apenas 144 mil pessoas irão para o céu, enquanto os demais viverão na Terra. No entanto, essa interpretação de Apocalipse 7:4-8 está errada.

  • Apocalipse 7:4 menciona 144 mil selados das 12 tribos de Israel, indicando um grupo específico, não um número fixo de cristãos que irão para o céu.
  • Jesus prometeu vida eterna a todos os que creem Nele:
    • "Na casa de meu Pai há muitas moradas." (João 14:2)
    • "E aquele que crê em mim tem a vida eterna." (João 6:47)

Não há base bíblica para limitar o número de pessoas que estarão com Cristo na glória celestial.


27. Pergunta: As Testemunhas de Jeová dizem que a cruz é um símbolo pagão e que Jesus morreu em uma estaca. Isso é verdade?

Resposta: A doutrina da estaca solitária é uma invenção moderna das Testemunhas de Jeová e não tem base histórica ou bíblica. A evidência mostra que Jesus foi crucificado em uma cruz:

  • "E disse-lhes Tomé: Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos..." (João 20:25) – O plural "cravos" indica que Jesus teve ambas as mãos pregadas separadamente, algo impossível em uma estaca.
  • O termo grego "stauros" pode significar tanto um poste vertical quanto uma cruz.
  • Evidências arqueológicas mostram que a crucificação romana utilizava a cruz tradicional, não uma estaca única.

O ensino das Testemunhas de Jeová sobre a estaca foi criado para se distanciar do cristianismo tradicional, mas não tem fundamento bíblico.


28. Pergunta: As Testemunhas de Jeová negam que Jesus é Deus. O que a Bíblia ensina?

Resposta: As Testemunhas de Jeová ensinam que Jesus é apenas um ser criado e inferior a Deus Pai. No entanto, a Bíblia afirma claramente que Jesus é Deus:

  • "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus." (João 1:1)
  • "Tomé respondeu e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu!" (João 20:28)
  • "Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade." (Colossenses 2:9)

Jesus é plenamente Deus e digno de adoração.


29. Pergunta: As Testemunhas de Jeová ensinam que só elas são o povo de Deus. Isso é bíblico?

Resposta: A Bíblia ensina que o verdadeiro povo de Deus é formado por todos aqueles que têm fé em Cristo, não por uma organização específica:

  • "Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus." (Gálatas 3:26)
  • "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará." (João 8:32)
  • "Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles." (Mateus 18:20)

O ensino de que apenas uma organização religiosa pode ser salva é uma forma de controle humano e não tem base bíblica.


30. Pergunta: As Testemunhas de Jeová dizem que a humanidade será dividida em dois grupos: os 144 mil no céu e os "outros" na Terra. Isso é correto?

Resposta: Essa doutrina não tem fundamento bíblico. A promessa bíblica para os salvos é a vida eterna com Cristo, sem distinção de classes:

  • "E Deus limpará de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor." (Apocalipse 21:4)
  • "Na casa de meu Pai há muitas moradas." (João 14:2)
  • "E aquele que crê em mim tem a vida eterna." (João 6:47)

A Bíblia não ensina uma divisão de classes entre os salvos, mas sim uma única esperança para todos que seguem a Cristo.


31. Pergunta: As Testemunhas de Jeová afirmam que o Espírito Santo é apenas uma força impessoal. Isso é verdade?

Resposta: As Testemunhas de Jeová ensinam que o Espírito Santo é uma "força ativa de Deus", negando que Ele seja uma pessoa. No entanto, a Bíblia ensina claramente que o Espírito Santo é um ser pessoal e divino:

  • O Espírito Santo fala e ensina: "Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito." (João 14:26)
  • Ele pode ser entristecido: "E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção." (Efésios 4:30)
  • Ele tem vontade própria: "Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer." (1 Coríntios 12:11)

A Bíblia apresenta o Espírito Santo como Deus, com características e ações que não podem ser atribuídas a uma simples força impessoal.


32. Pergunta: As Testemunhas de Jeová proíbem transfusões de sangue. Isso é bíblico?

Resposta: As Testemunhas de Jeová afirmam que aceitar uma transfusão de sangue é contra a vontade de Deus, baseando-se em passagens do Antigo Testamento sobre a proibição de comer sangue (Levítico 17:10-14). No entanto, essa interpretação está errada:

  • A proibição em Levítico referia-se a ingestão de sangue como alimento, não a procedimentos médicos.
  • Jesus ensinou que salvar vidas é mais importante do que seguir tradições religiosas: "Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes." (Mateus 12:7)
  • A vida está no sangue (Levítico 17:11), e uma transfusão não equivale a um consumo alimentar, mas a um transplante de um tecido vital para preservar a vida.

Proibir transfusões de sangue com base em uma interpretação errada da Bíblia tem causado a morte de muitas pessoas desnecessariamente.


33. Pergunta: As Testemunhas de Jeová ensinam que Jesus e o arcanjo Miguel são a mesma pessoa. Isso é correto?

Resposta: A Torre de Vigia ensina que Jesus é o arcanjo Miguel, mas essa crença não tem fundamento bíblico. A Bíblia mostra diferenças claras entre Jesus e Miguel:

  • Jesus é adorado: "E outra vez, quando introduz no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem." (Hebreus 1:6)
  • Jesus tem autoridade suprema: "E toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai." (Filipenses 2:11)
  • Miguel é descrito como um anjo que luta (Daniel 10:13), enquanto Jesus é Deus e Criador (Colossenses 1:16).

Nenhum texto bíblico afirma que Jesus e Miguel são a mesma pessoa. Esse ensino é uma tentativa de diminuir a divindade de Cristo.


34. Pergunta: O batismo realizado pelas Testemunhas de Jeová é válido?

Resposta: O batismo cristão deve ser realizado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme ordenado por Jesus:

  • "Portanto ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo." (Mateus 28:19)

O batismo das Testemunhas de Jeová, no entanto, é feito em nome de uma organização e não da Trindade, tornando-o inválido. Além disso, o batismo cristão é um compromisso com Cristo, enquanto o batismo das Testemunhas de Jeová envolve submissão à Torre de Vigia.


35. Pergunta: As Testemunhas de Jeová celebram aniversários e outras datas comemorativas? Isso é errado?

Resposta: A Torre de Vigia proíbe a celebração de aniversários e outras datas comemorativas, alegando que essas práticas têm origens pagãs. No entanto, a Bíblia não proíbe a comemoração de aniversários ou de qualquer outra data especial:

  • Jó comemorava aniversários com seus filhos (Jó 1:4-5), e Deus não condenou essa prática.
  • O nascimento de Jesus foi celebrado por anjos e pastores (Lucas 2:13-14).
  • O povo de Deus no Antigo Testamento comemorava eventos importantes, como a Páscoa e a Festa dos Tabernáculos.

Se a lógica de evitar tudo o que teve origem pagã fosse aplicada de forma rigorosa, as Testemunhas de Jeová também deveriam parar de usar roupas, dinheiro e calendários, pois todos têm raízes pagãs.


36. Pergunta: As Testemunhas de Jeová ensinam que a humanidade está nos últimos dias desde 1914. Isso é bíblico?

Resposta: As Testemunhas de Jeová afirmam que os "últimos dias" começaram em 1914, mas isso não tem respaldo bíblico. A Bíblia ensina que os últimos dias começaram com a primeira vinda de Cristo:

  • "Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho." (Hebreus 1:1-2)
  • "Sabendo primeiro isto: que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências." (2 Pedro 3:3)

Os "últimos dias" se referem ao período entre a primeira e a segunda vinda de Cristo, não a uma data específica como 1914.


37. Pergunta: Se as Testemunhas de Jeová são a religião verdadeira, por que erraram em tantas profecias?

Resposta: A Torre de Vigia fez diversas previsões que falharam, o que a Bíblia classifica como característica de um falso profeta:

  • 1914: Profetizaram que Cristo retornaria fisicamente e que o Armagedom aconteceria. Não ocorreu.
  • 1925: Ensinaram que Abraão, Isaque e Jacó ressuscitariam. Não ocorreu.
  • 1975: Sugeriram que o fim do mundo aconteceria. Não ocorreu.

A Bíblia ensina que um verdadeiro profeta de Deus nunca erra:

  • "Porém o profeta que tiver a presunção de falar alguma palavra em meu nome, que eu não lhe tenha mandado falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta morrerá." (Deuteronômio 18:20)
  • "Quando o profeta falar em nome do Senhor, e essa palavra não se cumprir, nem suceder assim, esta é palavra que o Senhor não disse; com soberba a falou aquele profeta; não tenhas temor dele." (Deuteronômio 18:22)

Se uma organização erra repetidamente em suas previsões, isso prova que ela não fala em nome de Deus.


38. Pergunta: A segunda vinda de Cristo acontecerá em uma única ocasião ou em duas etapas?

Resposta: A Bíblia ensina que a segunda vinda de Cristo acontecerá em duas etapas distintas, separadas por um período de sete anos:

  1. O Arrebatamento da Igreja (Primeira Etapa)
    • Antes da Grande Tribulação, Jesus virá para buscar os crentes e levá-los ao céu. Esse evento será repentino e secreto para o mundo.
    • "Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor." (1 Tessalonicenses 4:16-17)
    • "Numa momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados." (1 Coríntios 15:52)

Esse evento marca o início da 70ª semana de Daniel (Daniel 9:27), conhecida como a Grande Tribulação, quando Deus voltará a tratar com Israel e julgará o mundo.

  1. A Volta de Cristo em Glória para Julgar e Reinar (Segunda Etapa)
    • Após sete anos de Grande Tribulação, Cristo voltará de forma visível, acompanhado por Seus santos, para derrotar o anticristo e estabelecer Seu Reino Milenar na Terra.
    • "E então verão vir o Filho do Homem nas nuvens, com grande poder e glória." (Marcos 13:26)
    • "E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro, e julga e peleja com justiça." (Apocalipse 19:11)
    • "E naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente..." (Zacarias 14:4)

Nesse momento, Cristo estabelecerá Seu Reino Milenar, reinando com justiça sobre toda a Terra (Apocalipse 20:4-6).

A doutrina das Testemunhas de Jeová desconsidera essa distinção e ensina erroneamente que Cristo já está reinando desde 1914, algo que não tem base bíblica. A verdadeira volta de Cristo será visível, poderosa e trará juízo sobre os ímpios, estabelecendo um governo justo sobre toda a humanidade.



Jesus Cristo: Sua Eternidade, Humilhação e Exaltação


"Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus." (Filipenses 2:6)

O texto de Filipenses 2:6-11 revela três momentos distintos da existência do Senhor Jesus Cristo:

  1. Antes de vir ao mundo (versículo 6): Sua condição eterna como Deus.
  2. Durante sua vida terrena (versículos 7 e 8): Sua humilhação e obediência.
  3. Após deixar este mundo (versículos 9 a 11): Sua exaltação pelo Pai.

Entender essa progressão é essencial para compreendermos a identidade de Cristo e Sua obra redentora.

Jesus Cristo Antes de Vir ao Mundo

O versículo 6 deixa claro que Jesus existia antes do Seu nascimento e, mais do que isso, Ele existia em forma de Deus. Isso significa que Ele não foi criado, nem começou a existir quando nasceu em Belém, mas sempre foi Deus. Diferente de nós, que passamos a existir ao nascer, Jesus veio ao mundo porque já existia antes.

A própria Escritura confirma sua preexistência:

  • "Cristo Jesus veio ao mundo." (1 Timóteo 1:15)
  • "O Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido." (Lucas 19:10)
  • "Jesus Cristo veio em carne." (1 João 4:3)

Isso prova que Ele não começou a existir aqui, mas veio do céu.

Filipenses 2:6 afirma que Jesus "subsistia em forma de Deus". A palavra "forma" no grego não significa apenas uma aparência, mas a própria essência e natureza. Ou seja, antes de vir ao mundo, Jesus era Deus em toda a sua plenitude.

As profecias também confirmam essa verdade:

  • Miquéias 5:2: Afirma que o Messias nasceria em Belém, mas que já existia "desde os dias da eternidade".
  • Isaías 9:6: Chama o Messias de "Pai da eternidade", ou seja, Ele é antes de todas as coisas.

Isso significa que Jesus nunca foi criado, mas sempre existiu como Deus.

Jesus Cristo na Terra: O Servo Humilde

"Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens." (Filipenses 2:7)

Mesmo sendo Deus, Jesus se humilhou voluntariamente, tornando-se servo. Aqui, "esvaziou-se" não significa que Ele deixou de ser Deus, mas que abriu mão de Sua glória e de certos direitos enquanto esteve na Terra.

Podemos ilustrar isso com um copo de vidro cheio de água. Se a água for retirada, o copo continua sendo um copo de vidro. Da mesma forma, Jesus se esvaziou, mas continuou sendo Deus.

Sua obediência foi total:

  • "Eu não vim para ser servido, mas para servir." (Mateus 20:28)
  • "Eu não vim para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou." (João 6:38)

Jesus não foi forçado a essa posição, Ele escolheu se humilhar, tornando-se obediente até a morte de cruz.

Jesus Cristo Exaltado Sobre Tudo e Todos

"Por isso, Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome." (Filipenses 2:9)

Depois de cumprir Sua missão, Deus O exaltou à posição mais elevada. Jesus, que foi rejeitado e humilhado aqui na Terra, agora está no céu com um Nome acima de todo nome.

Essa exaltação tem implicações claras:

  • O mundo desprezou o Nome de Jesus, mas Deus o honrou supremamente.
  • O Senhor Jesus foi obediente até a cruz, e por isso, agora é Senhor de tudo e todos O reconhecerão.
  • Um dia, todo joelho se dobrará diante dEle – no céu, na terra e até mesmo no inferno.

Isso significa que ninguém escapará desse reconhecimento:

  • No céu, os salvos O adorarão com alegria.
  • Na terra, todos os habitantes da nova criação O reconhecerão como Senhor.
  • No inferno, até os perdidos reconhecerão que desprezaram o Senhor, mas sem alegria, apenas com arrependimento e remorso eterno.

O Senhor Jesus Cristo, que subsistia em forma de Deus, desceu à posição mais humilde, morreu pelos nossos pecados, ressuscitou e agora está exaltado como Senhor de tudo.

Conclusão: O Que Isso Significa Para Nós?

Filipenses 2 nos ensina verdades fundamentais sobre Jesus Cristo:

  1. Ele sempre foi Deus – Nunca foi criado, sempre existiu.
  2. Ele escolheu se humilhar – Se fez servo e obedeceu até a cruz.
  3. Ele foi exaltado – Hoje, Ele é o Senhor de tudo e todos O reconhecerão.

Essa verdade não é apenas teórica, mas transforma nossas vidas. Pois, se Ele se humilhou e foi exaltado, nós também devemos segui-Lo:

  • Se queremos crescer espiritualmente, devemos aprender a nos humilhar.
  • Se queremos ser grandes no Reino de Deus, devemos primeiro servir.
  • Se queremos glorificar a Deus, devemos confessar Jesus Cristo como Senhor.

O mundo pode rejeitá-Lo, mas um dia todos reconhecerão Sua autoridade. Para os que creem, isso será motivo de alegria. Para os que O rejeitam, será tarde demais.

Que hoje possamos dobrar nossos joelhos diante dEle com alegria, reconhecendo-O como nosso Senhor e Salvador.


Josué Matos

2. Divorciado e no novo casamento, perde a salvação? (13/11/2024)


O tema do divórcio e novo casamento é realmente muito delicado e deve ser abordado com compaixão, sensibilidade e fidelidade à Palavra de Deus. Sabemos que o divórcio traz muito sofrimento para todos os envolvidos — marido, esposa, filhos, e até familiares e amigos próximos. Assim, desejo tratar do assunto à luz do ensino bíblico, de modo a trazer clareza, evitando aumentar a dor daqueles que já sofreram com esta situação.


O Casamento na Perspectiva de Deus

O casamento não é uma instituição criada pela sociedade, mas sim por Deus, e desde o princípio Ele estabeleceu um padrão de união entre um homem e uma mulher para toda a vida (Gênesis 2:23-24). Esta união é chamada de "uma só carne" e deve ser permanente e inseparável, como o próprio Senhor Jesus ensinou: "Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem" (Mateus 19:6). Este é o plano original de Deus: que o casamento seja indissolúvel até que a morte separe o casal.


Fornicação e a Cláusula de Exceção

No Antigo Testamento, o divórcio foi permitido pela dureza do coração dos homens, mas não foi algo estabelecido como plano de Deus. Quando chegamos ao Novo Testamento, o Senhor Jesus menciona uma cláusula de exceção para o divórcio, que aparece em Mateus 19:9: "Qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério."

A palavra "fornicação" (porneia) refere-se, neste contexto, à infidelidade sexual durante o período de desposamento, antes do casamento ser consumado. Ou seja, essa exceção é para casos onde a noiva ou noivo, durante o período de compromisso, foi infiel. Isso significa que, caso ocorra fornicação durante o período de noivado, o parceiro inocente está livre para cancelar o compromisso e casar-se com outra pessoa. Essa exceção não se aplica ao casamento em si, mas sim ao período de desposamento. Portanto, quando o casamento é consumado, ele é visto como uma união indissolúvel, e não há base bíblica para o divórcio e posterior novo casamento enquanto ambos os cônjuges viverem.


Adultério e Novo Casamento

Diferentemente da fornicação, o adultério, que ocorre após o casamento ser consumado, não justifica a dissolução da união aos olhos de Deus. A Bíblia ensina que o divórcio não desfaz o casamento original e, portanto, qualquer pessoa que se divorcia e se casa novamente, enquanto o cônjuge original ainda vive, comete adultério (Marcos 10:11-12; Lucas 16:18).

Mesmo quando ocorre um divórcio legal perante as autoridades humanas, o vínculo matrimonial ainda é considerado válido diante de Deus. Assim, um novo casamento enquanto o cônjuge original vive é, biblicamente, adultério. Este princípio é confirmado por Paulo em Romanos 7:2-3: "A mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele vive, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido. De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro marido."


Base e Continuidade da Salvação

Agora, sobre o ponto importante da salvação. A base da salvação é a fé em Jesus Cristo como nosso Salvador. Efésios 2:8-9 nos diz claramente que somos salvos pela graça, por meio da fé, e isso não vem de nós, é um dom de Deus, não vem das obras, para que ninguém se glorie. Isso significa que não há mérito humano em alcançar a salvação, e não somos salvos pelas nossas boas obras, mas pela obra perfeita de Cristo na cruz.

No entanto, a continuidade da salvação está ligada ao viver uma vida que honre a Deus. A verdadeira fé em Cristo resulta em transformação de vida, e o fruto do Espírito deve ser evidenciado no comportamento do crente (Gálatas 5:22-23). Portanto, embora a salvação não possa ser perdida como se fosse um simples objeto, ela deve ser acompanhada de arrependimento contínuo, crescimento espiritual e obediência à Palavra de Deus.

No caso de pessoas que se encontram em situações de divórcio e novo casamento enquanto o cônjuge anterior ainda vive, isso deve ser tratado à luz do arrependimento e da busca sincera pela vontade de Deus. Não há dúvida de que Deus perdoa todo pecado quando há arrependimento genuíno (1 João 1:9), mas é necessário que haja um reconhecimento do erro e um desejo sincero de viver em conformidade com os padrões estabelecidos por Deus para o casamento.


Como a Igreja Local Deve Agir

Aos casais que se encontram em uma situação de divórcio e novo casamento enquanto o cônjuge anterior ainda vive, é necessário buscar a orientação do Senhor, arrependimento genuíno e, se possível, o apoio de líderes espirituais. Não há uma solução fácil, especialmente quando há filhos envolvidos, mas Deus é misericordioso e sempre pronto a perdoar quando há arrependimento sincero.

Contudo, é importante esclarecer que, embora essas pessoas sejam salvas e façam parte da Igreja, o Corpo de Cristo, elas não podem ser recebidas na comunhão da igreja local enquanto essa situação permanecer. A condição de estarem em um segundo casamento enquanto o cônjuge anterior ainda vive caracteriza adultério aos olhos de Deus, e por isso, elas não podem participar da comunhão da igreja local, o que inclui a Ceia do Senhor e a participação ativa como membros. Essas pessoas, entretanto, podem frequentar as reuniões, ouvir a Palavra, buscar orientação e crescer na fé como outros frequentadores que ainda não fazem parte da comunhão da igreja.

A igreja deve abordar essas situações com amor e compaixão, oferecendo orientação bíblica e apoio espiritual. Ao mesmo tempo, os padrões de Deus não podem ser comprometidos. Em alguns casos, isso pode significar a difícil decisão de viver sem um novo casamento enquanto o cônjuge original vive, seguindo o ensino de 1 Coríntios 7:10-11, onde Paulo instrui que, se houver separação, "fique sem casar, ou se reconcilie com o marido".


A Segurança da Salvação

A salvação, conforme apresentada no Novo Testamento, é um dom de Deus que nos é concedido pela fé no Senhor Jesus Cristo e na obra completa que Ele realizou na cruz. Efésios 2:8-9 nos lembra que "pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie." Isso significa que a nossa salvação não depende das obras que fazemos ou dos erros que cometemos antes de ser salvos ou após ser salvo, mas do sacrifício perfeito de Cristo. 

Quando consideramos questões como o segundo casamento, é importante entender que a salvação não está ligada ao estado civil de uma pessoa. O que salva uma pessoa é a sua fé em Jesus Cristo e o arrependimento genuíno de seus pecados. O arrependimento implica reconhecer nossos erros, pedir perdão a Deus, e procurar viver de acordo com a Sua vontade. Todos nós temos áreas em nossas vidas onde podemos melhorar, e o segundo casamento é um exemplo de uma situação complexa que precisa ser tratada com arrependimento e graça.

O ensino bíblico sobre casamento é claro ao descrever o padrão de Deus: "Portanto, deixará o homem o seu pai e a sua mãe e unir-se-á à sua mulher, e serão ambos uma só carne" (Gênesis 2:24). O Senhor Jesus reafirmou a santidade do casamento em Marcos 10:6-9. Contudo, a Escritura também ensina que a graça de Deus cobre uma multidão de pecados e que, em Cristo, encontramos perdão e redenção, independentemente da nossa situação pessoal. O apóstolo Paulo escreveu: "Onde o pecado abundou, superabundou a graça" (Romanos 5:20).

No contexto do segundo casamento, algumas pessoas podem se sentir culpadas e acreditar que perderam a possibilidade de salvação. No entanto, é crucial lembrar que a segurança da salvação está firmemente baseada na obra consumada de Cristo e não em nossa própria capacidade de manter um estado de perfeição moral. Romanos 8:1 nos diz que "agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus". Se alguém, em um segundo casamento, se arrependeu e confessou seus pecados diante de Deus, não há razão bíblica para acreditar que essa pessoa esteja excluída da salvação. Deus é fiel para perdoar aqueles que se arrependem sinceramente (1 João 1:9). Após ser salvo, o crente, seguindo em um segundo casamento, tendo ainda o seu cônjuge vivo, está em um pecado moral constante; mas isso não lhe tira a salvação, mas sim o seu testemunho e limitará bastante seu testemunho para Deus no mundo.

Também é necessário entender que a segurança da salvação não se baseia em nossa capacidade de cumprir todos os mandamentos à risca. Todos nós falhamos e caímos em áreas diferentes de nossas vidas. O apóstolo Paulo, em Romanos 7, descreve a sua própria luta contra o pecado, deixando claro que mesmo os maiores homens de Deus enfrentam falhas. Mas ele termina sua reflexão com a declaração de que "graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor" (Romanos 7:25), enfatizando que nossa esperança e segurança não estão em nossa capacidade de ser impecável, mas no que o Senhor Jesus fez por nós.

Portanto, afirmar que alguém em um segundo casamento não poderá ser salvo, se o Senhor Jesus voltar, não está em conformidade com o ensino da graça e do perdão revelado nas Escrituras. A salvação não é determinada pelo estado civil, mas pela fé pessoal no Senhor Jesus, pelo arrependimento sincero, e pela aceitação da graça de Deus.

A nossa segurança está na promessa de Jesus Cristo, que disse: "As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem; eu lhes dou a vida eterna, e jamais perecerão; ninguém as arrebatará da minha mão" (João 10:27-28). Aqueles que colocam sua fé em Jesus Cristo e se entregam a Ele podem ter certeza de sua salvação, pois estão seguros em Suas mãos.

Todo o verdadeiro salvo envolvido em um segundo casamento, assim, sofre em seu íntimo, porque ele sabe que a salvação de Deus não é uma autorização para pecar ou viver no pecado. As más escolhas antes de ser salvo, muitas vezes, são difíceis de serem consertadas. É o preço que ele terá que conviver.


Conclusão

Deus aborrece o divórcio, mas Ele é também o Deus da graça e da restauração. Ele deseja que todos vivam de acordo com Sua Palavra, e isso inclui o casamento. Se alguém se encontra em uma situação de segundo casamento enquanto o primeiro cônjuge vive, a solução não é simples, mas é importante buscar arrependimento, orientação espiritual e caminhar em obediência ao Senhor. A igreja deve ajudar aqueles que sofrem com estas situações, oferecendo consolo e direção, mas sem abandonar a verdade das Escrituras.

Que o Senhor Jesus conceda a todos sabedoria e graça para lidar com essas questões de acordo com a Sua vontade, buscando sempre a glória de Deus acima de tudo e lembrando que Ele é um Deus de misericórdia que ama restaurar o pecador arrependido.



Por Josué Matos

3. Blasfêmia contra o Espírito Santo: Diferença nos Evangelhos (16/11/2024)


"Mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo, nunca terá perdão, mas será culpado de um pecado eterno." (Marcos 3:29)


"Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á isso perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir."  (Mateus 12:32)


As palavras do Senhor Jesus sobre o pecado imperdoável contra o Espírito Santo podem nos trazer dúvidas, especialmente sobre o que Ele quis dizer com "neste mundo" e "no porvir". Analisando as Escrituras, vemos que os dois textos se complementam e nos ajudam a entender a gravidade de rejeitar a obra de Deus através do Espírito Santo.

Em Mateus 12:32, o termo "neste mundo" refere-se ao período em que o Senhor Jesus estava presente na Terra, sob a Lei. Jesus, como o Filho do Homem, manifestava a glória de Deus e apresentava o Reino ao povo de Israel. Esse tempo era singular, pois a presença física do Messias entre eles significava a realização das promessas de Deus ao povo de Israel. Mesmo que alguém falasse algo contra o Senhor Jesus naquele momento, havia uma chance de perdão, pois muitas das atitudes poderiam ser atribuídas à ignorância humana, à dúvida ou à dificuldade em compreender plenamente quem Ele era.

Porém, ao mencionar o "porvir", o Senhor se refere a uma era futura - especificamente o Reino Messiânico, quando Ele reinará sobre toda a Terra. Nesse período, a rejeição ao Espírito Santo será ainda mais significativa. O Espírito Santo é quem traz convicção de pecado, revela a verdade de Deus, e testifica da obra de Jesus Cristo. Falar contra o Espírito Santo é, portanto, uma rejeição completa e deliberada da obra de Deus, uma recusa consciente à verdade revelada, tanto durante a era da Lei quanto na era do Reino vindouro.

A blasfêmia contra o Espírito Santo ocorre quando alguém atribui a obra de Deus ao maligno, rejeitando assim o testemunho do Espírito e o plano redentor de Deus de forma consciente e definitiva. Em ambas as eras - tanto durante o ministério terreno de Jesus quanto no Reino Messiânico - tal atitude reflete um coração endurecido que resiste à graça e ao testemunho de Deus de maneira definitiva, tornando impossível o perdão. Esse é o pecado eterno do qual o Senhor Jesus falou em Marcos 3:29, pois envolve um coração irremediavelmente fechado ao arrependimento.

O Senhor Jesus deixa claro que Deus é abundantemente misericordioso e pronto a perdoar aqueles que vêm a Ele com um coração quebrantado, mesmo que tenham falhado em reconhecer o Filho do Homem em Sua primeira vinda. Contudo, a resistência ao Espírito Santo é mais do que uma dúvida passageira; é uma oposição deliberada e consciente ao poder e à verdade de Deus. Tal atitude jamais poderá encontrar perdão, porque não há mais arrependimento onde o Espírito é rejeitado.

Assim, fica evidente que a blasfêmia contra o Espírito Santo é uma questão de rejeitar plenamente a obra divina, tanto durante a época em que Jesus estava presente na Terra quanto no Reino Messiânico futuro. É um alerta solene para permanecermos sensíveis à voz de Deus e abertos ao trabalho do Espírito Santo em nossas vidas.


Blasfêmia contra o Espírito Santo na Dispensação da Graça


"E todo aquele que disser uma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á perdoado; mas ao que blasfemar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado."  (Lucas 12:10)


Estamos vivendo na chamada dispensação da graça, um período entre a primeira vinda do Senhor Jesus, em que morreu e ressuscitou, e o Seu futuro Reino Messiânico de mil anos aqui na terra. Neste intervalo, surge a pergunta: seria possível cometer a blasfêmia contra o Espírito Santo? E, se sim, haveria perdão para isso?

A blasfêmia contra o Espírito Santo é um pecado muito sério e específico. No ministério terreno do Senhor Jesus, isso foi exemplificado quando os fariseus e líderes religiosos, vendo os milagres que Ele fazia pelo poder de Deus, deliberadamente atribuíram essas obras ao maligno, dizendo que Ele estava expulsando demônios pelo poder de Belzebu (Mateus 12:24-32). Esta atitude não era fruto de um erro ou mal-entendido, mas de uma rejeição consciente da evidência da obra do Espírito de Deus. Eles estavam vendo a manifestação clara do poder divino e, ainda assim, decidiram endurecer seus corações contra isso, atribuindo ao maligno aquilo que era obra de Deus. Este tipo de rejeição, portanto, é descrito como um pecado imperdoável, pois se trata de um endurecimento extremo e deliberado contra a verdade revelada através do Espírito Santo nas obras do Messias prometido a Israel.

Então, se esse tipo de blasfêmia só seria possível na época do Senhor Jesus e no futuro reino messiânico, como seria na atual dispensação da graça? Teria perdão? Eu não diria que na dispensação da graça teria perdão para este tipo de pecado. Mas sim, que vivemos em uma época em que não temos os elementos para se cometer este tipo de pecado.

Na dispensação da graça, o Espírito Santo está presente no mundo para convencer do pecado, da justiça e do juízo (João 16:8). Ele é quem ilumina os corações, dando entendimento sobre o estado perdido do ser humano, da graça no Evangelho e levando os homens ao arrependimento. Quando uma pessoa resiste continuamente ao testemunho do Espírito Santo, ela está, na prática, fechando seu coração à única fonte que pode levá-la ao arrependimento e à fé em Jesus Cristo como Salvador pessoal (João 15:26). Essa rejeição persistente e definitiva da obra do Espírito não pode ser considerada uma forma de blasfêmia ao Espírito Santo, mesmo que envolva o ato consciente de resistir e desprezar a oferta de salvação de Deus. Este pecador não está atribuído à obra do Espírito Santo nele ao maligno; ele somente não quer ceder lugar ao Espírito naquele momento.

Portanto, deve-se entender que a blasfêmia contra o Espírito Santo não se refere a uma dúvida momentânea ou uma falha ocasional, mas a uma atitude contínua e definitiva de atribuir ao maligno a obra feita pelo Espírito Santo quando tudo se faz evidente ser Ele o Autor. A Bíblia ensina que Deus é misericordioso e está sempre disposto a perdoar os que se arrependem genuinamente. O apóstolo Pedro enfatiza que Deus "não quer que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento" (2 Pedro 3:9). Portanto, enquanto houver um coração disposto a responder ao chamado do Espírito, há esperança de perdão e salvação.

A epístola aos Hebreus traz um forte alerta sobre o perigo de endurecer o coração à voz do Espírito Santo: "Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações" (Hebreus 3:7-8). Esse chamado é um lembrete contínuo da importância de sermos sensíveis à obra do Espírito e de não resistirmos ao seu convencimento. 

Portanto, enquanto vivemos nesta era da graça, a porta da salvação está aberta a todos que se arrependem e creem no Senhor Jesus. O Espírito Santo continua a operar no mundo, chamando os pecadores ao arrependimento e oferecendo a vida eterna em Cristo. A resistência definitiva e consciente a essa obra é o que torna o pecado imperdoável, pois rejeita a única provisão de Deus para a salvação. Que todos que leem estas linhas já tenham respondido ao Espírito com fé e submissão, aceitando a graça de Deus e vivendo de acordo com a vontade do Senhor Jesus.


Por Josué Matos

4. O que era o "algo indecente", em Deuteronômio 24:1? (28/11/2024)

Deuteronômio 24:1 aborda a questão do divórcio no contexto da sociedade israelita antiga. Tradicionalmente, este versículo é interpretado como referência ao término de um casamento formal. No entanto, entendemos que o texto se refere ao rompimento de um noivado, conhecido como "desposório".

Na cultura judaica, o noivado era um compromisso legalmente vinculante, quase equivalente ao casamento. Durante o período de noivado, o casal era considerado marido e mulher, embora ainda não tivessem consumado a união ou coabitado. Dessa forma, a dissolução de um noivado exigia um procedimento formal semelhante ao divórcio. Essa interpretação é sustentada pelo relato de José e Maria em Mateus 1:18-19, onde José, ao descobrir que Maria estava grávida durante o noivado, planejou "deixá-la secretamente", indicando a necessidade de um ato formal para romper o compromisso.

Aplicando essa perspectiva a Deuteronômio 24:1, o "algo indecente" encontrado poderia referir-se a uma descoberta durante o noivado que justificasse seu término. A exigência de uma "carta de divórcio" assegurava que a dissolução fosse documentada, protegendo os direitos de ambas as partes e permitindo que a mulher pudesse se casar com outro homem, se assim desejasse.

Essa interpretação enfatiza a seriedade do noivado na cultura israelita e a importância de procedimentos formais para dissolvê-lo, garantindo justiça e clareza para ambos os envolvidos.


Deuteronômio 1-4

"Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, e acontecer que ela não ache graça aos seus olhos, por ter ele achado nela alguma impureza; então, escreva uma carta de divórcio, e lha dê na mão, e a mande para fora da sua casa. E, quando ela se tiver retirado da sua casa, ela poderá ir e ser mulher de outro homem" (vv.1-2). 


Esta provisão dada por Moisés tem a sua razão esclarecida pelo próprio Senhor Jesus: "Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres" (Mt 19.8). Essa é parte da resposta que o Senhor Jesus deu aos fariseus, em Mateus 19.1-9, quando o desafiaram a respeito do divórcio.


Os fariseus perguntaram ao Senhor: "É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?" A resposta de Jesus foi clara e direta: "Não lestes que Aquele que os fez no princípio os fez macho e fêmea, e disse: Por isso deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim, já não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou, não o separe o homem."


Insistentes, os fariseus voltaram a perguntar: "Por que, então, Moisés ordenou que se desse carta de divórcio e que se repudiasse a mulher?" E o Senhor lhes respondeu: "Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas desde o princípio não foi assim."


O evangelho de Marcos deixa claro que os fariseus estavam tentando colocar Jesus em uma armadilha com suas perguntas: "E os fariseus, aproximando-se dele, perguntaram-lhe: É lícito ao homem repudiar sua mulher? tentando-o" (Mc 10.2). Se o Senhor Jesus tivesse dito que não era lícito ao homem repudiar sua mulher, os fariseus teriam citado Deuteronômio 24.1-2 para contradizê-lo. No entanto, se tivesse dito que era lícito, teriam usado Gênesis 2.24 para tentar descredenciá-lo. Parecia, assim, não haver saída para essa situação aparentemente sem solução, pois os inimigos de Jesus aparentemente o colocaram em um dilema impossível. Contudo, suas tentativas de enganá-lo e constrangê-lo fracassaram completamente, pois a resposta do Senhor satisfez ambas as passagens. Mesmo assim, mais tarde, os fariseus, juntamente com os herodianos, tentaram novamente desafiar Jesus com outro dilema aparente, apenas para serem silenciados mais uma vez (Mt 22.15-22). Ele provou ser o Mestre completo da situação em ambas as ocasiões.


É importante observar cuidadosamente como o Senhor lidou com as perguntas dos fariseus. Ele conseguiu silenciá-los explicando as Escrituras de maneira que não houvesse contradição. Para atingir seus objetivos, os fariseus estavam dispostos a colocar uma passagem da Escritura contra a outra. Eles fariam qualquer coisa para desacreditar Jesus. Mas, suas tentativas falharam quando as Escrituras relevantes foram explicadas de forma cuidadosa. Isso nos ensina algo valioso: quando duas passagens parecem se contradizer ou quando outros dizem que há contradição nas Escrituras, um estudo cuidadoso pode resolver o problema. Esse estudo deve envolver uma análise do contexto em que cada declaração foi feita e considerar o propósito original e inalterado de Deus. Agora veremos mais claramente ao examinarmos o ensinamento do Senhor, que faz dois pontos importantes:


a. A Instituição do Casamento por Deus


Em primeiro lugar, devemos notar que o Senhor Jesus respondeu aos fariseus citando o propósito original e imutável de Deus em relação ao casamento: "Não tendes lido que o Criador, no princípio, os fez homem e mulher, e disse: Por isso deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne?" Marcos também preserva essa ênfase: "Mas desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher" (Mc 10.6). Jesus citou tanto Gênesis 1.27 quanto 2.24. Isso, por si só, refuta qualquer sugestão de evolução. Ele confirmou a criação de Adão e Eva, o que é natural, pois, como está escrito em João 1.3: "Todas as coisas foram feitas por Ele; e sem Ele nada do que foi feito se fez." As palavras de Jesus — "não separe o homem" — não contêm qualificações. "Fica em aberto se a referência é a uma das duas partes envolvidas, a um intruso que tenta destruir o casamento ou a um oficial que pronunciaria um decreto de divórcio" (H. St. John).

Deus deixou claro Seu pensamento sobre o divórcio: "Porque o Senhor, o Deus de Israel, diz que odeia o repúdio" (Ml 2.16). O desejo de todo crente deve ser cumprir a vontade revelada de Deus em relação ao casamento e, portanto, o divórcio nunca deve ser uma opção. No entanto, é necessário abordar os detalhes mencionados em Deuteronômio 24.1-4. Isso nos leva ao próximo ponto:


b. A Provisão para o Divórcio através de Moisés


Há quem sugira que Moisés não tinha autoridade divina direta para fazer provisão para o divórcio, e que isso se apoiaria nas palavras do Senhor Jesus: "Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres" (Mt 19.8). 

No entanto, esse é um argumento perigoso, pois, se aceito, colocaria em dúvida todos os "estatutos e julgamentos" registrados no livro de Deuteronômio. Ainda que o Senhor tenha afirmado o propósito original e imutável de Deus para o casamento, o fato é que, em resposta à pergunta dEle — "O que Moisés vos ordenou?" — os fariseus responderam corretamente: "Moisés permitiu escrever uma carta de divórcio e repudiá-la" (Mc 10.3-4). Jesus, então, explicou a provisão: "Por causa da dureza do vosso coração (o coração dos homens) ele vos escreveu este mandamento" (Mc 10.5).


A provisão refere-se ao início da vida conjugal: "Quando um homem tomar uma esposa e se casar com ela" (v.1). No livro "Modern Trends in Morality", Wm. T. McBride aponta que isso "não poderia se referir a um casamento bem estabelecido. O texto hebraico indica que a mulher é recém-casada" (p.56). A provisão menciona "alguma impureza nela" (v.1). Certamente, não se refere a adultério, pois a penalidade para o adultério era a morte (Dt 22.22). 

Alguns sugerem que se trata de fornicação durante o noivado, descoberta após o casamento. Contudo, não há evidência explícita de que este seja o caso. A impureza mencionada parece referir-se a algo de natureza física, e não moral, relacionada a funções normais do corpo. A expressão "alguma impureza" também aparece em Deuteronômio 23.13-14, referindo-se ao enterro de dejetos humanos, sugerindo que a "impureza" em Deuteronômio 24.1 se refere a uma emissão corporal. 

McBride aponta que a palavra "contaminado" (Dt 24.4) é da mesma raiz que a palavra usada em Levítico 15.24-25, indicando que pode haver uma relação com a proibição de contato físico durante os dias de menstruação da mulher.


A provisão salvaguarda a mulher contra um futuro sem amor. Uma vez que o homem demonstrou, logo no início do casamento, falta de paciência e cuidado amoroso — aquilo que Jesus chamou de "dureza de coração" — ele deveria "escrever-lhe uma carta de divórcio, entregá-la em sua mão e mandá-la embora de sua casa" (v.1). Se ele já demonstrou esse comportamento nos primeiros dias do casamento, sua conduta futura só tenderia a piorar. Portanto, era para a própria proteção da mulher que lhe era permitido o divórcio, sem qualquer possibilidade de retorno a esse homem.


A provisão também permitia que a mulher se casasse novamente: "E quando ela se tiver separado da casa dele, ela poderá ir e ser esposa de outro homem" (v.2). Não há referência a isso ser uma "abominação" perante o Senhor, nem "fazer a terra pecar" (v.4), a menos que ela tentasse voltar para o primeiro marido, o que era estritamente proibido. Assim, a provisão proibia o novo casamento com o marido original após o divórcio e um segundo casamento.


A razão é claramente explicada: "porque isso é abominação perante o Senhor; e não farás pecar a terra que o Senhor teu Deus te dá por herança" (v.4). Como Raymond Brown observa, "o casamento era para toda a vida e, se os parceiros pensassem que poderiam mudar suas alianças conjugais livremente, eles tinham que saber que tal conduta seria detestável aos olhos do Senhor". 

Na sociedade atual, a total confusão em relação ao casamento e ao divórcio fez com que nossa "terra pecasse", pois "a justiça exalta as nações, mas o pecado é uma vergonha para qualquer povo" (Pv 14.34).


O Antigo Testamento mostra essa anomalia, ou seja, o repúdio. Esta novidade só apareceu nos dias de Moisés, e temos as leis a este respeito em Deuteronômio. Resumindo, são:

  1. Deuteronômio 22:20-21. O homem casou e acusou falsamente a mulher, dizendo que não era virgem. Neste caso ele seria castigado, pagaria cem siclos de prata ao pai da moça, e ela lhe seria por mulher. Além disto, ele nunca poderia divorciá-la.

  2. Deuteronômio 22:20-21. O homem casou e logo descobriu que não era virgem. Neste caso, não haveria divórcio, a mulher seria apedrejada e morta.

  3. Deuteronômio 22:22. Num caso de adultério, não haveria divórcio, pois ambos seriam mortos.

  4. Deuteronômio 22:23-27. Fornicação.

  1. No caso de uma virgem desposada. Se acontecesse na cidade, ambos seriam mortos, pois ela não gritou pedindo socorro; logo, não haveria divórcio.

  2. Se acontecesse no campo, somente o homem e seria morto, pois a moça gritou e não houve quem a socorresse.

  3. Deuteronômio 22:28-29. No caso de uma virgem não desposada. O homem daria ao pai da moça 50 siclos de prata e ela lhe seria por mulher, e ele nunca poderia divorciá-la.

  4. Deuteronômio 24:1-4. Se um homem casasse com uma mulher e esta "não achar graças aos seus olhos, por nela achar coisa feia", ele poderia dar-lhe carta de repúdio, e ela estaria livre para casar com outro. Se, porém, seu segundo marido falecesse ou lhe repudiasse, ela não poderia casar-se novamente com o seu primeiro marido.

Sem entrarmos em detalhes, podemos perceber um fato importante para nosso estudo. O divórcio foi permitido na lei de Moisés, mão não em caso de adultério. Este pecado seria punido com a morte. Algum outro motivo deveria ser à base do divórcio.

Há mais algumas referências ao divórcio no Antigo Testamento que não afetam este estudo. Nesta altura basta notar que o Antigo Testamento encerra este assunto "...ninguém seja desleal com a mulher da sua mocidade. Porque o Senhor, Deus de Israel, diz que aborrece o repúdio..." (Malaquias 2:15-16).

É claro que nenhuma das anomalias que temos considerado representa a vontade de Deus para a humanidade. Apesar da tolerância à bigamia, da poligamia e do divórcio, o propósito de Deus para a raça humana continua sendo uma união monogâmica que só poderá ser desfeita pela morte de um dos cônjuges.


5. Como saber se devo casar ou não? (28/11/2024)

Bem, listarei alguns assuntos a serem discutidos:

1. Alinhamento Espiritual e Comunhão com Deus: Ambos os jovens devem estar em plena comunhão com Cristo e viver sob a orientação do Espírito Santo. A certeza da vontade de Deus geralmente vem da paz que Ele concede aos envolvidos. Se ambos têm essa paz, é um sinal positivo.

2. Confirmar em Oração e Pela Palavra: É essencial continuar orando e buscar orientação na Palavra de Deus. Um relacionamento que é verdadeiramente da vontade de Deus será confirmado pela Escritura, através de princípios gerais como o amor sacrificial, o desejo de edificar um ao outro e servir juntos ao Senhor.

3. Sinais de Conformidade Com a Vontade de Deus: Deus pode usar circunstâncias, conselhos de irmãos maduros na fé e a situação espiritual de ambos para trazer confirmação. Ouvir o conselho de cristãos espiritualmente maduros pode fornecer discernimento adicional. Deus também pode fechar portas se não for a vontade dEle.

4. Paz Interior e Direção do Espírito Santo: A Bíblia nos encoraja a buscar a paz de Deus como árbitro em nossos corações (Colossenses 3:15). Se ambos experimentam uma paz que persiste em relação ao relacionamento, mesmo em momentos difíceis, isso pode ser um indicativo da direção de Deus.

5. Princípio do Tempo de Deus: A vontade de Deus também é revelada no tempo certo. Não há necessidade de pressa ou pressão. A falta de convicção clara pode ser um indicativo de que ainda não é o momento ou mesmo que o casamento não é o plano de Deus.

6. Considerar a Possibilidade do Dom do Celibato: A vida de solteiro, como a de Paulo, é considerada um dom (1 Coríntios 7:7). Ambos devem buscar diante de Deus se possuem esse dom, que é caracterizado por uma satisfação e realização plena em servir ao Senhor sem a necessidade de um companheiro para tal. Porém, se existe qualquer sentimento de insatisfação de estar só nesta área ou tenha atração por uma determinada pessoa, é um sinal óbvio de que não tem este dom.

Assim, a vontade de Deus para um casamento envolve um discernimento contínuo, buscando a paz de Deus, a confirmação através de Sua Palavra e a direção do Espírito Santo, enquanto consideram conselhos sábios e a situação das portas que Deus abre ou fecha.

6. "Examine-se a si mesmo…" (02/12/2024)


"Portanto, qualquer que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpado de profanar o corpo e o sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice. Pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si." (1 Coríntios 27-29)


Este autoexame é uma prática pessoal, onde cada crente avalia sua própria condição espiritual, reconhece pecados não confessados e busca reconciliação com Deus e se for o caso, com os irmãos na fé. A participação digna na Ceia do Senhor requer essa introspecção sincera, assegurando que o ato seja realizado com reverência e entendimento do sacrifício de Cristo.


É importante destacar que Paulo está falando diretamente à igreja em Corinto, ou seja, aos crentes que já estavam em plena comunhão na igreja local. A Ceia do Senhor é um privilégio dado àqueles que fazem parte do Corpo de Cristo e estão em comunhão com a assembleia local. Paulo, ao escrever aos coríntios, deixa claro que o propósito da Ceia é a comunhão dos santos que já foram recebidos na igreja local. Assim, este exame não é dirigido aos crentes de fora, ou seja, àqueles que não estão em comunhão com aquela assembleia específica, mas sim àqueles que já participam ativamente da vida da igreja local.


Essa distinção pode ser vista claramente em 1 Coríntios 10:16-17: "Porventura o cálice de bênção, que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão, que partimos, não é, porventura, a comunhão do corpo de Cristo? Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo; porque todos participamos do mesmo pão." Aqui, Paulo enfatiza que a Ceia do Senhor é um ato de comunhão daqueles que são parte do corpo local, uma expressão da unidade dos crentes em uma mesma assembleia. Portanto, a Ceia do Senhor não é simplesmente um ato individual, mas uma demonstração da comunhão entre os crentes que compartilham da mesma fé e que estão reunidos como igreja.


A responsabilidade do autoexame é individual, conforme enfatizado por Paulo, e deve ser feita por aqueles que estão em comunhão com a igreja. No entanto, a liderança da igreja tem o papel de instruir e orientar a congregação sobre a importância dessa prática, garantindo que todos compreendam a seriedade da participação na Ceia do Senhor. Isso não implica que líderes devam examinar ou julgar a condição espiritual de cada membro, mas sim fornecer ensino e encorajamento para que cada um faça seu próprio autoexame.


Assim, a prática de líderes examinarem outros antes da participação na Ceia não encontra respaldo bíblico. Cada crente, já estando em comunhão com a igreja local, é chamado a autoavaliar-se, reconhecendo suas falhas e buscando a graça de Deus, para que participe da Ceia de maneira digna e em comunhão no Corpo de Cristo. Desta forma, a Ceia do Senhor é reservada para aqueles que já fazem parte da comunhão eclesiástica, e não é um evento aberto para qualquer crente que não esteja devidamente em comunhão com a igreja local.


Ao ser recebido na comunhão de uma igreja local, o crente não é apenas recebido para uma reunião específica, a ceia do Senhor. Ele foi recebido para todos os privilégios e responsabilidades que estão relacionados a uma assembleia local biblicamente.

7. Uso do véu é cultural ou devemos usar hoje? (05/12/2024)

A questão do uso do véu pelas mulheres, conforme abordado em 1 Coríntios 11:2-16, é interpretada como um mandamento divino, fundamentado na ordem da criação e na hierarquia espiritual estabelecida por Deus. Nessa perspectiva, o uso do véu não é visto como uma prática cultural específica da época, mas como uma instrução que transcende contextos culturais e temporais, sendo aplicável aos cristãos em nossos dias.


Fundamentação Bíblica:

- 1 Coríntios 11:3-5: Paulo estabelece uma ordem de autoridade: "Quero, porém, que saibais que Cristo é a cabeça de todo homem, e o homem, a cabeça da mulher; e Deus, a cabeça de Cristo. Todo homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a sua própria cabeça. Mas toda mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta desonra a sua própria cabeça, porque é como se estivesse rapada."

- 1 Coríntios 11:7-10: Paulo relaciona o uso do véu à ordem da criação: "O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus; mas a mulher é a glória do homem. Porque o homem não provém da mulher, mas a mulher, do homem. Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher, por causa do homem. Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa dos anjos."


Considerações:

- Ordem da Criação: A instrução é baseada na ordem da criação, indicando que a mulher foi criada a partir do homem e para o homem, estabelecendo uma hierarquia que se reflete no uso do véu como sinal de submissão.

- Presença dos Anjos: A menção de "por causa dos anjos" sugere uma dimensão espiritual na observância dessa prática, indicando que os anjos observam a ordem e a submissão na adoração.

- Prática Universal: A ausência de referências a costumes culturais específicos sugere que a instrução é destinada a todas as igrejas, independentemente do contexto cultural.


Aplicação Prática:

Igrejas que adotam essa interpretação mantêm a prática do uso do véu por mulheres durante os cultos e momentos de oração, considerando-a uma demonstração de obediência à ordem divina e um testemunho público de submissão à autoridade estabelecida por Deus.


Conclusão:

O uso do véu é entendido como um mandamento divino, fundamentado em princípios teológicos que transcendem contextos culturais específicos, sendo, portanto, aplicável aos cristãos em todas as épocas e lugares.


 Assista ao vídeo com estudo em 1 Coríntios 11:
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8. J.N. Darby era Calvinista? (08/01/2025)


Caro irmão W. K.,


Agradeço sua mensagem e o interesse em compartilhar sobre esse tema. A questão do livre-arbítrio, especialmente no contexto dos escritos de John Nelson Darby, é de fato profunda e merece uma análise cuidadosa.

Em relação à carta que você mencionou, é importante reconhecer que Darby, em sua vasta obra, frequentemente abordou a natureza humana e a soberania divina, colocando um forte ênfase na incapacidade do homem natural em buscar a Deus por si mesmo. Sua posição sobre o livre-arbítrio é consistente com a visão das Escrituras sobre a condição caída do homem. Darby argumenta que o homem, em seu estado natural, está morto em delitos e pecados (Efésios 2:1), incapaz de agradar a Deus ou de buscar a salvação sem a intervenção soberana da graça divina.


Essa visão não é uma negação da responsabilidade humana, mas uma rejeição da ideia de que o homem possui, por si só, a capacidade de escolher a Deus sem a obra do Espírito Santo. Para Darby, a liberdade verdadeira só é encontrada em Cristo, quando o Espírito Santo vivifica o pecador. Ele cita frequentemente Romanos 8:7-8, que afirma que "a mente carnal é inimizade contra Deus" e que "os que estão na carne não podem agradar a Deus". Isso reforça sua posição de que a vontade humana, à parte da graça, está escravizada ao pecado.

No entanto, Darby divergia dos calvinistas em alguns aspectos importantes. Embora compartilhasse da visão reformada sobre a depravação total e a necessidade da graça, ele discordava da ideia da predestinação incondicional nos moldes em que foi defendida por muitos calvinistas. Para Darby, a soberania de Deus não anulava a responsabilidade humana. Ele acreditava que todos os homens são chamados ao arrependimento e à fé no Evangelho, mas que somente aqueles que respondem a essa chamada pela graça divina podem ser salvos. Ele também rejeitava qualquer noção que pudesse sugerir que Deus fosse o autor do pecado ou que a vontade humana fosse irrelevante no processo de salvação.


Uma discordância fundamental de Darby em relação aos calvinistas estava na visão lógica que, se Deus elegeu uns para a salvação, então os outros teriam sido eleitos para a perdição. Para Darby, essa conclusão não era bíblica e comprometia o caráter de Deus. Ele afirmava que a Escritura não ensina a dupla predestinação dessa forma, mas apresenta Deus como justo e amoroso, desejando que todos cheguem ao arrependimento (2 Pedro 3:9). Embora reconhecesse que apenas os eleitos são salvos, ele enfatizava que a condenação dos ímpios é resultado de sua própria rejeição deliberada da graça de Deus e não de um decreto divino que os destina à perdição.

Darby via a responsabilidade humana e o livre-arbítrio como realidades que coexistem com a soberania divina, mas enfatizava que, na prática, o homem só pode exercer essa responsabilidade corretamente quando capacitado pela graça de Deus. Ele ilustrava isso com a figura do pecador que, ao ouvir o Evangelho, é chamado a responder. Embora incapaz por natureza, o Espírito Santo opera no coração para torná-lo disposto e apto a crer. Assim, a responsabilidade do homem está em aceitar ou rejeitar a luz que Deus lhe concede, mesmo que a capacidade de aceitar venha exclusivamente de Deus.


Na prática, isso significa que o crente, ao pregar o Evangelho, deve fazê-lo com a plena consciência de que Deus é quem opera a salvação. No entanto, essa pregação nunca deve ser negligenciada com base em uma suposta incapacidade do ouvinte, pois, como Darby afirmava, Deus usa a Palavra para alcançar os corações. Além disso, Darby insistia que todos os homens são responsáveis por seus pecados e pela rejeição do Evangelho, pois Deus não nega a ninguém a oportunidade de ouvir e responder à Sua Palavra.

Se considerarmos o contexto histórico e teológico em que Darby escreveu, perceberemos que ele estava reagindo contra sistemas que enfatizavam excessivamente o papel da vontade humana na salvação, muitas vezes em detrimento da obra redentora de Cristo e da soberania de Deus. Essa ênfase está em linha com a teologia reformada clássica, que também sublinha a depravação total e a necessidade da graça irresistível.

Portanto, ao examinar os escritos de Darby, incluindo a carta mencionada, parece claro que sua posição sobre o livre-arbítrio é autêntica e consistente com sua teologia geral. Não há indícios de adulteração no conteúdo dessa carta, mas sim uma reafirmação de princípios que ele defendeu amplamente em sua obra.

Espero que essas observações sejam úteis para esclarecer sua dúvida. Caso tenha interesse em explorar mais profundamente os escritos de Darby ou discutir outros temas, estarei à disposição para ajudar.

Com um forte abraço em Cristo,

Josué Matos

9. Reunido com uma pessoa há mais de três anos, já podemos nos considerar como uma igreja local? (10/01/2025)


Definição de Igreja Local e Considerações


Pergunta: Se estou reunido com uma pessoa há mais de três anos, já podemos nos considerar como uma igreja local?


Resposta Baseada nas Escrituras:

A definição de igreja local não se baseia exclusivamente na duração do tempo em que as pessoas estão reunidas, mas sim em princípios bíblicos claros e objetivos. Abaixo estão alguns pontos importantes para esclarecer a questão:

1. O Conceito de Igreja Local

Na Escritura, uma igreja local é uma expressão visível do corpo de Cristo em uma localidade específica (1 Coríntios 1:2; Apocalipse 1:11). É composta por crentes que se reúnem no nome do Senhor Jesus (Mateus 18:20), sob a autoridade da Sua Palavra e guiados pelo Espírito Santo.

2. Elementos Essenciais de uma Igreja Local

Para que um grupo seja considerado uma igreja local, os seguintes princípios devem estar presentes:

  • Reconhecimento da Autoridade do Senhor Jesus: O grupo se reúne exclusivamente no nome do Senhor Jesus, reconhecendo Sua soberania (Colossenses 1:18).
  • Obediência à Palavra de Deus: As Escrituras são a única regra de fé e prática (2 Timóteo 3:16-17).
  • Prática das Ordenanças: Uma igreja local celebra o batismo e a ceia do Senhor conforme ordenado pelo Novo Testamento (Atos 2:41-42; 1 Coríntios 11:23-26).
  • Disciplina e Ordem: Há exercício da disciplina, quando necessário, para preservar a santidade (1 Coríntios 5:6-7).
  • Pluralidade de Liderança: Quando possível, deve haver anciãos (presbíteros) para cuidar da igreja, conforme o modelo bíblico (Atos 14:23; Tito 1:5).

3. O Número de Pessoas Necessárias

Embora o Novo Testamento não estabeleça um número mínimo para formar uma igreja local, é evidente que a igreja é coletiva por natureza. Reunir-se com uma outra pessoa é significativo e valioso, mas para ser considerado uma igreja local, o grupo deve refletir a realidade de um corpo composto por múltiplos membros com diferentes dons e serviços (1 Coríntios 12:12-27).

4. Tempo de Reunião

O tempo que vocês estão reunidos, por mais longo que seja, não define automaticamente uma igreja local. A formação de uma igreja envolve mais do que frequência ou constância; requer conformidade com os princípios bíblicos mencionados acima.

5. Conselho Prático

Reflita sobre os seguintes pontos:

  • Vocês estão reunidos no nome do Senhor Jesus, com o compromisso de viver sob Sua autoridade e Palavra?
  • Há o reconhecimento e prática das ordenanças bíblicas?
  • Existe o desejo de ser um testemunho visível para a localidade onde vocês estão?

Caso essas características estejam presentes, pode-se considerar que vocês estão em processo de serem reconhecidos como uma igreja local. É recomendável buscar a orientação de anciãos experientes ou de igrejas irmãs para ajudar neste discernimento.

Conclusão: O fato de se reunir com outra pessoa é louvável e demonstra um desejo de obedecer ao Senhor. Contudo, para ser considerado uma igreja local, é necessário avaliar se os princípios estabelecidos nas Escrituras estão sendo observados. Que o Senhor continue abençoando vocês nesta caminhada de testemunho e fidelidade.

Josué Matos

10. Cronologia do fim dos Tempos (10/01/2025)


Segue abaixo o que foi enviado para mim por uma pessoa no meu canal do YouTube. Ele dá a sua visão do fim dos tempos. Na primeira parte, é o que ele julga estar correto, na segunda parte, que também foi enviada por ele, e o que ele imagina que eu creia, e por fim, tem a minha resposta:


1º Parte - CRONOLOGIA BÍBLICA DO FIM

(O que ele imagina estar correto)

  1. O dia do Senhor virá como ladrão de noite (1 Tessalonicenses 5:2).
  2. Os cristãos não estão em trevas para que aquele dia os surpreenda como um ladrão (1 Tessalonicenses 5:4).
  3. O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor (Joel 2:31; Atos 2:20).
  4. Depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu; então aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem vindo sobre as nuvens (Mateus 24:29-30).
  5. O arrebatamento acontecerá no ressoar da última trombeta (1 Coríntios 15:52).
  6. Ele acontece depois da ressurreição dos santos que dormem (1 Tessalonicenses 4:15-17).
  7. A ressurreição dos que dormem acontece no "último dia" (João 6:39-40, 44, 54; João 11:24).
  8. Os santos que dormem virão com Ele em sua vinda (1 Tessalonicenses 4:13-14).
  9. Os santos anjos também vêm na sua vinda de glória (Mateus 25:31; Mateus 16:27; Marcos 8:38; 2 Tessalonicenses 1:7; 1 Tessalonicenses 3:13; Zacarias 14:5).
  10. Os que são de Cristo serão ressuscitados na sua vinda (1 Coríntios 15:23).
  11. Mas os outros mortos não reviveram até que os mil anos acabaram (Apocalipse 20:5).
  12. No "último dia", soa a "última trombeta", os mortos ressuscitam primeiro (João 6:39-40, 44, 54; João 11:24) e depois os vivos serão transformados (1 Coríntios 15:52).
  13. No toque da "última trombeta", se cumpre o mistério de Deus (1 Coríntios 15:51-52; Apocalipse 10:7).
  14. Depois da sétima trombeta, os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo (Apocalipse 11:15).
  15. No seu reino e na sua vinda, Cristo há de julgar os vivos e os mortos (2 Timóteo 4:1).
  16. Depois virá o fim, quando tiver entregado o reino a Deus (1 Coríntios 15:24).


2º Parte - Na CRONOLOGIA PRÉ TRIBULACIONISTA acontece da seguinte maneira: 

(O que ele imagina que eu creia)

  1. No "último dia" (Jo 6.39, 40, 44, 54; 11.24), ao toque da "última trombeta" (1 Co 15.52), os mortos ressuscitam primeiro e depois os vivos são arrebatados.

  2. Sete anos depois do "último dia", toca outra trombeta (Ap 10.7; 11.15), "depois da última trombeta", e então ocorre a vinda visível de Cristo para arrebatar os judeus (Mt 24.29-31).

  3. A "última trombeta" (1 Co 15.52) passa a ser, na prática, a "penúltima trombeta", já que toca outra trombeta (Ap 10.7; 11.15) depois da "última".

  4. A ressurreição dos que dormem acontece no "último dia" (Jo 6.39, 40, 44, 54; 11.24).

  5. Os que são de Cristo serão ressuscitados no "último dia", na vinda invisível (arrebatamento) (1 Co 15.23).

  6. Os mártires salvos na tribulação perderam a ressurreição, pois esta já ocorreu na vinda invisível (1 Co 15.23).

  7. Depois da vinda visível para arrebatar os judeus (Mt 24.29-31), Cristo implanta o Seu reino na terra (Ap 11.15).

  8. No Seu reino e na Sua vinda, Cristo há de julgar os vivos e os mortos (2 Tm 4.1).

  9. Depois virá o fim, quando tiver entregado o reino a Deus (1 Co 15.24).

Veja, meu querido, como ficaria na prática a cronologia do fim, segundo a visão pré tribulacionista. Uma verdadeira confusão, completamente desconectada de textos bíblicos. Eu deixo essa reflexão ao querido irmão! (E.L.)



Minha Resposta:

A cronologia apresentada possui pontos de interpretação que merecem revisão à luz das Escrituras. A seguir, analisaremos as passagens mencionadas e responderemos, oferecendo uma compreensão mais coesa e fiel ao contexto bíblico.

1. "O dia do Senhor virá como ladrão de noite" (1 Ts 5.2)

  • O contexto sugere que o "dia do Senhor" refere-se à manifestação da ira divina sobre os ímpios, não ao arrebatamento em si. Para os cristãos, que não estão em trevas (1 Ts 5.4), esse dia não será inesperado, uma vez que aguardam a redenção.

2. "O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor" (Jl 2.31; At 2.20)

  • Estes sinais cósmicos apontam para eventos associados à segunda vinda visível de Cristo, que é distinta do arrebatamento. Os pré-tribulacionistas identificam o arrebatamento como um evento separado, que ocorre antes da tribulação.

3. "Depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá..." (Mt 24.29-30)

  • Mateus 24 refere-se claramente ao retorno visível de Cristo, no final da tribulação. O arrebatamento não é descrito neste texto. A confusão surge ao misturar eventos da segunda vinda com os do arrebatamento.

4. "O arrebatamento acontecerá no ressoar da última trombeta" (1 Co 15.52)

  • A "última trombeta" em 1 Coríntios 15:52 deve ser entendida no contexto do arrebatamento e não confundida com as trombetas de Apocalipse, que estão associadas ao julgamento divino. A trombeta do arrebatamento é um chamado para os crentes, não um ato de juízo.

5. "A ressurreição dos santos que dormem acontece no 'último dia'" (Jo 6.39, 40, 44, 54)

  • O termo "último dia" pode ser entendido como o fechamento de uma era, marcando o fim da Igreja na terra. A ressurreição dos santos no arrebatamento não conflita com as ressurreições posteriores descritas em Apocalipse 20:4-5.

6. "Os santos que dormem virão com Ele" (1 Ts 4.13-14)

  • 1 Tessalonicenses 4 distingue entre os santos que serão ressuscitados e os que serão transformados. O texto não implica que todos os eventos devem ocorrer simultaneamente.

7. Confusão Sobre Trombetas e Ressurreição

  • A argumentação de que a "última trombeta" é contraditória ignora o contexto específico de cada passagem. As trombetas de Apocalipse pertencem ao período da tribulação, enquanto a trombeta de 1 Coríntios 15:52 é uma referência ao arrebatamento.

8. "No seu reino e na sua vinda, Cristo há de julgar os vivos e os mortos" (2 Tm 4.1)

  • Este versículo aponta para o julgamento no final do milênio (Ap 20:11-15), distinto do arrebatamento e do julgamento das nações (Mt 25.31-46).

Conclusão

A cronologia pré-tribulacionista não é confusa quando analisada em seu próprio contexto. Ela distingue claramente entre:

  1. O arrebatamento da Igreja, como descrito em 1 Tessalonicenses 4:16-17 e 1 Coríntios 15:51-52.
  2. A tribulação, conforme descrita em Apocalipse 6-19.
  3. A segunda vinda visível de Cristo, mencionada em Mateus 24:29-31.
  4. O milênio e os julgamentos subsequentes (Ap 20).

Misturar passagens que tratam de eventos distintos gera confusão. Uma leitura atenta e respeitosa dos textos é essencial para uma compreensão adequada do plano escatológico divino.


Josué Matos

11. Na estátua de Nabucodonosor, hoje estamos nos pés da estátua?  (11/01/2025)


A estátua do sonho de Nabucodonosor, descrita em Daniel 2, é uma representação profética dos impérios que dominariam o mundo ao longo da história. Ela é composta por diferentes materiais, cada um simbolizando um reino:

  1. Cabeça de ouro - Representa o Império Babilônico, reinado por Nabucodonosor. Este era o império mais glorioso e poderoso do seu tempo, simbolizado pelo ouro, o metal mais precioso.

  2. Peito e braços de prata - Refere-se ao Império Medo-Persa, que sucedeu Babilônia. A prata, embora valiosa, é inferior ao ouro, indicando a diminuição relativa da glória.

  3. Ventre e coxas de bronze - Simbolizam o Império Grego, liderado por Alexandre, o Grande. Este império é conhecido por sua força militar e expansão cultural.

  4. Pernas de ferro - Representam o Império Romano, caracterizado pela força e pela dominação esmagadora, assim como o ferro, um metal duro e resistente.

  5. Pés de ferro misturado com barro - Indicam um reino futuro, ainda por vir, que será marcado por divisões e alianças frágeis. Essa parte da estátua simboliza o período da Grande Tribulação, após o arrebatamento da Igreja. Durante esse tempo, uma confederação de reinos será formada, mas será instável e fragmentada, como o ferro misturado com barro.

Hoje, de acordo com uma análise mais detalhada das Escrituras, ainda não estamos vivendo no período dos pés da estátua. Este tempo será instaurado após o arrebatamento da Igreja, conforme descrito em Daniel 7:23-25 e Apocalipse 17:12-14, que falam sobre a formação de uma confederação de reinos sob a liderança do Anticristo. Esta confederação será caracterizada pela mistura de força e fraqueza, refletida no ferro e no barro.

É importante ressaltar que o período da Igreja não faz parte diretamente das profecias de Daniel, mas é um intervalo entre a 69ª e a 70ª semana de Daniel, conforme descrito em Daniel 9:24-27. Este intervalo, conhecido como o "tempo dos gentios", é marcado pela pregação do evangelho e pela formação da Igreja, o corpo de Cristo, composto de judeus e gentios que creem no Senhor Jesus como salvador pessoal.

O sonho revela que a estátua será destruída por uma pedra cortada sem auxílio de mãos humanas, que se tornará um grande monte e encherá toda a terra. Esta pedra simboliza o Reino eterno de Deus, estabelecido pelo Senhor Jesus Cristo, que substituirá todos os reinos humanos e nunca terá fim (Daniel 2:44-45).

Portanto, vivemos no tempo da graça, aguardando o retorno do Senhor Jesus para arrebatar Sua Igreja. Este é um chamado à vigilância e à fidelidade, sabendo que o plano soberano de Deus se cumprirá no tempo determinado, como revelado nas Escrituras.

Josué Matos

12. Onde fica o inferno? (13/01/2025)


A doutrina bíblica do inferno é frequentemente alvo de questionamentos, mas é importante abordar o tema com seriedade, baseando-se exclusivamente nas Escrituras Sagradas. A Bíblia descreve o inferno não como uma invenção humana para controle, mas como uma realidade espiritual mencionada de forma clara por diversos autores bíblicos e, especialmente, pelo próprio Senhor Jesus Cristo.

  1. A Realidade do Inferno na Bíblia - A Bíblia não descreve o inferno como um lugar visível no plano físico, pois trata-se de uma realidade espiritual, assim como o céu. O Senhor Jesus falou sobre o inferno de forma consistente, usando palavras como "fogo eterno" (Mateus 25:41) e "lugar de tormento" (Lucas 16:23). Ele advertiu que é um lugar onde "o fogo nunca se apaga e o verme não morre" (Marcos 9:43-48). Essas não são metáforas, mas advertências sérias para levar os homens ao arrependimento.

  2. A Criação do Inferno - A Bíblia indica que o inferno foi preparado, originalmente, para o diabo e seus anjos: "Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos" (Mateus 25:41). Não se trata de um lugar criado para os homens, mas a consequência da rejeição a Deus é a mesma sorte destinada ao diabo. Assim, o inferno não é uma narrativa omitida na criação, mas uma consequência do juízo de Deus contra o pecado.

  3. A Condição do Pecador - Romanos 6:23, que afirma que "o salário do pecado é a morte", refere-se à separação eterna de Deus. Essa separação é amplamente descrita em Apocalipse 20:14-15, onde o "lago de fogo" é chamado de "segunda morte". Portanto, a morte e o inferno são realidades espirituais, não aniquilação.

  4. Salmos e Provérbios - Os textos de Salmos 37 e Provérbios 2 enfatizam o destino final dos ímpios na terra em contraste com os retos. No entanto, o ensino bíblico completo revela que esse destino se estende além desta vida. Os "maus serão exterminados" (Salmos 37:9) significa que perderão a bênção de Deus e enfrentarão Seu julgamento eterno. Apocalipse 14:11 reforça que o castigo é contínuo: "a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre".

  5. O Papel do Inferno no Ensino Bíblico - A doutrina do inferno não é uma ferramenta de manipulação, mas um chamado à seriedade do evangelho. O apóstolo Paulo, por exemplo, nunca usou o medo do inferno para exigir dízimos ou controle; ao contrário, ele pregou o amor de Deus demonstrado em Jesus Cristo, que veio para salvar os pecadores (1 Timóteo 1:15). O inferno é a consequência da rejeição à salvação oferecida gratuitamente por Cristo, não um meio de extorsão.

  6. O Ensino de Jesus - A ideia de que Jesus ensinou o inferno apenas como metáfora é infundada. Ele falou do "Geena" (um vale fora de Jerusalém associado à destruição e impureza) para ilustrar o juízo eterno, mas sempre fez isso para advertir sobre realidades espirituais (Mateus 5:22, 10:28). Se essas advertências fossem meramente simbólicas, elas perderiam sua seriedade.

Conclusão - O inferno é apresentado na Bíblia como uma realidade séria e espiritual, resultado da justiça divina. Não se trata de controle humano, mas de um apelo ao arrependimento e à fé em Jesus Cristo para a salvação pessoal (Atos 16:31). Deus não deseja que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento (2 Pedro 3:9). Negar o inferno é minimizar a seriedade do pecado e a necessidade da obra redentora de Cristo. A solução não está em ignorar o juízo, mas em aceitar o amor de Deus, que enviou Seu Filho para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna (João 3:16).


Josué Matos

13. Já estamos da 70ª semana de Daniel? (16/01/2025)


A interpretação da profecia das setenta semanas em Daniel 9:24-27 é um dos temas mais debatidos na escatologia bíblica. Abaixo, uma explicação clara e organizada sobre este assunto:


O Que São as Setenta Semanas de Daniel?

O texto de Daniel 9:24-27 apresenta uma revelação profética sobre 70 semanas, que representam 490 anos (cada semana sendo um período de sete anos). Esse período é dividido em três partes principais:

  1. Primeiras 7 semanas (49 anos): Inicia com o decreto para restaurar e edificar Jerusalém, culminando na conclusão da reconstrução da cidade e do templo.
  2. Seguintes 62 semanas (434 anos): Seguem imediatamente após as primeiras 7 semanas e terminam com a manifestação do Messias.
  3. Última semana (7 anos): Refere-se ao período final de eventos antes da plena restauração de Israel e do estabelecimento do reino messiânico.


Onde Estamos na Linha do Tempo?

Os eventos das primeiras 69 semanas (483 anos) foram cumpridos com exatidão histórica. A chegada do Messias ocorre ao final da 69ª semana, quando Jesus Cristo foi apresentado publicamente. Em seguida, Ele foi "cortado" (crucificado), conforme o texto profético: "Depois das sessenta e nove semanas será cortado o Messias, mas não para si mesmo" (Daniel 9:26).

Entretanto, após a 69ª semana, há uma pausa profética antes da 70ª semana. Este intervalo é conhecido como o "período da Igreja", um tempo em que Deus está reunindo um povo para si, tanto de judeus quanto de gentios (Efésios 3:6; Romanos 11:25).

A 70ª semana de Daniel é claramente descrita como um período futuro, que não se iniciou ainda. Este período de sete anos é frequentemente associado aos eventos apocalípticos descritos no livro de Apocalipse (capítulos 6 a 19), incluindo a grande tribulação.


Por Que Não Estamos na 70ª Semana?


1. Intervalo Entre as Semanas:

A crucificação de Cristo não marca o início da 70ª semana, mas o final da 69ª. A destruição de Jerusalém em 70 d.C. e o atual período da Igreja fazem parte deste intervalo profético.

2. Ausência de Sinais Clássicos da 70ª Semana:

A 70ª semana é caracterizada pela confirmação de uma aliança por "um príncipe" (provavelmente o Anticristo) com Israel, seguida pela interrupção dos sacrifícios no meio da semana (Daniel 9:27). Esses eventos ainda não ocorreram.

3. Natureza Escatológica da 70ª Semana:

Este período coincide com o tempo da grande tribulação, descrito por Jesus Cristo em Mateus 24:15-21. Os acontecimentos associados à tribulação, como o surgimento do Anticristo e os juízos divinos, ainda não são evidentes no mundo atual.


Conclusão:

Portanto, afirmar que estamos atualmente na 70ª semana de Daniel é um erro de interpretação. Estamos, sim, vivendo no intervalo entre a 69ª e a 70ª semana, um período em que Deus está cumprindo Seu plano de redenção através da Igreja. A 70ª semana, ainda futura, será um tempo de juízo e preparação para o estabelecimento do reino messiânico.

Este entendimento é sustentado por uma leitura cuidadosa de Daniel 9, combinada com outros textos escatológicos do Novo Testamento.


Josué Matos

14. Na Bíblia, quando uma pessoa estava em disciplina, ela não tinha para onde ir, pois só havia uma igreja. A ideia de assembleias independentes não abre precedentes para haver divisões? Pois basta uma pessoa sair, levar consigo outros seguidores e formar outra assembleia. (Pergunta enviada por V. A. M. J. em 15/02/2025).

Resposta: Essa é uma questão bastante relevante e traz à tona o desafio da unidade dentro das igrejas locais, especialmente em tempos onde há uma multiplicidade de congregações cristãs. Vou abordar a questão da disciplina e a prática da assembleia à luz das Escrituras e dos princípios que historicamente guiaram o povo de Deus.

Nos tempos do Novo Testamento, a disciplina eclesiástica tinha um caráter coletivo e visava sempre o arrependimento e a restauração do membro em disciplina. Não havia realmente outra "igreja" para a qual alguém poderia se dirigir. A igreja era vista como o único corpo de Cristo naquela localidade, e a disciplina era um meio pelo qual todos os crentes buscavam a pureza e a unidade dentro desse corpo. Este princípio está claramente ilustrado em passagens como 1 Coríntios 5, onde o apóstolo Paulo ordena que se discipline um membro da igreja em Corinto, visando a purificação da assembleia e, ao mesmo tempo, a possível restauração daquele que pecou.

Sobre a ideia de "assembleias independentes", é importante notar que as igrejas locais, no padrão bíblico, eram autônomas, mas não independentes no sentido de isoladas umas das outras. Elas estavam unidas pela mesma doutrina, pela mesma fé e, sobretudo, pela mesma autoridade da Palavra de Deus e do Senhor Jesus como Cabeça. A autonomia das igrejas locais permitia que cada assembleia tratasse seus próprios assuntos de acordo com as necessidades locais, mas isso nunca deveria levar à divisão do corpo de Cristo. Quando havia um problema doutrinário ou uma questão importante, as igrejas buscavam resolver isso em conjunto, como se vê no Concílio de Jerusalém em Atos 15, onde os apóstolos e anciãos se reuniram para discutir questões que afligiam várias igrejas.

A questão de uma pessoa sair de uma assembleia e "formar outra" é um problema que surge da carnalidade e da falta de submissão à Palavra de Deus. A ideia de divisão não se harmoniza com o ensino do Novo Testamento, onde vemos Paulo frequentemente apelando aos crentes que "falem a mesma coisa" e que "não haja divisões" entre eles (1 Coríntios 1:10). A divisão é, muitas vezes, fruto do orgulho, da falta de submissão e do desejo de seguir preferências pessoais em vez de seguir a direção do Espírito Santo.

Infelizmente, a realidade atual de múltiplas congregações facilita que pessoas em disciplina procurem uma alternativa mais conveniente em vez de se submeterem à correção bíblica. No entanto, essa atitude não segue o espírito do Novo Testamento e não resulta em verdadeira bênção espiritual. De fato, a ideia de "levar seguidores" para formar outra assembleia é mencionada por Paulo como uma característica daqueles que agem de maneira carnal (Atos 20:30) e visa mais a exaltação própria do que a edificação do corpo de Cristo.

Portanto, a prática de igrejas locais deve buscar manter a unidade do Espírito no vínculo da paz (Efésios 4:3), e os líderes devem estar atentos para lidar com questões de disciplina de forma bíblica e cuidadosa, sempre visando a restauração e não o afastamento definitivo do membro, enquanto mantêm a pureza da assembleia. A ideia de autonomia das igrejas locais é bíblica e saudável, desde que essa autonomia seja acompanhada de comunhão e compromisso mútuo entre os crentes, e uma sincera submissão à vontade do Senhor.

Por Josué Matos

15. Afirmação Adventista sobre o Sábado na Criação (16/02/2025)

O argumento de que o sábado foi dado a Adão e Eva como um mandamento universal para toda a humanidade não tem base bíblica explícita. Embora Gênesis 2:2-3 mencione que Deus descansou no sétimo dia e o santificou, isso não significa que Ele tenha ordenado a guarda do sábado para Adão, Eva ou qualquer outro povo antes de Israel. Vamos analisar biblicamente esse assunto.


1. Gênesis 2:2-3 – O Descanso de Deus Não é um Mandamento para o Homem

"E havendo Deus acabado no dia sétimo a sua obra, que tinha feito, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que Deus criara e fizera." (Gênesis 2:2-3, ARC)

  • O texto diz que Deus descansou, mas não há ordem alguma para Adão e Eva guardarem o sábado.
  • Em nenhum lugar do livro de Gênesis encontramos Adão, Noé, Abraão, Isaque ou Jacó guardando o sábado. Se o sábado fosse um mandamento universal, esperaríamos ver evidências claras disso na história dos patriarcas.
  • A primeira vez que o sábado aparece como mandamento é em Êxodo 16, e ali fica claro que era algo novo para os israelitas.

2. O Sábado Foi Dado Somente a Israel

A Bíblia ensina claramente que o sábado foi um sinal exclusivo entre Deus e Israel, dado pela primeira vez no deserto, muito tempo depois da criação.

"Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: Tu, pois, falarás aos filhos de Israel, dizendo: Certamente guardareis meus sábados; porquanto isso é um sinal entre mim e vós nas vossas gerações, para que saibais que eu sou o Senhor, que vos santifica." (Êxodo 31:12-13, ARC)

E ainda:

"Entre mim e os filhos de Israel será um sinal para sempre, porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra e ao sétimo dia descansou, e tomou alento." (Êxodo 31:17, ARC)

Esses versículos deixam claro que o sábado não foi dado à humanidade em geral, mas exclusivamente a Israel como um sinal distintivo.


3. Os Patriarcas Não Guardavam o Sábado

Se o sábado fosse uma lei universal desde a criação, então grandes servos de Deus antes de Moisés deveriam ter guardado esse dia. Mas o livro de Gênesis não menciona:

  • Adão guardando o sábado.
  • Noé guardando o sábado.
  • Abraão, Isaque ou Jacó guardando o sábado.

Pelo contrário, Deus diz sobre Abraão:

"Porque Abraão obedeceu à minha voz e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis." (Gênesis 26:5, ARC)

Se o sábado fosse uma parte essencial da lei desde a criação, ele deveria ser mencionado junto com a fidelidade de Abraão – mas não é.


4. O Sábado Começou a Ser Observado Apenas no Êxodo

O primeiro mandamento sobre a guarda do sábado aparece em Êxodo 16, quando o maná começou a cair no deserto:

"E aconteceu que ao sexto dia colheram pão em dobro, dois gômeres para cada um; e todos os príncipes da congregação vieram, e contaram-no a Moisés. E ele disse-lhes: Isto é o que o Senhor tem dito: Amanhã é repouso, o santo sábado do Senhor." (Êxodo 16:22-23, ARC)

Note que os israelitas precisaram ser instruídos sobre o sábado – se já estivessem guardando desde a criação, por que Moisés precisaria explicar isso? Esse fato mostra que o sábado não era uma prática anterior ao êxodo.

Além disso, quando o sábado foi oficialmente incluído na Lei de Deus no Monte Sinai (Êxodo 20:8-11), foi apresentado como algo especial para Israel, não para toda a humanidade.


5. O Novo Testamento Não Ordena a Guarda do Sábado

No Novo Testamento, nunca vemos os cristãos gentios sendo ensinados a guardar o sábado. Pelo contrário, o apóstolo Paulo deixa claro que o sábado era uma sombra de algo maior:

"Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que são sombra das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo." (Colossenses 2:16-17, ARC)

Se o sábado fosse um mandamento eterno para toda a humanidade, por que Paulo diz que ele era uma sombra? Isso mostra que, em Cristo, o descanso do sábado foi cumprido espiritualmente.


Conclusão: O Sábado Foi Dado Somente a Israel

A afirmação adventista de que o sábado foi estabelecido como um mandamento desde a criação não encontra apoio nas Escrituras. A Bíblia ensina claramente que:

  1. Deus descansou no sétimo dia, mas não ordenou a guarda do sábado a Adão e Eva.
  2. O sábado foi dado somente a Israel como um sinal (Êxodo 31:13-17).
  3. Nenhum patriarca antes de Moisés foi mencionado guardando o sábado.
  4. O primeiro mandamento sobre o sábado aparece somente em Êxodo 16, e os israelitas precisaram ser instruídos sobre ele.
  5. No Novo Testamento, o sábado não é imposto aos cristãos, pois era uma sombra que se cumpriu em Cristo (Colossenses 2:16-17).

Portanto, a ideia de que o sábado foi um mandamento desde a criação e dado a toda a humanidade é um erro teológico sem base bíblica.


Josué Matos

16. Qual passagem biblica diz que haverá um arrebatamento secreto? (17/02/2025)


A segunda vinda de Cristo é um tema essencial na escatologia bíblica e, muitas vezes, é mal compreendido. O que muitos não percebem é que esse evento ocorre em duas fases distintas: primeiro, o arrebatamento da Igreja, e, depois, a manifestação gloriosa de Cristo ao mundo. Essa compreensão ajuda a reconciliar passagens bíblicas que parecem descrever um retorno secreto e outro visível. Da mesma forma, no Antigo Testamento, muitos judeus não compreenderam que a vinda do Messias aconteceria em duas etapas: primeiro para sofrer e depois para reinar.

A seguir, vamos explorar essas duas realidades e como elas se relacionam com a interpretação das Escrituras.


1. A Segunda Vinda de Cristo em Duas Etapas

A Bíblia revela que a segunda vinda do Senhor Jesus não é um evento único, mas ocorre em dois momentos distintos. Isso é fundamental para interpretar corretamente passagens proféticas do Novo Testamento.

  • Primeira Fase: O Arrebatamento da Igreja

    Nesta fase, Cristo não desce até a terra, mas chama os crentes para encontrá-Lo nos ares. O propósito desse evento é livrar os salvos do período de tribulação que virá sobre o mundo.

    • 1 Tessalonicenses 4:16-17: "Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor."

    • 1 Coríntios 15:51-52: "Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados; num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados."

    Este evento ocorre de forma repentina e inesperada. Ele não é visível para o mundo, pois se trata da reunião dos crentes com Cristo antes da grande tribulação. A Igreja faz parte do intervalo entre a 69ª e a 70ª semana da profecia de Daniel 9, um período não revelado no Antigo Testamento, mas esclarecido no Novo Testamento como o tempo da graça.

    Após o arrebatamento, haverá um intervalo conhecido como o período da Tribulação e da Grande Tribulação, que será um tempo de juízo sobre a terra antes da manifestação gloriosa de Cristo.

  • Segunda Fase: A Manifestação Gloriosa de Cristo

    Diferente do arrebatamento, esse evento será visível para todas as nações. Cristo retornará com os santos para julgar o mundo e estabelecer Seu reino milenar.

    • Apocalipse 1:7: "Eis que vem com as nuvens, e todo o olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém."

    • Mateus 24:30: "Então aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do Homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória."

    Essa fase cumpre as promessas de juízo e restauração do Reino Messiânico na terra.


2. As Duas Vindas Profetizadas do Messias no Antigo Testamento

Assim como a segunda vinda de Cristo acontece em duas fases, a vinda do Messias foi predita no Antigo Testamento como um evento duplo: primeiro para sofrer e depois para reinar.

  • Primeira Vinda: O Servo Sofredor

    O Antigo Testamento profetizou que o Messias viria como um servo humilde para sofrer pelos pecados da humanidade.

    • Isaías 53:3-5: "Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum. Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados."

    Esta profecia foi cumprida na primeira vinda de Cristo, quando Ele sofreu e morreu na cruz para redimir a humanidade.

  • Segunda Vinda: O Rei Conquistador

    Outras profecias descrevem o Messias como um governante vitorioso que estabelecerá um reino eterno.

    • Zacarias 14:4: "E naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, do oriente para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele para o sul."

    • Isaías 9:6-7: "Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e se chamará o seu nome: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Do incremento deste principado e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos Exércitos fará isto."

    Estas passagens apontam para a segunda vinda de Cristo, quando Ele estabelecerá Seu reino na terra.


Conclusão

A segunda vinda de Cristo ocorre em duas fases distintas: o arrebatamento e a manifestação gloriosa. Da mesma forma, o Antigo Testamento já apontava para duas vindas do Messias: uma para sofrer e outra para reinar. Esses eventos demonstram a precisão profética da Palavra de Deus e nos chamam a viver com esperança e prontidão. Cristo virá para buscar Sua Igreja e, posteriormente, reinará sobre toda a terra em glória e justiça.


Josué Matos

17. A Fé é um Dom que Deus Concede para que um Pecador Possa Crer?  (17/02/2025)


Ao longo dos anos, expositores da Bíblia têm se dividido em relação a essa questão. Alguns defendem com firmeza que a palavra "fé" em Efésios 2:8 é o dom de Deus que capacita um pecador a crer, enquanto outros acreditam que a frase "isto não vem de vós" descreve o conjunto da obra da graça de Deus na salvação. Ninguém negaria que a salvação, do começo ao fim, é obra de Deus em favor do pecador, e não obra do pecador para Deus. O início do capítulo enfatiza a morte espiritual e a depravação do pecador e, sem a intervenção e o poder de Deus, o indivíduo estaria totalmente indefeso e sem esperança. Assim, no grande plano do livramento divino, Deus concede a "fé salvadora", como Pedro lembra aos seus leitores: "aos que conosco alcançaram fé igualmente preciosa" (2 Pedro 1:1). É verdade que nunca teríamos crido se Deus não tivesse falado conosco, e nunca teríamos compreendido o valor da morte de Cristo por nós se o Espírito de Deus não nos tivesse revelado a verdade. Como Jonas declarou: "A salvação vem do Senhor."


No entanto, no Novo Testamento, a fé geralmente é vista como uma responsabilidade individual de acreditar na mensagem do evangelho. Portanto, creio que "o dom de Deus", mencionado em Efésios 2:8-9, não se refere à fé, mas sim à salvação, que é baseada na graça e recebida por meio da fé. Há várias razões para essa convicção. No grego, a gramática indica que "fé" (pistis) é um substantivo feminino, enquanto "isto" (touto) é um pronome demonstrativo neutro que significa "esta coisa". Assim, parece que Paulo não está descrevendo a fé, mas sim a salvação pela graça.


Além disso, alguns ensinadores incentivam os pecadores a orarem a Deus pedindo esse dom da fé. No entanto, o pecador nunca é ordenado a orar por um dom de fé. Pelo contrário, ele é ordenado a crer no evangelho. Se a fé fosse um dom especial concedido por Deus para que uma pessoa pudesse crer, a acusação de ser um "incrédulo" poderia ser questionada, pois alguém poderia argumentar que nunca recebeu essa fé para crer. Infelizmente, algumas pessoas colocam a si mesmas em uma espécie de "camisa de força espiritual", esperando por anos pelo dom da fé. E exatamente, como saberiam quando esse dom de fé chegaria? Isso permanece um mistério, pois elas aguardam um sentimento, uma forte convicção ou algum tipo de experiência semelhante à do Caminho de Damasco.


No entanto, a Escritura é clara ao afirmar que "a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus" (Romanos 10:17). Deus nos deu Sua Palavra, o evangelho revelou o remédio divino e a responsabilidade do homem é ouvir e crer. Há dezenas de versículos que tornam a realidade da "fé" ou do "crer em Deus" absolutamente clara:


  • "Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo."
  • "Aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece."
  • "Vós também Me vistes e não credes."


Ninguém jamais poderá dizer a Deus: "Eu não consegui crer." Não há falta de evidência suficiente para que a fé se apoie, mas, no fim das contas, a questão se resume à vontade do indivíduo. A maior responsabilidade do homem é crer em Deus e em Sua Palavra, e o resultado será essa maravilhosa salvação pela graça.

O dom de Deus é a vida eterna por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor.

Derksen, Marvin 

18. O Que Respondi a Membro da Congregaçã Cristã no Brasil? (18/02/2025)


O termo "seita" é frequentemente utilizado para descrever grupos que, embora reivindiquem uma base cristã, desviam-se das doutrinas fundamentais das Escrituras ou promovem divisões dentro do corpo de Cristo. No contexto bíblico, a palavra "seita" deriva do grego "hairesis", que significa escolha ou facção, e é utilizada para identificar grupos que causam divisões ou se afastam da verdade estabelecida. Por exemplo, em Atos dos Apóstolos 5:17, menciona-se a "seita dos saduceus", referindo-se a um grupo específico dentro do judaísmo com crenças distintas. Portanto, biblicamente, uma seita é qualquer grupo que promove divisões ou se desvia da sã doutrina ensinada nas Escrituras.

Se analisarmos as sete cartas de Apocalipse 2 e 3, veremos um panorama profético da história da Igreja. Ao chegarmos na carta à Filadélfia, percebemos algo notável. Hoje, muitas organizações chamadas "igrejas" seguem decretos de concílios, tradições humanas e opiniões de seus fundadores. No entanto, a igreja em Filadélfia era diferente: não seguia costumes passados nem decretos religiosos. O Senhor Jesus afirmou: "Tu guardaste a Minha Palavra". Ali havia cristãos que se reuniam em nome de Jesus Cristo, atraídos por Ele na salvação, e que obedeciam apenas à Sua Palavra. A Bíblia era sua única autoridade, acima de qualquer tradição ou opinião humana.

Alguns criticam, e até condenam com palavras duras, as pequenas igrejas que se reúnem unicamente em nome do Senhor Jesus Cristo. Podem até zombar: "É claro que aquela 'igrejinha' está errada, pois só fazem obedecer à Bíblia e mais nada". Mas devemos agradecer a Deus por essas igrejas fiéis!

As organizações religiosas criadas pelos homens recebem nomes próprios e se multiplicam, mas Filadélfia, uma igreja com pouca força, guardava a Palavra do Senhor e tinha apenas um Nome: o Nome de Jesus Cristo.

Assim como em Corinto, onde alguns escolhiam nomes de líderes espirituais do passado para se identificar, muitos hoje denominam suas igrejas com base em doutrinas ou em nomes próprios. No entanto, um verdadeiro cristão que deseja seguir a vontade do Senhor não pode se reunir sob um nome denominacional, pois isso significa negar o Nome de Cristo. Quem quer andar conforme a Palavra de Deus não deve aceitar decretos de concílios nem opiniões de pregadores, mas apenas a Escritura Sagrada. O Nome de Jesus Cristo deve ser sua única identidade, sem qualquer luta para defender uma denominação. A fidelidade deve ser à Palavra de Cristo e ao Seu Nome.

Atualmente, ao dizer que é cristão, logo perguntam: "De que igreja você é?". E se alguém não tem um nome denominacional, muitos estranham, como se estivesse escondendo algo. Infelizmente, muitos cristãos não percebem a beleza da simplicidade das igrejas locais que Deus tem estabelecido na terra.

Para aqueles que compreendem essa verdade, devemos valorizar ainda mais a Palavra do Senhor e a beleza do Seu Nome. E não devemos guardar isso apenas para nós mesmos, mas compartilhar com aqueles que ainda estão presos ao sistema denominacional. Temos o dever de anunciar a verdade do Novo Testamento, para que muitos possam abrir os olhos e se libertar dessas organizações humanas. Devemos chamá-los a sair para Cristo, fora do arraial, pois é lá que poderão conhecê-Lo de maneira mais íntima: "Saiamos, pois, a Ele fora do arraial, levando o Seu desprezo." (Hebreus 13:13)

Um exemplo disso está em João 9, onde o Senhor Jesus curou um cego de nascença. Após ter sua visão restaurada, os líderes religiosos o pressionaram para que falasse o que eles queriam ouvir. Mas ele apenas declarou: "Eu era cego, e agora vejo". Como não aceitavam a verdade, expulsaram-no da sinagoga. Logo depois, Jesus encontrou-se com ele fora daquele sistema religioso. Foi lá fora que ele teve comunhão com o Senhor. O mesmo acontece com todos os que foram salvos por Cristo: devem valorizar essas reuniões simples, onde Sua Palavra é guardada e Seu Nome não é negado.


Análise da Congregação Cristã no Brasil (CCB):


  1. Exclusivismo e Isolacionismo: A CCB é conhecida por sua postura exclusivista, frequentemente considerando-se a única detentora da verdadeira fé cristã. Essa visão pode levar ao isolamento de outras comunidades cristãs e à promoção de uma mentalidade sectária. No entanto, as Escrituras enfatizam a unidade do corpo de Cristo. Em 1 Coríntios 12:12-13, Paulo destaca que, embora sejamos muitos membros, formamos um só corpo em Cristo. Atitudes que promovem divisões ou sugerem exclusividade contrariam o espírito de unidade ensinado no Novo Testamento.

  2. Enfoque na Salvação por Obras: Embora a CCB afirme crer na salvação pela graça mediante a fé, observa-se uma ênfase significativa em práticas e normas específicas como evidências de salvação. Por exemplo, há orientações rigorosas sobre vestimentas e comportamentos que, embora possam ter valor disciplinar, não devem ser confundidas com requisitos para a salvação. As Escrituras são claras ao afirmar que a salvação é um dom gratuito de Deus, não baseado em obras humanas. Em Efésios 2:8-9, lemos: "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie." Portanto, qualquer ensino que sugira que obras ou conformidade a normas específicas sejam necessárias para a salvação distorce o evangelho da graça.

  3. Interpretação Restritiva das Escrituras: A CCB tende a desencorajar a interpretação individual das Escrituras, promovendo a ideia de que apenas líderes específicos possuem a capacidade de interpretá-las corretamente. Essa abordagem pode limitar o crescimento espiritual dos membros e criar dependência excessiva de líderes humanos. No entanto, a Bíblia incentiva todos os crentes a examinarem as Escrituras e a buscarem entendimento. Em Atos dos Apóstolos 17:11, os bereanos foram elogiados por examinarem diariamente as Escrituras para verificar a veracidade das mensagens que recebiam. Além disso, em 2 Timóteo 3:16-17, Paulo afirma que "Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra." Isso indica que todos os crentes são encorajados a estudar e aplicar as Escrituras em suas vidas.

  4. A Falsa Alegação de Origem no Movimento dos Irmãos: Algumas pessoas afirmam que a CCB teve origem no Movimento dos Irmãos. No entanto, essa alegação não tem valor real. Se a CCB realmente "saiu" dos Irmãos, significa que, em algum momento, discordou da doutrina bíblica que os Irmãos seguiam e, assim, desviou-se da verdade. Esse mesmo princípio se aplica a diversas figuras na Bíblia. Adão e Eva estavam em um estado de inocência, mas decidiram desobedecer a Deus e perderam sua comunhão com Ele. Da mesma forma, Lúcifer era um querubim ungido, mas escolheu rebelar-se e tornou-se maligno. Os gálatas, que haviam começado bem na fé, foram repreendidos por Paulo com as palavras: "Corríeis bem; quem vos impediu de obedecer à verdade?" (Gálatas 5:7). O fato de um grupo religioso ter saído de outro não significa que manteve a verdade, mas pode ser uma evidência de que se afastou da sã doutrina.

  5. Registro Governamental e Nome Denominacional: A exigência de um registro junto ao governo para a legalização de um local de reunião nada tem a ver com a adoção de um nome denominacional. O registro oficial é um requisito legal para funcionamento administrativo e não determina a identidade da igreja local. A igreja no Novo Testamento nunca recebeu um nome específico; a Bíblia os chama simplesmente de cristãos, irmãos, crentes e discípulos. A verdadeira Igreja de Cristo não é caracterizada por um título denominacional, mas pela fé e comunhão dos santos em Cristo. O fato de um grupo adotar um nome formalizado e institucionalizado já denota um desvio do modelo bíblico de reunião dos crentes.


Paralelo com a Igreja de Corinto:

Mesmo em comunidades cristãs autênticas, como a igreja em Corinto, surgiram divisões e facções. Paulo aborda esse problema em sua primeira carta aos coríntios, destacando que alguns membros estavam se alinhando a diferentes líderes, dizendo: "Eu sou de Paulo", "Eu sou de Apolo", "Eu sou de Cefas" ou "Eu sou de Cristo" (1 Coríntios 1:12). Essas divisões indicavam uma imaturidade espiritual e uma compreensão equivocada da unidade em Cristo. Paulo exorta os coríntios a estarem unidos, afirmando: "Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa e que não haja entre vós dissensões; antes, sejais unidos, em um mesmo sentido e em um mesmo parecer" (1 Coríntios 1:10). Isso demonstra que, mesmo em igrejas verdadeiras, é possível o surgimento de divisões que precisam ser corrigidas à luz das Escrituras.

Além disso, em 1 Coríntios 11:19, Paulo afirma: "E até importa que haja heresias [hairesis] entre vós, para que os que são sinceros se manifestem entre vós." Aqui, "hairesis" é traduzida como "heresias", mas pode ser entendida como "divisões sectárias". O mesmo termo é usado em Gálatas 5:20, quando Paulo inclui as "heresias" (αἱρέσεις) entre as obras da carne. Isso reforça que mesmo em igrejas verdadeiras havia risco de seitas emergirem dentro delas, algo que deveria ser combatido pela sã doutrina.

A Congregação Cristã no Brasil (CCB) adota uma doutrina conhecida como "pecado de morte", na qual certos pecados são considerados tão graves que resultariam na perda definitiva da salvação. Essa perspectiva pode levar membros que cometeram tais pecados a se sentirem excluídos e sem esperança, resultando em afastamento da comunidade e, em casos extremos, desistência da própria vida.


Análise da Doutrina do "Pecado de Morte":


  1. Falta de Base Bíblica para a Perda Irrevogável da Salvação: As Escrituras afirmam que a salvação é um dom gratuito de Deus, assegurado pela fé em Jesus Cristo. Em João 10:28-29, Jesus declara: "Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai." Isso indica que a segurança do crente está nas mãos de Deus, e não depende de méritos ou deméritos humanos.

  2. Interpretação Equivocada de "Pecado para Morte": A referência em 1 João 5:16 ao "pecado para morte" tem sido objeto de diversas interpretações. No entanto, muitos estudiosos concordam que não se trata de um pecado específico que leva à perda da salvação, mas possivelmente de um pecado que resulta em consequências físicas ou disciplina divina severa. Não há respaldo bíblico claro para afirmar que certos pecados possam anular a obra redentora de Cristo na vida do crente.

  3. Consequências Psicológicas e Espirituais do Exclusivismo: A postura exclusivista e a ênfase em uma lista específica de pecados imperdoáveis podem gerar um ambiente de medo e desesperança. Membros que acreditam ter cometido tais pecados podem sentir-se irremediavelmente condenados, levando ao isolamento e, em casos extremos, à perda da vontade de viver. Isso contrasta com a mensagem de reconciliação e esperança presente no evangelho.


Conclusão: 

A doutrina do "pecado de morte" tal como ensinada pela CCB carece de fundamento bíblico sólido e pode resultar em graves danos emocionais e espirituais aos seus membros. É essencial retornar ao ensino das Escrituras, que enfatiza a segurança eterna do crente em Cristo e a disponibilidade contínua do perdão divino para todos os pecados, mediante o arrependimento sincero.


Ao avaliar as práticas e doutrinas da Congregação Cristã no Brasil, é essencial compará-las com os ensinamentos claros das Escrituras. Práticas que promovem exclusivismo, ênfase desproporcional em obras para a salvação e restrições à interpretação pessoal da Bíblia podem ser indicativos de desvios da sã doutrina. Assim como Paulo corrigiu as divisões na igreja de Corinto, é necessário que comunidades cristãs hoje se alinhem aos princípios bíblicos, promovendo a unidade do corpo de Cristo e mantendo a pureza do evangelho da graça.

Josué Matos

19. Os significados bíblicos de Sodomita e Lunático (22/02/2025)

Aqui estão os significados bíblicos de sodomita e lunático, de acordo com a Bíblia e o contexto histórico em que essas palavras eram usadas:


Sodomita


A palavra sodomita aparece na Bíblia em algumas traduções mais antigas, especialmente na Almeida Revista e Corrigida (ARC). O termo deriva de Sodoma, a cidade mencionada em Gênesis 19, que foi destruída por Deus devido à sua extrema perversão moral.


No Antigo Testamento, o termo sodomita (hebraico: קָדֵשׁ - qadesh) refere-se especificamente a prostitutos cultuais masculinos que estavam envolvidos em práticas imorais nos cultos pagãos. Em algumas passagens, a palavra está associada à prostituição ligada a templos idólatras.


  • Deuteronômio 23:17 (ARC) - "Entre os filhos de Israel não haverá prostituta nem sodomita."
  • 1 Reis 14:24 (ARC) - "Havia também sodomitas na terra; fizeram conforme todas as abominações das nações que o Senhor lançara fora de diante dos filhos de Israel."


No Novo Testamento, a palavra equivalente é traduzida como "efeminados" ou "abusadores de si mesmos com os homens" (1 Coríntios 6:9, ARC). As Escrituras condenam as práticas associadas à sodomia como contrárias à vontade de Deus.


Lunático


A palavra lunático aparece na Bíblia na versão Almeida Revista e Corrigida (ARC), derivando do latim lunaticus, que significa "influenciado pela lua". Esse termo era usado para descrever pessoas que apresentavam sintomas de distúrbios mentais ou convulsões, e que se acreditava estarem ligadas aos ciclos da lua.


  • Mateus 17:15 (ARC) - "Senhor, tem misericórdia de meu filho, que é lunático e sofre muito; pois muitas vezes cai no fogo e, muitas vezes, na água."


No contexto bíblico, a condição chamada de lunatismo era frequentemente associada a ataques epilépticos ou opressão demoníaca, conforme o entendimento da época. No caso descrito em Mateus 17, o Senhor Jesus cura o menino, mostrando que a origem do problema não era apenas física, mas também espiritual.


Conclusão


  • Sodomita, na Bíblia, refere-se àqueles que praticavam prostituição masculina no contexto de cultos idólatras, sendo um termo usado para condenar imoralidades sexuais.
  • Lunático era um termo usado para descrever pessoas com transtornos mentais ou epilépticos, muitas vezes ligados à crença de que a lua influenciava esses distúrbios.


Josué Matos

20. O Ateu Moralista (22/02/2025)


A afirmação de que os Dez Mandamentos são um "absurdo" e que a verdadeira realidade da vida está no "íntimo de cada um" ignora um dos principais ensinos da Escritura: o homem está completamente corrompido pelo pecado e incapaz de produzir algo bom por si só.


A Lei não foi dada para salvar ou corrigir o homem

Deus não deu a Lei para que o homem pudesse se salvar por meio dela ou para que, ao tentar segui-la, pudesse se corrigir. Pelo contrário, a Lei foi dada para revelar algo que o homem, em sua cegueira espiritual, não sabia sobre si mesmo: que ele está em completa ruína e que Deus é santo e não tolera o pecado.


• Romanos 3:10-12: "Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só."


O homem pode acreditar que há alguma bondade dentro de si, mas a Palavra de Deus diz exatamente o contrário: "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?" (Jeremias 17:9).


A Lei expõe a pecaminosidade do homem.

A função da Lei foi justamente mostrar o estado real do homem diante de Deus. Sem a Lei, o homem poderia se enganar, achando que estava em boas condições espirituais, mas ao se deparar com os mandamentos de Deus, fica evidente que ele está perdido.


• Romanos 7:7: "Que diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum. Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás."

• Gálatas 3:24: "De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados."


A Lei não veio para que o homem pudesse se justificar por ela, mas para que reconhecesse sua condição desesperadora. Ela devia despertar no pecador a necessidade de um Salvador fora dele mesmo.


A Lei apontava para Cristo

Mais do que revelar o pecado, a Lei também apontava para aquele que haveria de vir: o Senhor Jesus Cristo. A Lei de Moisés exigia sacrifícios contínuos para expiação temporária do pecado, mas esses sacrifícios nunca poderiam realmente tirar o pecado (Hebreus 10:4).

A provisão temporária dos sacrifícios ensinava que o pecado só poderia ser tratado por meio do derramamento de sangue (Levítico 17:11). Isso apontava para o sacrifício perfeito e definitivo do Cordeiro de Deus:


• João 1:29: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo."

• Hebreus 10:12: "Mas este, havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, está assentado para sempre à destra de Deus."


Agora, temos a Lei que nos condena e o Salvador que a própria Lei dizia que precisaríamos.

O erro do pensamento humanista: "a bondade está dentro de nós".


A ideia de que a moralidade e a verdade vêm do "íntimo do homem" é uma das maiores mentiras de Satanás. Desde o Éden, o inimigo tem enganado o homem, levando-o a confiar em si mesmo, em sua "evolução espiritual" e em sua própria "luz interior".


• Gênesis 3:1,4-5: "Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo, que o Senhor Deus tinha feito, e esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? (...) Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal."


A raiz do pecado está exatamente na tentativa de o homem ser autônomo de Deus, achando que pode discernir o bem e o mal por si mesmo. Mas Deus já declarou que no homem não há bem algum.


• Romanos 7:18: "Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum."

• Isaías 64:6: "Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia."


Se algo de bom pudesse surgir do coração do homem, então Cristo não precisaria ter vindo. Mas o próprio Senhor Jesus ensinou que o mal vem de dentro do homem:


• Marcos 7:21-23: "Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem."


Dizer que o "homem deve seguir o que está dentro de si" é repetir a mentira da serpente. Deus disse o oposto! Ele declarou que o homem está morto em delitos e pecados (Efésios 2:1) e que somente Cristo pode trazer a vida (João 14:6).


O homem precisa de Cristo, não de si mesmo.

A Lei não foi dada para que o homem pudesse se salvar, mas para que ele reconhecesse sua necessidade de salvação. Ela revelou a justiça e a santidade de Deus, que não pode tolerar o pecado, e mostrou que o homem é totalmente incapaz de alcançar a perfeição por si só.


Mas graças a Deus, Ele não nos deixou apenas com a condenação da Lei. Cristo veio cumprir a Lei e oferecer a salvação por Sua graça!


• Romanos 8:3-4: "Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne; para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito."


Portanto, quando alguém diz que a verdade está "dentro do homem", devemos responder com a Escritura: "O homem não tem verdade alguma dentro de si, apenas trevas. Mas Deus enviou a luz do mundo, o Senhor Jesus Cristo, para nos tirar da escuridão."


• João 8:12: "Falou-lhes pois Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida."


Se alguém quer conhecer a "verdadeira realidade da vida", precisa olhar para fora de si mesmo e para aquele que Deus enviou, o único que pode salvar: o Senhor Jesus Cristo (João 3:16-18)!


O ateu pode dizer que tudo que existe são obras dos homens e que Deus não interfere em nada. Mas será que isso realmente faz sentido? Será que o homem pode criar algo sem que antes tenha recebido tudo de Deus?


Pense nisso: o homem constrói casas, mas a madeira vem das árvores que ele não criou. Ele desenvolve tecnologia, mas os materiais usados são tirados da terra que ele não formou. Ele projeta máquinas, mas a inteligência que possui não veio dele mesmo. Tudo que o homem faz é apenas transformar aquilo que já lhe foi dado. Mas quem deu ao homem a matéria-prima? Quem deu o intelecto para inventar?


A Bíblia declara que "Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam" (Salmos 24: 1). Tudo o que existe foi criado por Deus e continua existindo porque Ele sustenta todas as coisas. O apóstolo Paulo disse que "nele vivemos, e nos movemos, e existimos" (Atos 17:28). Se Deus retirasse Seu poder por um segundo sequer, nada continuaria de pé.


A ideia de que Deus não interfere no mundo ignora o maior ato da história: a vinda do Senhor Jesus Cristo. Deus entrou no mundo de forma visível, caminhou entre os homens, operou milagres, morreu na cruz e ressuscitou, demonstrando que não é um Deus distante e indiferente. A cruz é a maior prova da interferência de Deus na história humana.


Além disso, veja a história. Quantos impérios grandiosos surgiram e caíram sem explicação lógica? Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia, Roma... todos desapareceram, mas o plano de Deus seguiu adiante. Como explicar a preservação do povo de Israel por milhares de anos, enquanto grandes civilizações foram apagadas? Como explicar as profecias bíblicas que se cumprem diante dos nossos olhos?


Dizer que Deus não está presente na história é como um peixe dizer que não há água ao seu redor. O fato de você estar respirando agora é um ato da graça de Deus. Se Ele quisesse, poderia cessar sua vida num instante. Mas Ele lhe dá tempo, oportunidade e evidências para que você se arrependa e creia Nele.


O homem gosta de se gloriar em suas obras, mas o Senhor já declarou: "Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus" (Isaías 45:5). Você pode ignorar a presença de Deus, mas isso não muda a realidade de que Ele governa soberanamente sobre tudo.


A verdadeira questão não é se Deus está agindo no mundo, mas se você está disposto a reconhecê-Lo.


Josué Matos

21. A "igreja católica", escondeu a verdadeira mensagem de redenção? (23/02/2025)

Para responder a esse argumento, é necessário analisar a questão em três aspectos fundamentais: a preservação da mensagem de redenção, a influência histórica da Igreja e o surgimento de diversas filosofias e religiões ao longo do tempo.


1. A Preservação da Mensagem de Redenção


A mensagem de redenção em Jesus Cristo tem sido preservada e transmitida desde o primeiro século. Os primeiros cristãos registraram os ensinamentos de Cristo e dos apóstolos nos Evangelhos e nas epístolas, formando o Novo Testamento. Estes escritos foram amplamente copiados e distribuídos, e hoje há milhares de manuscritos antigos que confirmam a fidedignidade do texto bíblico.


Há evidências históricas de que os escritos bíblicos foram protegidos e preservados por diferentes grupos cristãos ao longo da história. A descoberta dos Manuscritos do Mar Morto, por exemplo, confirma que os textos do Antigo Testamento se mantiveram inalterados ao longo dos séculos. Além disso, a própria transmissão oral desempenhou um papel crucial na propagação da doutrina cristã.


A Igreja Primitiva, composta por comunidades de crentes, não estava concentrada em uma única instituição centralizada, mas sim espalhada por diversas regiões, onde os ensinos de Cristo eram compartilhados livremente. Isso significa que a mensagem de redenção não poderia ser completamente suprimida por nenhuma entidade específica.


2. O Papel da Igreja e a Disseminação do Cristianismo


A Igreja, ao longo dos séculos, teve momentos de corrupção e desvios doutrinários, principalmente quando a instituição se uniu ao poder político. Durante a Idade Média, há registros de que a Igreja Romana centralizou a autoridade religiosa e, em algumas situações, restringiu o acesso às Escrituras para manter o controle teológico. No entanto, isso não significa que a verdadeira mensagem de redenção foi completamente oculta ou perdida.


A Reforma Protestante no século XVI foi um marco na recuperação da livre leitura da Bíblia. Reformadores como Martinho Lutero, William Tyndale e outros traduziram a Bíblia para línguas vernáculas, permitindo que a população tivesse acesso direto às Escrituras. Isso resultou em um grande movimento de retorno às verdades fundamentais da fé cristã, incluindo a doutrina da salvação pela graça mediante a fé em Cristo.


3. O Surgimento de Outras Filosofias e Religiões


A diversidade de religiões e filosofias no mundo não pode ser atribuída exclusivamente às ações da Igreja Romana. Desde os tempos bíblicos, a humanidade sempre buscou diferentes formas de espiritualidade e entendimento do divino. O apóstolo Paulo, ao pregar no Areópago em Atenas (Atos 17:22-23), mencionou a existência de um altar dedicado ao "Deus desconhecido", demonstrando que a pluralidade de crenças sempre foi uma realidade.

O sincretismo religioso, a influência cultural e as condições sociopolíticas de diferentes regiões contribuíram para o desenvolvimento de diversas correntes religiosas. O próprio crescimento do cristianismo levou às divisões teológicas e institucionais, originando diferentes denominações e interpretações das Escrituras.

A Bíblia ensina que a verdade está em Jesus Cristo, e que Ele é o caminho para a salvação. Mesmo diante da fragmentação religiosa ao longo da história, a mensagem central do Evangelho continua acessível para aqueles que buscam a verdade nas Escrituras.


Conclusão


A ideia de que a Igreja Romana tenha "escondido" a verdadeira mensagem de redenção é uma simplificação da história do cristianismo. Embora tenha havido momentos de obscurantismo e controle eclesiástico, a Palavra de Deus nunca foi destruída nem totalmente ocultada. Sempre houve crentes fiéis que preservaram e transmitiram as verdades da fé cristã.

A mensagem de redenção em Cristo está disponível para todos os que desejam conhecê-la. A responsabilidade individual é buscar na Bíblia a verdade que conduz à vida eterna. O surgimento de outras filosofias e religiões faz parte da história da humanidade, mas a verdade do Evangelho continua sendo proclamada e transformando vidas em todas as partes do mundo.


Josué Matos

22. Espírito Santo, somos todos nós desde o princípio Elementar de nossa criação? (23/02/2025)

Para responder a essa afirmação, é necessário analisar a doutrina bíblica sobre o Espírito Santo e sua natureza. A compreensão correta do tema está fundamentada nas Escrituras e na história da revelação divina.


1. A Pessoa do Espírito Santo


O Espírito Santo é claramente apresentado na Bíblia como uma Pessoa e não apenas uma força ou um princípio elementar da criação. No Evangelho de João, o Senhor Jesus fala do Espírito Santo como "outro Consolador" (João 14:16-17), indicando que Ele é um Ser distinto, assim como Cristo é.


O Espírito Santo possui atributos pessoais, tais como:


  • Inteligência (1 Coríntios 2:10-11)
  • Vontade (1 Coríntios 12:11)
  • Emoções (Efésios 4:30)
  • Capacidade de ensinar e guiar (João 16:13)


Além disso, Ele pode ser entristecido (Efésios 4:30) e pode se comunicar com os crentes (Atos 13:2), o que demonstra sua personalidade.


2. O Espírito Santo e a Criação


A afirmação de que "somos todos o Espírito Santo" desde o princípio da criação não encontra respaldo bíblico. A Bíblia ensina que o Espírito Santo participou ativamente da criação (Gênesis 1:2), mas não que Ele seja a essência de toda a humanidade. Cada ser humano foi criado à imagem de Deus (Gênesis 1:26-27), mas isso não significa que somos, individualmente, o Espírito Santo.


3. O Ensinamento Bíblico e a Igreja


A doutrina sobre o Espírito Santo não é uma invenção da Igreja Católica ou de qualquer outra instituição cristã. Desde os primeiros séculos, os cristãos fiéis às Escrituras reconheceram que Ele é uma das Pessoas da Trindade, junto com o Pai e o Filho. Essa verdade é evidenciada no batismo cristão, quando o Senhor Jesus ordenou que seus discípulos batizassem "em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mateus 28:19).

O Espírito Santo foi enviado para habitar nos crentes após a ascensão de Cristo (Atos 2). Ele é quem convence do pecado (João 16:8) e quem guia os crentes à verdade (João 16:13). Nenhuma passagem bíblica ensina que todos os seres humanos são o Espírito Santo, mas sim que Ele habita nos que creem em Cristo (Romanos 8:9).


Conclusão


A ideia de que "somos todos o Espírito Santo" é incompatível com o ensino bíblico. O Espírito Santo é uma Pessoa divina, distinta dos seres humanos, mas que habita naqueles que são regenerados pela fé em Cristo. Ele é o Consolador enviado para guiar e ensinar os crentes, e sua presença na Igreja é uma prova do cumprimento das promessas de Deus.

A Igreja não precisa se "atualizar" nesse aspecto, pois a verdade de Deus é imutável. O que precisamos é compreender melhor as Escrituras para evitar equívocos sobre a natureza e a obra do Espírito Santo.


Josué Matos

23. Como você participa da "Santa" Ceia, já que não faz parte de uma "Igreja"? (23/02/2025)


A cristandade se desviou tanto do modelo bíblico deixado para a Igreja que, quando se fala em segui-lo hoje, parece que nossa mensagem é de outro mundo. Isso inclui também a prática da Ceia do Senhor, que muitos chamam de "Santa Ceia", embora a Bíblia nunca use esse termo. A Ceia do Senhor é uma das muitas reuniões da igreja local, que também deveria ser todas chamadas de santas, se fosse o caso.


Eu nunca disse que não fazia parte de uma igreja. Pois, não devemos confundir uma igreja local, composta por pessoas salvas reunidas ao nome do Senhor Jesus (Mateus 18:20), com um templo eclesiástico chamado de igreja. Portanto, primeiramente, comecei a fazer parte da Igreja, o Corpo de Cristo, no momento da minha salvação, no dia 25 de janeiro de 1988. Em 1989, fui batizado e recebido numa igreja local onde morava, e hoje continuo fazendo parte de uma igreja local que se reúne em um determinado local para as reuniões regulares encontradas em Atos dos Apóstolos e nas epístolas escritas às igrejas locais. Atualmente, o desvio é tanto do modelo bíblico que seguir este padrão se tornou uma anomalia, e o que foi criado pela organização eclesiástica humana se tornou o padrão comum aceito.


A igreja que se reúne não tem nada a ver com um registro junto ao governo para reuniões públicas. Uma coisa não tem qualquer relação com a outra. O que define a igreja local não é um reconhecimento legal, mas sim a reunião dos santos ao nome do Senhor Jesus conforme o padrão bíblico. 


O Novo Testamento nos ensina que a Ceia do Senhor foi estabelecida pelo próprio Senhor Jesus na noite em que foi traído (1 Coríntios 11:23-26). Os primeiros crentes a praticavam regularmente e a Escritura indica que isso ocorria nas casas onde os santos se reuniam (Atos 2:46).


A ideia de que apenas um líder especialmente designado pode administrar a Ceia do Senhor não tem suporte no Novo Testamento. O ensino bíblico mostra que a igreja local é composta por crentes reunidos ao nome do Senhor, e não depende de uma hierarquia clerical para suas práticas. Em 1 Coríntios 10:16-17, o pão e o cálice são compartilhados entre os crentes como expressão de sua unidade em Cristo. Não se trata de uma cerimônia conduzida por uma figura sacerdotal exclusiva, mas de um ato de adoração e comunhão entre os santos.


A prática de reunir-se para as reuniões da igreja e partir o pão em uma casa, uma sala ou em um salão, por ser um número maior de irmãos, também é coerente com o ensino das Escrituras. Não é necessário estar vinculado a uma instituição religiosa oficial para cumprir as ordenanças do Senhor. A verdadeira igreja é composta pelos crentes, e não por estruturas humanas. Sempre que os santos se reúnem ao nome do Senhor Jesus, em dependência dEle e conforme os princípios bíblicos, eles estão em pleno direito de lembrar do Senhor, partindo o pão e bebendo do cálice em sua memória.


Portanto, não é necessária a autorização de um grupo hierárquico para participar da Ceia do Senhor. O que é essencial é que seja feita de forma reverente, com coração puro e em obediência ao ensino das Escrituras.


Josué Matos

24. Os irmãos da assembleia exclusivista não recebem os irmãos já estando eles há anos, para mim isso não faz sentido. Só queria saber se é bíblico? (24/02/2024)


Primeiramente, entendo sua preocupação e frustração em relação à dificuldade de ser recebida à comunhão da igreja e puder participar da Ceia do Senhor. Essa é uma questão séria, e é essencial que haja clareza e base bíblica em todas as decisões da assembleia local. 


 1. A Igreja não é uma organização secreta 

 Como você bem observou, a igreja local não é como uma sociedade secreta onde apenas alguns "iluminados" têm acesso aos seus privilégios. A Ceia do Senhor é uma ordenança dada a todos os crentes genuínos, não uma cerimônia fechada arbitrariamente. O Novo Testamento ensina que a Ceia é para aqueles que pertencem ao corpo de Cristo, e a porta da comunhão deve estar aberta para todos os verdadeiros crentes que andam conforme os princípios bíblicos. 


 2. O equilíbrio entre a recepção e a santidade da mesa 

 A Bíblia ensina que nem todos podem participar da Ceia indiscriminadamente (1 Coríntios 5:11; 1 Coríntios 11:27-29), mas também não ensina que um crente genuíno e fiel precisa esperar anos para ser recebido na comunhão da igreja e possa participar das reuniões da igreja, incluindo a Ceia do Senhor. O apóstolo Paulo repreendeu os coríntios por tomarem a Ceia de forma indigna, mas nunca impôs restrições exageradas para aqueles que estavam em comunhão na igreja e com Cristo. 


 3. O dever da assembleia de explicar suas razões 

 Como eu não sei os motivos pelos quais os irmãos não estão permitindo que você participe, fica difícil dizer exatamente onde estão certos ou errados. Porém, é um direito seu perguntar e uma obrigação deles dar uma resposta clara e fundamentada na Palavra de Deus. A comunhão da igreja não pode ser governada por regras humanas, mas pela autoridade das Escrituras. Se a recusa se baseia apenas em costumes locais, tradições ou exigências que vão além da Bíblia, isso se torna um problema sério. Se a pessoa crê na salvação unicamente na obra de Cristo, foi batizada, segue a doutrina dos apóstolos e não vive em pecado, não há razão bíblica para negar-lhe a comunhão na igreja local e a participação da Ceia do Senhor. 


 4. O perigo do exclusivismo sem base bíblica 

O exclusivismo sem fundamento nas Escrituras pode se tornar algo prejudicial. O Senhor Jesus nunca rejeitou um verdadeiro crente que vinha a Ele. Pelo contrário, Ele condenou os fariseus por colocarem fardos pesados sobre as pessoas e impedirem outros de entrar no Reino de Deus (Mateus 23:13). Se uma assembleia local impõe regras que a Bíblia não impõe, ela precisa reavaliar suas práticas. 


 5. Como agir diante dessa situação? 

 Minha sugestão é que você pergunte diretamente aos irmãos qual o motivo específico da recusa e solicite que fundamentem sua resposta na Palavra de Deus. Se não houver uma justificativa clara e bíblica, isso pode indicar que tradições humanas estão sendo colocadas acima da verdade bíblica.

Recusar a comunhão de um crente com base exclusivamente em 1 Timóteo 5:22 — "A ninguém imponhas precipitadamente as mãos" — não é uma aplicação válida do versículo. O contexto continua: "nem participes dos pecados alheios; conserva-te a ti mesmo puro", indicando que a questão envolve discernimento e cuidado na imposição de mãos, e não um impedimento arbitrário.

É legítimo que haja um período de observação para que a igreja e os irmãos tenham plena certeza da conversão e do testemunho do candidato à comunhão. No entanto, se não houver evidências bíblicas que justifiquem sua recusa, não há razão para prolongar essa espera.


Se os irmãos realmente seguem os princípios das Escrituras, deveriam agir conforme Atos 2:41-42, onde vemos que aqueles que creram foram batizados e logo estavam em comunhão. Se há um crente sincero, batizado e que anda corretamente, não há razão para que fique anos esperando para partir o pão. 


Notemos agora o procedimento fundamentado nos princípios bíblicos e nas práticas das igrejas locais, na recepção de um novo membro ou um irmão de visita:


1. Testemunho de Conversão

O candidato deve fornecer um relato claro de sua experiência de salvação, demonstrando compreensão do evangelho e evidências de uma vida transformada. Isso está alinhado com o exemplo dos primeiros cristãos, que, ao crerem, eram acrescentados à comunhão dos santos (Atos dos Apóstolos 2:41).


2. Batismo

O batismo por imersão, como expressão pública de fé em Jesus Cristo, é considerado um pré-requisito para a comunhão plena na igreja local. Este ato simboliza a identificação com a morte, sepultamento e ressurreição de Cristo (Romanos 6:3-5).


3. Avaliação Doutrinária

É importante que os anciãos ou líderes da igreja assegurem que o candidato compreende e concorda com as doutrinas fundamentais da fé cristã pregadas pelos apóstolos. A unidade na doutrina é essencial para a harmonia e edificação mútua (Efésios 4:3-6).


4. Observação do Testemunho

Um período de observação pode ser estabelecido para avaliar o comportamento e o compromisso do candidato com a vida cristã. Isso reflete a instrução de não impor as mãos precipitadamente a ninguém (1 Timóteo 5:22), garantindo que a pessoa viva de maneira digna da vocação cristã.


5. Apresentação à Congregação

Após a avaliação positiva, o candidato pode ser apresentado pelos anciãos à assembleia, onde sua intenção de se unir à comunhão é comunicada. A congregação é encorajada a receber o novo membro com amor e aceitação, conforme o mandamento de receber no Senhor, como convém aos santos (Romanos 16:2).


6. Participação na Ceia do Senhor

Com a recepção formalizada, o novo membro é convidado a participar da Ceia do Senhor, compartilhando do pão e do cálice em memória do sacrifício de Cristo (1 Coríntios 11:23-26).

Este processo visa assegurar que a admissão na comunhão da igreja local seja conduzida de maneira bíblica, promovendo a unidade e a pureza da congregação.

 

A recepção de pessoas na igreja local é um tema central na vida cristã, pois reflete tanto a fidelidade à Palavra de Deus quanto o cuidado com a comunhão entre os irmãos. Esse processo, que gera debates e reflexões, envolve princípios claros e práticas específicas que buscam honrar o Senhor e preservar a unidade do testemunho coletivo. Cada igreja local carrega a responsabilidade final por suas decisões, mas isso não significa ignorar o vínculo com outras igrejas que compartilham a mesma fé. Por exemplo, receber alguém que foi disciplinado biblicamente por outra congregação seria um desrespeito a esse vínculo espiritual.


A Bíblia apresenta diferentes formas de recepção, adaptadas às circunstâncias dos cristãos. Uma delas é a recepção inicial, destinada àqueles que, recém-convertidos, entram pela primeira vez na comunhão, como vemos em Atos 2:42-47. Outra ocorre quando irmãos mudam de residência e precisam se integrar a uma nova igreja local, algo comum nos tempos apostólicos (Romanos 16:3). Há também a recepção temporária de visitantes, que passam pouco tempo em uma localidade (Romanos 16:2), e a restauração de quem, após disciplina, retorna à comunhão (2 Coríntios 2:5-11). Por fim, a recepção de ensinadores exige atenção especial para proteger o rebanho de ensinos falsos (Atos 18:27). Em todos esses casos, a igreja age sob a autoridade da Palavra, guiada por presbíteros que servem em nome da comunidade.


Um ponto essencial é que a recepção não se limita ao "partir do pão" ou à ceia do Senhor, mas abrange a comunhão plena, que inclui privilégios e responsabilidades. Essa comunhão exige mutualidade: a pessoa recebida deve acolher os ensinos e práticas da igreja, rejeitando divisões sectárias. Isso diferencia a igreja local do "corpo de Cristo" universal — nem todo cristão é automaticamente recebido, mas apenas aqueles cuja vida e doutrina estão em harmonia com as Escrituras. O exemplo de Saulo, investigado antes de ser aceito em Jerusalém (Atos 9:23-30), ilustra a cautela necessária nesse processo.


Outro aspecto importante é o "lugar do indouto", que se refere àqueles ainda não integrados à comunhão, mas dispostos a aprender sobre a presença de Deus entre Seu povo (1 Coríntios 14:23-25). Não se trata apenas de ignorância doutrinária, mas de um coração aberto à verdade. Já para visitantes ou novos residentes, as cartas de recomendação, como as usadas por Febe (Romanos 16:1-2), são uma prática bíblica que assegura confiança e proteção. Em situações excepcionais, contatos prévios ou recomendações pessoais podem suprir essa necessidade.


A recepção de alguém disciplinado, por sua vez, mostra o equilíbrio entre firmeza e graça. Após o afastamento, a igreja deve perdoar e restaurar o irmão arrependido, como ensina 2 Coríntios 2:6-8, evitando que a tristeza o destrua. Da mesma forma, receber ensinadores requer cuidado, como visto com Apolo e Timóteo (Atos 18:27; 1 Coríntios 16:10), para garantir que o rebanho seja alimentado com verdade e protegido de erro.


Por trás de tudo isso está a convicção de que as Escrituras são suficientes para guiar a igreja em todos os tempos. Não há justificativa para abandonar os padrões do Novo Testamento, mesmo em dias de confusão. Assim, a recepção na igreja local é um testemunho vivo de obediência, amor e unidade, exigindo sabedoria e oração para ser praticada com fidelidade.


 Josué Matos

25. J.N. Darby se desentendeu com Benjamim Newton quanto à volta do Senhor, se antes da tribulação ou depois? (25/02/2025)


A sua mensagem contém algumas informações que precisam ser esclarecidas à luz dos registros históricos e da doutrina, conforme apresentado nos livros de Darby e em outras fontes confiáveis.
Vamos analisar ponto por ponto:


1. O desacordo entre John Nelson Darby e Benjamin Newton:


De fato, houve um desacordo entre Darby e Newton, mas não meramente sobre a questão da tribulação. O problema central estava relacionado à doutrina que Newton ensinava em Plymouth. Ele começou a introduzir ideias errôneas sobre a Pessoa de Cristo, especialmente em relação à Sua humanidade, o que levou Darby e outros irmãos a se oporem a ele. Além disso, Newton estabeleceu uma liderança clerical na assembleia, o que era contrário aos princípios de reunião ao nome do Senhor. Esse foi o ponto de ruptura principal, e não apenas uma divergência sobre a tribulação.


2. A questão da cessação dos dons espirituais:


A Bíblia ensina claramente que os dons miraculosos, como línguas, curas e profecias, tinham um propósito específico no início da Igreja (Marcos 16:17-20; 1 Coríntios 13:8-10; Hebreus 2:3-4). O ensino da cessação desses dons não se originou com Darby, mas é uma posição sustentada por muitos estudiosos e irmãos antes e depois dele. A interpretação de que "o que é perfeito" (1 Coríntios 13:10) se refere ao fechamento do cânon das Escrituras é defendida por muitos irmãos que entendem que, uma vez que a revelação de Deus foi completada, os dons milagrosos não eram mais necessários. Outros interpretam "o que é perfeito" como sendo o estado eterno, mas essa visão não invalida a cessação dos dons, pois historicamente esses dons cessaram ainda no primeiro século, conforme testemunhado na história da Igreja.


3. Excomunhão de irmãos:


O que ocorreu em relação à separação entre Darby e outros irmãos não foi uma questão de excomunhão arbitrária, mas de disciplina conforme os princípios bíblicos. A comunhão cristã deve ser baseada na verdade e na pureza doutrinária. Em 2 João 10-11, há uma advertência contra receber em comunhão aqueles que não trazem a verdadeira doutrina. Wigram e outros irmãos tentaram intermediar a reconciliação entre Darby e Newton, mas a restauração não ocorreu porque Newton não retratou plenamente os erros doutrinários que ensinou.


4. William Kelly e outros irmãos:


Darby não era um ditador que "excomungava" irmãos, mas zelava pela pureza doutrinária e pela fidelidade à Palavra de Deus. Ele entendia que a comunhão entre os irmãos deveria ser baseada na verdade, e quando havia desvios graves, a separação era necessária. A rejeição da comunhão com certos grupos ou indivíduos não era uma questão pessoal, mas de princípios bíblicos de disciplina e pureza da doutrina.


A história muitas vezes é distorcida, e é importante buscar fontes confiáveis para compreender corretamente os fatos. Os escritos de Darby, bem como os registros históricos disponíveis, mostram que suas decisões estavam baseadas na fidelidade à Palavra de Deus, e não em preferências pessoais ou em atitudes arbitrárias.


Espero que essas informações esclareçam melhor os pontos mencionados. Se precisar de mais detalhes, posso fornecer referências adicionais baseadas nos escritos dos irmãos da época.


Josué Matos 

26. Haverá um Templo durante a Grande Tribulação ou só no Milênio? (26/02/2025) 


A questão da reconstrução do templo em Jerusalém antes do Milênio deve ser buscada uma resposta na Bíblia. Pois, há fortes evidências bíblicas que indicam que um templo será reconstruído antes do Reino Milenar de Cristo.


Um templo durante a Grande Tribulação:

    • Daniel 9:27 menciona que, no meio da última semana profética, o príncipe que há de vir (o Anticristo) fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares. Para que isso aconteça, deve haver um templo em funcionamento com sacrifícios restabelecidos.
    • Mateus 24:15 – O Senhor Jesus referiu-se à "abominação da desolação" no "lugar santo", citando Daniel. Se há um "lugar santo" profanado, é porque há um templo.
    • 2 Tessalonicenses 2:3-4 – O homem do pecado (Anticristo) "assentar-se-á no templo de Deus, querendo parecer Deus". Isso indica um templo funcional antes da volta de Cristo.

O templo descrito em Ezequiel é realmente o do Milênio

    • O templo em Ezequiel 40-48 tem características muito diferentes dos templos anteriores e se encaixa no contexto do Reino Milenar. Esse templo será erguido pelo próprio Senhor e terá sacrifícios memoriais, não expiatórios.
    • Zacarias 14:16 diz que nações subirão a Jerusalém para adorar o Senhor, o que combina com a descrição do templo milenar.

Conclusão:

    • Há evidências de que haverá um templo tribulacional, reconstruído antes da volta de Cristo, mas ele será profanado pelo Anticristo.
    • O templo de Ezequiel será o templo do Milênio, restaurado sob o governo de Cristo.
    • A destruição do templo em 70 d.C. não foi o fim definitivo dos templos em Jerusalém.

A reconstrução do templo antes do Milênio é apoiada por várias passagens proféticas e não deve ser confundida com o templo glorioso descrito em Ezequiel. Se tiver interesse, posso compartilhar mais detalhes sobre essa visão bíblica.



Os Templos de Deus na História e no Futuro: Uma Visão Progressiva


1. A Tenda do Encontro de Moisés

Antes da construção do Tabernáculo instituído por Deus, Moisés armou uma tenda chamada Tenda do Encontro. Esta tenda era colocada fora do arraial e servia como um local onde Moisés e os israelitas podiam buscar ao Senhor. Quando Moisés entrava na tenda, a coluna de nuvem descia e o Senhor falava com ele "face a face, como qualquer fala com o seu amigo" (Êxodo 33:7-11). Josué, seu ajudante, permanecia na tenda mesmo depois que Moisés saía.


2. O Tabernáculo de Moisés

Posteriormente, Deus instruiu Moisés a construir um Tabernáculo que serviria como um santuário móvel para Sua habitação entre o povo de Israel (Êxodo 25-40). O Tabernáculo possuía três áreas principais:

  • O Pátio Exterior – Onde ficava o altar do holocausto e a pia de bronze.
  • O Lugar Santo – Contendo o castiçal de ouro, a mesa dos pães da proposição e o altar do incenso.
  • O Santo dos Santos – Onde estava a Arca da Aliança, sobre a qual Deus se manifestava.

Deus falava com Moisés do propiciatório da Arca da Aliança (Êxodo 25:22). O Tabernáculo permaneceu como o centro de adoração de Israel até a construção do Templo de Salomão.


3. O Tabernáculo de Davi

Davi trouxe a Arca da Aliança para Jerusalém e a colocou em um tabernáculo simples, diferente do Tabernáculo mosaico, que ainda estava em Gibeão (2 Samuel 6:17; 1 Crônicas 16:1). O profeta Amós profetizou que Deus "reedificará o tabernáculo caído de Davi" (Amós 9:11), e Tiago citou essa profecia em Atos 15:16, relacionando-a à inclusão dos gentios no plano divino.


4. O Templo de Salomão

Davi desejava construir um templo para o Senhor, mas essa missão foi dada ao seu filho Salomão (1 Crônicas 22:6-10). Esse templo, localizado em Jerusalém, foi um dos edifícios mais grandiosos da história de Israel. Nele, a Arca da Aliança foi colocada no Santo dos Santos, e a glória de Deus encheu o templo (1 Reis 8:10-11). Contudo, devido à idolatria de Israel, o templo foi destruído pelos babilônios em 586 a.C. (2 Reis 25:8-9).


5. O Segundo Templo (Templo de Zorobabel e Herodes)

Após o exílio babilônico, Zorobabel liderou a reconstrução do templo em 516 a.C. (Esdras 3:8-13; 6:14-15). Mais tarde, Herodes, o Grande, ampliou e embelezou esse templo, tornando-o uma estrutura grandiosa. Foi esse templo que o Senhor Jesus visitou (João 2:13-16). No entanto, como Ele profetizou (Mateus 24:1-2), o templo foi destruído pelos romanos em 70 d.C.


6. O Terceiro Templo (Templo da Grande Tribulação)

A profecia bíblica sugere que um templo será reconstruído antes da Grande Tribulação. O Anticristo entrará nesse templo e se declarará Deus (2 Tessalonicenses 2:3-4). Daniel também menciona o fim dos sacrifícios no templo durante esse período (Daniel 9:27). Esse templo será profanado pela "Abominação da Desolação" mencionada pelo Senhor Jesus em Mateus 24:15.


7. O Templo do Milênio (O Templo de Ezequiel)

No Reino Milenar de Cristo, um novo templo será construído conforme descrito em Ezequiel 40-48. Esse templo será o centro de adoração para todas as nações (Isaías 2:2-3; Zacarias 14:16). Diferente dos templos anteriores, a glória do Senhor retornará para habitar nele (Ezequiel 43:1-5).


8. A Nova Jerusalém – O Templo Final

No estado eterno, não haverá mais templo físico, pois "o Senhor Deus Todo-Poderoso e o Cordeiro são o seu templo" (Apocalipse 21:22). A presença de Deus será direta e permanente, eliminando a necessidade de um edifício para adoração.


Conclusão

Desde a Tenda de Moisés até a Nova Jerusalém, vemos uma progressão na forma como Deus manifesta Sua presença entre Seu povo. Os templos terrenos serviram como sombras da realidade celestial, culminando na comunhão perfeita com Deus no estado eterno.


Josué Matos

27. Por que "rivalidade" entre os "irmãos abertos e exclusivistas" e críticas a Darby, se é usado os seus escritos? (26/02/2025)


Talvez a palavra "rivalidade" não seja a mais apropriada para descrever a relação entre irmãos das assim chamadas "assembleias abertas" e "fechadas". O que existe, na realidade, são discordâncias em certos pontos doutrinários, o que é algo bem diferente. Desde os tempos do Novo Testamento, vemos que mesmo servos fiéis do Senhor tiveram diferenças entre si, mas isso não significa que um estivesse em rivalidade com o outro no sentido carnal da palavra.


Um exemplo claro é o apóstolo Paulo, que repreendeu Pedro publicamente por sua conduta equivocada em relação aos gentios (Gálatas 2:11-14). No entanto, isso não significa que Paulo desprezava Pedro ou que havia uma "rivalidade" entre eles. Pelo contrário, mais tarde, o próprio Pedro reconheceu a sabedoria que Deus concedeu a Paulo e recomendou seus escritos, ainda que admitindo que alguns pontos eram difíceis de entender e que falsos mestres os distorciam (2 Pedro 3:15-16).


Da mesma forma, quando há críticas a certos pontos doutrinários defendidos por John Nelson Darby, isso não deveria ser visto como uma rejeição total de seus escritos. Como aconteceu com Pedro, é possível reconhecer a instrumentalidade de Darby na restauração de verdades bíblicas enquanto, ao mesmo tempo, se discorda de certas posições que ele tomou. A fidelidade à Palavra de Deus exige que tudo seja examinado à luz das Escrituras (Atos 17:11), e nem mesmo os grandes mestres da história da Igreja estão isentos de questionamento e avaliação à luz da verdade bíblica.


Aliás, esse princípio se aplica a qualquer servo do Senhor. Moisés foi usado por Deus de forma extraordinária, mas foi impedido de entrar na terra prometida por ter desobedecido ao Senhor em Meribá (Números 20:7-12). Davi foi um homem segundo o coração de Deus (1 Samuel 13:14), mas cometeu pecados graves que tiveram consequências severas. No entanto, a autoridade dos escritos de Moisés e dos Salmos de Davi jamais foi questionada, pois foram inspirados por Deus.


Portanto, não deveria ser surpresa que Darby tenha recebido críticas, assim como qualquer outro servo de Deus que tenha influenciado a história da Igreja. O mais importante não é a figura do homem, mas a verdade da Palavra de Deus, que deve ser nossa referência final em todas as coisas (2 Timóteo 3:16-17). Afinal, a própria Bíblia nos instrui a "examinar tudo e reter o bem" (1 Tessalonicenses 5:21).


Josué Matos

28. Mas o irmão é um exclusivista? (27/02/2025)


A sua pergunta é legítima, e compreendo a preocupação. Porém, não nos identificamos com rótulos humanos, pois nos reunimos somente ao nome do Senhor Jesus, longe do sistema denominacional. Se não temos denominação, também não nos denominamos com títulos como "irmãos unidos", "irmãos abertos", "movimento dos irmãos", "igreja dos irmãos", "irmãos exclusivistas" ou qualquer outro nome que nos rotule. Nosso desejo é apenas seguir o padrão que encontramos nas Escrituras, sem criar ou aderir a uma estrutura que nos defina por algo além da Palavra de Deus.


Se a questão é sobre doutrina, cremos que a Bíblia é nossa única regra de fé e prática, assim como os bereanos de Atos 17:11, que examinavam tudo pelas Escrituras. Não seguimos tradições humanas ou sistemas baseados na autoridade de homens, mas buscamos manter a simplicidade do ensino apostólico, conforme revelado na Palavra de Deus.


Portanto, não se trata de ter como referência a qual "grupo" pertencemos, como faziam os coríntios (1 Coríntios 1:12), mas de fidelidade ao modelo bíblico. Não rejeitamos aqueles que são verdadeiros crentes no Senhor Jesus, mas entendemos que Ele nos chama para uma posição separada de sistemas que não estão em conformidade com os princípios neotestamentários sobre a reunião da Igreja.


Josué Matos

29. Por que não pregamos em denominações? — Dessa forma, se tornam tão sectaristas, denominacionais quanto aos demais! (27/02/2025)


Olá! 

Agradeço pelo seu comentário, mas preciso esclarecer que a posição que apresentamos no vídeo não é sectária nem denominacional. Pelo contrário, é baseada no ensino das Escrituras e no exemplo do próprio Senhor Jesus e Seus discípulos.


Os discípulos d'Ele, certa vez, vieram com a notícia de que havia pessoas pregando em Seu nome, mas que não andavam com eles. Eles queriam proibi-los, mas o Senhor respondeu:

"Não lho proibais, porque ninguém há que faça milagre em meu nome e logo a seguir possa falar mal de mim." (Marcos 9:39)


O Senhor, no entanto, não disse para os Seus discípulos se unirem a eles ou trabalharem juntos. Ele apenas deixou claro que não deviam impedi-los. Isso mostra que o fato de alguém pregar algo verdadeiro não significa que necessariamente devemos nos ajuntar a ele, se há outros princípios em jogo.


Outro exemplo significativo é o do mancebo de qualidade. Ele foi convidado pelo Senhor a vender tudo, dar aos pobres e segui-Lo, tendo promessa de uma herança no céu, mas se retirou triste, pois tinha muitas riquezas (Marcos 10:17-22). O Senhor o amou (v. 21), mas não mudou Sua mensagem para torná-la mais aceitável. Ele não enviou os discípulos atrás dele, nem tentou convencê-lo com um discurso mais suave. O Senhor deixou claro que seguir a verdade exige submissão e obediência total.


Da mesma forma, quando o homem rico no inferno pediu que Lázaro fosse enviado para avisar seus irmãos, Abraão respondeu: 

"Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos." (Lucas 16:29)


Isso mostra que Deus já deu Sua Palavra, e cabe ao homem dar ouvidos a ela. Se as denominações ao nosso redor realmente desejam a verdade, as Escrituras estão disponíveis para que examinem e obedeçam. O próprio Senhor Jesus disse:

"Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus ou se eu falo de mim mesmo." (João 7:17)


Assim, fica claro que não são os que permaneceram fiéis ao ensino apostólico que estão fora do caminho do Senhor, e sim os que "saíram de nós", como disse o apóstolo João:

"Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós." (1 João 2:19)

Isso demonstra que aqueles que abandonaram os princípios bíblicos foram os que se afastaram do caminho correto, e não os que permaneceram firmes na doutrina recebida. 


Não se trata de ser sectário, mas de permanecer fiel às Escrituras sem as diluir para agradar ao sistema religioso. Deus chama os Seus a saírem do erro (2 Coríntios 6:17) e a permanecerem na sã doutrina (2 João 9).


Espero que isso ajude a esclarecer. Fique à vontade para continuar o diálogo!


Josué Matos

30. Não vivemos no tempo dos "Pés da Estátua" de Daniel 2? (28/02/2025)


Resposta a um de meus vídeos no YouTube:  o primeiro vídeo que descordo, da parte final, que para mim hoje estamos já na parte de barro que seria a democracia, o povo no poder, parte de barro e de ferro que é uma mistura do que sobrou do império Romano, como governadores, senadores etc.. Mais o povo governo que seria o último estágio, mostrando a parte mais baixa e material mais baixo que seria o Barro, mas tudo bem, é normal termos algumas diferenças pequenas de interpretação."


Minha resposta:

Agradeço sinceramente seu comentário e sua participação em relação ao vídeo sobre a profecia da estátua no sonho de Nabucodonosor. No entanto, observei que seu texto não apresenta referências bíblicas para fundamentar suas afirmações. Isso é particularmente relevante, pois todo o conteúdo do vídeo foi baseado em passagens das Escrituras que deveriam ser consultadas para uma compreensão mais aprofundada do tema.


É importante destacar que não devemos isolar eventos mundiais específicos e associá-los a profecias de forma desconexa. A interpretação bíblica, especialmente no que tange às profecias, requer uma análise contextual e abrangente das Escrituras, evitando conclusões precipitadas ou baseadas em cenários isolados.


Panorama das Profecias Relacionadas à Estátua de Nabucodonosor


No livro de Daniel, capítulo 2, encontramos o relato do sonho de Nabucodonosor, no qual ele vê uma grande estátua composta por diferentes materiais. Cada parte da estátua representa um império que governaria sucessivamente:

  1. Cabeça de Ouro: Simboliza o Império Babilônico, liderado pelo próprio Nabucodonosor (Daniel 2:38).

  2. Peito e Braços de Prata: Representam o Império Medo-Persa, que sucedeu o Babilônico e era inferior em esplendor, mas superior em expansão territorial (Daniel 2:39a).

  3. Ventre e Coxas de Bronze: Correspondem ao Império Grego, estabelecido por Alexandre, o Grande, caracterizado por sua velocidade e poder militar (Daniel 2:39b).

  4. Pernas de Ferro: Denotam o Império Romano, conhecido por sua força, estrutura militar e longa dominação sobre o mundo conhecido (Daniel 2:40).

  5. Pés em Parte de Ferro e em Parte de Barro: Indicam um reino dividido, com elementos fortes e frágeis, sugerindo uma mistura que não se coaduna perfeitamente (Daniel 2:41-43).

A interpretação histórica dessas profecias indica que os quatro impérios mencionados já se manifestaram. No entanto, é essencial compreender que nós vivemos em um intervalo profético, o qual não foi revelado diretamente nessa visão. Esse intervalo está relacionado à era da Igreja, um período entre a 69ª e a 70ª semana da profecia de Daniel 9:24-27.


Explicação do Intervalo Profético


A profecia das setenta semanas, encontrada em Daniel 9:24-27, apresenta um cronograma divino para o povo de Israel e a cidade de Jerusalém. Essas "semanas" são geralmente interpretadas como períodos de sete anos cada, totalizando 490 anos. A divisão é a seguinte:

  • Sete semanas (49 anos): Período desde a emissão do decreto para reconstruir Jerusalém até a conclusão dessa obra.
  • Sessenta e duas semanas (434 anos): Período desde a reconstrução até a vinda do Messias.
  • Uma semana (sete anos): Período final que inclui eventos futuros significativos.

Após as sessenta e nove semanas (7 + 62), o texto indica que o Messias seria "cortado" (Daniel 9:26), referindo-se à crucificação de Cristo. Esse evento marca uma pausa no cronograma profético relacionado a Israel, introduzindo um intervalo antes da 70ª semana.


O Novo Testamento e o Intervalo Profético


O Novo Testamento esclarece esse intervalo como a era da Igreja, um período em que a mensagem de salvação é proclamada a todas as nações. Jesus, em Mateus 16:18, declara: "Edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela." Este período não foi revelado no Antigo Testamento, sendo um "mistério" agora desvendado.

Paulo, em suas epístolas, refere-se a esse mistério. Em Efésios 3:4-6, ele escreve sobre "o mistério de Cristo, o qual noutras gerações não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora tem sido revelado pelo Espírito". Este mistério é a inclusão dos gentios como coerdeiros em Cristo durante este período.

Após o arrebatamento da Igreja, conforme descrito em 1 Tessalonicenses 4:16-17, o cronograma profético para Israel será retomado, iniciando a 70ª semana de Daniel. Este será um período de sete anos de tribulação, culminando com a segunda vinda de Cristo e o estabelecimento do Seu reino milenar.

É fundamental compreender as profecias de maneira contextualizada e bíblica, para evitar erros comuns de interpretação. Agradeço novamente sua interação e incentivo um estudo mais aprofundado das Escrituras para que possamos crescer juntos no entendimento da Palavra de Deus.


Josué Matos

31. O Trump dá motivos para ser chamado de anticristo pelos seus opositores. (28/02/2025)


A interpretação bíblica das profecias exige cautela e fidelidade à Palavra de Deus, sem basear-se em especulações ou paralelos superficiais com eventos contemporâneos. O anticristo é uma figura profética claramente descrita nas Escrituras, especialmente em 2 Tessalonicenses 2:3-4 e Apocalipse 13. Nenhuma evidência bíblica sugere que Donald Trump ou qualquer líder político atual seja o anticristo. O anticristo será um governante global que se levantará durante a tribulação, estabelecendo um domínio autoritário e exigindo adoração.


A tentativa de associar Trump ao rei Nabucodonosor baseia-se em uma coincidência superficial. Nabucodonosor foi um rei que, de fato, se exaltou, mas foi humilhado por Deus como um julgamento pessoal (Daniel 4:30-34). Essa experiência foi exclusiva dele e não um modelo profético para identificar líderes atuais. O fato de Trump ter um "sonho" relacionado a Gaza, ilustrado com IA, não tem qualquer relação direta com as profecias das Escrituras.


Muitas pessoas tentam atribuir o papel de anticristo a figuras públicas, mas essa é uma abordagem errada e sensacionalista. A profecia bíblica deve ser interpretada pelo que a Escritura diz, e não pelo que os eventos do mundo parecem indicar no momento. O anticristo será uma figura totalmente distinta, emergindo com poderes sobrenaturais, engano global e total rejeição a Deus.


O foco dos crentes deve estar em compreender as Escrituras e esperar o cumprimento exato do plano profético de Deus, sem cair em especulações ou interpretações apressadas. O tempo da tribulação ainda não chegou, e enquanto isso, devemos proclamar o Evangelho e viver segundo a vontade do Senhor, aguardando a bem-aventurada esperança da volta de Cristo (Tito 2:13).


Josué Matos

32. Trump é o Anticristo? (28/02/2025)

Recentemente, algumas pessoas têm apontado Donald Trump como o anticristo, especialmente depois que ele compartilhou um vídeo gerado por inteligência artificial em 25 de fevereiro de 2025, no Truth Social. Nesse vídeo, uma estátua gigante de ouro dele aparece em uma visão fictícia de Gaza transformada em um resort de luxo, com a legenda "Gaza 2025". Para alguns, essa imagem de ostentação e poder, em meio a uma região marcada por sofrimento, soa como um eco de arrogância profética, algo que associam ao anticristo descrito nas Escrituras. Críticos nas redes sociais têm dito coisas como "Sobre o sangue de crianças ele construirá estátuas de ouro" ou "Se havia dúvida, agora não há: ele é o Anticristo". Eles veem nessa atitude uma espécie de idolatria moderna, reminiscente do bezerro de ouro do Êxodo, e apontam para o histórico de Trump, como os atentados que sobreviveu em 2024, como sinais de que ele se posiciona como um "escolhido" de maneira quase messiânica. Mas essa não é a primeira vez que alguém é acusado disso. Durante a Segunda Guerra Mundial, muitos chamaram Adolf Hitler de anticristo por causa das atrocidades que cometeu, como o Holocausto, que matou milhões em nome de uma ideologia de supremacia. A brutalidade e o controle absoluto que ele exerceu pareciam cumprir profecias de um líder maligno enganador. No entanto, o tempo provou que Hitler não era o anticristo, pois as profecias bíblicas sobre esse personagem não se encaixaram plenamente em sua história, e o mundo seguiu adiante sem o cumprimento final associado a essa figura.

Agora, vamos olhar mais de perto o que as Escrituras dizem sobre o anticristo e como isso pode ou não se aplicar a alguém como Trump ou qualquer outro. A Bíblia fala do anticristo em vários lugares, mas especialmente em 1 João 2:18, onde está escrito: "Filhinhos, é já a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos anticristos têm surgido". Isso sugere que o espírito do anticristo já está no mundo, manifestado em muitos que negam a Cristo, mas também aponta para um Anticristo final, uma figura singular que surgirá no fim dos tempos. Em 2 Tessalonicenses 2:3-4, lemos sobre o "homem do pecado", que "se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou é objeto de culto, de sorte que se assenta no santuário de Deus, querendo parecer Deus". Esse homem será um enganador supremo, alguém que exalta a si mesmo acima de tudo, trazendo uma falsa paz antes de revelar sua verdadeira natureza destrutiva. Daniel 11:36-37 reforça isso, descrevendo um rei que "fará conforme a sua vontade; e se engrandecerá, e se levantará contra todo deus, e contra o Deus dos deuses falará coisas espantosas". A arrogância e o desprezo por qualquer autoridade divina são marcas claras.

Os santos em Tessalônica, por exemplo, enfrentaram uma confusão semelhante à que vemos hoje. Eles foram enganados a acreditar que as tribulações que experimentavam eram sinônimas da tribulação que ocorreria no início do dia do Senhor. Será que o Arrebatamento tinha passado por eles? O dia do Senhor, mencionado pela primeira vez em Isaías 2:11-12, é um conceito do Antigo Testamento relacionado aos tratos de Deus na Terra, que começam após o arrebatamento dos crentes da era da Igreja. Esse dia inicia com a Tribulação, abrange o reinado de Cristo de mil anos e termina com o julgamento do Grande Trono Branco. Infelizmente, os tradutores da Bíblia Almeida Corrigida usaram "dia de Cristo" em vez de "dia do Senhor" em 2 Tessalonicenses 2:2, o que gerou confusão. O "dia de Cristo" ou "de Jesus Cristo" refere-se aos crentes desta era da Igreja e aos eventos que os afetarão após o Arrebatamento, como o tribunal de Cristo e o casamento do Cordeiro. Mas em 2 Tessalonicenses 2, Paulo não está falando disso. Ele corrige o erro sobre o dia do Senhor. Nos versículos 1 a 5, ele implora aos irmãos que não se deixem enganar por falsas representações, dizendo: "Agora, rogamos a vocês, irmãos, pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e por nossa reunião com ele, que não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por carta como se fosse de nós, como se o dia do Senhor estivesse já presente". Aqui, a "vinda" é a "parousia" de Cristo, um termo que não se limita ao momento exato da Sua chegada, mas abrange o período da Sua presença. No versículo 1, fala do retorno de Cristo ao ar para reunir os santos, em contraste com Sua ausência agora. Já no versículo 8, a "parousia" é o retorno à Terra, com "o brilho da Sua vinda", ou a epifania da Sua presença. Curiosamente, o homem do pecado, o anticristo, também tem sua própria "parousia", segundo o versículo 9, imitando Cristo como o homem de Satanás.

Esse engano em Tessalônica vinha de falsos ensinos, alguns alegando ter revelações do Espírito, outros trazendo palavras ou cartas supostamente de Paulo, criando ansiedade entre os irmãos. Eles achavam que estavam vivendo o dia do Senhor, com seus julgamentos e tribulações, e se perguntavam como tinham perdido o Arrebatamento. Paulo os tranquiliza no versículo 3: "Ninguém vos engane por qualquer meio; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição". A apostasia, ou a grande "partida", é um afastamento mundial da verdade, um abandono dos princípios básicos da fé por uma secularização crescente. Só então o dia do Senhor começará, com a revelação do homem do pecado, o auge da ilegalidade personificada. Seu título "homem do pecado" mostra seu caráter; "filho da perdição", sua condenação. Ele não é apenas um princípio de maldade, mas uma pessoa que se opõe a tudo o que é de Deus, como diz o versículo 4: "querendo parecer Deus". Isso ecoa Isaías 14 e Ezequiel 28, onde Satanás diz "serei semelhante ao Altíssimo" e "sou um deus". No versículo 6, Paulo continua: "E agora vós sabeis o que o detém, para que a seu tempo seja manifestado". Há um poder e uma Pessoa restringindo essa revelação. O Espírito Santo, que habita na Igreja hoje, é Quem o contém, junto com os crentes, o "algo" que segura o mal até o momento designado por Deus. Como em Gênesis 6:3, o Espírito já limitava o mal nos dias de Noé, e a Igreja, como sal da terra em Mateus 5:13, também retarda a corrupção até ser retirada no Arrebatamento.

Então, o que isso significa? O anticristo não é apenas um tirano qualquer ou alguém que comete atos horríveis, como Hitler fez. Ele é um líder que inicialmente engana as nações, muitas vezes com sinais e maravilhas, como diz 2 Tessalonicenses 2:9: "A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais, e prodígios de mentira". Apocalipse 13:13-14 vai além, mostrando que ele "faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à terra, à vista dos homens, e engana os que habitam na terra". Essa capacidade de enganar com feitos impressionantes o diferencia de figuras históricas que, embora cruéis, não cumpriram esse papel específico. Além disso, o anticristo estará ligado a um sistema global, como o "número da besta" em Apocalipse 13:16-18, onde "faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravizados, lhes seja posto um sinal na mão direita ou na testa, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal". Isso aponta para um controle econômico e político absoluto, algo que nenhum líder até agora, nem Hitler nem Trump, estabeleceu de forma tão completa.

Olhando para Trump e essa estátua em Gaza, alguns poderiam argumentar que a vaidade e o simbolismo de poder se alinham com a arrogância profetizada. Ele já foi chamado de "salvador" por apoiadores após sobreviver a atentados, e o vídeo de uma estátua dourada alimenta a ideia de autoexaltação. Mas será que isso é suficiente? Hitler também tinha propaganda que o exaltava, comícios que pareciam idolatria, e ainda assim não era o anticristo. A Bíblia diz em Mateus 24:24 que "surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os eleitos". O anticristo será mais do que um líder controverso ou egocêntrico; ele será uma figura que negará abertamente a Cristo, como 1 João 2:22 alerta: "Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Esse é o anticristo". Trump, por mais polêmico que seja, não negou publicamente a fé cristã, ao menos não em termos que o identifiquem como essa figura.

Além disso, o momento é crucial. Daniel 9:27 fala de um pacto de sete anos que o anticristo fará com muitos, um evento que marcará o início da tribulação. Nada disso aconteceu ainda, nem com Trump nem com ninguém. Apocalipse 13:5 diz que ele terá poder por "quarenta e dois meses", um período específico que ainda não vemos em nenhum líder moderno. E há a questão do templo: 2 Tessalonicenses 2:4 menciona que ele se assentará no santuário de Deus, algo que requer um templo reconstruído em Jerusalém, que ainda não existe hoje, em 28 de fevereiro de 2025. Daniel 9:27 e Mateus 24:15 falam da "abominação da desolação" nesse templo, um evento na metade da Tribulação, quando a adoração à besta será imposta sob pena de morte por 42 meses. Hitler destruiu, mas não se assentou em nenhum lugar assim, e Trump, mesmo com sua estátua fictícia, não está ligado a esse evento. Apocalipse 11:1-2 confirma que esse templo será reconstruído e profanado, mas isso é futuro.

Então, o que podemos concluir? O anticristo é mais do que um símbolo de maldade ou vaidade. Ele é um enganador final, um líder que surgirá em um tempo determinado, com sinais claros que ainda não se manifestaram plenamente. Acusar Trump ou Hitler pode refletir o medo ou a indignação das pessoas, mas as Escrituras nos chamam a vigiar e orar, como em Mateus 24:42: "Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor". O espírito do anticristo já opera no mundo, como João nos adverte, mas o Anticristo com "A" maiúsculo ainda é um evento futuro, contido por Deus até o momento certo. Por agora, a estátua de Trump em Gaza pode ser um sinal de arrogância ou mau gosto para alguns, mas não é a prova final que os profetas anunciaram. Fiquemos atentos, examinando tudo à luz da Palavra, sem nos apressarmos em julgar o que ainda não se revelou por completo.


Josué Matos

33. A Lei de Deus vai desabrochando à medida que ele vai evoluindo através das vidas sucessivas — Reencarnação. (01/03/2025)


Mensagem que recebi de alguém em meu canal do YouTube:
A verdadeira lei de Deus está gravada na consciência do espírito humano desde o princípio elementar. E vai desabrochando à medida que ele vai evoluindo através das vidas sucessivas — (Reencarnação).  


Minha Resposta:

A Bíblia nos ensina claramente que a salvação não vem por um suposto processo de 'evolução espiritual' ao longo de vidas sucessivas, mas sim pela graça de Deus, mediante a fé no Senhor Jesus Cristo. O apóstolo Paulo escreve em Efésios 2:8-9: "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie." Isso significa que não há esforço humano ou progresso espiritual por meio de múltiplas vidas que possam levar alguém à salvação. Somente a obra de Cristo na cruz é suficiente para nos reconciliar com Deus.


A doutrina da reencarnação não apenas contradiz a essência da salvação pela fé, mas também nega o ensinamento bíblico sobre o destino eterno do ser humano. O escritor de Hebreus afirma categoricamente: "Aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo" (Hebreus 9:27). Este versículo refuta diretamente a ideia de múltiplas vidas, deixando claro que cada ser humano tem apenas uma oportunidade nesta vida para decidir seu destino eterno. Depois da morte, segue-se o juízo de Deus, e não uma nova chance em outra existência terrena.


Além disso, a crença na reencarnação menospreza a obra redentora de Cristo. Se o homem pudesse se aperfeiçoar por meio de várias vidas, não haveria necessidade da cruz. Mas o Senhor Jesus disse: "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim" (João 14:6). Ele não disse que existem vários caminhos ou que, após muitas vidas, alguém chegaria a Deus. A salvação está exclusivamente Nele.


A ideia de que a 'lei de Deus está gravada na consciência do espírito humano desde o princípio' pode soar bonita, mas não é bíblica. O que a Palavra de Deus nos ensina é que o coração do homem é naturalmente inclinado ao pecado. Jeremias 17:9 diz: "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?" O ser humano não está gradualmente evoluindo para a perfeição; pelo contrário, sem Deus, está espiritualmente morto em seus pecados (Efésios 2:1). A única solução é o novo nascimento em Cristo (João 3:3).


O problema dessa doutrina é: e se não houver reencarnação, como a Bíblia afirma que não há? Neste caso, já será tarde! Quem depositou sua esperança em algo que não existe enfrentará o juízo de Deus sem a salvação oferecida em Cristo. Por isso, a única escolha sábia é crer na verdade da Escritura e confiar no Senhor Jesus como Salvador antes que seja tarde demais.


Josué Matos


34. Por que Deus Condena o Espiritismo? (01/03/2025)


1. Espiritismo: Religião de Luz ou Engano Espiritual?


📌 Resumo: O espiritismo se apresenta como uma doutrina de amor e esclarecimento espiritual, mas será que sua origem e ensinamentos são realmente compatíveis com a Bíblia? Neste vídeo, analisamos as raízes do espiritismo e como a Palavra de Deus alerta sobre os perigos do contato com espíritos.


O espiritismo é frequentemente apresentado como uma doutrina de luz, esclarecimento e amor ao próximo. Muitos dos seus seguidores acreditam estar em busca de um conhecimento superior, uma conexão com o mundo espiritual que traria respostas e consolo. Contudo, ao analisarmos essa doutrina à luz da Palavra de Deus, percebemos que há sérias incompatibilidades entre o espiritismo e o cristianismo bíblico.


A Bíblia nos adverte repetidamente sobre o perigo de nos envolvermos com práticas espirituais que não procedem de Deus. Em Deuteronômio 18:10-12, encontramos uma advertência clara: "Entre ti não se achará quem... consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor". Essa passagem mostra a proibição direta de qualquer tentativa de comunicação com os mortos, prática central no espiritismo.


Além disso, um dos fundamentos do espiritismo é a crença na reencarnação, que defende que a alma passa por diversas existências para alcançar evolução espiritual. No entanto, a Escritura Sagrada ensina uma realidade completamente diferente: "E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois disso o juízo" (Hebreus 9:27). Esse versículo refuta categoricamente a ideia de múltiplas vidas e deixa claro que, após a morte, segue-se o julgamento divino.


Outro ponto crucial é a visão espírita sobre Jesus Cristo. No espiritismo, Ele é visto apenas como um espírito elevado, um mestre moral, mas não como Deus encarnado. Esse pensamento é uma negação direta da divindade de Cristo, pois a Bíblia declara: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus... E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós" (João 1:1,14). Negar a divindade de Cristo é rejeitar a base do verdadeiro cristianismo.


O espiritismo também ensina que os espíritos podem se comunicar com os vivos, trazendo mensagens de consolo e orientação. No entanto, a Bíblia nos mostra que os mortos não têm parte no mundo dos vivos. Em Eclesiastes 9:5-6, está escrito: "Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco têm eles jamais recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento." Essa passagem desmente a ideia de que os mortos podem interagir com os vivos e reforça que qualquer comunicação espiritual que pareça vir de mortos é, na verdade, uma enganação maligna.


Além disso, a Bíblia nos alerta que Satanás e seus demônios se disfarçam para enganar: "E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz" (2 Coríntios 11:14). Isso significa que muitas experiências espirituais aparentemente benignas podem, na verdade, ser armadilhas do inimigo para afastar as pessoas da verdade do Evangelho.

A salvação no espiritismo também é baseada em méritos e evolução espiritual, enquanto o cristianismo bíblico ensina que a salvação é exclusivamente pela graça, mediante a fé em Jesus Cristo: "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie" (Efésios 2:8-9). Dessa forma, qualquer sistema religioso que ensine que a salvação depende do esforço humano está em desacordo com a mensagem do Evangelho.


Diante dessas verdades, fica evidente que o espiritismo não é uma religião compatível com o cristianismo bíblico. Suas doutrinas contradizem diretamente as Escrituras e afastam as pessoas do verdadeiro conhecimento de Deus. A Bíblia nos adverte: "Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios" (1 Timóteo 4:1). O espiritismo, com sua comunicação com espíritos, ensino da reencarnação e rejeição da divindade de Cristo, se encaixa perfeitamente nessa advertência.

O chamado de Deus para todo aquele que busca a verdade é abandonar qualquer ensino contrário à Sua Palavra e confiar somente no Evangelho de Cristo. Nele encontramos a verdadeira luz, a verdadeira vida e a verdadeira salvação.


2. Reencarnação: O Que a Bíblia Diz Sobre Vidas Passadas?


📌 Resumo: Um dos pilares do espiritismo é a reencarnação, a ideia de que a alma retorna à Terra para evoluir espiritualmente. Mas será que essa doutrina encontra base na Bíblia? Vamos explorar o que as Escrituras ensinam sobre vida, morte e juízo eterno.


A doutrina da reencarnação é um dos pilares do espiritismo e de diversas crenças orientais. Ela propõe que a alma passa por múltiplas existências para purificar-se e atingir um estágio superior de evolução espiritual. No entanto, a pergunta essencial é: essa ideia tem fundamento na Palavra de Deus?


A Bíblia, desde o Antigo Testamento, apresenta uma visão clara sobre a vida e a morte. Em Eclesiastes 12:7, encontramos: "E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu." Isso indica que, após a morte, o espírito não retorna a um novo corpo, mas volta para Deus. Essa concepção é reafirmada de forma contundente em Hebreus 9:27: "E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo." O texto é claro: há uma só morte, e depois dela, o juízo final.

O conceito de reencarnação também é contradito pelo ensino do Senhor Jesus sobre a ressurreição. Em Lucas 16:19-31, Ele narra a história do rico e de Lázaro. Ambos morrem, e Lázaro é levado ao seio de Abraão, enquanto o rico é atormentado no Hades. Em nenhum momento é sugerida a possibilidade de retorno à Terra. Pelo contrário, fica evidente que a decisão final sobre o destino eterno ocorre imediatamente após a morte.


Outro ponto importante é a doutrina da ressurreição, central na fé cristã. O Novo Testamento enfatiza que, no fim dos tempos, os mortos ressuscitarão para comparecer diante de Deus. Em 1 Coríntios 15:52, Paulo ensina: "Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados." Se houvesse reencarnação, a ressurreição não faria sentido.

O espiritismo muitas vezes tenta justificar a reencarnação com passagens mal interpretadas, como a suposta volta de Elias em João Batista. No entanto, o próprio João negou ser Elias reencarnado (João 1:21). O que ocorreu foi o cumprimento de uma profecia em que João Batista veio "no espírito e poder de Elias" (Lucas 1:17), ou seja, como um profeta semelhante a ele, e não como uma reencarnação literal.


A doutrina da reencarnação também contradiz o ensino da graça. A salvação não é um processo de múltiplas vidas para "purificar" o espírito, mas um ato de redenção realizado pelo Senhor Jesus na cruz. Efésios 2:8-9 declara: "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie." Se dependesse de um processo de purificação por vidas sucessivas, então a obra da cruz não seria necessária.

Em suma, a reencarnação é uma doutrina que se opõe diretamente à revelação bíblica. A Palavra de Deus nos ensina que temos uma só vida, seguida pelo juízo, e que a esperança dos crentes é a ressurreição e a vida eterna em Cristo. Qualquer doutrina que sugira um ciclo de vidas para "evolução espiritual" deve ser rejeitada como contrária ao verdadeiro evangelho.


3. Comunicação com Espíritos: Uma Revelação ou Engano Satânico?


📌 Resumo: Os médiuns afirmam receber mensagens de espíritos desencarnados e até de familiares falecidos. Mas será que essas entidades são realmente nossos entes queridos? A Bíblia nos adverte contra essas práticas e revela a verdadeira identidade desses "espíritos".


A comunicação com os mortos é um dos pilares centrais do espiritismo e de diversas crenças esotéricas. Para os médiuns e adeptos dessa doutrina, espíritos desencarnados continuam a se manifestar, trazendo mensagens aos vivos e proporcionando orientação espiritual. Muitos creem que estão falando com entes queridos falecidos ou até mesmo com figuras históricas, porém, à luz das Escrituras Sagradas, essa prática é severamente condenada e identificada como uma estratégia de engano do inimigo.

Desde os tempos do Antigo Testamento, Deus proibiu terminantemente qualquer tentativa de comunicação com os mortos. Em Deuteronômio 18:10-12, encontramos a advertência:

"Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador, nem quem consulte um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor."

Aqui, a consulta aos mortos é colocada no mesmo nível da feitiçaria e da adivinhação, práticas associadas ao engano e à rebelião contra Deus. O Senhor desejava que Seu povo confiasse apenas nEle e não buscasse respostas espirituais em fontes contrárias à Sua revelação.


O Engano das Manifestações Espirituais

O espiritismo ensina que médiuns atuam como intermediários entre o mundo dos vivos e dos espíritos. No entanto, a Bíblia revela que os mortos não retornam para se comunicar. Em Jó 7:9-10, lemos:

"Tal como a nuvem se desfaz e passa, assim aquele que desce à sepultura nunca tornará a subir. Nunca mais tornará à sua casa, nem o seu lugar jamais o conhecerá."

Esse texto mostra que os mortos não têm permissão para voltar e interagir com os vivos. Mas então, quem são esses "espíritos" que se manifestam em sessões espíritas e aparentam ser entes queridos? A resposta é dada pelo próprio apóstolo Paulo em 2 Coríntios 11:14-15:

"E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça."

O diabo e seus demônios possuem a capacidade de se disfarçar, enganando aqueles que buscam orientação em fontes erradas. Satanás tem utilizado a necromancia (consulta aos mortos) como um de seus artifícios para afastar as pessoas da verdade de Deus.


O Exemplo de Saul e a Feiticeira de En-Dor

Um dos episódios mais conhecidos de consulta aos mortos na Bíblia encontra-se em 1 Samuel 28, quando o rei Saul, desesperado, procurou uma médium para evocar o espírito do profeta Samuel. Os filisteus estavam prestes a guerrear contra Israel, e Saul, temeroso, buscou uma resposta de Deus, mas não obteve resposta por meio de sonhos, do Urim ou dos profetas. Em sua angústia, ele desobedeceu à própria ordem que havia dado de expulsar os médiuns e adivinhos de Israel e foi consultar uma feiticeira em En-Dor.

Saul se disfarçou e pediu à médium que trouxesse Samuel dos mortos. A médium, ao ver a aparição, ficou assustada, indicando que algo incomum havia acontecido, diferente das manifestações demoníacas que ela provavelmente conhecia. O texto bíblico diz que era Samuel, e a profecia dada a Saul confirmou sua condenação: Deus retiraria o reino de suas mãos e o entregaria a Davi, os filisteus derrotariam Israel, e Saul e seus filhos morreriam no dia seguinte.

Esse evento mostra a seriedade da rebeldia contra Deus e a inutilidade de buscar respostas em práticas proibidas. O destino de Saul estava selado, e sua tentativa de obter respostas através de meios ilícitos apenas confirmou sua ruína. Ele fez sua última refeição naquela noite, antes de partir para a batalha que terminaria em sua morte.


A Única Fonte de Verdade e Revelação

A Bíblia ensina que apenas Deus pode revelar a verdade espiritual e dar direção para nossas vidas. O Senhor Jesus nos deu acesso direto ao Pai, e não há necessidade de intermediários espirituais além dEle. Em João 14:6, Ele declarou:

"Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim."

Buscar mensagens de espíritos, confiar em médiuns e participar de sessões espíritas são práticas que afastam as pessoas da verdade de Cristo. Em vez disso, devemos confiar inteiramente na Palavra de Deus, que é suficiente para nos guiar em tudo o que precisamos.


Conclusão

A comunicação com os mortos não passa de um engano demoníaco que desvia as pessoas do caminho de Deus. As Escrituras nos ensinam claramente que os mortos não retornam para falar com os vivos, e que qualquer tentativa de fazê-lo é uma prática abominável diante do Senhor. O espiritismo, ao tentar abrir esse canal de comunicação, coloca seus seguidores em perigo espiritual.

Ao invés de buscarmos respostas em supostos espíritos, devemos nos firmar na Palavra de Deus e confiar em Seu Espírito Santo, que nos guia "a toda a verdade" (João 16:13). Apenas assim estaremos protegidos contra os enganos de Satanás e garantiremos nosso futuro eterno ao lado de Cristo.


4. Chico Xavier e Allan Kardec: Profetas do Bem ou Falsos Mestres?


📌 Resumo: Chico Xavier e Allan Kardec são os maiores expoentes do espiritismo no Brasil e no mundo. Mas será que seus ensinamentos são compatíveis com a Bíblia? Vamos comparar as doutrinas espíritas com a revelação divina.


Chico Xavier e Allan Kardec são considerados os grandes expoentes do espiritismo, sendo que Kardec estabeleceu as bases doutrinárias do espiritismo moderno no século XIX, enquanto Chico Xavier popularizou e expandiu essa doutrina no Brasil. Seus seguidores os veem como homens iluminados, enviados para trazer uma nova compreensão da vida espiritual. Mas será que seus ensinamentos estão em conformidade com a Palavra de Deus? Ao analisarmos suas doutrinas à luz das Escrituras, perceberemos que há divergências profundas e fundamentais.


Allan Kardec e a Origem do Espiritismo

Allan Kardec (1804-1869) foi um educador francês que se dedicou à codificação do espiritismo, sendo o responsável por obras como "O Livro dos Espíritos" e "O Evangelho Segundo o Espiritismo". Ele afirmava que seus escritos eram baseados em comunicações de espíritos superiores. No entanto, a Bíblia nos adverte contra essa prática. Em Deuteronômio 18:10-12, lemos:

"Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem quem se dê à adivinhação, ou prognosticador, ou agoureiro, ou feiticeiro, nem encantador de encantamentos, nem quem consulte um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos. Pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor."

Kardec afirmava que o espiritismo era uma continuação dos ensinos de Cristo, mas suas doutrinas se opõem frontalmente às verdades bíblicas, especialmente no que diz respeito à reencarnação, à salvação e ao propósito da vida após a morte.


Chico Xavier e a Popularização do Espiritismo no Brasil

Chico Xavier (1910-2002) foi um médium brasileiro que psicografou centenas de livros, afirmando receber mensagens do além. Sua obra teve grande impacto, especialmente porque ele era visto como um homem humilde e benevolente. No entanto, a questão central permanece: suas mensagens estavam alinhadas com a revelação divina?

A Bíblia ensina que a única forma de comunicação legítima entre Deus e os homens se dá através de Sua Palavra e de Seu Espírito Santo. Nenhuma revelação pode contradizer o que já foi estabelecido nas Escrituras:

"À Lei e ao Testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva." (Isaías 8:20)


Pontos de Conflito Entre o Espiritismo e a Bíblia


  • Reencarnação vs. Ressurreição
    O espiritismo ensina que a alma passa por múltiplas reencarnações para se purificar e evoluir espiritualmente. No entanto, a Bíblia é clara ao afirmar que a vida do homem é única e que, após a morte, vem o juízo:

"E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo." (Hebreus 9:27)


  • Jesus Cristo: Espírito Evoluído ou Deus Encarnado?
    Para o espiritismo, Jesus Cristo é um espírito elevado, mas não o Filho de Deus encarnado. No entanto, a Escritura testifica sua divindade:

"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus." (João 1:1)

"E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós." (João 1:14)

Qualquer doutrina que negue a divindade de Cristo se afasta do verdadeiro evangelho.


  • Mediunidade e Contato com os Mortos
    A prática da mediunidade, na qual se busca contato com os mortos, é fundamental para o espiritismo. Chico Xavier afirmava receber mensagens do além, trazendo conforto para muitas pessoas enlutadas. Contudo, a Bíblia é enfática ao proibir tal prática:

"Quando vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos, que chilreiam e murmuram entre dentes; porventura não consultará o povo a seu Deus? Consultará aos mortos pelos vivos?" (Isaías 8:19)

Na parábola do rico e Lázaro (Lucas 16:19-31), o Senhor Jesus ensina que não há possibilidade de comunicação entre vivos e mortos. O destino do homem após a morte é selado, sem retornos ou mensagens do além.


  • A Salvação: Graça ou Evolução Espiritual?
    O espiritismo ensina que o homem pode se purificar através de sucessivas encarnações e boas ações. No entanto, a Bíblia ensina que a salvação não vem das obras, mas é um dom gratuito de Deus pela fé em Cristo:

"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie." (Efésios 2:8-9)


Conclusão: Profetas da Verdade ou Falsos Mestres?

Os ensinos de Allan Kardec e Chico Xavier, embora revestidos de um verniz de bondade e moralidade, desviam-se das verdades essenciais da Bíblia. O Senhor Jesus alertou sobre falsos mestres que viriam para enganar:

"Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos." (Mateus 24:24)

A Palavra de Deus é a única fonte confiável de revelação e verdade. Qualquer doutrina que contradiga a Bíblia deve ser rejeitada. O espiritismo, ao negar a suficiência das Escrituras, ao promover a comunicação com espíritos e ao distorcer a identidade de Jesus Cristo, não pode ser considerado uma extensão do cristianismo, mas sim um engano espiritual.

Como crentes, devemos estar firmados na verdade da Palavra de Deus e alertar aqueles que estão sendo enganados, apontando para o único caminho da salvação: a fé em Jesus Cristo, que morreu e ressuscitou para nos dar a vida eterna.

"Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim." (João 14:6)


5. Espíritos de Luz ou Anjos de Engano? A Verdade Bíblica!


📌 Resumo: Muitos acreditam que guias espirituais e espíritos de luz são enviados para ajudar a humanidade. Mas a Bíblia adverte que "Satanás se transfigura em anjo de luz" (2 Coríntios 11:14). Como discernir a verdade do engano?


Desde os primórdios da humanidade, a busca pelo espiritual tem levado muitos a tentarem se conectar com seres que se apresentam como guias, mentores ou "espíritos de luz". O espiritismo e outras crenças esotéricas afirmam que essas entidades vêm para ajudar a humanidade em seu processo de evolução espiritual. Mas será que essas manifestações espirituais são benignas? A Bíblia nos alerta claramente sobre a atuação de espíritos enganadores e do grande perigo de dar ouvidos a tais seres.

A Palavra de Deus revela que Satanás, desde o princípio, tem enganado a humanidade. Ele é chamado de "pai da mentira" (João 8:44) e tem a capacidade de se disfarçar para enganar, como nos diz 2 Coríntios 11:14: "E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz". Isso significa que nem toda manifestação espiritual que parece boa ou benevolente provém de Deus. Na realidade, muitos dos que alegam receber mensagens de espíritos de luz estão, sem saber, interagindo com demônios disfarçados.


A Proibição Bíblica ao Contato com Espíritos

Deus sempre advertiu Seu povo contra qualquer forma de contato com espíritos. Em Deuteronômio 18:10-12, encontramos uma séria advertência: "Entre ti não se achará quem... consulte adivinhadores, nem prognosticadores, nem agoureiros, nem feiticeiros, nem encantadores, nem quem consulte espíritos familiares, nem magos, nem quem consulte os mortos. Pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor". Essa passagem é uma proibição clara e direta sobre qualquer tipo de comunicação com o mundo espiritual fora da revelação divina.

Isaías 8:19 também nos alerta: "E, quando vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos, que chilreiam e murmuram: porventura não consultará o povo a seu Deus? A favor dos vivos consultar-se-á aos mortos?". A resposta implícita é que o povo de Deus deve buscar apenas a Ele, e não espíritos ou reveladores ocultos.


O Engano dos Espíritos de Luz

Uma das táticas de Satanás é apresentar os seus demônios como seres iluminados e benevolentes. Muitos que dizem receber mensagens de "mestres espirituais" ou "anjos de luz" relatam mensagens que enfatizam paz, amor e conhecimento. No entanto, essas mensagens frequentemente contêm sutis distorções da verdade bíblica.

Um exemplo clássico disso é a crença no espiritismo de que Jesus Cristo é apenas um espírito evoluído, um exemplo moral, e não o Filho de Deus encarnado. Essa ideia contradiz diretamente passagens como João 1:1, que afirma: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus".

Outro ponto de distorção comum é a negação do juízo eterno. O espiritismo ensina que não há inferno, mas apenas um processo de purificação e aprendizado. No entanto, a Bíblia afirma claramente que há um destino eterno para os salvos e outro para os perdidos. Em Mateus 25:46, Jesus diz: "E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna".


Como Discernir a Verdade do Engano

A melhor maneira de evitar ser enganado por espíritos disfarçados é conhecer profundamente a Palavra de Deus. O apóstolo João nos adverte: "Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo" (1 João 4:1).

Um espírito que nega a divindade de Cristo, a existência do juízo ou que ensina doutrinas contrárias às Escrituras não pode ser de Deus. Como o apóstolo Paulo escreveu em Gálatas 1:8: "Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho, além do que já vos tenho anunciado, seja anátema".


Conclusão

O espiritismo e outras crenças esotéricas ensinam que podemos receber orientação de "espíritos de luz" e "mentores espirituais", mas a Bíblia revela que tais manifestações são, na realidade, operações demoníacas destinadas a enganar os homens. Deus nos chama a confiar unicamente nEle e em Sua Palavra. "A tua palavra é a verdade" (João 17:17).

Aqueles que buscam direção espiritual devem olhar para Cristo, o verdadeiro Caminho, e rejeitar qualquer forma de contato com espíritos. "Porque há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem" (1 Timóteo 2:5).


6. O Espiritismo Acredita em Jesus Cristo? A Resposta Vai te Surpreender!


📌 Resumo: O espiritismo afirma respeitar Jesus Cristo, mas será que sua visão d'Ele está de acordo com as Escrituras? Descubra como a doutrina espírita distorce a verdadeira identidade e missão do Senhor Jesus.


O espiritismo frequentemente apresenta-se como uma doutrina que respeita e admira Jesus Cristo, considerando-o um espírito altamente evoluído, um exemplo moral e um mestre da humanidade. No entanto, será que essa visão está de acordo com as Escrituras? A resposta pode surpreender aqueles que pensam que espiritismo e cristianismo podem coexistir sem contradições.

Para entender essa questão, precisamos analisar como o espiritismo define Jesus Cristo e compará-lo com o que a Bíblia revela sobre Ele.


1. Jesus Cristo no Espiritismo

O espiritismo kardecista, baseado nos ensinamentos de Allan Kardec, ensina que Jesus foi um espírito puro, um ser altamente evoluído enviado por Deus para guiar a humanidade. Segundo essa visão, Ele não é Deus encarnado, mas um espírito que atingiu um alto grau de iluminação. O espiritismo rejeita a doutrina da Trindade e a divindade de Cristo, considerando-O um modelo moral e não o Salvador dos pecadores.

Além disso, o espiritismo ensina que Jesus não realizou milagres sobrenaturais, mas apenas fenômenos explicáveis por leis espirituais ainda desconhecidas pelo homem. Também nega Sua ressurreição corporal, afirmando que Ele apenas apareceu em espírito após Sua morte.


2. Jesus Cristo na Bíblia

A Bíblia, por outro lado, apresenta Jesus Cristo como muito mais do que um mestre moral ou um espírito evoluído. As Escrituras revelam que Ele é o próprio Deus encarnado:

  • "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus... E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós." (João 1:1,14)
  • "Eu e o Pai somos um." (João 10:30)
  • "Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade." (Colossenses 2:9)

Diferente do que ensina o espiritismo, a Bíblia declara que Jesus não é apenas um espírito elevado, mas o próprio Deus feito homem, enviado para salvar os pecadores. Sua missão não foi apenas ensinar boas obras, mas redimir a humanidade da condenação do pecado.


3. O Propósito da Vinda de Cristo

O espiritismo acredita na evolução espiritual através de múltiplas reencarnações, onde cada indivíduo paga por seus erros em vidas futuras. Dessa forma, a cruz de Cristo não é vista como um sacrifício necessário para a salvação, mas apenas um exemplo de amor e abnegação.

Contudo, a Bíblia ensina claramente que a salvação não é alcançada por mérito próprio, mas somente pela graça de Deus por meio do sacrifício de Cristo:

  • "Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido." (Lucas 19:10)
  • "Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras." (1 Coríntios 15:3)
  • "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie." (Efésios 2:8-9)

Se a reencarnação fosse verdadeira, a morte de Cristo na cruz seria desnecessária. Mas as Escrituras afirmam que há apenas uma oportunidade para a salvação nesta vida:

  • "E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois disso o juízo." (Hebreus 9:27)

Portanto, a visão espírita sobre o propósito da vinda de Jesus contradiz completamente o ensino bíblico.


4. A Ressurreição de Cristo

O espiritismo nega a ressurreição corporal de Cristo, afirmando que Ele apenas apareceu em espírito. No entanto, a Bíblia declara que Jesus ressuscitou fisicamente e apareceu a muitas testemunhas:

  • "Olhai para as minhas mãos e para os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho." (Lucas 24:39)
  • "Se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé." (1 Coríntios 15:14)

A ressurreição de Jesus é a base da fé cristã. Negá-la significa rejeitar o próprio evangelho.


5. O Perigo da Doutrina Espírita

O espiritismo apresenta um "Jesus" diferente daquele revelado na Bíblia. E essa distorção não é um mero erro teológico, mas algo extremamente grave. A Bíblia adverte que Satanás se disfarça para enganar:

  • "Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz." (2 Coríntios 11:13-14)

A doutrina espírita, ao negar a divindade, a ressurreição e a redenção por meio do sangue de Cristo, se alinha mais com os "espíritos enganadores" mencionados em 1 Timóteo 4:1 do que com a verdade do evangelho.


Conclusão

Embora o espiritismo afirme respeitar Jesus Cristo, sua visão d'Ele está longe da verdade bíblica. O espiritismo apresenta um Jesus que não é Deus, que não morreu para redimir pecadores e que não ressuscitou corporalmente. Esse não é o verdadeiro Cristo da Bíblia.

Aqueles que buscam a verdade devem rejeitar qualquer doutrina que distorça a identidade e a obra do Senhor Jesus. Como o apóstolo Paulo advertiu:

  • "Mas ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos temos anunciado, seja anátema." (Gálatas 1:8)

Cristo não é apenas um espírito evoluído, um guia ou um mestre moral. Ele é o Filho de Deus, o único Salvador, o Senhor dos Senhores. E somente n'Ele há vida eterna:

  • "Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida." (1 João 5:12)

7. O Céu e o Inferno no Espiritismo e na Bíblia: Quem Está Certo?


📌 Resumo: No espiritismo, o inferno é apenas um estado de espírito, e o céu é um estágio de evolução. Mas o que a Bíblia ensina sobre a eternidade? Vamos explorar as palavras de Cristo sobre o destino final da humanidade.


No espiritismo, a visão do céu e do inferno é profundamente diferente daquilo que as Escrituras ensinam. De acordo com a doutrina espírita, o inferno não é um lugar real de tormento eterno, mas apenas um estado de consciência para aqueles que ainda não evoluíram espiritualmente. Da mesma forma, o céu não é um destino final, mas uma condição alcançada após sucessivas reencarnações. No entanto, o que a Bíblia realmente ensina sobre esses temas?


1. A Perspectiva Espírita sobre o Céu e o Inferno

O espiritismo kardecista, baseado nos escritos de Allan Kardec, ensina que o espírito humano está em um processo constante de aperfeiçoamento por meio de múltiplas existências. O sofrimento após a morte não seria um castigo divino, mas uma consequência natural dos erros cometidos em vidas anteriores. O "Umbral", conceito popularizado no Brasil por Chico Xavier, seria uma espécie de purgatório onde os espíritos sofredores pagam pelos seus erros antes de evoluírem para estágios mais elevados.

No que se refere ao céu, o espiritismo não o vê como um lugar específico onde Deus habita, mas como um estado espiritual de progresso, acessível apenas àqueles que atingiram um nível superior de evolução moral e intelectual. Segundo essa visão, todos os seres humanos estão destinados à perfeição por meio da reencarnação e, eventualmente, alcançarão um estado de iluminação.


2. O Que a Bíblia Ensina sobre o Céu e o Inferno

A Bíblia apresenta uma visão completamente diferente do destino eterno da humanidade. Em primeiro lugar, as Escrituras ensinam que há dois destinos finais para os seres humanos: a vida eterna com Deus ou a condenação eterna.


O Céu: Um Lugar de Glória

A Bíblia descreve o céu como um lugar real, onde Deus habita e onde os crentes desfrutarão da Sua presença eternamente. Em João 14:2-3, o Senhor Jesus diz:

"Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar. E quando eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também."

O céu é apresentado como um lugar de bem-aventurança, onde não há dor, morte ou sofrimento. Apocalipse 21:4 declara:

"E Deus limpará de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas."

Diferente da visão espírita, o céu não é um estado de consciência ou uma conquista progressiva da alma, mas um dom de Deus concedido àqueles que foram redimidos pelo sangue de Cristo.


O Inferno: Um Lugar de Condenação

Ao contrário do que ensina o espiritismo, o inferno não é apenas um estado de sofrimento momentâneo ou uma fase passageira da evolução espiritual. A Bíblia ensina que ele é um lugar de juízo eterno preparado para Satanás e seus anjos, mas onde também serão lançados todos aqueles que rejeitarem a salvação oferecida por Deus. O próprio Senhor Jesus advertiu repetidamente sobre a realidade do inferno:

"E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna." (Mateus 25:46)

Outro texto contundente encontra-se em Apocalipse 20:15:

"E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo."

O inferno é descrito como um lugar de sofrimento consciente e eterno, sem possibilidade de reencarnação ou nova oportunidade. Em Lucas 16:19-31, o Senhor Jesus conta a história do rico e Lázaro, na qual o homem rico, após a morte, encontra-se em tormentos e pede alívio, mas recebe a resposta de que não há mais possibilidade de mudança de destino após a morte.


3. O Perigo da Visão Espírita sobre a Eternidade

A doutrina espírita sobre o céu e o inferno remove a seriedade da condenação eterna e dá às pessoas uma falsa sensação de segurança. Se o inferno for apenas um estado mental e houver sempre uma nova chance por meio da reencarnação, então não há urgência para se arrepender e crer no Evangelho. No entanto, a Bíblia é clara ao afirmar que esta vida é a única oportunidade que temos para escolher entre a salvação e a perdição.

"E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo." (Hebreus 9:27)

O ensino espírita contradiz diretamente essa verdade bíblica e, portanto, não pode ser aceito por aqueles que creem na revelação de Deus.


4. Como Alcançar o Céu Segundo a Bíblia

Diferente da ideia espírita de autoaperfeiçoamento por meio de múltiplas vidas, a Bíblia ensina que a salvação é um dom gratuito de Deus, recebido pela fé em Jesus Cristo. Efésios 2:8-9 afirma:

"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie."

Não é por meio de reencarnações ou boas ações que alguém alcança o céu, mas exclusivamente pela fé em Cristo. Ele mesmo declarou:

"Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim." (João 14:6)

O ensino do espiritismo, ao negar a necessidade da cruz e da redenção pelo sangue de Cristo, afasta os homens da verdadeira salvação.


Conclusão

O espiritismo apresenta um conceito distorcido do céu e do inferno, negando a seriedade do juízo eterno e oferecendo uma falsa esperança de reencarnação e evolução. A Bíblia, por outro lado, ensina claramente que há apenas dois destinos para a humanidade: a vida eterna para aqueles que creem em Cristo e a condenação eterna para aqueles que o rejeitam.

A questão não é meramente teológica, mas de vida ou morte eterna. A decisão que tomamos nesta vida determina nosso destino final. O chamado do Evangelho é claro: arrependa-se e creia no Senhor Jesus Cristo para que tenha a certeza da vida eterna ao lado de Deus.

"Quem crê no Filho tem a vida eterna; mas quem não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece." (João 3:36)


8. Kardecismo e Cristianismo: Podem Caminhar Juntos?


📌 Resumo: Muitos acreditam que podem ser espíritas e cristãos ao mesmo tempo. Mas será que as doutrinas espíritas estão em harmonia com os ensinamentos de Cristo? Vamos analisar essa questão com base na Bíblia.


O espiritismo kardecista é amplamente difundido no Brasil e em diversas partes do mundo como uma filosofia que busca unir ciência, filosofia e religião. Muitos adeptos do espiritismo afirmam que seguem os ensinamentos de Jesus Cristo, utilizando passagens bíblicas para justificar suas doutrinas. No entanto, será que o kardecismo e o cristianismo bíblico podem caminhar juntos? Para responder essa pergunta, é necessário examinar os principais pontos do espiritismo e compará-los com a Palavra de Deus.


1. A Natureza de Jesus Cristo

O espiritismo reconhece Jesus como um espírito elevado, um guia moral e modelo de conduta, mas nega Sua divindade. Allan Kardec afirma que Jesus foi apenas um homem de grande evolução espiritual, um dos muitos enviados para ensinar a humanidade.

A Bíblia, por outro lado, ensina claramente que Jesus Cristo é Deus. Em João 1:1, lemos: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus". Em João 10:30, o próprio Senhor Jesus declarou: "Eu e o Pai somos um". A negação da divindade de Cristo contradiz diretamente a essência do cristianismo.


2. A Doutrina da Reencarnação

Um dos pilares fundamentais do espiritismo é a reencarnação, a ideia de que as almas retornam à Terra várias vezes para evoluir espiritualmente até atingirem um estado de pureza. Entretanto, a Bíblia ensina que a vida é única e que após a morte segue-se o juízo. Hebreus 9:27 afirma: "E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois disso o juízo".

O conceito bíblico da ressurreição difere completamente da reencarnação. No último dia, os mortos ressuscitarão para receberem sua recompensa ou condenação eterna, conforme João 5:28-29: "Não vos maravilheis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação".


3. Comunicação com os Mortos

O espiritismo ensina que é possível e benéfico se comunicar com os mortos através de médiuns. Segundo Allan Kardec, os espíritos superiores guiam a humanidade e transmitem ensinamentos do mundo espiritual.

A Bíblia, porém, condena categoricamente qualquer tentativa de comunicação com os mortos. Deuteronômio 18:10-12 diz: "Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador, nem quem consulte um espírito adivinhante, nem mágico, nem quem consulte os mortos. Pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor".

A história da feiticeira de En-Dor (1 Samuel 28) mostra o rei Saul tentando se comunicar com o falecido profeta Samuel, um ato reprovado por Deus e que resultou na morte de Saul (1 Crônicas 10:13-14).


4. O Conceito de Salvação

No espiritismo, a salvação é um processo de autoaperfeiçoamento através de múltiplas reencarnações. A ideia central é que cada pessoa colhe o que plantou e precisa evoluir espiritualmente até alcançar a perfeição.

Já no cristianismo, a salvação não vem das obras humanas nem de um progresso moral ao longo de várias vidas, mas unicamente pela graça de Deus, através da fé em Jesus Cristo. Efésios 2:8-9 afirma: "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie".

Romanos 6:23 esclarece: "Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor". O evangelho ensina que só há um caminho para Deus: Jesus Cristo (João 14:6).


5. O Inferno e o Destino Eterno

Para os kardecistas, o inferno é apenas um estado de sofrimento moral, e ninguém fica condenado eternamente. Segundo Allan Kardec, até mesmo os piores espíritos podem evoluir e alcançar a felicidade.

Porém, a Bíblia apresenta o inferno como um lugar real de condenação eterna. Em Apocalipse 20:15, está escrito: "E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo". Jesus descreveu o inferno como um lugar onde "o seu verme nunca morre, e o fogo nunca se apaga" (Marcos 9:44).


Conclusão

A análise dos ensinamentos do espiritismo e da Bíblia mostra que ambos seguem caminhos totalmente opostos. Embora os kardecistas afirmem seguir Jesus, eles negam Sua divindade, distorcem o conceito de salvação e contradizem a revelação bíblica sobre a vida após a morte.

O cristianismo autêntico está baseado na Palavra de Deus, que não permite a fusão com doutrinas contrárias. Como disse o apóstolo Paulo em Gálatas 1:8: "Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema".

Diante disso, um verdadeiro seguidor de Cristo deve rejeitar qualquer ensinamento que desvie da verdade revelada nas Escrituras. Kardecismo e cristianismo não podem caminhar juntos, pois a luz e as trevas jamais se misturam (2 Coríntios 6:14).


9. Reencarnação ou Ressurreição? A Diferença Que Muda Tudo!


📌 Resumo: A Bíblia ensina que os mortos ressuscitarão, mas o espiritismo prega a reencarnação. Essas ideias são compatíveis? Qual delas é a verdade? Vamos examinar as Escrituras para esclarecer esse tema.


Nos dias atuais, muitas pessoas acreditam que podem conciliar as crenças do espiritismo kardecista com os ensinamentos do cristianismo. Essa visão se tornou comum principalmente porque o espiritismo afirma respeitar a figura de Jesus Cristo e utiliza passagens bíblicas para tentar fundamentar suas doutrinas. No entanto, será que as doutrinas espíritas realmente estão em harmonia com a Palavra de Deus? Ao analisarmos as Escrituras e as principais crenças do espiritismo, percebemos que existem contradições fundamentais que tornam impossível a fusão dessas duas correntes de pensamento.


O Jesus do Espiritismo e o Jesus da Bíblia

Para começar, é importante esclarecer que o espiritismo não reconhece Jesus Cristo como Deus. Allan Kardec, em seus escritos, trata Jesus como um espírito evoluído, um mestre moral e um exemplo de conduta, mas não como o Filho de Deus encarnado. Essa visão contraria diretamente o ensino bíblico. João 1:1 e 14 afirma:

"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus... E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós."

O Senhor Jesus não é apenas um guia moral, mas o próprio Deus encarnado, que veio ao mundo para salvar os pecadores. Negar sua divindade é rejeitar um dos pilares essenciais do cristianismo.


A Salvação: Pela Graça ou Pela Evolução Espiritual?

Outro ponto de divergência crucial entre o espiritismo e o cristianismo bíblico é o meio pelo qual o ser humano pode alcançar a salvação. O espiritismo ensina que a salvação vem através da evolução moral e espiritual do indivíduo ao longo de várias encarnações. Segundo Allan Kardec, cada pessoa tem inúmeras oportunidades de progredir espiritualmente até atingir um estado de pureza.

Por outro lado, a Bíblia é clara ao afirmar que a salvação não depende dos méritos humanos, mas exclusivamente da graça de Deus. Efésios 2:8-9 declara:

"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie."

Se a salvação fosse conquistada por méritos próprios, não haveria necessidade da morte expiatória de Cristo. No entanto, a Escritura ensina que somente por meio do sacrifício de Jesus na cruz é que podemos ser reconciliados com Deus (Romanos 5:8-9).


Reencarnação ou Ressurreição?

O espiritismo baseia-se fortemente na ideia da reencarnação. Essa doutrina ensina que, após a morte, a alma retorna em um novo corpo para continuar sua jornada evolutiva. No entanto, a Bíblia rejeita essa ideia de forma categórica. Hebreus 9:27 declara:

"E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois disso o juízo."

A Bíblia ensina que após a morte há um juízo, e não uma sucessão de vidas. Além disso, o cristianismo ensina a ressurreição dos mortos, e não a reencarnação. Em João 11:25-26, o Senhor Jesus disse:

"Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá."


A promessa bíblica é que aqueles que creem no Senhor Jesus ressuscitarão para a vida eterna, e não que reencarnarão repetidamente para tentar alcançar a perfeição.

Comunicação com os Mortos: Permitida ou Proibida?

Uma prática central no espiritismo é a tentativa de comunicação com os mortos por meio de médiuns. No entanto, a Bíblia condena expressamente essa prática. Em Deuteronômio 18:10-12, Deus adverte:

"Entre ti não se achará... quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor."

Além disso, Isaías 8:19 alerta:

"E, quando vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos, que chilreiam e murmuram, porventura não consultará o povo a seu Deus? A favor dos vivos se consultarão os mortos?"


O espiritismo ensina que os médiuns recebem mensagens de espíritos desencarnados, mas a Bíblia nos mostra que esses espíritos não são de Deus. O apóstolo Paulo alerta que Satanás se transfigura em anjo de luz para enganar (2 Coríntios 11:14). A tentativa de se comunicar com os mortos é, na verdade, uma porta para a atuação demoníaca.


Conclusão: É Possível Ser Espírita e Cristão ao Mesmo Tempo?

Diante dessas verdades bíblicas, torna-se evidente que o espiritismo e o cristianismo bíblico são incompatíveis. A visão espírita sobre Jesus Cristo, a salvação, a reencarnação e a comunicação com os mortos contradiz diretamente as Escrituras. O cristianismo ensina que há um único caminho para Deus: Jesus Cristo. Como Ele mesmo declarou em João 14:6:

"Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim."

Portanto, aqueles que desejam seguir a Cristo precisam rejeitar doutrinas que desviam da verdade bíblica. O espiritismo pode parecer uma religião de amor e caridade, mas, ao distorcer os ensinos fundamentais da Palavra de Deus, afasta as pessoas da verdadeira salvação. O chamado da Bíblia é claro: devemos nos apegar à verdade e rejeitar todo engano espiritual.


10. Allan Kardec na Bíblia? A Resposta Que Ninguém Esperava!


📌 Resumo: Allan Kardec afirmou que sua doutrina estava em harmonia com os ensinamentos de Jesus. Mas será que ele realmente seguiu o que Cristo ensinou? Vamos comparar as palavras de Kardec com as Escrituras.


Allan Kardec, o fundador do espiritismo moderno, afirmou que sua doutrina estava em harmonia com os ensinamentos de Jesus Cristo. No entanto, ao examinarmos suas ideias à luz das Escrituras Sagradas, percebemos uma série de contradições fundamentais. A Bíblia apresenta um Evangelho claro, centrado na redenção pela graça de Deus por meio da fé em Cristo, enquanto a doutrina de Kardec se baseia em conceitos como reencarnação, comunicação com os mortos e evolução espiritual por mérito próprio. Neste estudo, compararemos as principais crenças do espiritismo com os ensinamentos bíblicos para determinar se realmente há compatibilidade entre ambos.


1. A Revelação e a Inspiração das Escrituras

Kardec acreditava que sua doutrina era uma "revelação progressiva", onde novos ensinamentos espirituais seriam acrescentados ao longo do tempo. No entanto, a Palavra de Deus afirma que a revelação foi concluída com os escritos inspirados da Bíblia. Em Apocalipse 22:18-19, há uma séria advertência contra adicionar ou retirar qualquer coisa das Escrituras. Além disso, 2 Timóteo 3:16-17 afirma que "Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda boa obra". Isso significa que a Bíblia é completa e suficiente, sem necessidade de novas revelações.


2. A Reencarnação versus a Ressurreição

Uma das doutrinas centrais do espiritismo é a reencarnação, ou seja, a crença de que a alma retorna à Terra em diferentes corpos para evoluir. Allan Kardec defendeu essa ideia como uma forma de aperfeiçoamento espiritual progressivo. No entanto, a Bíblia ensina claramente que "aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo" (Hebreus 9:27). Em vez de reencarnação, a Escritura ensina a ressurreição: "Os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação" (João 5:29). O conceito de renascimentos sucessivos é, portanto, incompatível com a doutrina bíblica da vida após a morte.


3. A Comunicação com os Mortos

O espiritismo promove a comunicação com os mortos como algo positivo e esclarecedor. Kardec ensinou que os "espíritos" podem trazer mensagens valiosas para os vivos. Entretanto, a Palavra de Deus condena de forma direta e inequívoca essa prática: "Entre ti não se achará... quem consulte os mortos. Pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor" (Deuteronômio 18:10-12). Além disso, a história do rico e Lázaro (Lucas 16:19-31) mostra que os mortos não podem retornar para comunicar-se com os vivos, pois Deus estabeleceu um grande abismo intransponível entre os dois mundos.


4. A Salvação pela Graça versus Evolução Espiritual

Kardec ensinava que a salvação é obtida pelo progresso individual através de múltiplas existências. Isso contradiz frontalmente a mensagem central do Evangelho, que declara que a salvação é um dom gratuito de Deus, recebido pela fé em Cristo. Efésios 2:8-9 deixa claro: "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie". Não há qualquer referência bíblica a um sistema de progresso espiritual por meio de múltiplas vidas; ao contrário, a salvação é uma decisão que deve ser tomada nesta vida, e não em uma suposta vida futura.


5. Quem é Jesus Cristo Segundo Kardec e Segundo a Bíblia?

No espiritismo, Jesus é visto como um espírito evoluído, um grande mestre moral, mas não como Deus encarnado. No entanto, a Bíblia declara de forma inquestionável que Jesus é Deus. João 1:1 e 14 dizem: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus... E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós". Além disso, Colossenses 2:9 afirma: "Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade". A visão espírita de Jesus reduz sua identidade e nega sua divindade, algo completamente oposto à fé cristã.


Conclusão

Ao analisar as doutrinas de Allan Kardec à luz da Bíblia, fica claro que suas crenças estão em completo desacordo com os ensinamentos divinos. Enquanto a Escritura ensina a salvação pela graça, a ressurreição, a impossibilidade de comunicação com os mortos e a divindade de Cristo, Kardec promoveu conceitos que deturpam e distorcem a verdade revelada por Deus. Portanto, a doutrina espírita não pode ser conciliada com o verdadeiro cristianismo bíblico. "Se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente" (Tiago 1:5). Que possamos buscar a verdade somente na Palavra de Deus, rejeitando todo ensino que se opõe a ela.


11. O Purgatório Espírita Existe? A Ilusão do Umbral!


📌 Resumo: No espiritismo, o "umbral" é uma espécie de purgatório para almas em sofrimento. Mas essa ideia tem base bíblica? Vamos descobrir o que a Palavra de Deus diz sobre o destino dos mortos.


O espiritismo ensina que, após a morte, as almas passam por um estado intermediário chamado "umbral". Essa concepção se assemelha, em certo grau, à doutrina católica do purgatório, sendo descrito como um local de sofrimento e purificação para aqueles que não evoluíram espiritualmente. Entretanto, essa crença tem alguma base bíblica? O que a Palavra de Deus ensina sobre o destino dos mortos?


Para responder a essa questão, é essencial analisarmos a origem e os fundamentos dessa doutrina e compará-los com as Escrituras. No espiritismo, o umbral é descrito como um lugar nebuloso, habitado por espíritos atormentados que ainda precisam expiar suas faltas antes de alcançar estágios mais elevados de evolução espiritual. Tal conceito se baseia na ideia de múltiplas encarnações e no aprimoramento contínuo da alma. Mas, conforme já vimos em estudos anteriores, a Bíblia refuta claramente a doutrina da reencarnação, afirmando que "aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois disso o juízo" (Hebreus 9:27).


Além disso, a ideia de um lugar transitório para purificação não encontra respaldo na revelação divina. As Escrituras são claras ao ensinar que, após a morte, o destino eterno do ser humano está selado. O Senhor Jesus descreveu essa realidade de maneira contundente na parábola do rico e Lázaro (Lucas 16:19-31). Nessa narrativa, o rico, que viveu de forma egoísta, morreu e foi para o Hades, onde estava em tormento. Lázaro, por sua vez, foi levado pelos anjos ao seio de Abraão, um lugar de descanso. O mais notável desse relato é que o rico, em sofrimento, não tinha possibilidade de transição para um estado melhor: "E além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá" (Lucas 16:26).


Esse ensino do Senhor Jesus desmonta completamente a ideia do umbral como um estado temporário de sofrimento com possibilidades de melhora gradual. A Bíblia apresenta apenas dois destinos finais para a humanidade: a vida eterna para os justificados pela fé em Jesus Cristo e a condenação eterna para aqueles que rejeitam a salvação. O próprio Senhor afirmou: "Os que tiverem feito o bem sairão para a ressurreição da vida, e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição da condenação" (João 5:29).

Outro ponto fundamental que refuta o conceito espírita do umbral é o ensino bíblico sobre a suficiência da obra de Cristo. O espiritismo prega que as almas precisam purificar-se por meio de sofrimentos e reencarnações sucessivas, porém, a Bíblia ensina que a purificação do pecado foi plenamente realizada na cruz. "Porque com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados" (Hebreus 10:14). Não há necessidade de sofrimentos adicionais, pois "o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado" (1 João 1:7).

Além disso, a ideia de espíritos vagando no umbral contradiz a clara declaração bíblica de que os mortos não permanecem na Terra, nem têm qualquer envolvimento com os vivos: "Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento" (Eclesiastes 9:5). A tentativa de comunicação com mortos ou crença em espíritos em sofrimento transitório são práticas condenadas nas Escrituras, pois envolvem engano demoníaco. "E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz" (2 Coríntios 11:14).

Diante de todas essas evidências, vemos que o conceito espírita do umbral não tem qualquer sustentação na revelação divina. Em vez de buscar explicações humanas sobre a vida após a morte, devemos confiar na Palavra de Deus, que nos assegura que os salvos por Cristo estarão para sempre com o Senhor (2 Coríntios 5:8) e que os ímpios enfrentarão a justa condenação divina (Apocalipse 20:15). O ensino do umbral é apenas mais uma tentativa de desviar as pessoas da verdade do evangelho, levando-as a confiar em suas próprias obras e méritos, ao invés de descansarem inteiramente na graça salvadora de Deus.


12. Quem Fala na Sessão Espírita? A Resposta Chocante!


📌 Resumo: Espíritas afirmam que médiuns recebem mensagens de pessoas falecidas. Mas a Bíblia alerta que Satanás e seus demônios se disfarçam para enganar. Será que os mortos realmente falam?


No espiritismo, uma das práticas mais comuns é a mediunidade, que supostamente permite a comunicação com os mortos. Sessões espíritas são realizadas para receber mensagens de entes falecidos, trazendo palavras de conforto, conselhos e até revelações sobre o mundo espiritual. Mas será que essa comunicação é legítima? A Bíblia nos fornece respostas diretas e contundentes sobre essa questão.


A Bíblia Proíbe a Comunicação com os Mortos

Desde os tempos do Antigo Testamento, Deus alertou severamente contra a consulta aos mortos. Em Deuteronômio 18:10-12, lemos:

"Entre ti se não achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador, nem quem consulte um espírito adivinhante, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor."

A ordem de Deus é clara: os israelitas não deveriam consultar os mortos porque essa prática é abominável. Mas por quê? Porque os mortos não podem se comunicar, e aqueles que parecem estar falando são, na realidade, espíritos malignos.


Os Mortos Não Falam Nem Retornam

O espiritismo ensina que os espíritos desencarnados continuam evoluindo e podem se manifestar aos vivos. No entanto, a Bíblia afirma que, após a morte, a alma segue para um destino definitivo:

"E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois disso o juízo." (Hebreus 9:27)

Não há um estado intermediário onde os mortos permanecem vagando pela Terra, buscando comunicar-se com os vivos. A passagem de Eclesiastes 9:5-6 reforça esse ponto:

"Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento."

Se os mortos não sabem de nada e não têm mais parte no mundo dos vivos, então quem são os seres que falam nas sessões espíritas?


Espíritos de Engano: O Verdadeiro Perigo

A Bíblia alerta que Satanás e seus demônios se disfarçam para enganar. Em 2 Coríntios 11:14-15, lemos:

"E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça."

Satanás pode se apresentar como um ser de luz, e seus demônios podem imitar a voz e o comportamento de pessoas falecidas para enganar os que participam de sessões espíritas. Quando alguém pensa estar ouvindo um parente falecido, na realidade, está interagindo com um espírito maligno que está se passando por essa pessoa.


O Exemplo do Rei Saul e a Necromante de Endor

Um dos episódios mais conhecidos da Bíblia sobre a tentativa de falar com os mortos é a história do rei Saul e a feiticeira de Endor (1 Samuel 28). Saul, desesperado, consulta uma médium para falar com o profeta Samuel, que já havia morrido. Deus havia rejeitado Saul por sua desobediência e, ao invés de se arrepender, ele busca uma fonte proibida para obter orientação. O resultado foi trágico: Saul recebeu uma mensagem de condenação, e no dia seguinte morreu na batalha.

Esse episódio reforça que tentar se comunicar com os mortos não traz bênção, mas sim juízo. Deus não permite essa prática e a proíbe explicitamente.


O Destino dos Espíritas e dos que Consultam Espíritos

A Bíblia é clara ao dizer que os que praticam feitiçaria, adivinhação e consulta aos mortos não herdarão o Reino de Deus. Apocalipse 21:8 declara:

"Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, que é a segunda morte."

A consulta aos mortos não é um caminho de luz, mas sim uma prática condenada por Deus que leva à perdição eterna.


Conclusão: Devemos Buscar a Deus, Não os Mortos

O cristão deve rejeitar completamente qualquer tentativa de se comunicar com os mortos e, em vez disso, buscar a Deus, que nos guia por meio da Sua Palavra e do Espírito Santo.

Isaías 8:19 nos adverte:

"Quando vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos, que chilreiam e murmuram: porventura não consultará o povo a seu Deus? A favor dos vivos se consultará aos mortos?"

A resposta da Bíblia é clara: devemos consultar a Deus e não espíritos enganadores. Somente Ele tem a verdade e a direção segura para nossas vidas. O espiritismo, por mais atraente que pareça, é um caminho de engano, e aqueles que buscam a verdade devem se afastar dessas práticas e confiar no Senhor Jesus Cristo, o único caminho para a vida eterna.


13. A Bíblia Proíbe o Espiritismo? Veja a Verdade!


📌 Resumo: Muitos não sabem, mas Deus já alertou seu povo contra a prática do espiritismo. Vamos analisar passagens bíblicas que condenam o contato com mortos e espíritos enganadores.


O espiritismo atrai muitos adeptos com sua promessa de contato com o mundo espiritual e de esclarecimento sobre a vida após a morte. No entanto, é fundamental que os cristãos analisem essa prática à luz das Escrituras Sagradas. A Bíblia tem algo a dizer sobre o espiritismo? A Palavra de Deus aprova ou condena a comunicação com os mortos? Neste estudo, exploraremos diversas passagens bíblicas que demonstram de forma clara e inequívoca a posição divina sobre essa questão.


A proibição direta de Deus sobre o contato com os mortos

Desde os tempos do Antigo Testamento, Deus advertiu seu povo contra qualquer forma de consulta aos mortos ou envolvimento com práticas mediúnicas. Em Deuteronômio 18:10-12, encontramos uma proibição categórica:

"Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem quem se dê à adivinhação, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador de encantamentos, nem quem consulte um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos. Pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor."

Deus não apenas proíbe, mas classifica tais práticas como abominação. A palavra hebraica usada aqui (תּּוּעָבַה, "toʻaʻoʷah") indica algo detestável e repugnante para Deus. Essa proibição não era uma simples precaução cultural, mas uma ordem divina destinada a proteger o povo de influências malignas.


O exemplo do rei Saul e a consulta à médium de En-Dor

Uma das histórias mais conhecidas da Bíblia sobre esse tema é a do rei Saul, que buscou uma necromante para tentar se comunicar com o profeta Samuel já falecido. Em 1 Samuel 28:7-8, lemos:

"Então disse Saul aos seus criados: Buscai-me uma mulher que tenha espírito de feiticeira, para que vá a ela e a consulte. E os seus criados lhe disseram: Eis que em En-Dor há uma mulher que tem espírito de feiticeira."

Saul, que anteriormente havia banido tais práticas de Israel, desobedece a ordem de Deus e procura uma necromante. O resultado foi trágico: Deus rejeita Saul, e ele morre pouco depois, confirmando que sua escolha o levou à destruição. Esse evento mostra claramente que Deus não aprova o contato com os mortos.


Os mortos podem realmente se comunicar com os vivos?

A doutrina espírita ensina que os mortos podem enviar mensagens aos vivos através de médiuns. No entanto, a Bíblia afirma o contrário. Em Lucas 16:19-31, o Senhor Jesus conta a história do rico e Lázaro, onde o homem rico deseja enviar uma mensagem a seus irmãos, mas recebe a resposta de Abraão:

"E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá."

Esse texto demonstra que os mortos estão separados dos vivos e não podem atravessar essa barreira. Qualquer suposta comunicação com "espíritos de falecidos" não passa de engano demoníaco.


A origem demoníaca da comunicação espírita

A Bíblia revela que Satanás e seus demônios se disfarçam para enganar os incautos. 2 Coríntios 11:14-15 adverte:

"E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça."

O apóstolo Paulo explica que Satanás se apresenta como um ser de luz para iludir aqueles que não conhecem a verdade de Deus. O espiritismo, ao ensinar que os mortos falam, abre caminho para a atuação demoníaca, pois apenas esses seres malignos podem simular vozes e aparências dos falecidos.


A esperança cristã: vida eterna com Cristo

Ao contrário do que ensina o espiritismo, a esperança cristão não está em contatos com os mortos, mas na vida eterna com Cristo. Filipenses 1:21 nos diz:

"Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho."

O crente não precisa buscar respostas em supostos "espíritos", pois a revelação de Deus já está completa em Sua Palavra. 2 Timóteo 3:16-17 declara:

"Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda boa obra."


Conclusão

A Bíblia é clara ao condenar o espiritismo e suas práticas. Deus proíbe a consulta aos mortos porque Ele é o único que detém o conhecimento do futuro e da eternidade. Qualquer tentativa de buscar orientação fora da Palavra de Deus leva ao engano e à destruição espiritual.

O crente deve confiar plenamente no Senhor, sabendo que Ele é suficiente para nos guiar em toda verdade. Se você tem buscado respostas no espiritismo, arrependa-se e volte-se para Cristo, que é o caminho, a verdade e a vida (João 14:6).


Josué Matos

35. Logo após o arrebatamento, muitos da Cristandade irão ficar, joio e trigo irão se separar? (03/03/2025)


Pergunta recebida por e-mail:
Logo após o arrebatamento, muitos da Cristandade irão ficar, joio e trigo irão se separar. Eu creio que esses que ficarem rejeitaram a graça e estarão sujeitos à operação do erro pelo anticristo. Sofrerão juízos a partir da tribulação. Eu acredito que esses já fizeram a escolha eterna, não havendo mais chance de reconciliação, porém Deus é sempre misericordioso e justo. Havendo vida, ainda há esperança.
Poderia me dizer se estou correto ou não?


Minha resposta:

Após o arrebatamento da Igreja, em que todos os salvos da terra, desta dispensação, serão levados para o céu, Deus levantará os 144.000 judeus evangelistas para pregar o Evangelho do Reino (Apocalipse 7:4-8; 14:1-5). Esses judeus selados por Deus serão uma testemunha poderosa durante a Grande Tribulação, proclamando a mensagem do Reino a Israel e às nações.


Todos os salvos desta dispensação serão arrebatados. O mundo ficará somente com pecadores inconversos. Deus, como fez com Saulo no caminho de Damasco, salvará os 144.000 judeus evangelistas, e muitos serão salvos por esta mensagem do Reino (Atos 9:3-6; Apocalipse 7:9-14).


A grande massa da cristandade não salva, que ficará após o arrebatamento, seguirá a besta e o falso profeta, pois estavam em busca de milagres e prodígios de mentira, e Deus os entregará a uma operação do erro, para que creiam na mentira (2 Tessalonicenses 2:9-12; Apocalipse 13:11-15). Essa descrição revela que muitos que professavam fé, mas não eram verdadeiramente regenerados, aceitarão o governo do anticristo e sua falsa religião.


O Evangelho do Reino será pregado em todo o mundo como testemunho antes do fim (Mateus 24:14). Essa mensagem terá em vista o povo judeu, que reconhecerá a Cristo como o verdadeiro Messias, e também as nações que hoje estão fechadas ao cristianismo. Durante esse período, aqueles que crerem em Cristo como Messias e Senhor serão salvos e entrarão no Reino Milenar (Zacarias 12:10; 14:9; Isaías 11:10-12).


Hoje, somos salvos pela fé no Evangelho da Graça, que nos oferece o perdão dos pecados e a promessa do arrebatamento para estarmos com o Senhor na glória (Efésios 2:8-9; 1 Tessalonicenses 4:16-17; Tito 2:11-13). Nosso destino é celestial, pois fomos chamados para estar eternamente com Cristo nos céus (Filipenses 3:20-21; Colossenses 3:4).


Na terra, durante a Grande Tribulação, o Evangelho do Reino proclamará a salvação a todos os que crerem no Cristo que já veio e que voltará para estabelecer Seu Reino. A promessa para esses crentes é reinar e servir a Cristo por mil anos (Apocalipse 20:4-6; Mateus 25:34). Essa é a esperança que será oferecida durante esse tempo de juízo, levando muitos a reconhecerem Jesus Cristo como o Rei vindouro.


O joio e o trigo neste período são o resultado desta mensagem, quando o Senhor vier para reinar (Mateus 13:24-30, 36-43). Os que crerem serão o trigo, colhido para o Reino, enquanto os que rejeitarem a mensagem serão o joio, destinado ao juízo.

Assim, distinguimos claramente os diferentes aspectos da mensagem do Evangelho em tempos distintos: hoje, pregamos o Evangelho da Graça, apontando para o arrebatamento e nossa morada celestial; no futuro, durante a Tribulação, será pregado o Evangelho do Reino, chamando pessoas a crerem no Cristo que voltará para reinar.


Josué Matos

 

36. Caim, Esaú e Judas não foram salvos porque não tinham boas obras? (04/03/2025)


Quem me escreveu, disse:
Porém, Salomão e Davi, foram salvos, porque, se dedicaram a Deus durante toda sua vida, e Deus os perdoou, porque, eles tinham promessa. Já Esaú, Judas, e Caim. Não tinham promessa, eles eram pecadores natos. Judas, foi o pior, porque, esteve do lado de Jesus, foi ensinado por ele, mas, traiu o Filho de Deus. Por isto, Jesus disse, que tinha escolhido 12, mas, 1 era um diabo, que era Judas Iscariotes. Como o Senhor mesmo diz, a salvação não depende somente de obras, é preciso obras e fé. Salomão e Davi, tiveram obras e fé, por isto estão salvos. Já Judas, Caim e Esaú, não tiveram nem obras, nem fé. Por isto, estão condenados. 2 Samuel 12:21-23 / 2 Samuel 17:11-15 / Romanos 9:10-16 / Atos 1:16-20 / 1 João 4:11-12.


Minha Resposta:

A afirmação de que a salvação depende tanto de obras quanto de fé está equivocada e contraria o ensino claro das Escrituras. A Palavra de Deus ensina que a salvação é exclusivamente pela graça mediante a fé, sem qualquer mérito humano ou contribuição de boas obras. Como está escrito:

"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie" (Efésios 2:8-9).

A justificação diante de Deus é pela fé, e não por obras. Abraão, por exemplo, foi justificado pela fé antes mesmo de realizar qualquer obra: "Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça" (Gênesis 15:6; Romanos 4:3).


1. A Salvação de Davi e Salomão

Davi e Salomão foram salvos, não porque tiveram fé e obras, mas porque confiaram no Senhor. Davi pecou gravemente, mas reconheceu sua condição e se arrependeu sinceramente. Ele disse:

"Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto" (Salmo 32:1).

Seu perdão não foi baseado em suas boas obras, mas na misericórdia de Deus. Salomão, por outro lado, teve um início piedoso, mas se desviou, e a Escritura não dá uma declaração clara sobre sua salvação.


2. Esaú, Judas e Caim

Esaú, Judas e Caim foram condenados, não porque faltaram obras em suas vidas, mas porque rejeitaram a Deus. Esaú vendeu seu direito de primogenitura porque não valorizava as promessas divinas (Hebreus 12:16-17). Caim tentou se aproximar de Deus por meio de seu próprio mérito, rejeitando o caminho da fé (Gênesis 4:3-7). Judas teve proximidade com o Senhor Jesus, mas nunca O aceitou de verdade (João 6:70-71). A condenação deles não foi por falta de obras, mas por incredulidade.


3. A Base da Salvação

A salvação é um dom gratuito de Deus para aqueles que creem no Senhor Jesus Cristo, como ensina Atos 16:31: "Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo". A fé salvadora, contudo, resulta naturalmente em boas obras, como reflexo da vida transformada pelo Espírito Santo (Tiago 2:17-18), mas nunca como um requisito para a salvação.


Conclusão

A doutrina bíblica é clara: somos salvos unicamente pela fé, e as boas obras são consequências, não causa, da salvação. A salvação depende inteiramente da obra de Cristo, e não da fidelidade do homem. Essa verdade é a essência do Evangelho.


Josué Matos

37. Hebreus 6, diz que podemos perder a salvação? (04/03/2025)


O que me escreveram:

Sim, DEUS perdoa qualquer pecado, mas, a blasfêmia contra o Espírito Santo não tem perdão. Judas, experimentou os dons do Espírito Santo, e rejeitou depois o Espírito Santo, para dar lugar a Satanás. Deus não podia perdoar mais Judas, porém, Judas até tentou o arrependimento com Deus. Mas, em Hebreus 6, Deus diz que, quem recebi os dons do Espírito Santo, e conhece a palavra de DEUS, e depois caiu na vida de pecado, não tem mais lugar de arrependimento. Este foi o caso de Judas Iscariotes. Caim, poderia ter confessado seu pecado, e viver com Deus, mas Caim, não quis confessar, DEUS, teve que repreender ele, mas, ele debochou de seu irmão e de Deus. Por isto, Deus o castigou na terra, e no inferno. Caim, perdeu sua oportunidade de reconciliação, quando Deus ofereceu a ele o perdão. Diferente de David, que não quis mais matar ninguém inocente, e adulterar com a mulher do próximo. E o Senhor perdoou Davi, porque, ele confessou e largou os seus pecados. Deus, permite que homens e mulheres maus vivam na terra, mas, muitos não tem mais salvação, porque, blasfemaram contra o Espírito Santo, como: O papa, Adolf Hitler, Saul, etc..... 


Minha Resposta:

A salvação é pela graça mediante a fé, e não por obras, para que ninguém se glorie (Efésios 2:8-9). A ideia de que somente aqueles que foram fiéis até o fim serão salvos introduz um elemento de mérito humano na salvação, o que contradiz o ensino bíblico da justificação pela fé.


O texto de Hebreus 6:4-6, frequentemente citado para sustentar a perda da salvação, trata da apostasia daqueles que, mesmo tendo sido iluminados e participado da obra do Espírito, rejeitam definitivamente a Cristo. No entanto, essa passagem não fala de verdadeiros crentes que perdem a salvação, mas daqueles que tiveram contato com as bênçãos espirituais e deliberadamente rejeitaram o evangelho. Isso se encaixa perfeitamente no caso dos judeus que, tendo conhecido a verdade, voltaram ao judaísmo, negando a suficiência da obra de Cristo.


Judas Iscariotes é um exemplo de alguém que nunca foi verdadeiramente salvo. O Senhor Jesus declarou que ele era um diabo (João 6:70) e que nunca teve verdadeira fé salvadora. Sua participação nos milagres e na pregação do evangelho não indicava uma conversão genuína, mas apenas um envolvimento externo. O mesmo princípio se aplica a Hebreus 6: não se trata de crentes verdadeiros, mas de pessoas que tiveram contato com o evangelho sem um novo nascimento real.


Sobre Caim, a Escritura ensina que ele rejeitou o caminho de Deus e persistiu em sua rebelião. Deus ofereceu-lhe a oportunidade de arrependimento (Gênesis 4:6-7), mas ele recusou. No entanto, isso não prova que certos indivíduos são predestinados à perdição sem possibilidade de salvação, pois a oferta de graça foi feita a ele. Já Davi, embora tenha pecado gravemente, demonstrou um coração verdadeiramente arrependido e confiou na misericórdia divina (Salmo 51).


A questão da blasfêmia contra o Espírito Santo (Mateus 12:31-32) deve ser entendida no contexto em que foi dita. Os fariseus atribuíram ao diabo a obra do Espírito Santo, rejeitando deliberadamente a Cristo. Esse pecado não é simplesmente um ato de infidelidade, mas uma rejeição total e consciente da verdade de Deus. Não há base bíblica para afirmar que certas figuras históricas como Hitler ou o papa, cometeram esse pecado de forma definitiva.


A Bíblia ensina que a verdadeira segurança do crente está na fidelidade de Deus e na obra completa de Cristo (João 10:28-29; Romanos 8:38-39). Quem crê verdadeiramente em Cristo tem a vida eterna e não será lançado fora (João 6:37). A perseverança dos santos não significa que eles são salvos por sua fidelidade, mas que Deus os preserva na fé até o fim (Filipenses 1:6). Portanto, qualquer ideia de salvação baseada na conduta humana, e não na graça soberana de Deus, está em desacordo com o ensino bíblico.


Josué Matos

38. Foi Judas que entregou Jesus a Pilatos? (04/03/2025)


O que me escreveram:

Claro que Jesus (João 19:11) estava falando de Judas. Judas entregou Jesus aos soldados romanos e traiu Jesus, com um beijo. Se não fosse Judas, a crucificação não teria acontecido. É como na lei brasileira, quem manda matar é mais culpado do que quem mata, um inocente. Logo, o pecado maior foi o de Judas.

Judas já sabia muito bem que, ao entregar Jesus, Jesus ia ser crucificado e morto. Muitas reuniões Jesus fez com seus discípulos, para lhe dizerem que a morte dele seria necessária, e falou na frente de Judas, que ele era um traidor, e que sua sentença já estava dada por Deus, por trair o Filho de Deus. Você precisa entender que Jesus morreu. Mas, quem era para ser castigado e morto era toda a humanidade. Isaías 53 diz que Jesus morreu por conta dos pecadores, Jesus suportou o castigo, que nos trouxe a paz com Deus. Toda humanidade é pecadora. Necessita do sangue de um inocente, para perdão dos pecados. 


Minha Resposta:

A afirmação de que Judas foi o principal responsável pela crucificação de Jesus Cristo é um erro básico de interpretação bíblica, fruto de uma leitura superficial e desconectada do contexto geral das Escrituras.


Primeiramente, a prisão, julgamento e crucificação do Senhor Jesus foram resultados da vontade soberana de Deus, como parte do Seu plano redentor. Pedro, ao pregar no dia de Pentecostes, declara claramente: "A este que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, prendestes, crucificastes e matastes pelas mãos de injustos" (Atos 2:23). Não foi Judas quem planejou a morte de Cristo, mas sim os líderes religiosos judeus, e quem teve o poder de executá-lo foram os romanos.


O próprio Senhor Jesus afirmou a Pilatos: "Nenhuma autoridade terias contra mim, se de cima não te fosse dada; mas aquele que me entregou a ti maior pecado tem" (João 19:11). É incorreto afirmar que Ele se referia a Judas. O texto aponta para o Sumo Sacerdote e as autoridades judaicas que, deliberadamente, levaram Jesus a Pilatos e exigiram sua condenação. O Evangelho de João é claro ao descrever como os principais dos sacerdotes pressionaram Pilatos, ameaçando denunciá-lo a César caso ele não sentenciasse Jesus à morte (João 19:12-16).


A ideia de que Judas foi o fator determinante na crucificação ignora a soberania de Deus e a responsabilidade dos líderes religiosos. Judas, ao trair Jesus, não tinha intenção de levá-lo à morte. Ele já havia visto Jesus escapar de inúmeras situações perigosas, como em Nazaré, quando quiseram atirá-lo de um precipício (Lucas 4:29-30). Sua reação posterior de remorso, devolvendo as 30 moedas de prata e se enforcando (Mateus 27:3-5), indica que não imaginava que sua traição resultaria na condenação de Cristo.


A argumentação de que Judas foi o maior culpado também não faz sentido do ponto de vista legal. Judas apenas indicou quem era Jesus com um beijo, um gesto de identificação, pois os soldados poderiam confundi-lo entre os discípulos. No entanto, o julgamento e a condenação foram obras do Sinédrio e de Pilatos, que, embora reconhecesse a inocência de Cristo, cedeu à pressão política e lavou as mãos de sua decisão.


Portanto, a afirmação de que "se não fosse Judas, a crucificação não teria acontecido" é um completo equívoco. O próprio Senhor Jesus disse que sua morte era necessária para cumprir as Escrituras (Mateus 26:54) e que Ele daria a Sua vida voluntariamente (João 10:18). O plano de Deus jamais dependeria da traição de um homem para se concretizar.


 De fato, o Senhor Jesus várias vezes anunciou que seria morto, como em Mateus 16:21, mas os próprios discípulos não compreendiam essa verdade. Tanto que Pedro, em Mateus 16:22, chegou a repreendê-Lo por dizer isso, mostrando que eles não imaginavam que isso realmente aconteceria. Se até Pedro reagiu assim, fica claro que Judas também não esperava esse desfecho trágico.


Se Judas soubesse de antemão que o Senhor Jesus seria condenado à morte, por que, ao ver que Ele foi condenado, sentiu remorso e devolveu as moedas? Mateus 27:3-4 mostra que ele não esperava esse resultado: 'Então Judas, o que o traíra, vendo que fora condenado, trouxe, arrependido, as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos, dizendo: Pequei, traindo o sangue inocente.' Isso indica que, embora Judas tivesse traído o Senhor Jesus, ele não imaginava que sua entrega levaria à condenação e morte.


Isso se encaixa na lógica do contexto bíblico: os discípulos acreditavam que o Senhor estabeleceria o Reino ali mesmo, naquela época, e não entendiam que Ele deveria morrer primeiro. Se Judas pensava assim, talvez tenha esperado que o Senhor Jesus apenas fosse preso e, de alguma forma, se livrasse da situação, como já havia escapado de armadilhas antes.


O que você mencionou sobre Isaías 53 é essencial! O Senhor Jesus morreu como sacrifício pelos pecadores, e isso era o plano de Deus desde o princípio. Mas, do ponto de vista humano, os próprios discípulos não compreenderam esse plano até depois da ressurreição. Judas fez uma escolha terrível ao traí-Lo, mas não parece ter previsto a crucificação como consequência direta do seu ato.


É sempre bom meditar nesses textos juntos, pois isso nos ajuda a entender melhor os eventos e as intenções por trás das ações dos personagens bíblicos. Deus abençoe seu estudo e crescimento na Palavra!"


Josué Matos

39. Esaú tinha tudo para ser um grande homem de Deus, por que seus pais já eram crentes? (04/03/2025)


O que me esc reveram:

Esaú, escolheu o seu destino. Esaú tinha tudo para ser um grande homem de Deus. Por que, seus pais já eram crentes. E havia ensinado a ele, as coisas de Deus. Mas, ele rejeitou. Amado. A pecados, que Deus não perdoa mais, são blasfêmias contra o Espírito Santo. Todos estes 3, homens, tiveram contato com o Espírito Santo, mas, eles, profanaram o Santo Espírito de Deus. Por isto, João diz, a pecados que são para a morte, estes não se devem orar. Por quê? Porque não adianta, que Deus não vai perdoar. Esaú, tentou lugar de arrependimento, mas não achou. Ou seja, Deus não perdoou mais. Judas, também tentou, mas, Deus não perdoou mais. Caim, nem tentou tentar, foi obstinado, viveu, com Adão e Eva, os dois ser humano, que Deus mais teve intimidade. Caim teve uma boa escola, ouvia Deus falar. Mas, era obstinado. Por isto, chegou o tempo, que Deus o deixou aos seus próprios caminhos pecaminosos, não tendo mais salvação. Amém. 


Minha Resposta:

A ideia de que a salvação depende da fidelidade do homem e que há pecados que Deus não pode mais perdoar não é bíblica. A Escritura é clara ao ensinar que a salvação é um dom gratuito da graça de Deus, não baseada em obras, mas unicamente na fé em Jesus Cristo (Efésios 2:8-9). Vamos analisar biblicamente as afirmações feitas e esclarecer o ensino correto.

  1. A Salvação não é pelas Obras A Bíblia afirma que "o justo viverá da fé" (Romanos 1:17) e que somos justificados "pela fé, sem as obras da lei" (Romanos 3:28). Se a salvação dependesse da fidelidade do homem, ninguém poderia ser salvo, pois "todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Romanos 3:23). O único fundamento da salvação é o sacrifício perfeito de Jesus Cristo, que pagou pelos pecados dos que creem nEle.

  2. O Caso de Esaú Em Hebreus 12:16-17, lemos que Esaú vendeu sua primogenitura por um prato de lentilhas e que, mais tarde, "procurou arrependimento com lágrimas, mas não achou lugar para o arrependimento". Isso não significa que Deus o rejeitou arbitrariamente, mas que ele não encontrou mais como reverter as consequências da sua escolha. O texto não diz que Deus não o perdoaria se ele verdadeiramente se arrependesse para a salvação, mas sim que ele perdeu os direitos da primogenitura por sua própria decisão.

  3. Judas e Caim Judas Iscariotes traiu o Senhor Jesus e, em desespero, suicidou-se (Mateus 27:3-5). Seu caso não prova que Deus o rejeitou antes de qualquer possibilidade de arrependimento. A questão é que ele não creu em Cristo verdadeiramente. Ele tinha remorso, mas não uma fé genuína para buscar perdão. Caim, por sua vez, foi avisado pelo próprio Deus: "Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti?" (Gênesis 4:7). Deus lhe deu oportunidade de se corrigir, mas ele preferiu seguir seu caminho.

  4. A Blasfêmia contra o Espírito Santo A blasfêmia contra o Espírito Santo mencionada em Mateus 12:31-32 não se refere a qualquer pecado cometido por um crente verdadeiro. No contexto, o Senhor Jesus estava respondendo aos fariseus que atribuíam as obras do Espírito Santo a Satanás. Esse pecado não é um erro isolado, mas um endurecimento contínuo e deliberado contra a verdade divina. Qualquer pessoa que hoje sente o desejo de se arrepender e crer no Evangelho não cometeu esse pecado, pois a própria convicção do pecado vem do Espírito Santo.

  5. O Pecado para a Morte Em 1 João 5:16, lemos sobre o "pecado para a morte". Esse versículo não se refere a uma condenação eterna, mas sim a um pecado que leva à morte física, como julgamento de Deus sobre certos pecados graves. Um exemplo disso é Ananias e Safira (Atos 5:1-11), que mentiram ao Espírito Santo e foram mortos instantaneamente. Isso não significa que eles foram para o inferno, mas que sofreram disciplina divina severa.

  6. Conclusão Deus não rejeita um pecador verdadeiramente arrependido. O chamado do Evangelho é: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei" (Mateus 11:28). A doutrina da eleição e da soberania de Deus não contradiz o fato de que "todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo" (Romanos 10:13). O perigo está em endurecer continuamente o coração contra a graça divina, não em um suposto pecado que Deus não possa perdoar.

    Portanto, a ideia de que a salvação depende da fidelidade do homem ou de que certas pessoas foram rejeitadas sem possibilidade de arrependimento é contrária ao ensino bíblico. A salvação é pela graça, mediante a fé, e Deus não rejeita aquele que verdadeiramente vem a Ele.

Josué Matos

40. Como começar uma assembleia local? (04/03/2025)


O que me escreveram:

Há algum curso de formação, bem como se começa uma comunidade.
Faço parte das assembleias de Deus.
Qual a visão dos irmãos acerca do pentecostalismo?
 


Minha Respposta:

Agradeço sua mensagem e seu interesse em conhecer mais sobre a visão dos irmãos a respeito do pentecostalismo e sobre como iniciar uma assembleia local cristã fiel aos ensinamentos bíblicos. Procurarei responder da maneira mais clara e objetiva possível.


1. Há algum curso de formação?

No contexto das igrejas que seguem o modelo apostólico do Novo Testamento, não há um curso formal de formação teológica no sentido tradicional, como seminários ou institutos bíblicos. O aprendizado acontece principalmente por meio do estudo diligente das Escrituras, comunhão com irmãos mais experientes e a prática da vida cristã dentro do contexto de uma igreja local.

Os primeiros cristãos aprendiam por meio da exposição contínua da Palavra de Deus e da edificação mútua (Atos dos Apóstolos 2:42). O Espírito Santo é o verdadeiro Mestre, que ilumina as Escrituras para o crente sincero (João 16:13; 1 João 2:27). Assim, o ideal é buscar a instrução diretamente na Bíblia e acompanhar os ensinamentos daqueles que têm uma caminhada mais longa na fé, sempre verificando se o ensino está de acordo com as Escrituras (Atos dos Apóstolos 17:11).

Se deseja aprofundar seu conhecimento, uma boa prática é estudar sistematicamente a Bíblia, buscando orientação de irmãos que possam ajudar a compreender melhor as doutrinas fundamentais da fé cristã.


2. Como se começa uma assembleia local cristã?

Acima de tudo, é essencial que haja pessoas verdadeiramente salvas pela graça de Deus mediante a fé no Senhor Jesus (Efésios 2:8-9).

A formação de uma assembleia de crentes segundo o modelo bíblico não segue um método institucional ou hierárquico, mas um princípio simples e baseado na Palavra de Deus. Alguns pontos essenciais a serem observados:

  1. Cristo como centro – Toda reunião e prática devem estar firmadas na centralidade de Cristo (Mateus 18:20; Colossenses 1:18).

  2. Autoridade da Escritura – A Bíblia deve ser a única regra de fé e prática, sem acréscimos humanos (2 Timóteo 3:16-17).

  3. Reuniões baseadas no modelo do Novo Testamento – No início da igreja cristã, os crentes se reuniam em simplicidade, para oração, ensino da Palavra, comunhão e partir do pão (Atos dos Apóstolos 2:42). Esse é o padrão a ser seguido.

  4. Sem hierarquias clericais – No Novo Testamento, não há um sistema clerical como encontrado em muitas denominações hoje. Os irmãos se reúnem em dependência do Senhor, e aqueles que possuem dons espirituais os exercem para edificação mútua (1 Coríntios 12:4-7; Efésios 4:11-12).

  5. Nomeação de anciãos – Com o tempo, Deus levanta irmãos qualificados segundo as diretrizes de 1 Timóteo 3:1-7 e Tito 1:5-9 para pastorearem o rebanho.

  6. Evangelismo e discipulado – A igreja local deve se preocupar em pregar o evangelho e ensinar os novos convertidos (Mateus 28:19-20).

Se houver um grupo de crentes que deseja se reunir seguindo esses princípios, deve-se começar com oração e estudo da Palavra, pedindo direção ao Senhor.


3. Qual a visão dos irmãos sobre o pentecostalismo?

Os irmãos que seguem a simplicidade do Novo Testamento entendem que o pentecostalismo moderno contém ensinamentos e práticas que não encontram base clara nas Escrituras. Alguns pontos a considerar:

  1. Os dons de sinais foram temporários – Os apóstolos receberam dons especiais para autenticar a mensagem do evangelho na era inicial da igreja (Hebreus 2:3-4; 2 Coríntios 12:12). Com a conclusão do cânon bíblico e a maturidade da igreja, esses dons cessaram, pois seu propósito já havia sido cumprido.

  2. O verdadeiro batismo no Espírito Santo ocorre no novo nascimento – A Bíblia ensina que todo crente é batizado no Espírito Santo no momento em que nasce de novo (1 Coríntios 12:13; Efésios 1:13-14). Não há uma segunda experiência obrigatória como ensinam alguns grupos pentecostais.

  3. O falar em línguas na Bíblia não é o mesmo das igrejas pentecostais – No Novo Testamento, as línguas eram idiomas reais dados como sinal para os incrédulos judeus (Atos dos Apóstolos 2:6-11; 1 Coríntios 14:21-22). Hoje, o dom de línguas, como era conhecido na igreja primitiva, não tem mais função.

  4. A suficiência das Escrituras – Deus fala conosco hoje exclusivamente por meio da Bíblia. Não há novas revelações ou profecias que acrescentem algo à Palavra de Deus (2 Timóteo 3:16-17; Apocalipse 22:18-19).


Isso não significa que os irmãos desconsideram o zelo de muitos pentecostais, mas acreditam que a melhor maneira de servir a Deus é retornar ao padrão bíblico, sem acréscimos ou práticas que não tenham fundamento claro na Palavra de Deus.

Se deseja estudar mais sobre o assunto, encorajo a examinar as Escrituras e buscar a direção do Senhor para entender qual é a Sua vontade.


No amor de Cristo,

Josué Matos

41. A Bíblia dá margem para várias interpretações? (04/03/2025)


O que me escreveram:

O problema é que a Bíblia dá margem a milhares de interpretações e, desse modo, cria milhares de religiões e seitas e todas se julgam a verdadeira. Na verdade, é uma confusão generalizada onde todos se julgam donos da verdade... A verdade suprema e absoluta está somente em Deus Pai e somente Ele pode julgar toda humanidade... Fico tranquilo sabendo que, antes de ser Soberano, Deus é Justo e Misericordioso e nada passa batido aos Seus olhos... 


Minha resposta:

Agradeço sua mensagem e seu interesse em refletir sobre essas questões tão profundas. Concordo plenamente que a verdade absoluta pertence a Deus, pois Ele é o Criador de todas as coisas e o único que tem conhecimento perfeito e infalível. Como diz a Escritura:

"Ao Senhor, teu Deus, pertencerão os segredos, mas as coisas reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei." (Deuteronômio 29:29)

Deus é, de fato, Justo e Misericordioso, e nada escapa do Seu conhecimento. No entanto, isso não significa que Ele nos deixou à mercê da confusão religiosa ou que a Bíblia seja um livro aberto a qualquer interpretação subjetiva. Pelo contrário, a Palavra de Deus foi dada para ser compreendida, e não para gerar caos e divisão.


1. A Bíblia Pode Ser Compreendida?

Você mencionou que a Bíblia dá margem a muitas interpretações, o que leva à formação de diversas religiões e seitas. Isso realmente é um fato histórico, mas será que o problema está na Bíblia ou na forma como os seres humanos a interpretam?

A própria Escritura ensina que Deus não é um autor de confusão:

"Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos." (1 Coríntios 14:33)

A divisão entre religiões ocorre não porque a Bíblia seja ambígua, mas porque muitas pessoas se aproximam dela sem reverência, sem dependência do Espírito Santo e, muitas vezes, com intenções erradas, buscando apoiar suas próprias ideias em vez de permitir que a Palavra molde suas crenças. O apóstolo Pedro já advertia sobre aqueles que distorcem as Escrituras:

"Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição." (2 Pedro 3:16)

Isso significa que existem pessoas que interpretam erroneamente a Bíblia, mas não porque a Bíblia seja contraditória, e sim porque se afastam da correta abordagem espiritual e textual.


2. Como Podemos Saber a Verdade?

A verdade não está em uma multiplicidade de interpretações humanas, mas naquilo que Deus revelou. O Senhor Jesus Cristo declarou:

"Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade." (João 17:17)

Ele também afirmou:

"Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim." (João 14:6)

Isso significa que a verdade suprema não é subjetiva ou relativa. Deus revelou a verdade por meio de Sua Palavra e por meio de Seu Filho. Quando nos aproximamos da Bíblia com um coração humilde e sincero, Deus nos guia à verdade.


3. E as Muitas Religiões?

De fato, existem muitas religiões e seitas que afirmam ser a verdadeira. Mas o próprio Senhor Jesus já nos advertiu que haveria falsos mestres e que muitos seguiriam caminhos de engano:

"Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos." (Mateus 24:24)

A multiplicidade de religiões não é uma prova contra a Bíblia, mas sim uma confirmação daquilo que as Escrituras previram. O Senhor nos convida a examinar tudo e reter o que é verdadeiro (1 Tessalonicenses 5:21).

O critério para discernir entre o verdadeiro e o falso não é a opinião humana, mas aquilo que está conforme a Palavra de Deus. O Senhor Jesus disse:

"Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará." (João 8:31-32)

4. Deus é Justo e Nada Passa Despercebido

Você expressou confiança no fato de que Deus julgará toda a humanidade com justiça, e isso é uma verdade fundamental. As Escrituras afirmam:

"Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos." (Atos dos Apóstolos 17:31)

A justiça de Deus significa que Ele recompensará os justos e julgará os ímpios. Mas Sua misericórdia também nos dá a oportunidade de sermos salvos, pois Ele deseja que todos venham ao arrependimento (2 Pedro 3:9).


Conclusão

Sim, há muita confusão religiosa no mundo, mas isso não significa que Deus nos deixou sem um caminho claro. A verdade está na Sua Palavra, e Ele nos convida a buscá-la com humildade e sinceridade. Aqueles que realmente desejam conhecer a verdade podem encontrá-la por meio de um relacionamento vivo com Deus através de Jesus Cristo.

Se desejar continuar essa conversa e explorar mais sobre as Escrituras, estou à disposição.


Atenciosamente,
Josué Matos

42. As boas obras nos levam para o céu? (04/03/2025)


O que me escreveram: 

Não tenho dúvida, do que está claro na Bíblia. O senhor, está equivocado. A Bíblia diz que os mortos serão julgados, cada um por suas obras. (Apocalipse 20:11-15) / Atos 10:1-4 / Tiago 2:14-26) Não quer dizer, que um crente, ele vai ser perfeito em obras, mas, as obras dele deve contribuir para a sua salvação, mediante a fé em Cristo. Tiago é bem claro, ao dizer que: "fé sem obras é morta". Salomão, foi salvo! E isso tem como provar na Bíblia: Leia: 1 crônicas 17:11-15 / 2 Samuel 7:12-17).


Minha resposta:

Você está confundindo duas coisas fundamentais: a justificação diante de Deus e as evidências da fé na vida do crente. A salvação não é pelas obras, mas as obras são o fruto da fé verdadeira. Vamos analisar os textos que você citou dentro do seu devido contexto.


1. Apocalipse 20:11-15 - O Julgamento dos Mortos

O texto de Apocalipse 20 fala sobre o juízo do grande trono branco, que é para os mortos ímpios, aqueles que não estão no livro da vida. De fato, eles serão julgados pelas suas obras, mas note que esse julgamento não é para decidir a salvação deles, pois todos que aparecem diante desse trono já estão condenados! Se um homem pensa que será salvo por suas obras, ele será julgado exatamente por elas – e condenado, pois nenhuma obra humana pode ser suficiente diante da santidade de Deus.

Se você acredita que será salvo por obras, esse é o julgamento que você enfrentará. No entanto, os crentes não estarão ali, porque já foram justificados pela fé em Cristo (Romanos 8:1, João 5:24).


2. Atos 10:1-4 – Cornélio e as Suas Obras

Cornélio era um homem piedoso, mas mesmo com todas as suas boas obras ele ainda não era salvo. Se ele fosse salvo por obras, Pedro não precisaria pregar para ele! Mas o que aconteceu? Deus mandou Pedro anunciar o evangelho da graça, e Cornélio creu e recebeu o Espírito Santo (Atos 10:43-44). Isso prova que as boas obras, por mais que sejam apreciadas por Deus, não são suficientes para a salvação.


3. Tiago 2:14-26 – Fé sem Obras é Morta

Este é o trecho que muitos usam para tentar justificar uma salvação pelas obras, mas Tiago não está dizendo que as obras salvam. Ele está dizendo que uma fé verdadeira se manifesta por meio de obras. O que ele combate é a falsa fé, aquela que apenas professa crer, mas não demonstra mudança de vida.

Isso se harmoniza perfeitamente com Efésios 2:8-10:

  • Somos salvos pela graça, mediante a fé, não pelas obras (Ef 2:8-9).
  • Somos criados em Cristo para boas obras (Ef 2:10).

As boas obras são consequência da fé verdadeira, mas não são o meio da salvação. A fé sem obras é morta, porque é uma fé falsa – mas a salvação é somente pela fé em Cristo.


4. E Salomão, foi salvo?

Os textos que você citou (1 Crônicas 17:11-15; 2 Samuel 7:12-17) falam da promessa de Deus a Davi de que seu filho reinaria, e que de sua linhagem viria o Messias. Mas isso não prova a salvação de Salomão. Na verdade, a Bíblia não afirma claramente se Salomão foi salvo ou não. O que sabemos é que ele caiu em idolatria no final de sua vida (1 Reis 11:4-11). Deus não confirmou sua salvação, mas apenas manteve sua promessa a Davi.

Se Salomão se arrependeu no final da vida, como sugere Eclesiastes, então sim, ele foi salvo – mas não pelas suas obras, e sim pela misericórdia de Deus.


Conclusão

  • A salvação é pela graça, mediante a fé, sem as obras (Efésios 2:8-9).
  • As obras são o resultado da fé verdadeira, mas não o meio da salvação (Tiago 2:17).
  • Quem confia nas suas obras será julgado por elas – e será condenado (Apocalipse 20:12).
  • A justificação não vem das obras da lei, mas pela fé em Cristo (Romanos 3:28, Gálatas 2:16).

Se você ainda acha que suas obras contribuem para a sua salvação, então você está confiando em si mesmo, e não em Cristo. Arrependa-se e creia somente na graça de Deus.


Josué Matos

43. Ananias e Safira perderam a salvação? (04/03/2025)


O que me escreveram:

Você ainda acha que Ananias e Safira serão salvos? Você acha que João estava falando de morte física? Isto prova o quanto você é carnal, ao ler e interpretar as Escrituras sagradas. 


Minha Resposta:

Ananias e Safira foram salvos, apesar de sua grave transgressão relatada em Atos 5:1-11. Eles mentiram sobre o valor da venda de uma propriedade, tentando enganar os apóstolos e, consequentemente, o Espírito Santo. Como disciplina divina, Deus os julgou imediatamente, resultando em sua morte física. No entanto, isso não significa que tenham perdido a salvação.


A disciplina severa que receberam deve ser entendida à luz de Hebreus 12:6: "Porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho." Deus disciplina Seus filhos para preservar a santidade da Igreja, mas isso não implica que Ananias e Safira foram condenados eternamente. Assim como outros crentes que sofreram disciplina severa, como os coríntios que adoeceram e morreram por participarem indignamente da Ceia do Senhor (1 Coríntios 11:30), Ananias e Safira foram disciplinados com a morte física, mas não perderam sua salvação.


Em relação a 1 João 5:16, o "pecado para a morte" refere-se claramente à morte física como consequência de uma transgressão grave. O contexto das Escrituras mostra que Deus pode aplicar disciplina severa a crentes que persistem em pecado sem arrependimento. Como exemplos, temos Ananias e Safira (Atos 5) e os crentes em Corinto (1 Coríntios 11:30). O texto não está falando de uma condenação eterna, mas de um julgamento divino em vida.


A salvação não vem das obras, nem antes da conversão e nem depois. O pecador é salvo pela graça mediante a fé, e isso é dom de Deus, não das obras (Efésios 2:8-9). Assim, um salvo pode cair em pecado e ser disciplinado, até mesmo com a morte física, mas isso não anula a obra da redenção de Cristo. Uma vez salvo, sempre salvo, pois a salvação é obra exclusiva de Deus e não depende do mérito humano.


Interpretar a salvação como algo que pode ser perdido por causa das obras conduz a um entendimento errôneo do evangelho da graça. O sacrifício de Cristo é perfeito e suficiente para garantir a eterna redenção de todo aquele que crê (Hebreus 10:14). Portanto, mesmo que um crente peque e seja disciplinado, sua salvação permanece segura em Cristo.


Josué Matos

44. Infelizmente, tudo que nos foi ensinado por esse livro, a Bíblia, não é “A VERDADE”. (06/03/2025)


Você tem o direito de questionar a Bíblia, assim como eu tenho o direito de crer que ela é a verdade absoluta. Mas permita-me desafiá-lo a refletir: se a Bíblia não é a verdade, então o que define a verdade? A opinião de um grupo? A experiência pessoal? O sentimento de cada um? Se não há um padrão absoluto, então qualquer coisa pode ser "verdade" para alguém e "mentira" para outro, tornando o conceito de verdade irrelevante.


O próprio Senhor Jesus declarou: "Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade" (João 17:17). Se Ele é um mestre confiável, como muitos reconhecem, então Suas palavras precisam ser levadas a sério.


Além disso, a Bíblia tem resistido ao teste do tempo. Ela é historicamente consistente, profeticamente precisa e espiritualmente transformadora. Nenhum outro livro impactou tanto a humanidade em todas as áreas: moral, social, científica e espiritual. Muitos tentaram desacreditá-la, mas a Palavra de Deus permanece firme.


A verdadeira questão não é se a Bíblia é verdade, mas se estamos dispostos a aceitá-la e nos submeter a ela. Afinal, rejeitar a verdade não a torna menos verdadeira.

Se você acredita que a Bíblia não contém a verdade, convido-o a apontar, com base em evidências concretas e não apenas opiniões, onde ela falha. Estou disposto a um diálogo respeitoso e fundamentado.


Que Deus ilumine seu entendimento.


Josué Matos

45. Mas o Sr. crê na Eleição e Predestinação? (07/03/2025)


A doutrina da eleição e da predestinação é uma das mais profundas verdades reveladas nas Escrituras. Ao longo da história cristã, muitos têm debatido sua relação com a responsabilidade humana. No entanto, a Escritura apresenta essas verdades como harmônicas, não contraditórias.


1. Diferença entre Eleição e Predestinação

Embora esses termos sejam frequentemente usados de maneira intercambiável, eles possuem diferenças fundamentais na Escritura:

  • Eleição refere-se à escolha soberana de Deus de determinadas pessoas para a salvação. Essa escolha ocorreu antes da fundação do mundo, conforme Efésios 1:4: "Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor."

  • Predestinação diz respeito ao destino que Deus preparou para aqueles que foram eleitos. Em Romanos 8:29-30, vemos que os que foram conhecidos por Deus foram também predestinados a serem conformes à imagem de Cristo. Assim, a predestinação não apenas envolve a salvação, mas também o objetivo final de santidade e glorificação.

A distinção é que a eleição trata da escolha, enquanto a predestinação trata do destino designado para os eleitos.


2. A Soberania de Deus na Eleição

A doutrina da eleição enfatiza que a salvação é uma obra soberana de Deus. Ele não escolhe baseado em qualquer mérito humano, mas segundo o conselho da Sua própria vontade.

Em Atos 13:48, vemos essa verdade: "E creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna." Isso mostra que a fé é resultado da obra divina, não algo que parte da iniciativa humana.

No entanto, a eleição não exclui a necessidade da pregação do Evangelho. Deus não apenas elege, mas também ordena meios pelos quais os eleitos serão chamados, como vemos em Romanos 10:14-15.


3. A Predestinação e o Propósito Divino

A predestinação envolve a ideia de um destino final preparado por Deus. Em Efésios 1:5, lemos que fomos "predestinados para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade." Assim, a predestinação não é apenas para a salvação, mas para uma posição espiritual definida: sermos filhos adotivos de Deus.


4. A Responsabilidade do Homem

Embora a salvação seja uma obra soberana de Deus, a responsabilidade humana é ensinada claramente nas Escrituras. Deus chama todos ao arrependimento, conforme Atos 17:30: "Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam."

O Senhor Jesus declarou: "Todo aquele que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora." (João 6:37). Isso demonstra que os eleitos virão a Cristo, mas também enfatiza que eles devem vir, ou seja, sua responsabilidade é real.

O pecador que rejeita o Evangelho não poderá culpar a Deus pela sua incredulidade, pois João 3:18 afirma: "Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus."


5. Conclusão: Uma Harmonia Perfeita

A eleição e a predestinação não anulam a responsabilidade do homem. Elas são aspectos complementares do plano redentor de Deus. A pregação do Evangelho é necessária, e os que são chamados a crer devem responder em arrependimento e fé.

Deus é soberano em Sua escolha, mas também ordenou que a salvação viesse por meio da fé. Essa tensão entre soberania e responsabilidade é um mistério divino que a mente humana não pode compreender totalmente. O crente deve confiar no plano soberano de Deus e, ao mesmo tempo, proclamar o Evangelho fielmente, sabendo que a salvação pertence ao Senhor.


Dessa forma, não cabe ao homem questionar a justiça divina, mas sim confiar que Deus, sendo perfeito em sabedoria e bondade, conduz todas as coisas para o cumprimento de Seus propósitos eternos.


Josué Matos

46. Os 10 mandamentos são bíblicos? Se faz favor de os ler com muita ATENÇÃO. (07/04/2025)


Os Dez Mandamentos são bíblicos? Claro que sim, ninguém nega isso! Eles fazem parte da Lei que Deus entregou a Moisés no Monte Sinai para o povo de Israel (Êxodo 20:1-17). Mas a questão mais profunda é: qual é o papel da Lei na Antiga e na Nova Aliança? Você já leu com atenção o livro de Gálatas e Romanos 4?


1. Os Dez Mandamentos na Antiga Aliança

Na Antiga Aliança, a Lei foi dada a Israel para revelar o caráter santo de Deus e mostrar ao homem sua pecaminosidade (Romanos 3:20: "pela lei vem o conhecimento do pecado"). O propósito da Lei nunca foi salvar, mas apontar para a necessidade de um Redentor. Como está escrito:

"Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos." (Tiago 2:10)

Ou seja, a Lei não era um meio de salvação, mas um espelho para revelar a incapacidade do homem de cumprir os padrões divinos.


2. O Cumprimento da Lei no Novo Testamento

Com a vinda de Jesus Cristo, algo extraordinário aconteceu. Ele não veio abolir a Lei, mas cumpri-la (Mateus 5:17). Isso significa que Ele obedeceu perfeitamente à Lei e, ao morrer na cruz, satisfez plenamente suas exigências.

Paulo explica isso claramente em Romanos 4, ao mostrar que a justificação não vem pelas obras da Lei, mas pela fé, assim como aconteceu com Abraão:

"Porque se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar, mas não diante de Deus. Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça." (Romanos 4:2-3)

Se Abraão foi justificado pela fé antes da Lei ser dada, por que hoje alguém tentaria se justificar por ela?


3. A Nova Aliança e a Lei de Cristo

Na Nova Aliança, a Lei mosaica não é mais o padrão para os crentes. Em vez disso, somos chamados a viver pela Lei de Cristo (Gálatas 6:2), que se baseia no amor a Deus e ao próximo. Isso é reafirmado quando o Senhor Jesus resume toda a Lei em dois mandamentos:

"Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas." (Mateus 22:37-40)

Isso significa que, no Novo Testamento, os mandamentos morais de Deus continuam válidos, mas não estamos mais debaixo do jugo da Lei mosaica, que incluía o sábado, as restrições alimentares e os rituais cerimoniais.


4. E o Quarto Mandamento?

Os adventistas insistem na obrigatoriedade da guarda do sábado, mas a Bíblia ensina que o sábado era um sinal específico entre Deus e Israel:

"Tu, pois, falarás aos filhos de Israel, dizendo: Certamente guardareis os meus sábados; porque isso é um sinal entre mim e vós nas vossas gerações, para que saibais que eu sou o Senhor, que vos santifica." (Êxodo 31:13)

O Novo Testamento não exige que os cristãos guardem o sábado. Pelo contrário, Paulo ensina que ninguém deve ser julgado por isso:

"Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo." (Colossenses 2:16-17)

Se o sábado era uma sombra, e Cristo é a realidade, por que continuar presos a algo que já se cumpriu?


5. O Que a Lei de Moisés Não Pôde Fazer, Cristo Fez

Em Atos 13:38-39, Paulo declara:

"Seja-vos, pois, notório, varões irmãos, que por este se vos anuncia a remissão dos pecados. E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é justificado todo aquele que crê."

Aqui fica claro: a Lei não pode justificar o homem. Apenas Cristo pode trazer a verdadeira justificação pela fé.


6. Conclusão

Os Dez Mandamentos são bíblicos? Sim. Mas o cristão está debaixo da Lei de Moisés? Não. A justificação vem somente pela graça mediante a fé em Cristo (Efésios 2:8-9).

Então, minha pergunta para você é:
🔹 Você já leu Gálatas e Romanos 4 com atenção?
🔹 Como você explica os textos que dizem que a Lei foi abolida em Cristo (Efésios 2:15) e que o crente não está debaixo da Lei, mas da graça (Romanos 6:14)?


Fico no aguardo da sua resposta! 😊


Josué Matos

47. A Ressurreição dos Justos? (10/03/2025)


Alguém me Perguntou:
Boa noite, irmão, assisti seu vídeo, muito bom ainda mais com viés pré tribulacionista...vou aqui dar minha opinião e peço lhe gentilmente que me corrija, caso veja necessidade: Em 1° tessalonicenses 4:16 diz que os mortos ressuscitarão primeiro (todos) e em Apocalipse 6, os mártires do passado estão clamando pelos mártires da grande tribulação, no texto que o Sr me ciona de apocalipse 20 deixa claro que essa ressurreição tem a ver com a besta e a grande tribulação, logo, essa ressurreição é apenas dos salvos da grande tribulação já que os demais já ressuscitaram e são esses que também vão julgar com Cristo no milênio Se possível me ajuda a entender, obrigado. 


Minha Resposta:

Agradeço por assistir ao vídeo e por compartilhar suas reflexões sobre a ressurreição mencionada em 1 Tessalonicenses 4:16 e Apocalipse 20:4-6. Vamos analisar os textos para compreender melhor as diferentes fases da ressurreição conforme apresentadas nas Escrituras.

1. Ressurreição em 1 Tessalonicenses 4:16

"Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro." (1 Tessalonicenses 4:16)

Aqui, Paulo está se referindo ao arrebatamento da Igreja, um evento em que os crentes que morreram em Cristo ressuscitarão, e os crentes vivos serão transformados e arrebatados para encontrar o Senhor nos ares. Esta ressurreição é específica para aqueles que estão "em Cristo", ou seja, os crentes desde o Pentecostes até o momento do arrebatamento.

2. Ressurreição dos crentes do Antigo Testamento

Os crentes do Antigo Testamento também participarão da ressurreição, mas em um momento diferente. Em Daniel 12:2, vemos uma referência clara:

"E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno." (Daniel 12:2)

Os santos do Antigo Testamento, como Abraão, Moisés, Davi e os profetas, serão ressuscitados no final da Grande Tribulação, juntamente com os mártires desse período, para entrarem no reino milenar de Cristo. Essa ressurreição é mencionada em Apocalipse 20:4-6, onde os santos ressuscitam para reinar com Cristo por mil anos.

3. Mártires em Apocalipse 6:9-11

"E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?" (Apocalipse 6:9-10)

Essas almas são dos mártires que morreram por sua fé antes e durante a Grande Tribulação. Eles clamam por justiça, e lhes é dito que descansem por um pouco mais de tempo, até que se complete o número de seus conservos e irmãos que também seriam mortos como eles.

4. Ressurreição em Apocalipse 20:4-6

"E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos. Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição. Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele mil anos." (Apocalipse 20:4-6)

Este trecho refere-se à ressurreição dos mártires da Grande Tribulação, aqueles que não adoraram a besta nem receberam sua marca. Eles ressuscitam para reinar com Cristo durante o Milênio. Essa ressurreição também inclui os santos do Antigo Testamento, pois eles também são participantes das promessas do Reino Messiânico.

Conclusão

As Escrituras apresentam diferentes fases na ressurreição dos justos:

  1. Ressurreição dos que morreram em Cristo: Ocorre no arrebatamento da Igreja, conforme 1 Tessalonicenses 4:16.
  2. Ressurreição dos santos do Antigo Testamento e dos mártires da Grande Tribulação: Ocorre após a Segunda Vinda de Cristo, antes do Milênio, conforme Apocalipse 20:4-6 e Daniel 12:2.

Ambas as ressurreições fazem parte da "primeira ressurreição", destinada aos justos, que reinarão com Cristo. A "segunda morte" não tem poder sobre eles. Os ímpios serão ressuscitados posteriormente, após o Milênio, para o julgamento final.

Espero que esta explicação ajude a esclarecer sua dúvida. Que o Senhor continue a iluminar seu entendimento das Escrituras.


Josué Matos

48. Onde Deus colou o Seu Nome. (10/03/2025)


Alguém me Escreveu:

Deuteronômio, 12:5, diz que é o Senhor Jeová que escolheu o Lugar para pôr ali o Seu Nome, que depois de Siló, definitivamente o lugar foi onde Salomão construiu o Templo. Hoje é a mesma coisa o Senhor Jesus não coloca o Seu Nome onde os homens escolhem, mas onde Ele escolher. Mateus, 18:20; Atos, 4:12. Os homens hoje se formam no curso de Teologia, como pastores, doutores em divindade, chamados apóstolos, reverendos, etc. Seria o Senhor conhecido pelas pessoas através de uma carteira de Universidade? Se assim fosse, o Senhor teria enganado Pedro quando disse que Ele era o Cristo, o Filho do Deus vivo! Mateus, 16: 16 (redação de Pedro), 17 (resposta do Senhor Jesus). Porque aqui o Senhor Jesus revelou que as revelações dos céus são dadas por Drus e não por uma Universidade humana! Esse é o motivo de se ouvir tanta bobagem quando certos Teólogos, não estou generalizando, certos pastores, a mesma coisa, mas vivem nos meios sociais falando bobagens. Olha os erros que cometeu Agostinho, que é considerado um "pai" da Igreja. Alguns papas, até o pregador Charles Spurgeon que, a meu ver, era um salvo, mas misturava política com o evangelho, o mesmo que fazem a maioria dos chamados pastores hoje. Digo aqui, pastor é aquele que tem o DOM dado por Cristo e não é formado em teologia. A Igreja (Assembleia) que, após a morte do último Apostolo (João), se escravizou neste mundo, começou com a perda do Primeiro Amor, isto é, perdeu o seu foco no Senhor Jesus, e começou a olhar para homens que goram querendo adquirir a primazia. Devemos ler a 3 Carta do Apóstolo João, pois já tinha isso no meio da Igreja ainda no tempo dos Apóstolos. De lá para cá, o LEGALISMO, o processo judaizante, cresceu. Mas tivemos uma bela Obra do Espírito Santo no início do século 1.800, a sexta Carta, que é a Igreja de Filadélfia, onde o Senhor tirou do meio do Sistema Católico Romano e Protestante, muitos irmãos que começaram a partir o pão entre si fora desses Sistemas, tendo somente o Nome do Senhor como terreno de Reunião! Mas nos anos 1848 começou a primeira divisão entre os irmãos, dando início à chamada Laodiceia, que é o ÚLTIMO ESTÁGIO DE DEPRAVAÇÃO DA CRISTANDADE. Damos muitas graças por Deus Pai nos ter alcançado com sua eterna Graça, e nos santificado (separado) do meio dessa CONFUSÃO! 


Minha Resposta:

Agradeço sua mensagem e a preocupação em manter a verdade das Escrituras acima das tradições humanas. De fato, a questão do lugar onde o Senhor coloca o Seu Nome é fundamental na história da redenção. Em Deuteronômio 12:5, vemos que Deus escolheu um local específico para ali colocar o Seu Nome, o que se cumpriu com a centralização do culto em Jerusalém, conforme estabelecido no templo construído por Salomão. No entanto, com a vinda do Senhor Jesus e a obra consumada na cruz, essa centralização física foi substituída por uma realidade espiritual. O próprio Senhor Jesus disse à mulher samaritana:


"Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem." (João 4:23)


Assim, hoje, não há um local físico escolhido para a adoração, mas sim uma reunião em Seu Nome, conforme Mateus 18:20:


"Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles."


Sobre a questão do ensino teológico e títulos eclesiásticos, é verdade que a revelação espiritual não é adquirida por diplomas humanos, mas concedida pelo próprio Deus. O Senhor Jesus declarou a Pedro:


"Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi a carne e o sangue quem to revelou, mas meu Pai, que está nos céus." (Mateus 16:17)


A verdadeira sabedoria vem do Espírito de Deus, e não apenas do intelecto humano (1 Coríntios 2:14). No entanto, não podemos desconsiderar que o estudo cuidadoso da Palavra é incentivado nas Escrituras. O apóstolo Paulo, por exemplo, instruiu Timóteo a ser diligente no estudo da verdade:


"Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade." (2 Timóteo 2:15)


Isso não significa que a formação acadêmica seja um requisito para o ministério, mas tampouco deve ser desprezada quando utilizada corretamente para edificação. O perigo está quando a sabedoria humana substitui a dependência do Espírito Santo.


Com relação à história da Igreja, vemos desde os tempos apostólicos o perigo do desvio do primeiro amor e a busca pela primazia por parte de alguns homens (3 João 9-10). O crescimento do legalismo e da influência do sistema religioso humano após a morte dos apóstolos também é um fato histórico. Contudo, Deus sempre preservou um remanescente fiel ao longo dos séculos, culminando no despertamento de muitos no século XIX, quando irmãos crentes passaram a se reunir fora das denominações religiosas, reconhecendo apenas o Nome do Senhor como base para a comunhão.


Concordo que Laodiceia representa um estágio de mornidão e declínio espiritual nos últimos dias (Apocalipse 3:14-22), e devemos estar vigilantes para não sermos absorvidos pelo espírito desse tempo. Agradeçamos a Deus por Sua graça que nos separou para Si e sigamos perseverando na verdade, sempre com humildade e amor fraternal.


Que o Senhor nos fortaleça em Sua Palavra e nos ajude a permanecer fiéis até a Sua vinda.


Em Cristo,
Josué Matos

49. Em que ano Jesus Nasceu? (10/03/2025)


O que me Perguntaram:

O irmão disse no início (do vídeo) que os 3 gentios (ou visitantes) (Mateus2) vieram no ano 4 antes do Senhor Jesus. Bom, a meu ver, eles chegaram após o nascimento do Senhor, mas não antes Dele, o problema está no calendário que usamos e o que os judeus usam tem alguns anos de diferença. Uns falam 4 anos antes do ano domini, outros, 4.004, isto é, 4 anos depois, etc. Tem muitas controvérsias, mas está certo que não muda nada, pois Aquele que há de vir, virá, e não atrasará, no ano, no mês, no dia certo, Ele virá nos buscar para nos levar onde Ele está! 


Minha Resposta:

Agradeço seu comentário e sua atenção ao conteúdo do vídeo! De fato, a questão da data exata do nascimento do Senhor Jesus é um tema que tem sido debatido ao longo dos séculos devido às diferenças nos calendários e nos cálculos históricos.


O ponto que mencionei sobre os magos virem "antes" do nascimento do Senhor pode ter gerado dúvida, mas o que quis enfatizar é que eles começaram sua jornada antes do nascimento, guiados pela estrela, e chegaram algum tempo depois. As Escrituras mostram que, quando encontraram o menino, Ele já não estava na manjedoura, mas em uma casa (Mateus 2:11), e Herodes, ao perceber que fora enganado pelos magos, mandou matar os meninos de até dois anos (Mateus 2:16), o que sugere que o Senhor Jesus já poderia ter vários meses ou até mesmo mais de um ano de idade quando os magos chegaram.


Quanto ao calendário, você tem razão em mencionar que há diferenças. Nosso calendário ocidental tem um erro de cálculo, pois foi estabelecido no século VI por Dionísio, o Exíguo, e posteriormente ajustado, mas sem precisão absoluta. Muitos estudiosos apontam que o Senhor Jesus nasceu entre os anos 6 a 4 a.C., com base em eventos históricos como a morte de Herodes, que ocorreu por volta de 4 a.C.


Mas, como você bem disse, a data exata não altera em nada o cumprimento dos propósitos divinos! O mais importante é que Ele veio na plenitude dos tempos, conforme Gálatas 4:4:


"Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei."


E, assim como Sua primeira vinda foi no tempo determinado por Deus, Sua volta também será no momento exato estabelecido pelo Pai. Louvemos a Deus por essa certeza bendita! 🙌

Que o Senhor continue nos edificando em Sua Palavra.


Em Cristo,
Josué Matos



50. Filhos podem orar no devocional familiar? (10/03/2025)


Que me Perguntaram:

Irmão Josué, bom dia! Minha família é de 5 pessoas. Meu marido, eu,  filho n° 1 tem 12 anos, filho n° 2 tem 10 anos, filha n° 3 tem 7 anos. Quando nos juntamos para ler a Bíblia e orar. Colocamos sempre os meninos para ler e orar. Estamos fazendo certo desse jeito? Ou só meu marido fala como se estivesse na assembleia? Tenho outra dúvida também! Já faz mais ou menos 7 anos que tive certeza da minha salvação após ouvir o evangelho com Mário Persona. Desde então, compartilho mensagens do evangelho no Facebook. Posso fazer isso? Ou não por ser mulher? Fiquei muito feliz com o estudo da vestimenta e decidi tirar os ornamentos. Vi também o estudo de Rute!


Minha Resposta:

Fico feliz em ver sua dedicação em buscar orientação para conduzir sua família nos caminhos do Senhor. Vamos abordar suas dúvidas à luz das Escrituras e de ensinamentos cristãos sólidos.


1. Participação das crianças na leitura e oração familiar


Envolver seus filhos na leitura da Bíblia e na oração é uma prática altamente recomendada. As Escrituras enfatizam a importância de ensinar as crianças nos caminhos de Deus desde cedo. Por exemplo, em Deuteronômio 6:6-7, somos instruídos a inculcar os mandamentos de Deus nos filhos, falando deles em diversas situações do cotidiano. Além disso, Provérbios 22:6 nos encoraja a ensinar a criança no caminho em que deve andar, garantindo que, mesmo quando envelhecer, não se desviará dele.


No entanto, a oração na família deve seguir os princípios estabelecidos nas Escrituras. Em 1 Timóteo 2:8, o apóstolo Paulo afirma: "Quero, pois, que os homens orem em todo o lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda." Esse versículo refere-se especificamente aos homens crentes. A oração pública na igreja e dentro do lar deve ser conduzida pelo pai, caso seja um homem salvo. Na ausência do pai em casa, a mãe faz as orações. Os filhos, quando ainda não são crentes, devem aprender ouvindo o pai orar e sendo instruídos na palavra de Deus. Isso lhes proporcionará um modelo para que, quando forem alcançados pelo evangelho, possam orar com entendimento e piedade.


2. Papel do marido e da esposa nas devoções familiares


Embora a liderança espiritual da família seja atribuída ao marido, conforme Efésios 5:23, isso não exclui a participação ativa da esposa nas atividades espirituais do lar. As Escrituras apresentam exemplos de mulheres que desempenharam papéis significativos na instrução e edificação espiritual. Em 2 Timóteo 1:5, Paulo reconhece a fé sincera de Timóteo, que habitou primeiro em sua avó Lóide e em sua mãe Eunice, indicando a influência espiritual feminina na formação de Timóteo. Além disso, em Atos 18:26, Priscila, junto com seu marido Áquila, instruiu Apolo mais pontualmente no caminho de Deus, demonstrando que as mulheres podem apoiar ativamente seu marido no ensino e na edificação espiritual em particular.


3. Compartilhamento do evangelho por mulheres nas redes sociais


Compartilhar mensagens do evangelho é uma forma de cumprir o mandamento de Jesus em Marcos 16:15: "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura." As Escrituras mostram mulheres que desempenharam papéis ativos na disseminação da fé. Em Filipenses 4:3, Paulo menciona mulheres que "trabalharam comigo no evangelho", reconhecendo sua contribuição no ministério. Além disso, em João 4:28-29, 39, a mulher samaritana, após seu encontro com Jesus, compartilhou sua experiência com os habitantes de sua cidade, levando muitos a crerem nele.


Embora 1 Timóteo 2:12 instrua que a mulher não deve "ensinar, nem exercer autoridade sobre o homem (ou de homem)" no contexto da assembleia, isso não impede que ela compartilhe o evangelho em outras esferas, como nas redes sociais, especialmente quando seu objetivo é alcançar outras mulheres ou o público em geral. Portanto, ao compartilhar mensagens do evangelho no Facebook, você está utilizando uma plataforma moderna para disseminar a Palavra de Deus, o que é louvável. 


Antigamente, muitas mulheres crentes escreviam livros e muitos dos hinos que cantamos hoje foram escritos por mulheres.


4. A questão dos ornamentos e vestimenta cristã


A decisão de remover ornamentos e adotar uma vestimenta modesta não é apenas uma questão de convicção pessoal, mas um mandamento bíblico. Em 1 Timóteo 2:9-10, Paulo ensina que as mulheres devem se ataviar "em traje honesto, com pudor e modéstia; não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos preciosos, mas (como convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus) com boas obras." Além disso, em 1 Pedro 3:3-4, é ensinado que o adorno das mulheres não deve ser o exterior, mas "o homem encoberto no coração; no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus."


Outro exemplo significativo é encontrado em Gênesis 35:2-4, quando Jacó, ao preparar sua família para um encontro com Deus, ordenou que se desfizessem dos deuses estranhos e dos enfeites, incluindo brincos. Esse princípio permanece válido, pois reflete a separação do mundo e a busca por uma vida que glorifique a Deus em todos os aspectos, inclusive na aparência exterior.


Conclusão


Sua busca por viver uma vida que agrade a Deus e sua dedicação à sua família são inspiradoras. Continue firmada na Palavra, buscando orientação divina em todas as áreas da sua vida. Lembre-se de que a jornada cristã é contínua, e Deus honra aqueles que o buscam de todo o coração.


Que o Senhor continue a abençoar você e sua família abundantemente.


Em Cristo,

Josué Matos

51. Devemos pedir permissão para entrar na Igreja, o Corpo de Cristo? (11/03/2025)


O que me Escreveram:

A igreja que eu congrego hoje, tinha um véu que me separava de Deus, mas que foi rasgado de alto a baixo me dando acesso direito a Deus, e não tem dia e horário marcado pra eu entrar nela, mas entro nela todos os dias pelo sangue e nome de Jesus, e nessa igreja tem um pastor de verdade que se chama Jesus. E nela não existe essa roubalheira de dinheiro e nem a safadeza que existe na igreja CNPJ, como se tem hoje. Se você quiser conhecer essa igreja e o pastor que se chama Jesus, está convidado. Apenas feche seus olhos onde estiver, e peça permissão para entrar em nome de Jesus, e você terá a maior experiência da sua vida na verdadeira casa de Deus hoje, que é a pessoa de Jesus, templo esse que é o seu próprio corpo que foi erguido ao terceiro dia, quando ele ressuscitou. Experimente fazer isso todos os dias, e pode ser na sua casa mesmo ou onde estiver, e você descobrirá onde é a verdadeira casa de Deus hoje, que não é mais no templo de areia e cimento construído pelo homem e registrado em cartório com um CNPJ, mas na pessoa de Jesus.


Minha Resposta:

Obrigado por compartilhar sua opinião e seu convite para conhecer a verdadeira igreja. É muito importante o que você destacou sobre o véu rasgado de alto a baixo, permitindo-nos acesso direto à presença de Deus através do Senhor Jesus Cristo. Realmente, Mateus 27:51 afirma claramente esse fato significativo.


No entanto, é necessário esclarecer alguns pontos importantes para evitar confusão doutrinária:


  1. A Verdadeira Igreja: A verdadeira igreja não é um edifício feito por mãos humanas, mas também não é apenas o Senhor Jesus. Biblicamente falando, a igreja é composta por todos os salvos em Cristo, conforme 1 Coríntios 12:27 diz: "Ora, vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular." Portanto, a igreja é coletiva, composta por todos os que creem e não uma única pessoa isoladamente.

  2. Congregação Local: Embora concorde plenamente que algumas instituições religiosas possam ter se corrompido, isso não anula o princípio bíblico claro e firme da importância da congregação local. Hebreus 10:25 adverte: "Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia." Assim, é errado generalizar que toda congregação ou igreja com registro oficial (CNPJ) seja corrupta ou inválida. Existem muitas igrejas locais sérias, piedosas e fiéis às Escrituras.

  3. Registro Civil e Local de Reunião: Para manter um salão aberto ao público, onde a igreja se reúne, a legislação brasileira exige um registro oficial para funcionamento. A Bíblia ensina claramente que devemos obedecer às autoridades civis, conforme Romanos 13:1-2. Portanto, não há nada de errado ou antibíblico nesse procedimento. Talvez o erro esteja em não distinguir o local de reunião do que é, de fato, a igreja que ali se reúne. São coisas muito distintas. Reunir-se em casas é muito bom e bíblico, mas uma assembleia com 200 membros, por exemplo, precisará naturalmente de um local maior, possibilitando várias reuniões durante a semana, algo que em uma casa particular não seria viável. Este local público exigirá um registro para o seu pleno funcionamento, mas isto não tem nada a ver com a igreja que se reúne ali.

  4. Sobre fechar os olhos e pedir permissão para entrar: A Bíblia nunca instrui que devemos fechar os olhos nem pedir permissão para entrar na igreja ou no corpo místico de Cristo. Biblicamente, para pertencer ao corpo de Cristo, é preciso arrepender-se dos pecados e crer de coração no Senhor Jesus Cristo como Salvador pessoal, conforme Romanos 10:9 afirma claramente: "Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo." Atos dos Apóstolos 2:41-47 mostra claramente que os novos crentes eram agregados à igreja por meio da fé genuína, não por um ritual específico.

  5. O Corpo de Cristo (literal e místico): O templo ao qual o Senhor Jesus se referiu em João 2:19-21 era o Seu próprio corpo literal e físico, que ressuscitou três dias após a Sua morte. Jesus Cristo está hoje no céu em corpo de carne e ossos, glorificado. O corpo místico de Cristo, que é a Igreja, teve início no dia de Pentecostes, cinquenta dias após a Páscoa. Portanto, é essencial distinguir claramente entre o corpo físico e literal de Cristo e o corpo místico, a Igreja, que é composta por todos os salvos.

  6. Cristo como Pastor Supremo e pastores locais: Sem dúvida, o Senhor Jesus é o nosso Supremo Pastor (João 10:11). Contudo, as Escrituras também mencionam claramente pastores locais, presbíteros ou anciãos estabelecidos por Deus nas congregações locais. Veja Atos dos Apóstolos 20:28: "Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue." Esses homens são responsáveis diante de Deus para cuidar do rebanho local, sob autoridade do Supremo Pastor, Cristo.

  7. Comunhão dos santos: A comunhão pessoal e diária com Cristo é essencial, mas não substitui a comunhão presencial com os demais crentes. Atos dos Apóstolos 2:42 menciona que os primeiros cristãos "perseveravam na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações." Isso mostra claramente que o reunir-se fisicamente com outros irmãos em Cristo é bíblico, saudável e necessário.


Em resumo, a verdadeira igreja envolve sim o relacionamento pessoal com Cristo, mas também inclui o vínculo fraternal com os demais membros do corpo de Cristo, reunindo-se localmente de maneira bíblica, ordenada e estruturada, para edificação mútua.


Que Deus abençoe e esclareça ainda mais seu entendimento e o guie sempre em Sua Palavra.


Com amor em Cristo,

Josué Matos

52. Só existe o Pai e o Filho, sendo o Espírito Santo? (11/03/2025)


O que me Escreveram:

Em Mateus 1:18 está dito que Jesus foi gerado ou concebido pelo Espírito Santo. Se o Espírito Santo é uma pessoa, a 3ª pessoa da Trindade, logo, se Deus é uma Trindade e se o Espírito Santo é a 3ª pessoa da Trindade, então quem é o pai de Jesus? A 1ª pessoa ou a 3ª pessoa? Fica claro que o Espírito Santo é o poder que Deus Pai usou para gerar Jesus no ventre de Maria. 

Eu creio em Deus como uma família constituída da pessoa do Pai e da pessoa do Filho. O Espírito Santo como sendo o poder que unifica e dá expressão a essa família, que se expandirá na eternidade, incorporando todos os salvos. (2Pe 1:4) Não parece bíblico dizer que Eles são pessoas coiguais, quando o próprio Filho diz que o Pai é maior que todos, incluindo Ele (João 10:9; 14:28;) e que Ele é submisso eternamente ao Pai. "Porque todas as coisas [o Pai] sujeitou debaixo de seus pés [do Filho]. Mas, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, claro está que se excetua aquele que sujeitou todas as coisas. E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, também o mesmo Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos" (1 Coríntios 15:27,28) Antes, em 1 Coríntios, Paulo afirmou claramente que "a cabeça de Cristo é Deus" (11:3). Em ambas as passagens, Paulo descreve dois Seres divinos individuais, com Jesus sujeito a Deus Pai. 


Que Respondi:

Vamos analisar suas afirmações e suas referências bíblicas:

Resposta ao Dualista sobre Mateus 1:18 e a Trindade

A resposta a essa questão precisa ser bíblica e teologicamente sólida, considerando o ensino das Escrituras sobre a Trindade e a encarnação do Senhor Jesus Cristo. Vamos analisar ponto por ponto o argumento apresentado.

1. O Espírito Santo e a Geração de Cristo

Mateus 1:18 declara:

"Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo."

O dualista argumenta que, se o Espírito Santo é uma Pessoa distinta da Trindade, então Ele seria "o pai" de Jesus, e não Deus Pai. No entanto, esse raciocínio ignora a unidade da Trindade e a maneira como Deus opera.

A Bíblia ensina claramente que Deus Pai enviou o Filho ao mundo e que o Espírito Santo foi o agente da concepção virginal. Isso não significa que o Espírito Santo seja "o pai" de Jesus, mas que Ele foi o meio pelo qual a encarnação aconteceu.

Lucas 1:35 esclarece isso ainda mais:

"E, respondendo o anjo, disse-lhe: O Espírito Santo virá sobre ti, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus."

Aqui há uma distinção clara:

  • "O Espírito Santo virá sobre ti" → Ele é o agente da concepção.
  • "A virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra" → Isso enfatiza que o poder de Deus estava operando.
  • "Pelo que também o Santo... será chamado Filho de Deus" → O Senhor Jesus não é chamado "Filho do Espírito Santo", mas "Filho de Deus".

Isso demonstra que o Espírito Santo não é "o pai" de Jesus, mas Aquele que realizou a concepção de maneira milagrosa, sem participação humana.

2. O Espírito Santo Não é Apenas um Poder

O argumento do dualista afirma que o Espírito Santo é meramente "o poder de Deus" e não uma Pessoa divina. Essa visão é incorreta e contradiz diversas passagens bíblicas que mostram o Espírito Santo como uma Pessoa divina distinta.

  • O Espírito Santo fala: "E disse o Espírito a Filipe: Chega-te, e ajunta-te a esse carro." (Atos 8:29).
  • O Espírito Santo ensina: "Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas." (João 14:26).
  • O Espírito Santo intercede: "E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis." (Romanos 8:26).

Poder não ensina, não fala, não intercede. Somente uma Pessoa pode fazer isso. O Espírito Santo é a terceira Pessoa da Trindade, não uma mera força impessoal.

3. Deus Pai é Quem Envia o Filho

As Escrituras afirmam consistentemente que Jesus é o Filho do Pai, não do Espírito Santo:

  • "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito." (João 3:16).
  • "E nós temos visto e testificamos que o Pai enviou seu Filho para Salvador do mundo." (1 João 4:14).

Se o Espírito Santo fosse "o pai" de Jesus, essas passagens fariam pouco sentido. O Pai enviou o Filho, e o Espírito Santo foi o agente da concepção no ventre de Maria, mas isso não faz do Espírito Santo "o pai" de Jesus.

Conclusão

O erro do dualista está em ignorar a distinção entre as Pessoas da Trindade e a unidade delas. Ele tenta aplicar uma lógica humana à natureza divina, sem levar em conta como Deus se revelou nas Escrituras.

  • Deus Pai é o Pai de Jesus, pois foi Ele quem O enviou ao mundo.
  • O Espírito Santo é a Pessoa divina que realizou o milagre da concepção no ventre de Maria, mas Ele não é "o pai" de Jesus.
  • O Senhor Jesus Cristo é o Filho eterno de Deus que assumiu a forma humana por meio desse nascimento milagroso.

O argumento dualista não se sustenta biblicamente. Ele reduz o Espírito Santo a um mero "poder", quando a Escritura claramente o apresenta como uma Pessoa divina. Além disso, desconsidera a unidade da Trindade na obra da encarnação.

O Senhor Jesus foi gerado pelo poder do Espírito Santo, mas Ele é chamado Filho de Deus porque foi enviado pelo Pai. Isso está totalmente de acordo com a doutrina da Trindade e com o ensino das Escrituras.


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A visão apresentada afirma que Deus é uma "família" composta pelo Pai e pelo Filho, enquanto o Espírito Santo seria apenas o poder unificador dessa relação. No entanto, essa perspectiva não reflete plenamente o ensino bíblico sobre a Trindade e a divindade do Espírito Santo.


1. A Pluralidade de Pessoas em Deus

A Bíblia ensina claramente que Deus existe em três Pessoas distintas, e não apenas duas. Desde o Antigo Testamento, encontramos indícios da pluralidade dentro da Divindade:

  • Gênesis 1:26 – "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança..."
  • Isaías 6:8 – "A quem enviarei, e quem há de ir por nós?"
  • Mateus 28:19 – "Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo."

A fórmula batismal citada pelo Senhor Jesus coloca o Espírito Santo no mesmo nível do Pai e do Filho, reforçando a ideia de Trindade e de igualdade entre as Pessoas divinas.


2. O Espírito Santo Não é Apenas o "Poder" de Deus

A visão de que o Espírito Santo é meramente "o poder" de Deus não é sustentada pelas Escrituras. O Espírito Santo é uma Pessoa divina, pois:

  • Ele fala: "E disse o Espírito a Filipe: Chega-te, e ajunta-te a esse carro." (Atos 8:29)
  • Ele ensina: "Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas..." (João 14:26)
  • Ele intercede: "O mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis." (Romanos 8:26)
  • Ele pode ser entristecido: "E não entristeçais o Espírito Santo de Deus..." (Efésios 4:30)

Esses atributos indicam personalidade e inteligência, e não meramente uma força impessoal ou uma "energia divina".


3. O Filho é Submisso ao Pai em Função e Não em Essência

O argumento apresentado se baseia em textos como João 14:28 ("O Pai é maior do que eu") e 1 Coríntios 15:27-28 (a submissão do Filho ao Pai). No entanto, a submissão do Senhor Jesus ao Pai refere-se à Sua posição funcional dentro do plano redentor e não a uma inferioridade em essência ou natureza.

  • O Senhor Jesus assumiu a forma de servo: "Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo..." (Filipenses 2:6-7)
  • O Senhor Jesus afirma sua igualdade com o Pai: "Eu e o Pai somos um." (João 10:30)
  • Ele é chamado de Deus: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus." (João 1:1)

A submissão do Filho ao Pai dentro do plano da redenção e no cumprimento do governo divino não significa inferioridade ontológica. O mesmo ocorre no relacionamento humano: uma esposa pode ser submissa ao seu marido sem ser inferior a ele em essência ou valor.


4. O Cabeça de Cristo é Deus – Explicação Correta de 1 Coríntios 11:3

O texto de 1 Coríntios 11:3 ("a cabeça de Cristo é Deus") precisa ser entendido no contexto da ordem funcional dentro da Trindade. A Bíblia mostra que:

  • O Pai envia o Filho (João 3:16), mas isso não significa que o Filho seja inferior.
  • O Filho glorifica o Pai, mas Ele mesmo também é glorificado (João 17:1-5).
  • A submissão do Filho ao Pai não anula Sua divindade.

Se tomássemos o argumento de que a submissão funcional implica inferioridade essencial, então também precisaríamos dizer que uma esposa é ontologicamente inferior ao marido, o que não é verdade segundo a Escritura (Gálatas 3:28).


5. O Ensino Bíblico da Trindade

A doutrina da Trindade ensina que Deus é um único Ser em três Pessoas coiguais e coeternas:

  • O Pai é Deus (Efésios 4:6)
  • O Filho é Deus (Tito 2:13)
  • O Espírito Santo é Deus (Atos 5:3-4)

Essas três Pessoas são distintas, mas compartilham a mesma essência divina. Isso é diferente da visão modalista (que nega a distinção entre as Pessoas) ou da visão subordinacionista (que faz do Filho e do Espírito seres inferiores ao Pai).


Conclusão

A ideia de que Deus é apenas uma "família" composta pelo Pai e pelo Filho, e que o Espírito Santo é apenas um "poder", não encontra respaldo nas Escrituras. A Bíblia claramente ensina que:

  • O Pai, o Filho e o Espírito Santo são Pessoas distintas, mas um único Deus.
  • O Espírito Santo é uma Pessoa e não meramente um poder.
  • A submissão do Filho ao Pai é funcional e não essencial.
  • A Trindade é a forma bíblica de compreender Deus.

Negar a plena divindade do Espírito Santo e a coigualdade entre o Pai e o Filho resulta numa visão distorcida da revelação bíblica. O correto é afirmar que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são três Pessoas distintas, mas unidas na mesma essência divina, eternamente coexistentes como o único Deus verdadeiro.


Josué Matos



53. A Bíblia não é mais para os tempos modernos? (11/03/2025)


O que me escreveram:

A Bíblia não é mais para o novo tempo, da "nova era" .  Já existe há um bom tempo, nesse nosso tempo, a nova "ALIANÇA " 


Minha Resposta:

A afirmação de que "a Bíblia não é mais para o novo tempo" e que há uma "nova aliança" diferente daquela descrita nas Escrituras ignora completamente o que a própria Bíblia ensina sobre a Nova Aliança. Vamos analisar biblicamente esse tema.


1. A Bíblia é Eterna e Imutável

A Palavra de Deus não está sujeita às modas, eras ou filosofias humanas. O próprio Senhor Jesus afirmou:

"O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar." (Mateus 24:35)

Se a Palavra de Deus fosse temporária ou ultrapassada, então essa afirmação do Senhor Jesus seria falsa. No entanto, sabemos que Deus não mente (Números 23:19).

Além disso, o apóstolo Pedro escreveu:

"Porque toda a carne é como a erva, e toda a glória do homem como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor; Mas a palavra do Senhor permanece para sempre." (1 Pedro 1:24-25)

Ou seja, a Palavra de Deus não pode ser substituída por uma "nova revelação" humana.


2. A Verdadeira Nova Aliança

O conceito de "Nova Aliança" não vem do espiritismo ou de qualquer doutrina moderna. Ele já foi revelado na Bíblia, tanto no Antigo Testamento quanto no Novo:

"Eis que virão dias, diz o Senhor, em que farei uma nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá." (Jeremias 31:31)

Essa Nova Aliança foi confirmada pelo Senhor Jesus:

"Este cálice é a nova aliança no meu sangue, que é derramado por vós." (Lucas 22:20)

O apóstolo Paulo também explicou:

"Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de uma melhor aliança, que foi estabelecida sobre melhores promessas." (Hebreus 8:6)

Portanto, a Nova Aliança não tem nada a ver com espiritismo, reencarnação ou qualquer "nova era". A Nova Aliança é a salvação por meio do sacrifício de Jesus Cristo, conforme registrado nas Escrituras.


3. O Perigo das "Novas Revelações"

O apóstolo Paulo advertiu contra qualquer evangelho diferente do que já foi pregado:

"Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos temos anunciado, seja anátema." (Gálatas 1:8)

Isso inclui qualquer tentativa de substituir a Bíblia por revelações humanas, mediunidade ou falsas doutrinas. O espiritismo kardecista nada mais é do que um "outro evangelho", que contradiz as Escrituras e tenta invalidar a suficiência da Palavra de Deus.


4. A Verdade é Imutável

Deus não muda e sua verdade também não:

"Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos." (Malaquias 3:6)

A "nova era" que o espiritismo prega não passa de um engano para afastar as pessoas da verdade. Não há "nova revelação" além daquela que já foi dada por Deus através dos profetas, do Senhor Jesus e dos apóstolos.


Conclusão

A Bíblia não é ultrapassada, mas continua sendo a única fonte de verdade e a única regra de fé e prática para a humanidade. A verdadeira Nova Aliança é a obra de redenção realizada por Jesus Cristo, não uma filosofia espírita. Quem rejeita a Palavra de Deus para seguir doutrinas humanas está se afastando da salvação oferecida por Cristo.

"Examinai as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam." (João 5:39)

O caminho da vida eterna não está em uma "nova revelação" ou "nova era", mas sim no Senhor Jesus Cristo e na Sua Palavra eterna.


Josué Matos

54. Divórcio anula o casamento? (12/03/2025)

Que me Perguntaram:
Quando comecei a me relacionar com meu ex-marido, ele era casado, não tinha esse conhecimento. Deus nos resgatou, ele se divorciou e casamos, mas houve o adultério da parte dele e nós separamos. Deus tem falado em restauração e estou esperando e orando por isso. Então, nesse caso, eu estou solteira? Fiquei confusa. Deus tem falado muito sobre nós.

 

Minha Resposta:

Que bom que você compartilhou sua situação, e eu entendo como isso pode gerar confusão, especialmente quando envolve questões tão delicadas como casamento, divórcio e a vontade de Deus. Vamos refletir juntas sobre isso à luz do que a Palavra nos ensina, com um coração aberto para buscar clareza e direção.


Primeiro, vamos considerar sua situação passo a passo. Quando você começou a se relacionar com seu ex-marido, ele ainda era casado com outra pessoa. Mais tarde, ele se divorciou dela e vocês se casaram. Depois disso, ele cometeu adultério contra você, o que levou à separação de vocês. Agora, você sente que Deus tem falado sobre restauração, e você está orando por isso, mas se pergunta se, nesse contexto, está solteira.


De acordo com o ensino bíblico, o casamento é uma união estabelecida por Deus, destinada a ser indissolúvel enquanto ambos os cônjuges estiverem vivos. A Bíblia diz que o que Deus uniu, o homem não deve separar (Mateus 19:6). Isso significa que, aos olhos de Deus, o vínculo matrimonial é algo muito sério e permanente, exceto pela morte de um dos cônjuges (Romanos 7:2-3). O divórcio, embora permitido em algumas situações no Antigo Testamento por causa da dureza do coração humano (Mateus 19:8), não é o ideal de Deus, e o Novo Testamento reforça que ele não desfaz o vínculo original aos olhos divinos.


No seu caso, o primeiro casamento dele com a outra mulher ainda era válido quando vocês começaram o relacionamento. Mesmo que ele tenha se divorciado legalmente dela para casar com você, a Bíblia sugere que, aos olhos de Deus, esse divórcio não dissolveu o primeiro vínculo, a menos que tenha havido uma causa específica como a morte da primeira esposa (o que não parece ser o caso aqui). Assim, quando ele casou com você, esse segundo casamento pode não ser reconhecido como válido diante de Deus enquanto a primeira esposa dele estiver viva. Isso é reforçado em passagens como Lucas 16:18, que diz que quem se divorcia e casa com outra pessoa comete adultério, e em Marcos 10:11-12, que aplica isso tanto ao homem quanto à mulher.


Depois, quando ele cometeu adultério contra você e vocês se separaram, isso não mudou o fato de que, biblicamente, o primeiro casamento dele ainda pode ser visto como o vínculo válido aos olhos de Deus. Quanto à sua situação atual, se o seu casamento com ele não é considerado válido diante de Deus (por causa do primeiro casamento dele ainda existente), então, tecnicamente, você não estaria "casada" aos olhos divinos, mas também não estaria "solteira" no sentido de nunca ter entrado em um compromisso. É uma posição complexa, porque envolve o aspecto legal humano e o espiritual diante de Deus.

O cartório (o juiz de paz) representa as autoridades dadas por Deus (Romanos 13), portanto, não se pode dizer que tal casamento não tem valor ou nem existe. Porém, não se pode dizer que o casamento de pessoa ou pessoas divorciadas é de pessoas que Deus ajuntou (Marcos 10:9). 


Agora, sobre Deus falar em restauração, isso é algo muito pessoal e precioso. Ele pode estar trabalhando no seu coração e no dele de maneiras que vão além da nossa compreensão. A Bíblia nos incentiva a buscar reconciliação e perdão onde for possível (1 Coríntios 7:11), mas também nos chama a viver em obediência aos princípios divinos. Se Deus está falando sobre restauração, pode ser que Ele queira trazer cura ao seu relacionamento com seu "ex-marido", mas isso não significa necessariamente que vocês devam voltar a viver como marido e mulher enquanto a primeira esposa dele estiver viva, pois isso poderia ser visto como adultério contínuo diante de Deus.


Minha sugestão é que você ore pedindo discernimento claro. Pergunte a Deus o que Ele quer dizer com "restauração" no seu caso. Pode ser a restauração do seu coração, da paz entre vocês, ou até mesmo uma transformação na vida dele que o leve a acertar as coisas diante de Deus. Enquanto isso, o ensino bíblico em 1 Coríntios 7:11 oferece duas opções para quem se separa: permanecer sem casar ou se reconciliar com o cônjuge. Mas, no seu caso, como o casamento dele com a primeira esposa ainda pode ser o vínculo válido aos olhos de Deus, talvez o caminho mais seguro seja viver como "sem casar", buscando a vontade de Deus para sua vida agora.


Eu sei que isso pode ser confuso e doloroso, mas Deus é fiel para guiar você. Continue orando, buscando a Palavra e, se possível, converse com um líder espiritual maduro que possa ajudá-la a aplicar esses princípios à sua situação específica. Que o Senhor te dê paz e clareza enquanto você espera Nele!


Josué Matos

55. O Espírito Santo é uma força ou manifestação impessoal do poder de Deus? (12/03/2025)


Que me Escreveram:

Veja, não há discordância sendo Deus uma família, na 'pluralidade dentro da divindade'. Todos os textos em que você citou, com exceção dos que contêm o Espírito Santo, servem sem problemas para o conceito de Deus como família que é bíblico. O problema está em considerar as passagens que se referem ao Espírito como pessoa. Por exemplo, no batismo de Jesus, o Espírito aparece em forma de pomba. Que relação tem o Espírito aparecer em forma de pomba com uma pessoa? O Espírito Santo é representado e aparece como manifestação do poder de Deus em diferentes formas, tais como: o sopro (João 20:22), o vento (Atos 2:2), o fogo (Atos 2:3), a água (João 4:14; 7:37-39), o óleo (Salmo 45:7; Atos 10:38, Mateus 25:1-10), uma pomba (Mateus 3:16). A aparição do Espírito Santo em forma de pomba não se trata de uma descrição da natureza de Deus como a 3ª pessoa, mas a manifestação do poder de Deus, o Espírito em forma de pomba se deu para atender a uma necessidade específica de identificar e revelar o Messias a João como um símbolo, um sinal de Deus. (João 1:31-33) Nas linguagens dos tempos bíblicos, as coisas impessoais às vezes eram descritas de maneira pessoal e executavam atividades como pessoas. Sangue clama Gn 4:10; sabedoria grita e chora Pv 1:20-21; vales catam e gritam de alegria Sl 65:13; os rios batem palmas Sl 98:8; céu e chuva louvam Sl 148:4,5; portões lamentam e pranteiam Is 3:26; ciprestes se alegram e cedros conversam Is 14:8; pedras e madeiras conversam Hc 2:11; sabedoria tendo filhos Mt 11:19; o pecado escraviza Rm 6:6,12,16; a justiça fala Rm 10:6; a água e o sangue dão testemunho 1Jo 5:8. - Chama a atenção a ausência do Espírito Santo como pessoa nas saudações de Paulo: • "Graça e paz de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo" (Romanos 1:7). • "Graça e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo" (1 Coríntios 1:3). • "Graça a vós e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo" (2 Coríntios 1:2). • "Graça e paz, da parte de Deus Pai e da de nosso Senhor Jesus Cristo" (Gálatas 1:3). • "Graça e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo" (Efésios 1:2). • "Graça a vós e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo" (Filipenses 1:2). • "Graça a vós e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo" (Colossenses 1:2). • "Graça e paz tenhais de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo" (1 Tessalonicenses 1:1). • "Graça, a vós, da parte de Deus, nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo" (2 Tessalonicenses 1:2). • "Graça, misericórdia e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e da de Cristo Jesus, nosso Senhor" (1 Timóteo 1:2). • "Graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai, e da de Cristo Jesus, Senhor nosso" (2 Timóteo 1:2). • "Graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador" (Tito 1:4). • "Graça a vós e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo" (Filemom 3). O Espírito Santo é sempre deixado de fora dessas saudações―uma omissão inacreditável e inexplicável se o Espírito fosse de fato uma pessoa ou entidade coexistente com Deus, Pai e Cristo! - Estevão, em visão celestial, não vê três pessoas, mas somente duas, At 7:55,56. Quanto à ideia do Filho ser submisso ao Pai não anular a sua divindade, em momento algum eu afirmei que Jesus não era Deus por ser submisso ao Pai. Não dá para dizer que essa submissão tem a ver apenas com sua missão. Essa submissão perdurará por toda a eternidade, como 1 Co 15:27,28 deixa claro. Quanto a natureza de uma família, há hierarquia, sim, o que explica o Pai como cabeça. Me explica Mateus 1:20: "Mas enquanto pensava nestas questões, eis que o anjo do Senhor lhe apareceu em sonho, dizendo: José, filho de Davi, não temas em tomar para ti Maria, tua esposa, pois o que nela está concebido é do Espírito Santo." Se o Espírito Santo é uma pessoa, a 3ª pessoa da trindade, podemos fazer como alguns católicos fazem ao afirmarem ser o Espírito Santo o Pai de Jesus? (Absurdo!)


Minha Resposta:

Agradeço por compartilhar suas reflexões e dúvidas tão detalhadamente. Entendo que você está buscando compreender a natureza de Deus e do Espírito Santo à luz das Escrituras, e isso é algo louvável. Vou responder suas questões com base no que a Bíblia ensina, abordando cada ponto que você levantou de forma clara e respeitosa.


Primeiro, sobre a ideia de Deus como uma família com pluralidade, mas sem o Espírito Santo como pessoa: a Bíblia realmente apresenta Deus como um só em essência, mas também revela que Ele existe em três pessoas distintas — o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Isso não é uma contradição, mas um mistério que reflete a complexidade do ser divino. Quando você menciona que as passagens que não envolvem o Espírito Santo se encaixam no conceito de Deus como família, eu concordo que o Pai e o Filho têm uma relação clara e pessoal. No entanto, excluir o Espírito Santo como pessoa ignora evidências bíblicas que mostram Ele agindo de maneira pessoal, não apenas como uma força ou manifestação impessoal do poder de Deus.


Sobre o batismo de Jesus, onde o Espírito Santo aparece como uma pomba (Mateus 3:16), você argumenta que isso seria apenas um símbolo do poder de Deus, não uma pessoa. É verdade que a pomba foi um sinal visível para João Batista identificar o Messias (João 1:31-33), mas isso não nega a personalidade do Espírito. A Bíblia usa símbolos como vento, fogo, água e pomba para descrever o Espírito Santo, mas esses símbolos apontam para ações e atributos, não definem Sua natureza. Por exemplo, em Atos 13:2, o Espírito Santo fala diretamente: "Separai-me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado". Falar é uma característica de pessoa, não de uma força impessoal. Em João 16:13-14, Jesus diz que o Espírito "vos guiará a toda a verdade" e "me glorificará", mostrando que Ele tem vontade, inteligência e propósito — traços de uma pessoa, não apenas de um poder.


Você citou exemplos de linguagem bíblica onde coisas impessoais recebem descrições pessoais, como o sangue que clama (Gênesis 4:10) ou os rios que batem palmas (Salmos 98:8). Isso é correto, pois as Escrituras frequentemente usam figuras de linguagem. Mas há uma diferença clara quando olhamos o contexto: essas coisas não recebem atribuições consistentes de personalidade como o Espírito Santo. Ele não apenas "fala" ou "age" em momentos isolados; Ele é descrito como alguém que intercede (Romanos 8:26-27), que pode ser entristecido (Efésios 4:30) e que ensina (João 14:26). Essas ações vão além de personificações poéticas e apontam para uma identidade pessoal.


Quanto às saudações de Paulo, onde o Espírito Santo não é mencionado diretamente, isso não prova que Ele não seja uma pessoa. As saudações destacam a graça e a paz que vêm do Pai e do Filho, mas o Espírito Santo é frequentemente apresentado como o meio pelo qual essas bênçãos chegam a nós. Por exemplo, em 2 Coríntios 13:13, Paulo escreve: "A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós". Aqui, o Espírito é incluído de forma distinta, mostrando Sua participação ativa e pessoal na vida dos crentes. A ausência Dele em algumas saudações pode refletir o foco de Paulo na relação entre o Pai e o Filho como fonte da salvação, enquanto o Espírito é o aplicador dessa obra em nós, não um sinal de que Ele não seja uma pessoa.


Sobre a visão de Estevão em Atos 7:55-56, onde ele vê Jesus à direita de Deus, mas o Espírito Santo não é mencionado, isso não significa que o Espírito não esteja presente ou não seja uma pessoa. A visão destaca o Pai e o Filho em um momento específico de exaltação, mas o Espírito Santo já havia sido derramado sobre os discípulos (Atos 2), mostrando Sua presença ativa na terra. A Bíblia nem sempre menciona os três juntos em cada cena, mas isso não nega a realidade da Trindade.


Você também mencionou a submissão do Filho ao Pai em 1 Coríntios 15:27-28, dizendo que ela perdura eternamente e que isso apoia a ideia de hierarquia em uma família divina. Concordo que há uma ordem funcional na Trindade: o Filho se submete ao Pai no plano da redenção, e o Espírito procede do Pai e do Filho (João 15:26). Mas essa submissão não implica desigualdade em essência ou divindade. O Filho é plenamente Deus (Colossenses 2:9), assim como o Espírito (Atos 5:3-4), e a hierarquia reflete seus papéis, não uma diferença de natureza. Isso é diferente de uma família humana, onde há distinções de essência entre os membros; na Trindade, os três compartilham a mesma essência divina.


Por fim, sobre Mateus 1:20, onde o anjo diz que o que foi concebido em Maria é "do Espírito Santo", você questiona se isso faria do Espírito o Pai de Jesus, como alguns interpretam erroneamente. Não, isso não torna o Espírito Santo o Pai de Jesus no sentido humano. O texto mostra que a concepção foi um ato sobrenatural do poder de Deus realizado pelo Espírito Santo, não uma relação pessoal de paternidade. O Pai é aquele que enviou o Filho (João 3:16), e o Espírito foi o agente dessa obra milagrosa. Dizer que o Espírito é o "pai" de Jesus seria confundir os papéis distintos dentro da Trindade, algo que a Bíblia não faz.


Resumindo, a Trindade — Pai, Filho e Espírito Santo — é uma verdade bíblica que une unidade e distinção. O Espírito Santo não é apenas uma manifestação do poder de Deus; Ele é uma pessoa divina, coigual ao Pai e ao Filho, com ações e atributos que revelam Sua personalidade. Espero que isso esclareça suas dúvidas e te ajude a ver a beleza desse mistério! Que Deus continue te guiando em sua busca pela verdade.


Josué Matos

56. O Espírito Santo é somente um "agente" de Deus? (12/03/2025)


Que me Perguntaram:

Muitas vezes você, sem querer, em suas respostas, confessa que o Espírito foi o agente, o meio pelo qual Deus agiu (poder). Eu teria muitas objeções a essas últimas respostas, mas não vou me estender e não quero ser chato. Graça e paz, Deus o abençoe e obrigado pelas respostas e seu tempo. 


Minha Resposta:

Agradeço sua consideração e respeito na conversa. Sei que já discutimos esse tema várias vezes, mas creio que vale a pena esclarecer um ponto central sobre sua argumentação.

Você mencionou que algumas respostas acabam "confessando" que o Espírito Santo é um "agente" ou o meio pelo qual Deus age, sugerindo que isso indicaria que Ele não é uma pessoa, mas apenas um poder ou força de Deus. No entanto, essa conclusão não se sustenta biblicamente, porque a mesma linguagem usada para o Espírito Santo também é aplicada ao Pai e ao Filho, sem que isso os torne "meios" ou "forças" em vez de pessoas divinas.


Vamos analisar como a Bíblia usa expressões semelhantes para cada uma das Pessoas da Trindade:


O Espírito Santo agindo:

"Porque nunca a profecia foi produzida por vontade dos homens, mas os santos homens de Deus falaram inspirados (φερόμενοιpheromenoi) pelo Espírito Santo." (2 Pedro 1:21)

O verbo grego pheromenoi significa "movidos, conduzidos, impelidos", indicando ação direta do Espírito.


O Filho agindo:

"Deus, que várias vezes e de muitas maneiras falou no passado aos pais pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho..." (Hebreus 1:1-2)

Aqui, o Filho é o meio pelo qual Deus falou, mas ninguém diria que Ele é apenas uma força.


O Pai agindo:

"Deus operava (νεργῶνenergōn) neles tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade." (Filipenses 2:13)

O verbo energōn (de onde vem "energia") é usado para descrever Deus agindo em nós, mas isso não significa que Ele seja apenas uma força impessoal.


Se aplicarmos sua lógica de que o Espírito Santo ser um "agente" ou "meio" indica que Ele não é uma Pessoa, teríamos que dizer o mesmo do Filho e do Pai quando a mesma linguagem é usada. Isso, porém, seria antibíblico.


O Espírito Santo age como Pessoa

Além disso, há muitas passagens que mostram que o Espírito Santo tem características pessoais, como:


  • Vontade: "Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer." (1 Coríntios 12:11)
  • Intelecto: "Porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus." (1 Coríntios 2:10)
  • Capacidade de falar: "Disse o Espírito a Filipe: Chega-te e ajunta-te a esse carro." (Atos 8:29)
  • Capacidade de ser entristecido: "E não entristeçais o Espírito Santo de Deus." (Efésios 4:30)

Se o Espírito fosse apenas uma força ou poder, como poderia Ele decidir, falar e ser entristecido? Nenhuma força faz isso.


Conclusão

Seu argumento se baseia na premissa de que ser "agente" significa ser um mero meio de ação. No entanto, esse critério é inválido porque o mesmo tipo de linguagem é usado para o Pai e o Filho. O Espírito Santo é chamado de "o Consolador" (João 14:16), Ele ensina (João 14:26), testifica (João 15:26) e até mesmo intercede por nós (Romanos 8:26), algo que nenhuma força impessoal poderia fazer.

Espero que essa explicação seja útil. Fico à disposição para continuar o diálogo. Deus o abençoe!


Josué Matos

57. Paulo fala: avalia-se o homem a si mesmo e ponto final? (12/03/2025)


Me Perguntaram:

Boa tarde, vi o vídeo, porém não vi os textos bíblicos que justifiquem seu modo de pensar. Compreendi neste vídeo que o irmão compartilhou o seu pensamento sobre o assunto, mas não o que as escrituras dizem sobre o assunto. Pois se não diminuir e nem acrescentar nada os textos bíblicos dão limitados ao assunto e nenhuma passagem diz que quem está em pecado não pode participar da Ceia do Senhor, ou quem não é convertido, e nenhuma passagem Deus da autonomia para algum cristão avaliar o outro para definir quem participa ou não, afinal a Ceia é do Senhor somente ele sabe quem é salvo e quem é convertido. E outra, Paulo fala: avalia-se o homem a si mesmo e ponto final. Em nenhum momento ele disse para os anciãos ou alguém avaliar outro irmão e definir se participa, e outra no texto ele não cita se as pessoas são convertidas ou não porque isso quem sabe é Jesus Cristo, afinal o joio e o trigo crescem juntos. Ou vai me dizer que tem alguém capacitado para separar o joio e dizer que ele não pode cear? Irmão, não sei se vai receber essa exortação com amor ou não, mas esse conteúdo deste vídeo está errado, mas ainda dá tempo de você mudar isso. 1 Coríntios 4:6-7 NVI. Irmãos, apliquei essas coisas a mim e a Apolo pelo bem de vocês, para que aprendam de nós o que significa: "Não ir além do que está escrito"."


Minha Resposta:

Agradeço por compartilhar suas reflexões e preocupações a respeito do vídeo sobre a participação na Ceia do Senhor. É sempre edificante discutir as Escrituras com sinceridade e buscar um entendimento que esteja em plena conformidade com a Palavra de Deus.


A Base Escritural e o Autoexame


Conforme mencionado no vídeo, a instrução de Paulo em 1 Coríntios 11:28 é clara:

"Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice." (1 Coríntios 11:28, ARC).


Essa passagem enfatiza a responsabilidade individual de cada crente em avaliar sua própria condição espiritual antes de participar da Ceia do Senhor. Não há indicação direta de que outros membros ou líderes da igreja devam realizar esse exame em nome de alguém.

Porém, o contexto imediato do capítulo indica que a maneira como a Ceia estava sendo observada em Corinto trouxe juízo sobre alguns. Paulo afirma que muitos estavam doentes e alguns até mesmo haviam morrido (1 Coríntios 11:29-30). Isso mostra que a Ceia do Senhor deve ser tomada com seriedade e reverência, evitando participação indigna.


Ademais, quando Paulo diz "Examine-se", ele está se dirigindo a crentes, que já faziam parte da igreja local em Corinto. Portanto, não se trata de um "suposto crente" que não pertencia àquela igreja e que simplesmente chegava no domingo na reunião da Ceia do Senhor e participava dos emblemas porque se achava digno disso.


Quando uma irmã, chamada Febe, visitou a igreja local em Roma, ela levou uma carta de recomendação, e Paulo pediu que a recebessem no Senhor (Romanos 16:1-2). Igrejas locais, segundo o modelo do Novo Testamento, têm ordem e homens responsáveis para cumprir o modelo bíblico.


A Comunhão e a Santidade da Assembleia


Embora a responsabilidade primária de autoexame recaia sobre o indivíduo, as Escrituras também destacam a importância da pureza e santidade da congregação. Quando o crente não faz o autoexame, os anciãos da igreja têm que agir. Caso eles não tomem uma atitude, Deus vai agir, como estava acontecendo na igreja de Coríntios: "Muitos estavam doentes e alguns até mesmo haviam morrido" (1 Coríntios 11:29-30).


No contexto da igreja local, Paulo exorta os crentes a manterem a santidade coletiva. Em 1 Coríntios 5, ele trata de um caso de imoralidade grave dentro da igreja e ordena a remoção daquele que praticava tal pecado:

"Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa? Alimpai-vos, pois, do velho fermento, para que sejais uma nova massa..." (1 Coríntios 5:6-7, ARC).


Imoralidade não é o único pecado que requer exclusão da igreja, em 1 Coríntios 5, há outros. Isso indica que a igreja local tem uma responsabilidade coletiva na disciplina e na manutenção da santidade.


Outra passagem relevante é 2 Tessalonicenses 3:6:

"Mandamo-vos, por nossa palavra, que vos aparteis de todo irmão que anda desordenadamente e não segundo a tradição que recebeu de nós."


Isso sugere que, quando alguém vive de maneira contrária às Escrituras, pode ser necessária uma intervenção da assembleia, sem necessariamente a exclusão do crente desviado.


O Joio e o Trigo: Um Argumento Válido?


Você mencionou a parábola do joio e do trigo (Mateus 13:24-30), onde o Senhor Jesus ensina que ambos crescem juntos até a colheita, momento em que serão separados.

Essa parábola refere-se ao reino dos céus em um sentido mais amplo, e não especificamente à disciplina dentro da igreja local. O contexto mostra que a separação final dos verdadeiros crentes e dos falsos professantes ocorrerá no tempo do fim, realizada pelos anjos (Mateus 13:39).


Seu argumento bíblico está fora de contexto e, portanto, não significa que a igreja deva permitir conscientemente a permanência de pecados evidentes sem tomar qualquer atitude, pois as cartas apostólicas ordenam que se lide com tais situações (1 Coríntios 5:13, 2 Tessalonicenses 3:6).
Não se espera que numa igreja local tenha joio (pessoas não salvas) e trigo (pessoas salvas).

 

Conclusão: O Equilíbrio entre o Autoexame e a Responsabilidade Coletiva


Sim, cada crente deve examinar-se antes de participar da Ceia do Senhor, e isso é um princípio fundamental. No entanto, o Novo Testamento também ensina que a igreja tem responsabilidade na preservação da santidade dentro da comunhão.

O desafio é manter um equilíbrio entre o autoexame individual e a responsabilidade coletiva. Nenhuma igreja local deve agir de maneira legalista ou farisaica, mas também não deve negligenciar os princípios bíblicos de disciplina e pureza.


Agradeço pela oportunidade de dialogar sobre este assunto e estou à disposição para continuar essa reflexão à luz das Escrituras.


Que a graça e a paz do Senhor estejam conosco.


Atenciosamente,

Josué Matos

58. As assembleias locais formam uma denominação por não abrir mão do que acreditam ser "A Verdade"? (13/03/2025)

Que me Escreveram:
Olá, espero que estejas bem. Eu vi o vídeo e tenho aqui uma dúvida. Eu concordo com todos que creem em Jesus, e se arrependem e agora vivem uma vida nova em Cristo. Essas pessoas fazem parte do corpo de Cristo, ou seja, já se tornaram membros da igreja de Deus. Mas minha dúvida está na parte de que será que este movimento, sei que não se dizem os irmãos, mas vou classificar assim: será que este movimento não se trata de uma organização ou igreja sem placa? Eu concordo com muitas coisas, irmão, principalmente a salvação de Jesus pregada por ti. Mas quando eu penso na forma em que se reúnem, parece muito uma igreja com suas doutrinas muito bíblicas, claro, mas vejo alguns fardos de homens com todo respeito. Uma vez ouvi de um irmão que fazia parte, disse que, se eu não concordasse com a escatologia, nem aceito na mesa seria. Às vezes observo que cada igreja local com prédio ou não prédio, poderia ter suas diferenças e estariam também de forma correta reunidos em no senhor, às vezes observo que há algo imposto ali dentro aonde todos devem seguir e se sair do padrão já não é assim tão bem-visto por discordar de algumas coisas. Com todo respeito, irmão, agradeço e Deus abençoe. 


Minha Resposta:

Agradeço muito por assistir ao vídeo e por compartilhar tua dúvida com sinceridade e respeito. É sempre edificante conversar sobre esses assuntos à luz da Palavra de Deus.


Concordo plenamente contigo que todos os que creem no Senhor Jesus Cristo de coração, são salvos, vivem uma nova vida nEle e fazem parte do Seu Corpo, que é a Igreja de Deus. Isso é algo fundamental e inquestionável nas Escrituras (1 Coríntios 12:12-13).


Sobre a questão do movimento dos irmãos, compreendo a tua preocupação e a percepção de que possa parecer uma organização ou uma igreja sem placa denominacional. No entanto, a intenção original não era criar um movimento estruturado, mas simplesmente retornar ao padrão bíblico de reunião dos crentes, conforme visto no Novo Testamento. A ideia central é reunir-se ao nome do Senhor Jesus (Mateus 18:20), reconhecendo apenas Sua autoridade e rejeitando qualquer nome denominacional que possa dividir os crentes.


Sobre a questão do  chamado "movimento dos irmãos", compreendo a tua preocupação e a percepção de que possa parecer uma organização ou uma igreja sem placa denominacional. No entanto, a intenção original não era criar um movimento estruturado, mas simplesmente retornar ao padrão bíblico de reunião dos crentes, conforme visto no Novo Testamento. A ideia central é reunir-se ao nome do Senhor Jesus (Mateus 18:20), reconhecendo apenas Sua autoridade e rejeitando qualquer nome denominacional que possa dividir os crentes. 


Bem, sobre o outro ponto levantado, é importante notar que desde os tempos apostólicos, sempre houve aqueles que discordaram da doutrina ensinada e se afastaram. O próprio apóstolo João escreveu:


"Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós." (1 João 2:19)


Aqui, segundo a tua maneira de pensar, o apóstolo João teria formado uma denominação sem placa, pois alguns saíram porque não concordavam com ele e com os irmãos que ficaram. Mas por que saíram? Porque não aceitavam a doutrina correta ensinada pelos apóstolos, preferindo seguir suas próprias ideias. Desde o início da Igreja, houve aqueles que tentaram introduzir ensinos diferentes, e a resposta dos apóstolos nunca foi a de ceder, mas de permanecer firmes na verdade e, se necessário, deixar que os dissidentes saíssem.


Isso nos leva a outra questão importante. Uma igreja local começa com o trabalho de um ou mais irmãos que pregam o evangelho, pessoas são salvas e batizadas e começam a reunir-se como igreja. Esses pioneiros têm uma visão bíblica de várias doutrinas que aprenderam de outros irmãos e de seus estudos particulares. Naturalmente, eles ensinam esses novos convertidos sobre vários assuntos doutrinários.


Agora, imagine que, 20 anos depois, uma pessoa se confessa salva, é batizada e recebida na comunhão dessa igreja. Com o tempo, estudando a Bíblia, essa pessoa começa a discordar do que é pregado e ensinado ali. Surge a pergunta:


Essa pessoa deve começar a ensinar aquilo que imagina ser "a verdade", algo que ninguém mais naquela assembleia entendeu antes, ou deve guardar isso para si?


Quando um novo convertido é recebido numa igreja local, duas coisas acontecem:

  1. A igreja local (todos os irmãos daquela assembleia) o recebe na comunhão.
  2. Ele (o novo membro) recebe aquela assembleia como sua comunhão.


Ao receber a assembleia, ele não está apenas se juntando a um grupo de pessoas fisicamente, mas também reconhecendo a ordem das reuniões já estabelecidas, a doutrina pregada ali e os compromissos dos membros com a verdade que têm defendido até aquele momento. Portanto, ele não entrou na comunhão para questionar se a assembleia estava certa ou errada – isso ele deveria ter feito antes de entrar.


Obviamente, não estamos falando de assembleias que se desviaram de princípios elementares e só conservam o nome, pois nesse caso, sem dúvida, elas precisam de orientação para voltar ao princípio bíblico. Mas se estamos falando de uma assembleia sadia, onde há irmãos que estudam a Bíblia e ensinam com fidelidade, então não é correto que um novo membro tente impor sua maneira de ver as coisas, desconsiderando o ensino já estabelecido.


Isso não significa que um irmão não possa ter uma opinião diferente sobre certos assuntos. Ele pode expressar seu entendimento, explicar seus motivos e buscar edificação mútua. O problema está quando alguém tenta impor sua visão e causar divisão onde há bons ensinadores e já viram que aquele ensino não se resume naquele contexto bíblico apresentado.


Entre os nossos irmãos, sabemos que há homens piedosos que entendem certos assuntos bíblicos de maneira diferente, mas eles se respeitam e nunca impõem suas opiniões. Inclusive, quando há conferências e estudos bíblicos, é comum que o irmão que está ministrando apresente as duas formas de interpretar e diga: "Eu prefiro esta, e explico os motivos." Isso demonstra humildade e respeito pela comunhão.


Porém, há pontos essenciais da doutrina cristã que não podem ser negociados. E, como vimos no exemplo do apóstolo João, se alguém não aceita o ensino bíblico correto e quer impor uma visão contrária, então talvez o melhor seja que ele siga seu caminho em vez de causar confusão.


Aprecio muito tua sinceridade e fico feliz pelo teu desejo de examinar as Escrituras e compreender mais sobre esse tema. Se tiveres mais dúvidas, será um prazer conversar.


Que o Senhor te abençoe e te guarde!


Josué Matos

59. Basta ser salvo para participar da Ceia do Senhor? (13/03/2025)

O que me Perguntaram:

Tenho aprendido muito com os vídeos do irmão Josué, mas, nesse vídeo, também sentir falta de fundamentação bíblica. Ademais, como alguém vai apontar pra alguém, que professa crê em Cristo Jesus, e dizer que o tal não é verdadeiramente salvo e portanto não pode participar da ceia? 


Minha Resposta:

Fico feliz em saber que tens aprendido com os vídeos e que buscas examinar todas as coisas com base na Palavra de Deus. Sobre tua observação neste vídeo, recomendo que voltes a assisti-lo e, mais importante ainda, que leias e estudes os versículos mencionados lá. O vídeo foi feito com base nessas passagens bíblicas, e é essencial que cada um examine as Escrituras para compreender melhor o assunto.


Quanto à tua pergunta sobre a participação na ceia, a Bíblia nos ensina que há princípios claros sobre quem deve ou não participar da ceia do Senhor. O apóstolo Paulo, ao escrever aos coríntios, demonstrou que a Ceia do Senhor não é para qualquer um que simplesmente professa fé em Cristo, mas para aqueles que estão na comunhão de uma assembleia local e andam em santidade. Ele adverte:

"Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice." (1 Coríntios 11:28)


A participação na Ceia não é uma questão meramente externa, mas envolve responsabilidade diante do Senhor. O Novo Testamento mostra que a comunhão dos crentes deve ser guardada com zelo e que há critérios bíblicos para isso. Por exemplo, Paulo também escreveu:

"Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios." (1 Coríntios 10:21)


Isso nos ensina que a comunhão à mesa do Senhor não pode ser aberta indiscriminadamente a todos que afirmam ser crentes, pois há a necessidade de um testemunho coerente com a fé professada. Desde os tempos apostólicos, havia critérios para a recepção à comunhão, e João nos alerta sobre aqueles que saíram do meio dos irmãos porque não eram realmente parte deles:

"Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós." (1 João 2:19)


Você mencionou: "Como um salvo estará proibido de participar da Ceia do Senhor?"

Bem, a salvação genuína dá entrada para o pecador  no céu, mas não lhe garante a entrada na comunhão de uma assembleia local.

Por exemplo, suponhamos que:

  1. Alguém se confessa salvo, mas se recusa a ser batizado, argumentando que o batismo não é mais necessário. Temos aqui um problema: essa pessoa está em desobediência aberta contra um mandamento bíblico (Mateus 28:19). Você a receberia em comunhão sem antes resolver essa questão?

  2. Uma mulher se confessa salva, mas vive em adultério, casada com um divorciado cuja esposa ainda vive. A salvação dela justifica a entrada na comunhão da igreja, se manter um estado de pecado sem arrependimento? (1 Coríntios 5:11)

  3. Alguém tem o hábito de contrair dívidas sem pagar, prejudicando o testemunho e a credibilidade. Deve essa pessoa ser recebida sem tratar primeiro essa situação? (Romanos 13:7-8)


Portanto, a salvação não é uma chave que abre automaticamente a porta para a comunhão da igreja, nem para participar da Ceia do Senhor.

Muitos confundem ser recebido na comunhão da igreja local com participar da Ceia do Senhor. Nenhum salvo é recebido "só para participar da Ceia do Senhor" numa igreja. Ele ou ela são recebidos à comunhão da igreja, e entre os muitos privilégios e responsabilidades que essa comunhão envolve, também está o privilégio de participar da Ceia do Senhor.


O apóstolo Paulo nos ensina:

"Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo." (1 Coríntios 11:31-32)


Aqui, Paulo afirma que:

  1. O crente deve julgar a si mesmo antes de participar da Ceia.
  2. Se o pecado for grave a ponto de exigir exclusão, ele deve confessá-lo aos anciãos e ser  excluído da comunhão da igreja (1 Coríntios 5).
  3. Caso o crente não confesse este pecado  de exclusão e seja descoberto posteriormente, a igreja deve agir e remover essa pessoa da comunhão.
  4. A responsabilidade pela disciplina cabe à assembleia, guiada pelos anciãos, para manter a santidade na igreja. Há casos de pecados que não requer a exclusão (Leia: 2 Tessalonicenses 3).


Mateus 18 nos ensina também que, se um irmão se recusa a se reconciliar após várias tentativas entre os dois envolvido, o caso deve ser levado a igreja e então, se emso assim ele se recusão a reconcilião com o  outro irmão, ele pode ser tratado como um "gentio e publicano", ou seja, excluído da comunhão.


Dessa forma, vemos que a comunhão na igreja local não se limita ao julgamento individual de cada crente. Se ele não julgar seu pecado, a igreja tem a responsabilidade de agir. E se a igreja não julgar o mal em seu meio (1 Coríntios 5), o Senhor julgará: "Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem" (1 Coríntios 11:30).


Se quiser continuar essa conversa, encorajo-te a voltar ao vídeo, examinar os versículos citados e refletir sobre eles. Estou à disposição para dialogar mais sobre esse tema com base na Palavra de Deus.


Que o Senhor te abençoe e te guarde!


Josué Matos

60. Os exclusivistas são os seguidores de Darby. E os irmãos abertos são seguidores de Benjamin? (14/03/2025)

Que me Escreveram:
Boa tarde! Os exclusivistas são os seguidores de Darby. E os irmãos abertos são seguidores de Benjamin? Quero dizer, eles têm origem nesses dois? 


Minha Resposta:

A classificação dos "Irmãos Exclusivistas" e "Irmãos Abertos" muitas vezes é utilizada de maneira generalizada, mas a história do movimento dos Irmãos apresenta nuances que precisam ser compreendidas com mais profundidade.


1. Os Irmãos Exclusivistas e a Influência de Darby

O grupo identificado como "Irmãos Exclusivistas" tem sua origem ligada a John Nelson Darby, uma figura central no desenvolvimento do movimento dos Irmãos no século XIX. Darby enfatizava a separação rigorosa do mal e a necessidade de uma comunhão mais restrita entre as igrejas. Seu pensamento levou à divisão dentro do movimento, resultando em um grupo que adotou uma postura mais fechada em relação à comunhão e ao reconhecimento de outras assembleias.

Entretanto, ao longo dos anos, houve subdivisões dentro desse segmento exclusivista, resultando em diferentes linhagens e grupos que compartilham princípios semelhantes, mas com algumas distinções entre si.


2. Os Irmãos Abertos e Benjamin Newton

Muitas vezes se assume que os "Irmãos Abertos" são "seguidores" de Benjamin Newton, mas isso não é correto. Benjamin Newton foi uma figura influente nos primeiros anos do movimento, mas seus ensinamentos acabaram sendo rejeitados por muitos dentro do próprio grupo, inclusive por Darby, devido a questões doutrinárias controversas.

Além de Newton, Darby também teve sérias discordâncias com outros líderes, incluindo George Muller, a ponto de uma separação definitiva entre eles. Isso demonstra que, dentro do movimento dos Irmãos, nem todos estavam alinhados com a mesma abordagem eclesiológica e doutrinária.

Os chamados "Irmãos Abertos" não se definem por uma adesão a Newton ou a George Muller, mas sim por uma compreensão mais aberta da comunhão entre igrejas locais. Eles enfatizam que cada assembleia deve ser autônoma, sem estar subordinada a uma federação ou a uma estrutura centralizada, e que a comunhão entre as igrejas deve se basear na fidelidade à Palavra de Deus.


3. A Autonomia das Igrejas Locais

Um ponto essencial a considerar é que muitas igrejas que se reúnem ao nome do Senhor Jesus Cristo não se identificam com nenhuma das classificações históricas de "exclusivistas" ou "abertos". Elas simplesmente reconhecem a autonomia de cada igreja local e entendem que não devem responder a uma "igreja-mãe" ou a uma linhagem histórica específica. Sua responsabilidade é diretamente ao Senhor Jesus Cristo, que é o Cabeça da Igreja.

Portanto, nem toda igreja que se reúne ao Nome do Senhor Jesus e não é "exclusivista" é necessariamente "aberta" no sentido tradicional da palavra. Portanto, não têm qualquer ligação com os erros doutrinários de Benjamin Newton ou qualquer outro líder de influência do passado. O mais importante é que as igrejas se fundamentem nas Escrituras e vivam em santidade e comunhão conforme o ensino do Novo Testamento.


4. Preservando a Unidade no Vínculo da Paz

Embora devamos defender a verdade a qualquer custo, também devemos reconhecer que existem questões secundárias nas quais pode haver diferentes perspectivas sem que isso fira as Escrituras. Em tais casos, é essencial respeitar a opinião de outros irmãos e buscar preservar "a unidade do Espírito pelo vínculo da paz" (Efésios 4:3). As divisões desnecessárias e as disputas sobre questões que não comprometem a verdade central do evangelho podem prejudicar o testemunho cristão e afastar os crentes da verdadeira comunhão, como a história bem demonstrou.


Conclusão

Ao considerar a história e as divisões dentro dos irmãos, é essencial reconhecer que os rótulos podem ser limitados e nem sempre refletem a realidade das igrejas locais. O mais importante é que cada assembleia busque seguir a Palavra de Deus, reconhecendo o senhorio de Cristo e a necessidade de manter uma comunhão fiel aos princípios bíblicos, sem se prender a classificações humanas que podem obscurecer o verdadeiro chamado da Igreja.


Josué Matos

61. Na história da igreja sempre teve movimento carismático, e negar isso é desconhecer história? (14/03/2025)


Minha Resposta:

Agradeço por seu comentário e pelo interesse no assunto. De fato, ao longo da história da Igreja, houve diversos movimentos que enfatizaram experiências espirituais e manifestações extraordinárias. No entanto, é importante distinguir entre o que foi genuinamente bíblico e o que foi resultado de influências externas ou desvios doutrinários.


O Novo Testamento ensina claramente que os dons miraculosos, como línguas e profecias, tiveram um propósito específico: a confirmação da revelação divina e a fundação da Igreja (Hebreus 2:3-4; 2 Coríntios 12:12). Quando o cânon das Escrituras foi completado e a Igreja estabelecida, esses sinais diminuíram, como se observa na transição do livro de Atos e nas epístolas pastorais.


Além disso, ao estudar a história da Igreja, notamos que, por longos períodos, não houve registro de manifestações contínuas como as que alguns grupos carismáticos modernos alegam. Quando surgiram fenômenos semelhantes, muitas vezes estavam associados a movimentos heréticos ou grupos dissidentes que não se alinhavam com a sã doutrina.

Se quiser aprofundar esse estudo, recomendo pesquisar fontes históricas confiáveis e, acima de tudo, comparar qualquer ensinamento com as Escrituras, que são a autoridade final para a fé e a prática cristã (2 Timóteo 3:16-17).


Fique à vontade para continuar o diálogo. Deus o abençoe!"


Josué Matos

62 Em nenhum lugar na Bíblia diz que os dons teriam algum tipo de validade? E tentar usar 1 Coríntios 13 como base é no mínimo desonesto? (14/03/2025)


Minha Resposta:

Em nenhum lugar na Bíblia encontramos explicitamente os termos "Trindade", "Onisciência", "Onipotência" e "Onipresença" atribuídos a Deus, mas os princípios que nos levam a essas verdades estão amplamente fundamentados nas Escrituras. Da mesma forma, a ideia de que certos dons espirituais cessariam não está expressa com estas palavras, mas há base bíblica sólida para essa conclusão.


A Bíblia não contém uma passagem que diga explicitamente "os dons cessarão no ano X", mas apresenta princípios que nos levam a entender que certos dons tinham um propósito específico e que cessariam quando esse propósito fosse cumprido.


Sobre 1 Coríntios 13, não há desonestidade em usá-lo como base, pois é um texto que fala diretamente do fim dos dons. O versículo 8 declara:

"A caridade nunca falha; mas, havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá." (1 Coríntios 13:8, ARC)


O verbo grego usado para "cessar" (παύσονται, pausontai) no caso das línguas está na voz média, indicando que cessariam por si mesmas. Isso implica que haveria um momento no qual o dom de línguas perderia sua função e não seria mais necessário.


Já as profecias e a ciência (conhecimento revelado) seriam "aniquiladas" (katargēthēsontai), indicando que seriam interrompidas por uma ação externa, o que aponta para um evento específico: a chegada do que é "perfeito" (versículo 10).


Agora, o que seria esse "perfeito"?


Muitos pentecostais interpretam como sendo a segunda vinda de Cristo. No entanto, analisando o contexto de 1 Coríntios, Paulo está contrastando a revelação parcial (através de dons espirituais) com a revelação completa. Quando a revelação plena de Deus estivesse disponível, os dons que transmitiam conhecimento parcial não seriam mais necessários.

Isso faz sentido quando observamos que o propósito dos dons miraculosos era a fundação da Igreja e a confirmação da mensagem dos apóstolos (Efésios 2:20; Hebreus 2:3-4). Quando a revelação do Novo Testamento foi completada, não havia mais necessidade de novos sinais miraculosos para confirmar a Palavra.

Além disso, o dom de línguas era um sinal para os judeus incrédulos (1 Coríntios 14:21-22, Isaías 28:11-12). Quando Jerusalém foi destruída no ano 70 d.C., esse sinal perdeu sua função.


Resumindo:

  • Os dons tinham um propósito específico: autenticar a mensagem apostólica e estabelecer a Igreja.
  • 1 Coríntios 13 ensina que esses dons eram temporários.
  • O dom de línguas cessaria naturalmente.
  • Profecias e conhecimento revelado seriam interrompidos quando a revelação fosse completada.
  • A história mostra que os dons miraculosos cessaram gradualmente após a era apostólica, exatamente como o Novo Testamento sugere.


Nem tudo o que Deus começa em um determinado período da história do Seu povo se estende indefinidamente, pois muitos eventos e manifestações serviram a um propósito específico dentro de um contexto determinado. Isso fica claro, por exemplo, com os milagres das pragas enviadas ao Egito. Deus interveio de maneira extraordinária para demonstrar Seu poder sobre Faraó e libertar Israel da escravidão (Êxodo 7-12). No entanto, após esse evento, não vemos uma repetição contínua desse tipo de manifestação ao longo da história de Israel quando ele enfrentou outras nações inimigas. As armas e os métodos eram outros. Lembra de como venceram em Jericó? O propósito foi cumprido no Egito, e Deus seguiu agindo conforme o plano estabelecido para a redenção de Seu povo. Da mesma forma, os dons milagrosos tiveram seu papel fundamental na fundação da Igreja, mas não precisariam continuar após esse período, pois sua função já havia sido plenamente realizada.

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Esta Pessoa Voltou a me Escrever:

Uma coisa é a trindade. Esse termo trindade não existe na Bíblia, mas o termo dom sim! E Deus opera milagres até hoje! Eu mesmo já presenciei cadeirante levantar de cadeira de rodas, e o pastor que fez a oração é meu amigo de longas datas! Sem falar de testemunhos de milagres que estão por toda parte! E a respeito de 1 Coríntios 13, o texto é bem claro que "o que é perfeito quando vier é Jesus Cristo "o próprio contexto dita as regras! Só não vê quem não! E essa interpretação de 1 Coríntios 13 de que o que é perfeito é a Bíblia, não tem base nenhuma e nem contexto para isso! Se os dons cessaram, então o doido conhecimento também cessou. Pelos seus vídeos, o irmão deve pertencer à igreja casa de oração! Acredito nisso pelos vídeos que o senhor fez sobre Darby. Eu nasci e cresci na casa de oração, hoje pertenço a outra denominação; meu pai e meus parentes são da casa de oração. Aqui na igreja que meu pai congrega, já tem relato de um irmão Presbítero que estava com câncer na fase terminal, e esse irmão foi curado a ponto dos médicos não acreditarem! E também ouvimos falar de outros relatos parecidos com esse! Também na casa de oração! Eu já vi testemunhos de missionários da casa de oração, das missões novas tribos do Brasil relatarem milagres de multiplicação de alimentos e água! E esse testemunho foi dado na igreja que meu pai congrega. Então, não tem como negar que Deus opera milagres hoje! 


Minha Resposta:

Agradeço a sua mensagem e o interesse em discutir esse assunto tão importante à luz das Escrituras. Quero esclarecer alguns pontos para evitar qualquer mal-entendido.

Primeiramente, em nenhum momento no texto anterior foi negado que Deus possa curar hoje. O que foi tratado foi o dom de curar, que Deus concedeu no início da Igreja. Esse dom, conforme os registros bíblicos, foi sempre exercido pelos apóstolos ou por aqueles a quem eles impuseram as mãos, e servia para autenticar a mensagem do Evangelho em sua fase inicial (Marcos 16:17-18; Atos 5:12; 2 Coríntios 12:12; Hebreus 2:3-4). Essa realidade está em harmonia com o propósito dos sinais e prodígios na revelação progressiva de Deus.


Quanto à questão de 1 Coríntios 13, compreendo que há diferentes interpretações sobre o que significa "o que é perfeito" (1 Coríntios 13:10). O ponto central é que, quando isso vier, os dons mencionados cessarão. A visão de que "o que é perfeito" se refere à conclusão da revelação bíblica não é uma invenção moderna, mas uma posição sustentada por muitos estudiosos das Escrituras. Reconheço que alguns entendem que se refere à volta de Cristo, mas o próprio contexto sugere uma transição do parcial para o completo no que diz respeito à revelação da vontade de Deus.


Sobre sua observação quanto ao conhecimento, é importante notar que 1 Coríntios 13:8 diz que as profecias desaparecerão, as línguas cessarão e o conhecimento desaparecerá. O termo grego para "conhecimento" aqui se refere a revelações parciais da vontade de Deus, e não ao conhecimento no sentido geral. Hoje temos a revelação completa nas Escrituras, e, por isso, os dons de revelação já não são necessários como eram no período apostólico.


Também desejo esclarecer que não faço parte da "Casa de Oração", como mencionou. Eu faço parte de uma assembleia local que se reúne ao Nome do Senhor Jesus, conforme o ensino do Novo Testamento (Mateus 18:20; Atos 2:42; 1 Coríntios 1:2). Essa prática não é baseada em homens, mas na Palavra de Deus.


Além disso, não sou seguidor de John Nelson Darby, William Kelly ou de qualquer outro nome proeminente. O meu compromisso é com a Palavra de Deus, pois creio que ela é suficiente para que o homem de Deus seja perfeito (completo) para toda boa obra (2 Timóteo 3:16-17). Se, por acaso, algo que ensino se alinha ao que alguns irmãos do passado defenderam, é porque creio que esses ensinos estão fundamentados na Escritura, e não porque sigo cegamente qualquer sistema teológico humano.


Por fim, alegro-me ao ouvir relatos de curas e manifestações da providência de Deus. Deus continua sendo Todo-Poderoso e, segundo a Sua soberana vontade, Ele pode curar e operar maravilhas. No entanto, devemos sempre avaliar os acontecimentos e experiências à luz das Escrituras, pois nossa fé deve estar fundamentada não em sinais, mas na Palavra de Deus (Romanos 10:17; João 20:29). 


Mais um ponto antes de concluir e deixar claro o assunto, no livro de Atos dos Apóstolos, há registros de milagres realizados por alguns que não eram apóstolos. No entanto, há um padrão claro: todos eles eram homens diretamente ligados aos apóstolos e receberam esse poder por meio da imposição das mãos apostólicas.

1. Estêvão – Atos 6:8

"E Estêvão, cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo."
  • Estêvão não era apóstolo, mas um dos sete escolhidos para servir às mesas (Atos 6:5-6).
  • Ele realizou milagres, mas antes disso, os apóstolos lhe impuseram as mãos (Atos 6:6). Isso indica que ele recebeu poder espiritual por meio deles.

2. Filipe – Atos 8:5-7

"E, descendo Filipe à cidade de Samaria, lhes pregava a Cristo. E as multidões unanimemente prestavam atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia. Pois que os espíritos imundos saíam de muitos que os tinham, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos eram curados."
  • Filipe também foi um dos sete escolhidos em Atos 6:5 e, assim como Estêvão, recebeu imposição de mãos dos apóstolos.
  • Ele realizou milagres em Samaria, mas não pôde transmitir o dom a outros. Somente Pedro e João puderam impor as mãos para que os novos convertidos recebessem o Espírito Santo (Atos 8:14-17). Isso mostra que o poder de transmitir dons espirituais era exclusivo dos apóstolos.

3. Ananias – Atos 9:17-18

"E Ananias foi, e entrou na casa, e impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo. E logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista; e, levantando-se, foi batizado."
  • Ananias impôs as mãos sobre Saulo (futuro apóstolo Paulo) para que recuperasse a visão.
  • Esse evento foi uma ordem direta do Senhor Jesus (Atos 9:10-16), o que o torna um caso especial.


Conclusão

Os únicos não apóstolos que realizaram milagres registrados no livro de Atos foram Estêvão, Filipe e Ananias. Contudo, Estêvão e Filipe receberam imposição de mãos dos apóstolos, e Ananias agiu sob instrução direta do Senhor Jesus.

Além disso, Filipe, apesar de realizar milagres, não pôde transmitir o dom a outros, mostrando que essa autoridade era restrita aos apóstolos (Atos 8:18).

Isso confirma o padrão bíblico: os milagres estavam ligados ao ministério apostólico e sua fase inicial para autenticar a mensagem do Evangelho (Hebreus 2:3-4; 2 Coríntios 12:12).


Fique na paz do Senhor, e que Ele continue guiando-nos no conhecimento e, na prática da Sua Palavra.


Em Cristo,

Josué Matos

63. A volta de Jesus é visível? (15/03/2025)


Que me Escreveram:

Obrigado pelas respostas às perguntas que eu fiz, no entanto, elas estão baseadas em ensinos antibíblicos. Eu vou mostrar isso.
A volta de Jesus é visível? Não Jesus disse a seus discípulos: "Mais um pouco, e o mundo não me observará mais" ["não me verá mais", Als]. (João 14:19) Jesus não voltará num corpo físico, é claro pelo testemunho das Escrituras. (João 6:51) Tendo renunciado à sua vida carnal a favor da vida do mundo, ele não podia tomá-la novamente de volta Hebreus 10:10 torna claro que a "oferta do corpo de Jesus Cristo" foi feita "uma vez para sempre" 1 Timóteo 6:16 afirma que ele é alguém que "mora em luz inacessível, a quem nenhum dos homens tem visto nem pode ver". Sendo esse o caso, Jesus nunca assumirá de novo um corpo corruptível de carne a fim de ser visto pelos humanos. Depois que ascendeu ao céu, Jesus tornou-se "a representação exata" do próprio ser de Deus. (He 1:2, 3) Assim, ele se tornou um ser espiritual, assim como "Deus é Espírito". (João 4:24) Nenhum homem poderia ver a face gloriosa de Deus e ainda assim viver. (Êxodo 33:20) Apocalipse 1:7 declara: "Eis que ele vem com as nuvens e todo olho o verá, e aqueles que o traspassaram; e todas as tribos da terra baterão em si mesmas de pesar por causa dele." Devemos tomar isso literalmente? Podemos notar a linguagem simbólica por observar que o texto diz que Cristo será 'visto' até mesmo por "aqueles que o traspassaram". Literalmente, foram os soldados romanos que traspassaram Jesus. (João 19:23, 32-34) Como poderiam "aqueles que o traspassaram" ver Cristo retornar? Já estão mortos há quase 20 séculos! Se Cristo viesse em forma humana, como é que todo olho poderá vê-lo? Se ele for visível na Austrália, será que ele poderia ser visto simultaneamente em outras partes da terra?


Minhas Resposta:


1. O Senhor Jesus Ressuscitou Fisicamente

A ressurreição física do Senhor Jesus é claramente ensinada na Escritura. Ele apareceu aos seus discípulos e os convidou a tocá-lo para dissipar qualquer dúvida de que fosse apenas um espírito.

  • Lucas 24:39 - "Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho."
  • João 20:27 - "Depois disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente."
  • Atos 10:40-41 - "A este ressuscitou Deus ao terceiro dia e fez que se manifestasse, não a todo o povo, mas às testemunhas que Deus já dantes ordenara, a nós que comemos e bebemos juntamente com ele, depois que ressuscitou dentre os mortos."

Se a ressurreição de Jesus fosse apenas espiritual, os discípulos não poderiam tocá-lo nem teriam comido com Ele. Sua aparição física é uma prova irrefutável de que Ele ressuscitou com um corpo glorificado.


2. O Senhor Jesus Voltará Fisicamente

O retorno físico de Cristo é claramente ensinado nas Escrituras. O profeta Zacarias disse que Ele colocará os pés sobre o Monte das Oliveiras, o que só é possível com um corpo físico.

  • Zacarias 14:4 - "E naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente."
  • Atos 1:11 - "Os quais lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir."
  • Mateus 24:30 - "Então aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória."

Se Cristo voltou ao céu de forma física, a promessa é que Ele voltará da mesma forma. A volta não será um evento invisível, mas sim glorioso e manifesto a todos.


3. A Confusão Sobre a Segunda Vinda

Assim como os judeus não entenderam a distinção entre o Messias Sofredor e o Messias Reinante, hoje há confusão entre o Arrebatamento e a Segunda Vinda. O Novo Testamento distingue claramente os dois eventos.

  • Arrebatamento:

    • 1 Tessalonicenses 4:16-17 - "Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor."
  • Segunda Vinda:

    • Apocalipse 19:11-14 - "E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro, e julga e peleja com justiça."
    • Mateus 24:29-30 - "E logo depois da tribulação daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas."

O arrebatamento é um evento secreto e imediato, em que a Igreja é levada ao céu. A Segunda Vinda, por outro lado, será visível e poderosa, com Cristo retornando para estabelecer Seu Reino.


Refutação aos Argumentos da Testemunha de Jeová

  1. João 14:19 - Quando o Senhor Jesus disse "o mundo não me verá mais", Ele estava falando aos seus discípulos sobre sua próxima morte e ressurreição. No entanto, a promessa da Segunda Vinda é clara: "todo olho o verá" (Apocalipse 1:7).
  2. Hebreus 10:10 - O fato de que Jesus se ofereceu "uma vez para sempre" não significa que Ele não ressuscitou fisicamente. Sua oferta foi definitiva, mas Sua ressurreição e retorno em carne são realidades bíblicas incontestáveis.
  3. 1 Timóteo 6:16 - Este versículo fala da divindade do Pai e não nega a manifestação visível do Senhor Jesus. Apocalipse 1:7 declara claramente que "todo olho o verá".
  4. Apocalipse 1:7 - A Testemunha de Jeová argumenta que este versículo é simbólico porque menciona "aqueles que o traspassaram". No entanto, este texto não significa que os soldados romanos serão ressuscitados antes da volta de Cristo, mas que os judeus e os gentios que rejeitaram o Messias lamentarão sua vinda (Zacarias 12:10).
  5. Questão da visibilidade global - Cristo virá "com as nuvens" (Mateus 24:30), o que pode ser entendido como uma manifestação celestial visível a toda a terra.


Conclusão

A ressurreição física do Senhor Jesus é claramente ensinada na Escritura. Sua volta também será física, visível e gloriosa. A confusão sobre a Segunda Vinda pode ser resolvida ao distinguir entre o arrebatamento da Igreja e o retorno de Cristo para reinar. As Testemunhas de Jeová negam essas verdades, mas a Palavra de Deus é clara: "Eis que ele vem com as nuvens, e todo olho o verá" (Apocalipse 1:7).


Josué Matos

64. A doutrina da Trindade e a existência do inferno são criações humanas? (15/03/2025)


O que me Escreveram:

A Bíblia ensina a doutrina da Trindade? Não. A trindade é um invenção do cristianismo apóstata vinda da doutrina pagã das divindades egípcias, Hórus, Isis e Osiris e vai contra o ensino bíblico. Jesus Cristo disse com toda a clareza: "O PAI É MAIOR DO QUE EU". (João 14:28 Jesus disse em João 17:3 E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, como o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que tu enviaste. Jesus nesta oração disse que o Pai era o único Deus . Será que Jesus estava errado ao dizer que o Pai é o único Deus verdadeiro? Quantas pessoas Jesus coloca na categoria de único Deus verdadeiro? Três ou apenas UMA? Em Mateus 28:19, mencionam-se "o nome do Pai, e do Filho, e do espírito santo". Será que este texto indica uma trindade? O nome de Deus é encontrado nas Escrituras umas 7 mil vezes, o nome de Jesus umas mil vezes, mas qual é o nome do espírito santo? Um "nome" pode significar algo diferente de um nome pessoal. Em português, quando dizemos "em nome da lei", ou "em nome do bom senso", Será que nos referimos a uma pessoa como tal? Por "nome", em tais expressões, queremos dizer 'aquilo que a lei representa, ou sua autoridade', e 'aquilo que o bom senso representa ou exige'. O termo grego para "nome" (ó·no·ma) também pode ter este sentido The New Encyclopædia Britannica diz: "Nem a palavra Trindade, nem a doutrina explícita, como tal, aparecem no Novo Testamento, e nem Jesus ou seus seguidores tencionaram contradizer o Shema do Velho Testamento: 'Ouve, ó Israel: O Senhor, nosso Deus, é um só Senhor' (Deut. 6:4). . . . A doutrina desenvolveu-se gradualmente com o decorrer dos séculos, enfrentando muitas controvérsias. . . . Por volta do fim do 4.° século . . . a doutrina da Trindade tomou substancialmente a forma que desde então tem conservado." — (1976), Micropædia, Vol. X, p. 126. The Catholic Encyclopedia for School and Home ( Enciclopédia Católica Para a Escola e o Lar ) admite :"A Trindade era desconhecida das pessoas antes do tempo de Nosso Senhor". The Illustrated Bible Dictionary (Dicionário Bíblico Ilustrado – Protestante ) declara: "A palavra Trindade não é encontrada na Bíblia. Não achou um lugar formal na teologia da igreja até o 4.° século. Embora não nos forneça uma doutrina formulada da Trindade, contém todos os elementos com os quais a teologia formulou a doutrina." 3-- Onde a Bíblia ensina que os ímpios vão para um lugar chamado inferno? Em lugar algum Muitas traduções da Bíblia traduzem como "inferno" as palavras originais "Seol" (do hebraico) e "Hades" (do grego). Essas palavras se referem basicamente à "Sepultura", que é um lugar simbólico onde estão os mortos em geral. Todos bons e maus vão para lá Sheol e hades nunca tiveram a ideia de lugar de suplício para os mortos Atos 2:27 Pois não deixarás a minha alma no inferno, Nem permitirás que o teu Santo veja a corrupção; Almeida Corrigida Fiel Atos 2:31 Nesta previsão, disse da ressurreição de Cristo, que a sua alma não foi deixada no inferno, nem a sua carne viu a corrupção. Almeida Corrigida Fiel Onde Jesus esteve por três dias? O texto diz que esteve no inferno, se o inferno é um lugar para onde vão os ímpios ,qual foi o crime cometido por Jesus? Marcos 9 :43 Se a tua mão te servir de pedra de tropeço, corta-a; melhor é entrares na vida manco do que, tendo duas mãos, ires para a Geena, para o fogo inextinguível . TB) - Tradução Brasileira Marcos 9:43 E se a tua mão te escandaliza , corta-a! É melhor para ti entrar na vida mutilado do que, tendo duas mãos, ir para o Geena, para o fogo inextinguível,(HD) - Haroldo Dutra Marcos 9:43 E se tua mão te escandalizar, corta-a: melhor é entrares mutilado par a Vida do que, tendo as duas mãos, ires para a geena, para o fogo inextinguível.BJ2) - 2002 - Bíblia de Jerusalém O termo grego usado por Jesus em Marcos 9:43 foi GEENA e não inferno. A GEENA era um lugar fora das muralhas de Jerusalém onde era queimado o lixo da cidade e cadáveres de pessoas que não tinham direito a uma sepultura. Jesus usou este lugar como símbolo de destruição eterna e não como tormento eterno. O contexto do "o fogo eterno" mencionado por Jesus e registrado em Mateus 25:41 foi preparado "para o diabo e seus anjos". Você acha que o fogo literal pode queimar criaturas espirituais? Ou Jesus estava usando a palavra "fogo" de forma simbólica? "as ovelhas" e "os cabritos" mencionados no mesmo discurso não são literais; são figuras de linguagem que representam dois tipos de pessoas. (Mateus 25:32, 33) O fogo eterno do qual Jesus falou queima completamente os ímpios em sentido figurado. Embora a maioria das traduções use a palavra "castigo" em Mateus 25:46, o significado básico da palavra grega kó·la·sin é "restringir o crescimento das árvores", ou podar, cortando os galhos desnecessários. Portanto, ao passo que as pessoas semelhantes a ovelhas recebem a vida eterna, as pessoas impenitentes, semelhantes a cabritos, sofrem o "castigo eterno", sendo cortadas da vida para sempre.


Minha Resposta:


Refutação: A Doutrina da Trindade e o Inferno na Bíblia

A doutrina da Trindade e a existência do inferno são temas frequentemente contestados, mas que possuem base bíblica sólida. A seguir, apresentamos uma refutação aos argumentos levantados contra essas doutrinas.


1. A Bíblia Ensina a Doutrina da Trindade? Sim

A Trindade não é uma invenção do cristianismo apóstata, mas uma doutrina revelada progressivamente nas Escrituras.


1.1 A Divindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo

A Bíblia apresenta três pessoas distintas, todas identificadas como Deus:

  • O Pai é Deus: "Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual existem todas as coisas, e por ele nós também." (1 Coríntios 8:6)
  • O Filho é Deus: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus." (João 1:1)
  • O Espírito Santo é Deus: "Por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo? [...] Não mentiste aos homens, mas a Deus." (Atos 5:3-4)


1.2 O Pai é Maior do que o Filho?

Quando o Senhor Jesus afirmou "o Pai é maior do que eu" (João 14:28), Ele falava em sua condição de servo, tendo assumido a forma humana (Filipenses 2:6-8). Isso não nega sua divindade, mas indica sua submissão funcional ao Pai.


1.3 O Significado de "Nome" em Mateus 28:19

O argumento de que "nome" não implica três pessoas distintas falha porque em Mateus 28:19 lemos "o nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo". Isso indica uma unidade compartilhada. No grego, o artigo definido "do" precede cada pessoa, distinguindo-as.


1.4 A Doutrina da Trindade Desenvolvida na História

As referências a enciclopédias não refutam a Trindade. A doutrina foi formalizada ao longo do tempo, mas as evidências bíblicas já estavam presentes desde o início.


2. O Inferno é um Lugar de Punição Eterna? Sim


2.1 Sheol, Hades e Geena

Os termos "Sheol" (hebraico) e "Hades" (grego) são frequentemente usados para se referir ao mundo dos mortos. No entanto, é importante distinguir seu significado adequado.


Sheol e Hades: Estado Intermediário dos Mortos

Sheol e Hades indicam mais um estado do que uma posição geográfica. No Antigo Testamento, Sheol é descrito como o destino de todos os mortos (Eclesiastes 9:10), tanto justos quanto ímpios. No Novo Testamento, a palavra Hades é usada de forma equivalente (Atos 2:27, citando Salmos 16:10).

Sheol/Hades não é apenas uma sepultura física, pois a Bíblia o distingue claramente dos termos hebraicos e gregos usados para "sepultura" (qeber, mnema). Diferente de uma cova física, Sheol/Hades é um local onde os mortos continuam conscientes. No caso dos ímpios, é descrito como um lugar de tormento (Lucas 16:23-24), enquanto os justos encontram repouso (Lucas 16:22).

Sheol/Hades não é simplesmente "morte", pois em Apocalipse 1:18, o Senhor Jesus Cristo diz ter as chaves da morte e do Hades, mostrando que são distintos. Além disso, Apocalipse 20:13-14 ensina que Hades será esvaziado antes de ser lançado no lago de fogo, provando que é um estado temporário.

O relato do rico e Lázaro (Lucas 16:19-31) revela que Hades tem dois compartimentos: um de tormento e outro de consolo. O rico, condenado, sofria tormentos, enquanto Lázaro, salvo, estava no seio de Abraão, um lugar de descanso e bem-aventurança. Isso confirma que Sheol/Hades não é mera sepultura, mas um estado consciente dos mortos.


Geena: O Julgamento Final

O termo "Geena" é usado pelo Senhor Jesus para descrever o destino final dos ímpios (Marcos 9:43-48). Diferente do estado intermediário (Sheol/Hades), Geena é o lago de fogo onde os ímpios serão lançados após o julgamento final (Apocalipse 20:14-15). Enquanto Sheol/Hades é temporário, Geena é um castigo eterno.

A Geena era um vale fora de Jerusalém onde o lixo e os cadáveres de criminosos eram queimados continuamente. O Senhor Jesus usou essa imagem para ilustrar o fogo eterno preparado para o diabo e seus anjos (Mateus 25:41). Diferente do Hades, que será esvaziado, a Geena é o destino final dos perdidos, sem possibilidade de saída.


2.2 A Punição dos Ímpios

O inferno é descrito como um lugar de tormento eterno:

  • "E serão atormentados de dia e de noite, para todo o sempre." (Apocalipse 20:10)
  • "E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna." (Mateus 25:46)

A palavra grega "kólasis" (Mateus 25:46) significa punição e não meramente destruição.


2.3 Jesus Esteve no Inferno?

Atos 2:27 e 2:31 falam da alma e espírito do Senhor Jesus no "Hades", que se refere ao mundo dos mortos, pois como já vimos, a palavra em si não define a condição ou estado do ser e sim o contexto, portanto ele não esteve no hades da punição, sendo que ele disse ao ladrão ao seu lado que hoje mesmo estarás comigo no paraíso (Antes que refute esta tradução bíblica, é assim que deve ser e não a do livro: "Tradução do Novo Mundo). Ele não foi castigado, e ressuscitou vitorioso, fisicamente glorificado (1 Pedro 3:18-19).


Conclusão

A doutrina da Trindade está fundamentada na revelação bíblica da divindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Da mesma forma, a existência do inferno como lugar de punição eterna para os ímpios é ensinada claramente nas Escrituras. Negar essas verdades é distorcer o testemunho bíblico.


Josué Matos

65. O Espírito Santo não é uma Pessoa? (15/03/2025)


O que me Escreveram:

O Espírito Santo é uma pessoa? Não Na Bíblia, a palavra "espírito" é uma tradução do hebraico rú·ahh e do grego pneú·ma. Ambas as palavras têm o significado de "fôlego", "sôpro" ou "vento". Veja isso em cinco traduções da Bíblia a partir de Gênesis 1:2: 1) Versão Almeida: "E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas." 2) Edição Pastoral: "A terra estava sem forma e vazia; as trevas cobriam o abismo e um vento impetuoso soprava sobre as águas." 3) Ecumênica TEB: "A terra era deserta e vazia, e havia treva na superfície do abismo; o sopro de Deus pairava na superfície das águas." 4) versão católica: A terra estava sem forma e vazia; as trevas cobriam o abismo e um vento impetuoso soprava sobre as águas. 5)Novo Mundo: "Ora, a terra mostrava ser sem forma e vazia, e havia escuridão sobre a superfície da água de profundeza; e a força ativa de Deus movia-se por cima da superfície das águas." Vemos "Espírito de Deus", "vento impetuoso", "sopro de Deus" e "força ativa de Deus". Reparou bem como estas 5 traduções usam o texto de Gen.1:2? Veja o que alguns especialistas dizem sobre o espírito santo ° "A força ou poder procedendo de Deus." – Hans Kung, Sendo um cristão (1997), p. 468, 469. ° "É o poder criativo." – O Dicionário da Bíblia do Intérprete (1962), Vol. 2, p. 629. ° "A energia manifesta." – Kamalah, NIDNTT, 3:690. ° "Poder criativo de Deus em ação." – Bible Commentary, Robert Davidson (1973), p. 16. "Semelhante ao vento, é invisível, imaterial e poderoso." – Vine's Expository Dictionary. João 20:20 Depois de dizer isso, soprou sobre eles e lhes disse: "Recebam espírito santo. Jesus soprou o espirito sobre seus discípulos, Pode uma pessoa ser soprada ? Se Deus é uma Trindade, por que Jesus não disse: 'Eu e o Pai e o Espírito Santo somos um'? – João 10:30. 


Minha Respposta:

A questão sobre a personalidade e divindade do Espírito Santo é essencial para a doutrina cristã. Alguns grupos religiosos alegam que Ele é apenas uma "força ativa" ou "energia divina", baseando-se em traduções de Gênesis 1:2 e na etimologia das palavras "rûach" (hebraico) e "pneuma" (grego), que podem significar "vento" ou "sopro". No entanto, uma análise profunda das Escrituras demonstra que o Espírito Santo é, de fato, uma Pessoa divina e plenamente Deus.


1. O Espírito Santo é uma Pessoa?

Para ser considerado uma pessoa, um ser deve possuir atributos como intelecto, emoção e vontade. A Bíblia claramente ensina que o Espírito Santo possui todos esses atributos:


  • Intelecto: Ele ensina (João 14:26), testifica (João 15:26), fala (Atos 13:2), instrui e guia (João 16:13). Apenas um ser com intelecto pode realizar essas ações.
  • Emoção: Ele pode ser entristecido (Efésios 4:30), ama (Romanos 15:30) e pode ser resistido (Atos 7:51).
  • Vontade: Ele distribui dons espirituais conforme Sua vontade (1 Coríntios 12:11), e decide enviar missionários (Atos 13:2).

Se o Espírito Santo fosse apenas uma "força ativa", como poderia falar, ensinar e interceder? Romanos 8:26-27 afirma que Ele intercede pelos santos "segundo a vontade de Deus", um papel que requer personalidade e inteligência.


2. O Espírito Santo é Deus?

A Bíblia declara que o Espírito Santo é Deus e que possui os mesmos atributos divinos do Pai e do Filho:


Atributos Divinos do Espírito Santo

  • Onisciência: "O Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus." (1 Coríntios 2:10-11).
  • Onipresença: "Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face?" (Salmos 139:7-10).
  • Onipotência: Ele é o Criador: "O Espírito de Deus me fez, e a inspiração do Todo-Poderoso me deu vida." (Jó 33:4).
  • Eternidade: "Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus..." (Hebreus 9:14).


O Espírito Santo é chamado de Deus

  • Em Atos 5:3-4, Ananias mente ao Espírito Santo, e Pedro afirma que ele mentiu a Deus.
  • Em 2 Coríntios 3:17-18, Paulo diz: "O Senhor é o Espírito", identificando o Espírito Santo como Deus.


3. O Espírito Santo é distinto do Pai e do Filho

O Novo Testamento revela claramente a distinção entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo:

  • No batismo do Senhor Jesus (Mateus 3:16-17), vemos o Filho sendo batizado, o Pai falando do céu e o Espírito descendo como pomba.
  • O Senhor Jesus ordena que o batismo seja feito "em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mateus 28:19).
  • João 14:16-17 menciona que o Pai envia "outro Consolador" (ἀλλος, allos, outro da mesma natureza), implicando que o Espírito é igual ao Filho.


4. O Argumento do "Sopro" e a Trindade

O argumento de João 20:22 ("E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo") não nega a personalidade do Espírito. O verbo "assoprar" remete a Gênesis 2:7, onde Deus soprou o fôlego de vida em Adão. Isso indica que o Senhor Jesus estava simbolizando a transmissão de vida espiritual aos discípulos, e não que o Espírito fosse uma "energia impessoal".

Quanto à pergunta sobre a Trindade, devemos lembrar que a revelação bíblica é progressiva. O Senhor Jesus disse: "Eu e o Pai somos um" (João 10:30), mas também revelou a vinda do Consolador, que é Deus (Atos 5:3-4). A Trindade é ensinada ao longo da Escritura, culminando na Grande Comissão (Mateus 28:19).


Conclusão

A Bíblia é clara ao afirmar que o Espírito Santo é uma Pessoa e é Deus. Ele possui atributos divinos, realiza obras que apenas Deus pode fazer e é distinguido do Pai e do Filho. A negação de Sua personalidade e divindade ignora o testemunho das Escrituras e compromete a compreensão da própria natureza de Deus.


Josué Matos


66. A alma humana não é imortal? (15/03/2025)


O que me Escreveram:

A alma é imortal? Não. A cristandade ensina que é algo separado do corpo, que na morte sai do mesmo e sobrevive. As Escrituras ensinam algo bem diferente deste ensino tão difundido hoje em dia. "𝘌 𝘧𝘰𝘳𝘮𝘰𝘶 𝘰 𝘚𝘌𝘕𝘏𝘖𝘙 𝘋𝘦𝘶𝘴 𝘰 𝘩𝘰𝘮𝘦𝘮 𝘥𝘰 𝘱ó 𝘥𝘢 𝘵𝘦𝘳𝘳𝘢 𝘦 𝘴𝘰𝘱𝘳𝘰𝘶 𝘦𝘮 𝘴𝘦𝘶𝘴 𝘯𝘢𝘳𝘪𝘻𝘦𝘴 𝘰 𝘧𝘰̂𝘭𝘦𝘨𝘰𝘥𝘢𝘷𝘪𝘥𝘢; 𝘦𝘰𝘩𝘰𝘮𝘦𝘮𝘍̲𝘖̲𝘐̲̲𝘍̲𝘌̲𝘐̲𝘛̲𝘖̲̲𝘈̲𝘓̲𝘔̲𝘈̲̲𝘝̲𝘐̲𝘝̲𝘌̲𝘕̲𝘛̲𝘌̲.legollll" - Gênesis 2:7 O primeiro homem, Adão, de acordo com este texto, não recebeu uma alma, e sim que ele foi feito, ou veio a ser uma alma. Na Bíblia, a palavra "alma" é a tradução do termo hebraico nefesh e do grego psykhé. O emprego bíblico da palavra mostra que alma e uma pessoa ou animal, ou a vida que uma pessoa ou um animal usufrui. As religiões que ensinam que o homem possui uma alma imortal estão erradas, pois o homem não possui alma, ele É alma. A primeira ocorrência da palavra alma na Bíblia, ocorre em Gênesis 1:20, onde lemos: "E disse Deus: Produzam as águas abundantemente répteis de alma vivente; e voem as aves sobre a face da expansão dos céus." – Almeida Revista e Corrigida Pergunte-se, o que são as "almas" mencionadas aqui? A alma dos animais é imortal também? Ezequiel 18:4 ,20 o texto diz que a "alma que pecar, essa é a que morrerá", Ou seja a alma "morre". Mateus 10:28 Não temais aos que matam o corpo, mas não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer na Geena tanto a alma como o corpo. (TB) - Tradução Brasileira Afinal de acordo com este texto apresentado por você, a alma perece, morre. O Léxico de Liddell e Scott define apollumi (usado como perecer) da seguinte forma: destruir totalmente, matar, destruir, demolir, desperdiçar. Portanto, onde o texto diz que a alma não morre? Apoc. 6:9,10. Visto que "a alma [ou vida] da carne está no sangue", o que, na verdade é representado como estando na base do altar é o sangue de servos fiéis de Jesus que foram mortos por causa de seu testemunho destemido e zeloso. — Levítico 17:11


Minha Resposta:


A questão da imortalidade da alma é fundamental na teologia cristã e tem sido debatida ao longo da história da Igreja. A Bíblia ensina claramente que o ser humano é constituído de corpo, alma e espírito, e que a alma não deixa de existir após a morte física. Para responder essa questão de maneira sólida, é essencial recorrer às Escrituras, que nos revelam a verdadeira natureza da alma e sua distinção em relação ao espírito.


1. O que é a alma?

A palavra "alma" traduz os termos hebraicos nefesh e gregos psykhé, e seu significado pode variar conforme o contexto bíblico. Em Gênesis 2:7, encontramos a seguinte passagem fundamental:

"E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente."

Esse texto nos ensina que o homem é uma alma vivente, não que ele seja apenas um corpo sem um elemento imaterial. A alma é a parte do ser humano que experimenta emoções, desejos e sentimentos. As Escrituras mostram que a alma pode sofrer, alegrar-se e ser consciente, mesmo após a morte física.


A alma, segundo a Bíblia, pode ter diferentes significados:

  • A alma como ser pessoal: "Todas as almas, pois, que procederam da coxa de Jacó, foram setenta almas" (Êxodo 1:5).
  • A alma como vida: "Quem perder a sua vida [psykhé] por amor de mim, achá-la-á" (Mateus 10:39).
  • A alma como a parte imaterial do ser humano: "Não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma" (Mateus 10:28).

A última passagem deixa claro que a alma existe independentemente do corpo e não pode ser destruída pelos homens.


2. O que é o espírito? E como se diferencia da alma?

A Bíblia distingue alma e espírito, mostrando que são componentes distintos do ser humano. Hebreus 4:12 afirma:

"Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração."


Se há uma divisão entre alma e espírito, isso significa que são elementos distintos.

Diferenças fundamentais entre alma e espírito:

  1. A alma está ligada à personalidade e emoções humanas:

    • A alma sente alegria, tristeza, desejo e angústia. O Senhor Jesus disse: "A minha alma está profundamente triste até a morte" (Mateus 26:38).
  2. O espírito é a parte que se relaciona com Deus:

    • O espírito do homem é o que permite sua comunhão com Deus: "O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus" (Romanos 8:16).
  3. Destino na morte:

    • Tanto a alma quanto o espírito continuam conscientes após a morte.
    • O espírito volta para Deus (Eclesiastes 12:7).
    • A alma permanece consciente, aguardando a ressurreição (Lucas 16:22-23, Apocalipse 6:9-10).

O ensino das Escrituras, portanto, não apresenta a alma como algo que deixa de existir, mas sim como uma parte imortal do ser humano que continua a existir após a morte.


3. A alma pode morrer?

Alguns textos falam sobre a morte da alma, como Ezequiel 18:4:

"A alma que pecar, essa morrerá."

O contexto de Ezequiel indica que "morrer" aqui significa ser separado de Deus, e não deixar de existir. Se a morte da alma significasse sua aniquilação, então isso se aplicaria ao espírito também, o que contradiz passagens que falam sobre sua continuidade consciente após a morte.

O Senhor Jesus reafirma essa verdade ao falar da condenação eterna:

"E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna." (Mateus 25:46)

Se a vida eterna é sem fim, então o tormento eterno também é. Isso confirma que a alma continua consciente, seja no estado de bênção ou de condenação.


4. O testemunho de Lucas 16:19-31 sobre a alma após a morte

Um dos textos mais claros sobre a imortalidade da alma é Lucas 16:19-31, onde o Senhor Jesus relata a história do rico e Lázaro:

"E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado. E no inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão e Lázaro no seu seio." (Lucas 16:22-23)

Aqui, vemos que tanto Lázaro quanto o rico estavam conscientes após a morte. O rico experimentava sofrimento, enquanto Lázaro estava em conforto. Se a alma simplesmente deixasse de existir na morte, esse relato não faria sentido.


5. O destino final da alma e do espírito

A Bíblia ensina que haverá uma ressurreição tanto dos justos quanto dos ímpios:

"Não vos maravilheis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz e sairão; os que fizeram o bem, para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação." (João 5:28-29)

Se as almas dos mortos já não existissem, a ressurreição seria desnecessária. A ressurreição é o momento em que corpo e alma serão reunidos para a vida eterna ou para a condenação eterna.


Conclusão

As Escrituras deixam claro que:

  1. A alma é distinta do espírito e continua consciente após a morte.
  2. A morte da alma mencionada na Bíblia não significa sua aniquilação, mas sua separação de Deus.
  3. O ensino da ressurreição confirma que a alma continua a existir após a morte.
  4. O relato de Lucas 16 prova que a alma dos mortos está consciente e experimenta alegria ou tormento.
  5. A Bíblia nunca ensina que a alma simplesmente deixa de existir, como afirmam algumas seitas heréticas.

Portanto, a doutrina da imortalidade da alma não apenas está fundamentada na Bíblia, como é um ensino essencial da fé cristã. Negar essa verdade leva a graves distorções da doutrina da ressurreição e do juízo final. A Palavra de Deus nos chama a confiar na promessa da ressurreição e a viver com a certeza de que a vida não termina com a morte, mas continua na eternidade com Cristo ou em separação eterna d'Ele.


Josué Matos

67. O Que é o Neopentecostalismo? Origens e Diferenças (16/03/2025)


1. O Que é o Neopentecostalismo? Origens e Diferenças

Neste vídeo, vamos entender a origem do neopentecostalismo, as diferenças entre os movimentos pentecostais, carismáticos e neopentecostais e analisar as principais denominações que seguem essa linha teológica.

Se você quer entender o que realmente caracteriza o neopentecostalismo e como ele se diferencia das demais correntes do cristianismo, fique até o final do vídeo.

Para compreendermos o neopentecostalismo, precisamos voltar um pouco na história e entender como os movimentos pentecostais surgiram.

O pentecostalismo teve início no início do século XX, com o avivamento da Rua Azusa, nos Estados Unidos, por volta de 1906. Esse movimento enfatizava experiências espirituais, dons do Espírito Santo, como o falar em línguas, e a busca pelo batismo no Espírito Santo. O pentecostalismo chegou ao Brasil através de missionários suecos, como Daniel Berg e Gunnar Vingren, fundadores da organização religiosa Assembleia de Deus em 1911.

Já nos anos 1950 e 1960, surgiram os chamados pentecostais de segunda onda, como a denominação intitulada Igreja do Evangelho Quadrangular e a Igreja Brasil para Cristo, que começaram a adotar algumas novas abordagens teológicas, mantendo a ênfase nos dons espirituais, mas incorporando elementos diferentes das 1s igrejas pentecostais.

Porém, foi na década de 1970 que um novo movimento emergiu, o neopentecostalismo. Esse movimento rompeu com muitas das tradições pentecostais e adotou uma abordagem mais pragmática, voltada para o crescimento numérico, a "teologia da prosperidade" e o uso de métodos mais modernos de evangelização.

A organização religiosa intitulada Igreja Universal do Reino de Deus, fundada por Edir Macedo em 1977, é um dos principais exemplos desse novo movimento. Outras, assim chamadas igrejas neopentecostais, surgiram na mesma linha, como a organização religiosa intitulada Igreja Internacional da Graça de Deus e a Igreja Renascer em Cristo.

Agora que entendemos a origem do neopentecostalismo, vamos ver como ele se diferencia das outras correntes evangélicas.

Os pentecostais históricos são aqueles que seguem a doutrina original do movimento pentecostal, enfatizando os dons espirituais, mas mantendo uma abordagem teológica conservadora. A organização religiosa intitulada Igrejas, como as Assembleias de Deus e a Igreja Congregacional Pentecostal, fazem parte dessa categoria. Elas têm momentos de pregação bíblica, enfatizam uma salvação quase que adquirida pela santidade pessoal, que não deixa de ser salvação pelas boas obras e pela experiência do aclamado batismo com o Espírito Santo.

Os carismáticos são um grupo que surgiu dentro das chamadas igrejas históricas, como a Igreja Católica e igrejas protestantes tradicionais. Esse movimento começou na década de 1960 e trouxe a crença nos dons espirituais para dentro dessas organizações religiosas, mantendo muitos elementos litúrgicos tradicionais, mas incorporando experiências espirituais místicas.

Já os neopentecostais têm um foco bem diferente. Eles enfatizam a "teologia da prosperidade", que ensina que Deus deseja que todos os crentes sejam ricos e saudáveis, e que a fé pode ser usada para conquistar bens materiais. Além disso, muitas das chamadas igrejas neopentecostais promovem campanhas de "desafios de fé", onde os fiéis são incentivados a fazer ofertas financeiras como uma forma de alcançar bênçãos.

Outro ponto importante é a ênfase no "misticismo" dentro do neopentecostalismo. Enquanto os pentecostais históricos baseiam sua doutrina na pregação da Palavra, se podemos dizer assim, muitos neopentecostais utilizam objetos "ungidos", água do rio Jordão, sal grosso e outros elementos que lembram mais as práticas supersticiosas do que a fé bíblica.

Entre as denominações que seguem a linha neopentecostal, algumas se destacam pelo tamanho e influência:

  • Talvez a que esteja no topo desta lista seja a que se intitula, Igreja Universal do Reino de Deus – Fundada por Edir Macedo, essa organização é conhecida por sua forte presença na mídia e pelo uso de campanhas financeiras para arrecadação de dinheiro. A teologia da prosperidade é um dos pilares da organização, e muitas práticas, como a "Fogueira Santa", têm sido amplamente criticadas.
  • Depois temos a Igreja Internacional da Graça de Deus – Fundada por R R Soares, tem uma abordagem semelhante à da Universal, mas com um tom mais moderado.
  • E em terceiro temos a chamada, Igreja Renascer em Cristo – Conhecida por atrair jovens e por introduzir a "adoração extravagante", misturando música gospel contemporânea e cultura pop.

Essas denominações compartilham uma ênfase no sucesso financeiro e no uso de objetos e campanhas para "ativar a fé", algo que não tem fundamento bíblico sólido.

O neopentecostalismo é um movimento relativamente recente que se distanciou das raízes do pentecostalismo histórico. Um dos pontos mais preocupantes é seu foco na teologia da prosperidade, que associa a fé cristã ao sucesso financeiro e à ausência de dificuldades. No entanto, a Bíblia ensina que a vida cristã não está centrada em riquezas materiais, mas no contentamento e na fidelidade a Deus. O apóstolo Paulo escreveu: "Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes" (1 Timóteo 6:8). Ele também advertiu que "o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males" (1 Timóteo 6:10), mostrando que a busca desenfreada por riquezas pode levar ao afastamento da fé.

Além disso, o neopentecostalismo muitas vezes rejeita a ideia do sofrimento cristão, sugerindo que toda dificuldade é fruto de falta de fé. Mas a Bíblia nos ensina que o sofrimento faz parte da vida do crente e pode até ser usado por Deus para nos fortalecer espiritualmente. O salmista disse: "Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos" (Salmo 119:71). O próprio apóstolo Paulo enfrentou prisões e dificuldades e ainda assim afirmou: "As coisas que me aconteceram têm, antes, contribuído para o progresso do evangelho" (Filipenses um:12). Isso nos mostra que a fé verdadeira não se baseia na ausência de problemas, mas na confiança inabalável em Deus, independentemente das circunstâncias.

Outro ponto preocupante do neopentecostalismo é a introdução de práticas místicas e extra-bíblicas. Algumas igrejas incorporam rituais e ensinos que não encontram respaldo na Palavra de Deus. Mas as Escrituras nos alertam: "Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo" (Colossenses 2:8).

Diante de tudo isso, vemos que o neopentecostalismo apresenta desvios sérios da fé bíblica, colocando a prosperidade material como centro da mensagem, negando o papel do sofrimento no crescimento espiritual e adotando práticas místicas sem fundamento nas Escrituras. Como cristãos, precisamos nos firmar na Palavra de Deus e discernir aquilo que realmente vem do Senhor. O evangelho não se trata de riquezas ou milagres fabricados, mas da graça de Deus que nos transforma e nos conduz à eternidade com Cristo.


2. Teologia da Prosperidade: Uma Doutrina Bíblica?

A Teologia da Prosperidade tem se espalhado amplamente, prometendo riquezas e sucesso a todos os que têm fé suficiente. Mas essa doutrina encontra respaldo na Palavra de Deus? Neste vídeo, vamos examinar suas origens, analisar o que as Escrituras realmente dizem sobre prosperidade e mostrar como alguns textos bíblicos são usados fora de contexto para apoiar essa ideia. Por fim, veremos qual é o verdadeiro propósito das bênçãos divinas segundo a revelação bíblica.

A Teologia da Prosperidade ensina que Deus deseja que todos os crentes sejam ricos, saudáveis e bem-sucedidos. Seus líderes afirmam que, por meio de ofertas financeiras, confissão positiva e fé inabalável, qualquer pessoa pode desbloquear essas bênçãos materiais.

Esse movimento ganhou força no século XX, com pregadores como Oral Roberts, Kenneth Hagin e outros, que popularizaram a ideia de que "dar para Deus" atrai riquezas. Com o advento da televisão e da internet, essa mensagem foi amplificada, alcançando milhões de pessoas. Mas esses mesmos pregadores, que prometiam saúde e prosperidade, não escaparam da realidade da enfermidade e da morte, provando que suas doutrinas não garantiam imunidade ao sofrimento humano:

  • Oral Roberts: Faleceu em 2009, aos 91 anos, devido a complicações de pneumonia. Antes disso, enfrentou problemas cardíacos e outros desafios de saúde.
  • Kenneth Hagin: Morreu em 2003, aos 86 anos, após sofrer um colapso no coração, seguido de complicações que o levaram à morte.

Se a teologia que pregavam fosse verdadeira, não teriam sido acometidos por doenças graves no fim de suas vidas. Isso pode demonstrar duas questões cruciais: primeiro, eles não foram curados porque não tinha a fé suficiente que sempre exigiram de seus fiéis e acabaram morrendo por falta desta fé; e segundo, que mesmo aqueles que pregam a prosperidade não podem evitar a enfermidade e a morte, pois estão sujeitos à condição humana assim como qualquer outro.

Mas essa mensagem pregada por eles realmente reflete o ensino bíblico?

A Palavra de Deus ensina que Ele pode abençoar materialmente Seus filhos, mas isso não significa que riqueza seja garantia de fidelidade ou sinal de bênção espiritual. No Antigo Testamento, encontramos exemplos de servos fiéis que foram prósperos, como Abraão e Jó, mas também há relatos de homens justos que passaram por sofrimento e privação, como os profetas Jeremias e Elias.

O Novo Testamento enfatiza que as maiores bênçãos são espirituais e que seguir a Cristo frequentemente envolve dificuldades. O próprio Senhor Jesus alertou: "Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se devotará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom." (Mateus 6:24)

Se a riqueza material fosse uma promessa para todos os crentes, como explicar o sofrimento de tantos servos fiéis na Bíblia?

A Bíblia está repleta de exemplos que mostram que a fé em Deus não garante riqueza material:

  • O Senhor Jesus: Ele nasceu em uma família humilde e viveu como um homem simples. Ele próprio declarou: "As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça" (Mateus 8:20). Se a prosperidade fosse sinal de favor divino, por que o próprio Filho de Deus viveu sem riquezas?
  • O apóstolo Paulo: Embora tenha sido um dos maiores missionários da história, Paulo passou fome, frio, prisões e perseguições. Ele testemunhou: "Até à presente hora, sofremos fome, e sede, e nudez, e somos esbofeteados, e não temos morada certa" (1 Coríntios 4:11). Paulo não era próspero financeiramente, mas foi ricamente abençoado espiritualmente.
  • Timóteo: Um fiel servo do Senhor que enfrentou problemas de saúde. Paulo aconselhou-o a usar "um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas frequentes enfermidades" (1 Timóteo 5:23). Se saúde perfeita fosse uma promessa garantida, por que Timóteo adoecia repetidamente?
  • Que dizer dos apóstolos e mártires da fé: A maioria dos discípulos de Cristo enfrentou perseguição, pobreza e martírio. Tiago foi decapitado, Pedro foi crucificado de cabeça para baixo, João foi exilado, e Estêvão foi apedrejado. Nenhum deles acumulou riquezas ou teve uma vida fácil por seguir a Cristo.
  • O profeta Elias: Depois de confrontar os profetas de Baal, Elias foi forçado a viver no deserto, sendo alimentado por corvos e sobrevivendo com o pouco que Deus lhe fornecia (1 Reis 17). Sua vida não foi marcada por luxo, mas por dependência total do Senhor.
  • : Um homem justo que sofreu terrivelmente, perdendo bens, saúde e família. Deus restaurou sua vida, mas seu sofrimento refuta a ideia de que servos fiéis estão isentos de dificuldades.

Muitos textos são distorcidos para promover a Teologia da Prosperidade. Aqui estão alguns exemplos:

  • Malaquias 3:10: "Trazei todos os dízimos à casa do tesouro [...]"
    Esse texto era uma ordenança específica para Israel, no contexto da aliança mosaica, e não uma promessa universal de prosperidade financeira.
  • 3 João:2: "Amado, desejo que te vá bem em todas as coisas e que tenhas saúde..."
    Essa é uma saudação pessoal de João a Gaio, não uma promessa de saúde e riquezas para todos os crentes.
  • Lucas 6:38: "Dai, e ser-vos-á dado..."
    O contexto trata da generosidade e misericórdia, e não de doações financeiras para obter retorno material.

A Bíblia nos ensina que Deus supre nossas necessidades, mas não para que busquemos riquezas terrenas. O verdadeiro propósito da provisão divina é nos capacitar para a Sua obra e nos ensinar a confiar Nele:

"Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes." (1 Timóteo 6:8)

"Ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça, nem a ferrugem consomem." (Mateus 6:20)

A verdadeira prosperidade não está no dinheiro, mas na comunhão com Deus, na suficiência da Sua graça e na herança eterna que nos aguarda no céu.

A Teologia da Prosperidade é uma distorção do verdadeiro evangelho. Ela ensina que riqueza é sinal de bênção e que a fé garante sucesso material, mas a Bíblia mostra exatamente o contrário. O próprio Senhor Jesus viveu de forma humilde. Os apóstolos enfrentaram privações, e muitos fiéis ao longo da história passaram por dificuldades, mesmo estando cheios do Espírito Santo. Nosso chamado não é buscar riquezas terrenas, mas confiar em Deus e buscar primeiro o Seu Reino e a Sua justiça, como o Senhor Jesus ensinou em Mateus 6:33.

Infelizmente, muitos pregadores modernos pegam promessas de prosperidade que Deus fez a Israel, um povo terreno, e aplicam de forma errada à Igreja, que é um povo celestial. Isso acontece porque não entendem – ou escolhem ignorar – as dispensações na Bíblia.

Mas o que são as dispensações? Essa palavra vem do grego "oikonomia" e significa administração ou gerenciamento. Na Bíblia, vemos que Deus tem lidado com a humanidade de diferentes formas ao longo da história. Ele estabeleceu períodos específicos em que revelou Sua vontade de maneira progressiva, dando ao homem diferentes responsabilidades.

Por exemplo, houve um tempo em que Deus lidou exclusivamente com Israel, sob a Lei de Moisés. Essa foi a Dispensação da Lei, que começou no Monte Sinai e teve Israel como foco central. Deus deu a eles promessas terrenas, ligadas à obediência aos mandamentos. Prosperidade material e segurança eram parte dessas bênçãos, mas apenas se o povo permanecesse fiel. Quando se desviavam, vinham juízos e castigos.

Depois que Israel rejeitou o Senhor Jesus como Messias, Deus introduziu um novo período: a Dispensação da Graça, na qual vivemos hoje. Agora, Deus não trata com uma nação específica, mas está formando a Igreja, um povo celestial composto por judeus e gentios que creem no Senhor Jesus. A Igreja não tem promessas terrenas de riqueza ou poder político. Sua herança é celestial, e sua missão não é conquistar bens materiais, mas levar o evangelho ao mundo.

No futuro, quando essa dispensação terminar, Deus voltará a tratar com Israel e cumprirá todas as promessas que fez a essa nação. Isso acontecerá no Reino Milenar de Cristo, quando Israel será restaurado e a Igreja estará glorificada nos céus, cada um cumprindo o seu papel no plano eterno de Deus.

Entender essa diferença entre Israel e a Igreja nos protege de erros graves. Quando alguém prega que "todo cristão fiel será rico", está aplicando promessas feitas a Israel na Lei e ignorando completamente a realidade da Igreja na dispensação da Graça. O resultado é um evangelho distorcido, que atrai multidões com promessas falsas de bênçãos materiais, mas que não ensina o verdadeiro propósito da fé cristã: viver para Deus e esperar pela glória futura.

O Senhor Jesus nunca prometeu uma vida fácil e cheia de riquezas para Seus seguidores. Ele disse: "No mundo tereis aflições" (João 16:33). Paulo, Pedro, João e os demais apóstolos sofreram perseguições, passaram por dificuldades e até morreram por amor ao evangelho. Se a Teologia da Prosperidade fosse verdadeira, isso nunca teria acontecido.

O foco do cristão deve estar na eternidade, não em promessas vazias de prosperidade terrena. Quando buscamos primeiro o Reino de Deus, confiamos que Ele cuidará das nossas necessidades conforme Sua vontade, e não segundo a lógica humana da prosperidade. Por isso, precisamos sempre basear nossa fé na Palavra de Deus e não em interpretações distorcidas que tentam transformar o evangelho em um meio de ganho financeiro.


3. O Movimento Apostólico e a Restauração dos Apóstolos: Uma Nova Revelação?

Nos últimos anos, tem ganhado força a ideia de que Deus estaria restaurando o ministério apostólico e levantando "novos apóstolos" para liderar a igreja na atualidade. Este conceito, promovido por movimentos como a Nova Reforma Apostólica, defende que, assim como nos dias do Novo Testamento, ainda hoje Deus levanta apóstolos com autoridade para trazer novas revelações e conduzir a igreja a um avivamento especial. Mas será que essa ideia é sustentada pelas Escrituras? Será que devemos esperar uma nova geração de apóstolos, ou o apostolado foi um ministério exclusivo dos dias da fundação da igreja?

Neste vídeo, exploraremos a fundamentação bíblica do apostolado, analisaremos se a Bíblia ensina a continuação deste ministério e os perigos das "novas revelações" que pretendem ir além da Escritura.

Para entendermos se o apostolado continua hoje, precisamos compreender como a Bíblia define um apóstolo.

Os doze apóstolos escolhidos pelo Senhor Jesus tinham um papel singular. Eles foram testemunhas oculares da ressurreição de Cristo e receberam diretamente d'Ele a comissão para estabelecer as bases da igreja (Atos 1:21-22). Além dos doze, Paulo também foi chamado para ser apóstolo, sendo escolhido diretamente pelo Senhor ressuscitado (Atos 9:15-16 e 1 Coríntios 15:8-9).

Uma característica importante é que os apóstolos tinham autoridade divina para ensinar e escrever as Escrituras. Paulo, por exemplo, reconhecia que suas epístolas tinham autoridade inspirada por Deus (1 Coríntios 14:37 e 2 Pedro 3:15-16).

Dessa forma, o apostolado no Novo Testamento estava ligado à fundação da igreja e à revelação das Escrituras. Mas o que dizer do argumento de que Deus está restaurando esse ministério hoje?

Além dos doze apóstolos e de Paulo, a Bíblia menciona outros indivíduos que foram chamados de "apóstolos" no sentido de "enviados", como Barnabé (Atos 14:14). No entanto, fica claro que Barnabé não fazia parte do grupo de apóstolos que estabeleceram o fundamento da igreja e que receberam a revelação divina para todas as épocas. Seu papel era missionário, mas ele não deixou ensinamentos que serviriam como doutrina universal para todas as igrejas. Essa distinção é fundamental para compreender que o termo "apóstolo" podia ter um uso mais amplo, mas apenas os apóstolos do Cordeiro e Paulo tiveram a responsabilidade de lançar o alicerce doutrinário da fé cristã.

O Novo Testamento apresenta o apostolado como um ministério fundamental para a edificação inicial da igreja. Em Efésios 2:20, Paulo escreve que a igreja foi "edificada sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo o próprio Jesus Cristo a principal pedra da esquina".

Se o apostolado era um fundamento, então ele já foi lançado. Ninguém constrói um edifício lançando continuamente os alicerces. O papel dos apóstolos foi essencial para a implantação da igreja, mas não há indicação bíblica de que esse ministério continuaria ao longo das eras.

Além disso, o critério para ser um apóstolo incluía ter sido testemunha da ressurreição do Senhor (Atos dos Apóstolos 1:22) e ter sido escolhido diretamente por Cristo (Atos 9:15-16). Ninguém hoje pode atender a esses requisitos.

O próprio Pedro, ao se aproximar de sua morte, não indicou sucessores apostólicos. Em sua segunda epístola, ele disse: "Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas; mas nós mesmos vimos a sua majestade" (2 Pedro 1:16).

Pedro sabia que sua partida era iminente (2 Pedro um:14), mas ao invés de estabelecer um sucessor, ele apontou seus leitores para a segurança da Palavra escrita: "Temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vossos corações" (2 Pedro um:19).

Isso é crucial: Pedro não disse que haveria novos apóstolos ou Papas para assumir sua função. Pelo contrário, ele ensinou que a igreja deveria confiar na Palavra escrita, a qual seria suficiente para guiar os crentes na caminhada de fé e na esperança do retorno de Cristo.

Muitos que defendem a restauração apostólica também afirmam receber novas revelações divinas. Isso, porém, é extremamente perigoso. A Bíblia é clara ao afirmar que a revelação de Deus foi concluída em Cristo e registrada nas Escrituras (Hebreus 1:1-2).

Além disso, os que hoje se autodenominam apóstolos ou são nomeados por outros têm um objetivo claro: serem reconhecidos como líderes de grande influência sobre suas organizações. Diferente dos apóstolos originais, que foram estabelecidos no fundamento da Igreja e cujos ensinos são válidos para todas as igrejas até o arrebatamento, os pseudoapóstolos modernos servem apenas às suas próprias denominações. Suas "igrejas" foram fundadas por eles e para eles, garantindo-lhes autoridade inquestionável sobre seus seguidores.

O apóstolo Paulo advertiu seriamente contra aqueles que trouxessem "outro evangelho" (Gálatas 1:8-9). As Escrituras são suficientes para a doutrina e a vida cristã (2 Timóteo 3:16-17), e qualquer tentativa de acrescentar algo a ela deve ser rejeitada (Apocalipse 22:18-19).

O apostolado foi um ministério essencial para a fundação da igreja, mas não foi instituído para continuar indefinidamente. A Escritura ensina que os apóstolos foram estabelecidos como fundamento da igreja e que a revelação de Deus foi concluída na pessoa de Cristo.

Os "novos apóstolos" de hoje não podem atender aos critérios bíblicos do apostolado e frequentemente promovem doutrinas extrabíblicas, colocando em risco a fidelidade à verdade divina. Como crentes, devemos nos apegar à Palavra de Deus e rejeitar qualquer "nova revelação" que busque substituir ou acrescentar às Escrituras.

Que o Senhor nos conceda discernimento e firmeza na verdade da Sua Palavra!


4. Misticismo e Sincretismo no Neopentecostalismo

Vivemos em dias onde a verdade bíblica tem sido trocada por práticas místicas e sincréticas dentro de muitos segmentos do cristianismo moderno. O neopentecostalismo, em especial, tem abraçado ensinos e práticas que misturam elementos da fé cristã com superstição, ocultismo e ritos pagãos. Neste vídeo, vamos analisar biblicamente o perigo do uso de objetos "ungidos", a infiltração do sincretismo religioso no neopentecostalismo e qual é a verdadeira adoração segundo a Palavra de Deus.

Muitos líderes neopentecostais introduziram práticas que incentivam o uso de objetos "ungidos" como meio de alcançar bênçãos, curas e prosperidade. Entre os mais comuns estão:

  • Rosas "ungidas" para afastar maus espíritos;
  • Sal grosso para "purificação espiritual";
  • Água do rio Jordão para bênçãos e curas;
  • Chaves simbólicas para abrir portas financeiras;
  • Fronhas e toalhas "ungidas" para libertar do mal.

Estas práticas não possuem base bíblica e acabam levando muitas pessoas ao engano. O Senhor Jesus nunca ensinou que objetos materiais possuem poder espiritual. Ao contrário, a Palavra de Deus condena tais práticas como uma forma de idolatria e feitiçaria (Isaías 44:9-20; Jeremias 10:2-5).

No Novo Testamento, vemos que a verdadeira bênção vem pela fé em Cristo, não pelo uso de amuletos ou objetos "ungidos": "Porque andamos por fé, e não por vista" (2 Coríntios 5:7).

Além disso, é importante destacar que Satanás não cria nada, ele apenas imita e adapta aquilo que Deus originalmente criou. Um exemplo claro disso está em Números 21, quando Moisés, por ordem de Deus, fez uma serpente de bronze para que o povo que havia pecado pudesse olhar para ela e ser curado. O poder não estava na serpente em si, mas na obediência do povo em olhar para a direção que Deus havia ordenado, exercendo fé para viver e não morrer.

Porém, anos depois, essa serpente foi transformada em um ídolo e o povo começou a adorá-la como se tivesse algum poder. O rei Ezequias, reconhecendo essa idolatria, destruiu a serpente de bronze, chamando-a de "Neustã" (2 Reis 18:4), para mostrar que não passava de um pedaço de metal sem poder algum. Isso nos ensina que Deus pode usar elementos físicos para cumprir um propósito específico, mas quando o homem começa a dar poder a esses objetos, desviando sua fé do Criador para a criação, ele cai em idolatria.

O sincretismo religioso é a fusão de crenças diferentes dentro de uma religião. No neopentecostalismo, vemos influências de religiões afro-brasileiras, esoterismo, cabala e mesmo do catolicismo popular. Algumas dessas manifestações incluem:

  • Uso de "correntes de oração" semelhantes às novenas católicas;
  • Rituais de descarrego parecidos com oferendas em religiões de matriz africana;
  • Profetadas e revelações extrabíblicas com forte cunho espiritualista;
  • Liderança centralizada em supostos "apóstolos" e "bispos", com títulos exaltados.

Essas influências fazem com que o neopentecostalismo se distancie cada vez mais da simplicidade do evangelho. A verdadeira fé cristã não precisa de ritos místicos ou de mediações humanas além de Cristo. A Bíblia é clara: "Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem" (1 Timóteo 2:5).

O sincretismo no neopentecostalismo desvia as pessoas da verdade e os torna vulneráveis ao engano espiritual.

A verdadeira adoração não está baseada em rituais místicos, em objetos ungidos ou em eventos espetaculares. O próprio Senhor Jesus ensinou que: "Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem" (João 4:23).

A adoração verdadeira tem os seguintes pilares:

  • Cristo como o centro da fé - Não são objetos, líderes religiosos ou "pontos de contato", mas somente Cristo como Senhor e Salvador (Colossenses um:18).
  • Tem base na Palavra de Deus - A fé vem pelo ouvir a Palavra, não por sinais externos (Romanos 10:17).
  • A Simplicidade e pureza - Deus rejeita a hipocrisia religiosa e os rituais sem sentido (Isaías um:11 a 15).

O perigo do neopentecostalismo é que ele desvia seus adeptos da fé genuína e os coloca em uma religião baseada em emoções, manifestações e misticismo, tornando-os presas fáceis de falsos profetas.

A Bíblia nos alerta que o tempo está chegando em que Satanás terá maior permissão para enganar a grande massa da cristandade, pois muitos buscam sinais, milagres e curas em vez da verdade bíblica. Em segunda Tessalonicenses, o apóstolo Paulo explica que, após o arrebatamento, Satanás terá o seu homem, o anticristo, que fará sinais mentirosos com o apoio da operação do erro enviada por Deus: "A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira" (2 Tessalonicenses 2:9-11).

Essa é uma advertência séria! Quem busca milagres e sinais sem compromisso com a verdade bíblica está se colocando em um caminho perigoso, pois Deus permitirá que aqueles que rejeitam a verdade, sejam enganados por sinais falsos.

Diante do que vimos, é essencial que todos permaneçam firmes na Palavra de Deus e rejeite qualquer ensino que introduza misticismo ou sincretismo. O uso de objetos "ungidos", a fusão de práticas pagãs com a fé cristã e a busca por experiências emocionais em vez da verdade são sintomas de um evangelho adulterado.

A fé verdadeira não precisa de amuletos, de intermediários humanos ou de rituais místicos. Deus nos chama para servi-Lo com um coração sincero, em espírito e em verdade, sem acréscimos humanos. Que possamos nos manter fiéis à sã doutrina e exortar outros a fazerem o mesmo.

"E rogamo-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós, e que estão sobre vós no Senhor, e vos admoestam; E que os tenhais em grande estima e amor, por causa da sua obra. Tende paz entre vós." (1 Tessalonicenses 5:12 e 13)

Que Deus nos dê discernimento e firmeza na Sua Palavra!


5. Batalha Espiritual e Maldições Hereditárias: O Que Diz a Bíblia?

Vivemos em dias em que a cristandade é ensinada a crer que suas dificuldades espirituais, emocionais e materiais são decorrentes de maldições hereditárias e influências demoníacas. O movimento neopentecostal popularizou a ideia de que crentes podem estar sob maldição e precisam de "sessões de descarrego", "orações de quebra de maldição" e "batalhas espirituais" para se libertar. Mas o que a Bíblia realmente ensina sobre este assunto? Vamos examinar a Palavra de Deus e esclarecer o que é verdade e o que é engano.

Hoje, perdeu-se a realidade da salvação. A maioria das denominações trata da febre e não da doença que provoca a enfermidade. Todo e qualquer problema espiritual é resolvido com uma conversão genuína. Pois, quando uma pessoa é verdadeiramente salva pela graça de Deus, mediante fé no Senhor Jesus Cristo, além de todos os seus pecados terem sido perdoados, ela recebe, no exato momento, o Espírito Santo permanentemente como selo. Portanto, aquele crente agora é o templo do Espírito Santo e este Espírito não vai deixar outro ser espiritual habitar naquele mesmo corpo. O crente poderá ceder às tentações de Satanás, mas nunca será ocupado por um demônio que precisará ser expulso, como acontece nestas denominações que mais parecem um terreiro de umbanda ou sessão espírita.

Nos movimentos neopentecostais, há uma forte ênfase na existência de maldições hereditárias e na ideia de que os crentes precisam de "libertação" constante. Segundo essa linha de pensamento, uma pessoa pode herdar maldições de seus antepassados e sofrer opressão demoníaca, mesmo depois de ter aceitado a Cristo.

Os defensores dessa doutrina citam passagens do Antigo Testamento, como Êxodo 20:5: "Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam."

Com uma interpretação errada deste texto, ensinam que maldições são passadas de geração em geração e precisam ser quebradas por "atos proféticos" e "sessões de quebra de maldição". Porém, essa interpretação bíblica não está correta.

O que devemos entender é que o contexto de Êxodo 20:5 se refere à idolatria de Israel. Deus advertiu que os descendentes sofreriam as consequências do pecado de seus pais se continuassem no mesmo caminho de rebelião. No entanto, o mesmo Deus também afirma em Ezequiel 18:20: "A alma que pecar, essa morrerá: o filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele."

Este versículo mostra claramente que cada indivíduo é responsável por seu próprio pecado diante de Deus. Portanto, a ideia de maldição hereditária é uma heresia e distorção das Escrituras.

No Novo Testamento, encontramos ainda mais clareza sobre esse tema. Em Gálatas 3:13, lemos: "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro."

A obra de Cristo na cruz nos livrou de qualquer maldição. Nenhum crente em Cristo está sob maldição, pois Ele mesmo a levou sobre Si.

A doutrina da suficiência de Cristo é fundamental para a fé cristã. Se o Senhor Jesus já nos libertou do pecado e da maldição, não precisamos de rituais ou "orações de quebra de maldição". A Bíblia ensina que: "Se pois o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres." (João 8:36)

O crente é completamente liberto no momento em que confia em Cristo como seu único salvador pessoal. Não existe necessidade de novas "libertações". A obra do Senhor é suficiente e definitiva.

Colossenses 2:13-15 também confirmam isso: "E vós, estando mortos nos vossos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele (Cristo), perdoando-vos todas as ofensas, Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz."

Cristo venceu completamente o poder do diabo e das trevas na cruz. Nada mais precisa ser feito para garantir nossa liberdade espiritual.

A doutrina das maldições hereditárias é uma farsa que contradiz a Palavra de Deus. Qualquer ensino que sugira que crentes precisam de rituais ou "quebras de maldição" nega a suficiência da obra de Cristo. Quem crê no Senhor Jesus está livre, salvo e seguro Nele para sempre.

Que essa mensagem traga luz e liberdade a muitos que ainda estão presos a falsos ensinos!


6. Cultos e Show da Fé: Espetáculo ou Evangelho?

Nos dias atuais, muitos templos se transformaram em verdadeiros palcos de entretenimento. O que deveria ser uma reunião solene para adoração a Deus tem sido substituído por espetáculos que visam agradar ao homem mais do que glorificar ao Senhor. Mas será que essa é a verdadeira adoração que Deus deseja?

Vamos analisar, à luz da Escritura, como a adoração neopentecostal tem se tornado um entretenimento, o papel da música e da emoção nos cultos modernos, e a diferença essencial entre um culto cristocêntrico e um culto antropocêntrico.

Nos primórdios do cristianismo, os crentes se reuniam de maneira simples, com reverência e temor ao Senhor. E se reuniam assim, não porque não havia instrumentos musicais na época, ou não tinham dinheiro para comprar. A centralidade do culto estava na exposição das Escrituras, na oração e na comunhão. No entanto, ao longo dos séculos, especialmente com o advento do movimento neopentecostal, observamos uma mudança significativa na forma como os cultos são conduzidos.

Estas organizações religiosas passaram a investir em cenografias elaboradas, luzes coloridas, efeitos especiais e em músicas emocionais que visam mais tocar os sentimentos do homem do que conduzi-lo a uma verdadeira adoração em espírito e em verdade. Há também uma grande ênfase em testemunhos pessoais e no protagonismo de "líderes espirituais", que muitas vezes assumem um papel quase messiânico, tirando de Cristo a centralidade do culto.

O erro está justamente na natureza religiosa do ser humano. Por natureza, o homem é religioso, mas não sabe separar o que vem de sua religiosidade decaída da verdadeira religião estabelecida por Deus. Isso o leva a criar reuniões e sistemas de adoração que não correspondem à vontade divina.

Na epístola de Judas 11, encontramos três homens religiosos que são apresentados como exemplo de perigo a ser evitado:

  • Caim — um homem religioso que não quis mudar quando Deus rejeitou sua religião. Ele seguiu seu próprio caminho, recusando-se a obedecer a Deus e resultando no primeiro homicídio da história.
  • Balaão — um falso profeta que amava o dinheiro, assim como a maioria dos líderes religiosos de hoje e seus seguidores, que mercantilizam a fé.
  • Coré ou Corá — um homem que desejava um lugar de liderança no meio do povo de Deus a qualquer custo, desafiando a autoridade que o próprio Deus havia estabelecido. Hoje, muitos fazem o mesmo ao dizer que "isso era apenas pensamento de Paulo", ignorando que ele era um instrumento nas mãos de Deus.

Mas o que a Escritura nos ensina sobre a verdadeira adoração? "Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade." (João 4:24)

O culto não deve ser centrado nas emoções humanas, mas, na verdade das Escrituras e na exaltação de Cristo.

Os cânticos sempre tiveram um papel importante na adoração bíblica. No Antigo Testamento, os salmos eram cantados como expressão de louvor a Deus. No Novo Testamento, há referências aos cânticos como um meio de edificação e louvor: "Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração." (Efésios 5:19)

No entanto, o que vemos hoje é uma inversão desse princípio. Os cânticos nos cultos modernos têm se tornado uma ferramenta de manipulação emocional, criando uma atmosfera artificial para gerar experiências que são erroneamente interpretadas como "mover do Espírito Santo". O problema não está em muitos dos cânticos em si, mas na sua finalidade e nos instrumentos musicais incorporados a eles. Se a música substitui a pregação da Palavra ou se torna o centro da reunião, há algo errado.

Não encontramos no Novo Testamento qualquer registro de que os apóstolos promoveram cultos baseados em experiências sensoriais. A fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Romanos 10:17), e não por uma experiência emocional momentânea.

A grande diferença entre o verdadeiro culto cristão e os "shows da fé" está em quem ocupa o centro da atenção. Um culto cristocêntrico tem as seguintes características:

  • Cristo é exaltado e a Escritura é pregada fielmente.
  • Há temor e reverência diante da presença de Deus.
  • Os cânticos estão alinhados com o ensino bíblico e não busca apenas entreter.
  • Os crentes são edificados espiritualmente e incentivados a uma vida santa.

A Palavra de Deus nos adverte claramente contra esse desvio: "Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina, mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas." (2 Timóteo 4:3-4)

Estamos vivendo esse tempo. Muitos não querem mais ouvir a sã doutrina, preferem espetáculos, mensagens de autoajuda e ensinos que agradam a carne.

Que o Senhor nos dê discernimento para permanecermos firmes na sã doutrina.


7. O "Profetismo" Neopentecostal: Revelações e Visões São Bíblicas?

Nos dias de hoje, o movimento neopentecostal tem ganhado força ao redor do mundo, promovendo uma visão sobre revelações e visões que muitas vezes se distancia do ensino das Escrituras. Muitos afirmam receber "novas palavras de Deus", ter experiências místicas e trazer profecias para a Igreja contemporânea. Mas será que isso é bíblico? A Palavra de Deus nos ensina que devemos testar os espíritos (1 João 4:1) e examinar todas as coisas à luz das Escrituras (Atos 17:11).

Vamos analisar o dom de profecia no Novo Testamento, a questão das revelações modernas e os perigos da subjetividade espiritual.

A profecia sempre teve um papel crucial na revelação da vontade de Deus. No Antigo Testamento, os profetas falavam da parte do Senhor com autoridade divina, recebendo mensagens diretas que eram registradas como Escritura. Entretanto, no Novo Testamento, vemos uma mudança significativa na maneira como Deus se comunica com Seu povo.

O escritor aos Hebreus declara: "Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho." (Hebreus 1:1-2)

Isso significa que a revelação final e completa foi dada por meio do Senhor Jesus Cristo. Com a conclusão do cânon das Escrituras, a necessidade de novas profecias cessou.

No Novo Testamento, a profecia não tem mais o mesmo papel que tinha na Antiga Aliança. O dom de profecia que existia na Igreja primitiva servia para edificação, exortação e consolo (1 Coríntios 14:3) e não uma cartomante que prevê o futuro dos outros. Entretanto, com a conclusão das Escrituras, o foco passou a ser na pregação e exposição fiel da Palavra de Deus, que já é suficiente para equipar o crente para toda boa obra (2 Timóteo 3:16-17).

Hoje, muitas das denominações neopentecostais pregam que Deus continua falando diretamente com profetas modernos, dando novas direções e comandos que não estão na Bíblia. Esse fenômeno é problemático por vários motivos:

  • Primero, a Bíblia é a revelação final e suficiente – Se aceitarmos que Deus ainda dá revelações novas, estamos implicitamente dizendo que a Bíblia é incompleta.
  • Segundo, as visões são altamente subjetivas – Muitas pessoas relatam experiências que contradizem a Palavra de Deus. Se uma "revelação" vai contra a Bíblia, não pode ser de Deus.
  • E terceiro, a história da Igreja não sustenta a continuidade da profecia – Os pais da Igreja e reformadores enfatizaram que as Escrituras eram suficientes, e não havia necessidade de novas profecias.

Paulo adverte sobre aqueles que trazem "outro evangelho": "Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho, além do que já vos temos anunciado, seja anátema." (Gálatas 1:8)

Isso inclui qualquer "nova revelação" que se oponha à doutrina bíblica.

Um dos maiores riscos do "profetismo" moderno é a dependência excessiva da subjetividade. Quando estes religiosos começam a confiar mais em "sonhos, visões e revelações" do que na Bíblia, eles se tornam vulneráveis ao erro.

Isso é perigoso porque:

  • Facilita o engano – Pessoas podem ser levadas por falsos profetas que exploram suas emoções.
  • Cria confusão doutrinária – Se todos têm "palavras novas", a verdade se torna subjetiva.
  • Desvia a atenção da suficiência de Cristo – Se buscamos novas revelações, demonstramos que não cremos que Cristo e Sua Palavra são suficientes.

Paulo instrui os crentes a evitarem esses desvios: "Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos, metendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão." (Colossenses 2:18)

A fé do crente deve estar firmada na Escritura e não em experiências subjetivas.

Diante da crescente influência do "profetismo" neopentecostal, precisamos voltar às Escrituras e entender que Deus já revelou tudo o que precisamos saber. O dom de profecia teve seu papel, mas hoje nossa direção vem da Palavra de Deus, que é viva e eficaz (Hebreus 4:12). Paulo nos diz que os profetas tiveram o seu lugar no fundamento da Igreja, e o fundamento já foi lançado a muito tempo. Ele disse: "Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina" (Efésios 2:20). Portanto, a pergunta é: Quem são estes profetas na atualidade?

Ao invés de buscarmos "novas palavras proféticas", devemos estudar, viver e anunciar a Palavra já revelada. Isso nos protegerá do erro e nos manterá firmes na verdade do Evangelho.


8. Cura e Milagres no Neopentecostalismo: Como Discernir?

Nos dias de hoje, é comum vermos organizações religiosas neopentecostais enfatizando curas milagrosas e sinais extraordinários como evidência do agir de Deus. Em cultos lotados, pregadores clamam por curas instantâneas, exortam demônios em alto e bom som e promovem grandes campanhas de fé para atrair multidões. Mas como discernir se essas manifestações são realmente obra de Deus ou se há exageros e enganos? Será que a Bíblia ensina que os crentes devem buscar milagres como parte essencial da fé? Deus ainda opera milagres? Como evitar ser enganado por falsos sinais? Vamos analisar essas questões à luz da Escritura.

O movimento neopentecostal tem como característica central a ênfase nos milagres, especialmente as curas. Pastores e líderes prometem libertação de doenças físicas, prosperidade financeira e bênçãos terrenas mediante ofertas e campanhas de oração. Muitos desses pregadores citam versículos isolados para justificar suas práticas, como Marcos 16:17 e 18: "E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos, e os curarão."

Entretanto, essa ênfase em curas físicas muitas vezes ignora o propósito dos milagres no contexto bíblico. O Novo Testamento mostra que os milagres tinham um objetivo claro: autenticar a mensagem dos apóstolos e demonstrar a divindade do Senhor Jesus. Eles nunca foram um fim em si mesmos, nem uma garantia de que todos os crentes experimentariam curas físicas.

Outro problema no neopentecostalismo é a comercialização da fé. Muitos líderes condicionam as curas a ofertas financeiras, sugerindo que aqueles que "plantam sementes" em suas igrejas receberão recompensas materiais. Essa prática distorce completamente o evangelho e transforma a fé em mercadoria, o que é condenado nas Escrituras: "Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça, alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores." (1 Timóteo 6:10)

A Bíblia nos dá critérios para avaliar sinais e prodígios. Nem todo milagre é prova do poder de Deus, pois Satanás também pode realizar sinais para enganar.

"Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos." (Mateus 24:24)

Os milagres autênticos na Bíblia sempre tiveram um propósito: confirmar a mensagem de Deus e glorificá-Lo. No Antigo Testamento, Moisés realizou milagres para demonstrar que Deus o havia enviado (Êxodo 4:1-9). No Novo Testamento, o Senhor Jesus operou sinais para evidenciar Sua messianidade (João 20:30 e 31). Já os apóstolos receberam poder para curar e operar maravilhas a fim de estabelecer a igreja primitiva (Atos 5:12-16).

No entanto, à medida que a igreja se consolidava, os sinais miraculosos diminuíam. Paulo, que curou muitos doentes, deixou Trófimo doente em Mileto (2 Timóteo 4:20), mostrando que nem mesmo os apóstolos tinham garantia de cura constante e o tempo deste dom, chegaria ao fim. Isso reforça que os milagres serviam a um propósito específico e não eram para ser o padrão normativo da igreja em todas as épocas.

Além disso, um exemplo marcante na Bíblia é a cidade de Cafarnaum. Esse foi o local onde o Senhor Jesus realizou muitos dos Seus maiores milagres, curando enfermos, expulsando demônios e até ressuscitando mortos. No entanto, apesar dessas grandes demonstrações de poder, a cidade não se arrependeu. Pelo contrário, permaneceu endurecida. O próprio Senhor proferiu um juízo severo contra ela: "E tu, Cafarnaum, que te ergues até ao céu, serás abatida até ao inferno; porque, se em Sodoma tivessem sido feitos os prodígios que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje." (Mateus 11:23)

Isso nos ensina que sinais e prodígios, por si só, não geram fé genuína. A fé verdadeira vem pela pregação da Palavra de Deus (Romanos 10:17). Muitas pessoas buscam milagres, mas não querem se submeter ao senhorio de Cristo, assim como aconteceu em Cafarnaum.

Também é importante lembrar que o dom de milagres fazia parte dos dons apostólicos que ficaram no fundamento da Igreja. Em 1 Coríntios, capítulo 13, Paulo explica que certos dons cessariam à medida que a revelação de Deus fosse completada. Os sinais tinham o objetivo de estabelecer a igreja e autenticar os apóstolos, mas não foram prometidos para todas as épocas. Assim como os milagres das pragas no Egito não se repetiram quando Israel enfrentou outras nações, Deus utiliza certos métodos em determinadas épocas para cumprir Seu propósito. Quando esse propósito é alcançado, Ele substitui esses métodos por outros de natureza mais espiritual do que sensorial.

Sim, Deus ainda pode operar milagres conforme Sua vontade. Ele é soberano e pode curar enfermidades, livrar do perigo e responder orações. No entanto, o verdadeiro crente deve ter uma fé fundamentada na Palavra de Deus e não em experiências ou sinais externos. Note, o que estamos afirmando aqui, é que o dom de curar, que muitos alegam ter, não passa de propaganda falsa. Devemos fazer distinção entre o dom de cura que cessou, e as curas que Deus ainda pode realizar em todas as épocas, independente do dom que foi dado aos crentes no início da igreja.

Os shows de curas existentes em nossos dias, não têm respaldo bíblico. A história da igreja, relatada em Atos dos Apóstolos, engloba um período de 30 anos. Nestes 30 anos, nunca lemos dos apóstolos ou igrejas fazer propaganda, ou um culto de curas. Sempre as curas foram algo espontâneo, que atendia a necessidade do momento. A Bíblia ensina que devemos buscar primeiro o Reino de Deus e sua justiça (Mateus 6:33), e não o dom de milagres. O Senhor Jesus repreendeu aqueles que buscavam sinais em vez de crerem na Sua Palavra: "Uma geração má e adúltera pede um sinal; e nenhum sinal lhe será dado, senão o do profeta Jonas." (Mateus 12:39)

Para evitar enganos, precisamos testar os espíritos (1 João 4:1), analisar se os ensinos estão de acordo com as Escrituras e observar o fruto daqueles que proclamam milagres. Um verdadeiro ministro de Deus prega o evangelho genuíno, não manipula as pessoas e não busca enriquecimento através da fé.

O neopentecostalismo transformou os milagres em um espetáculo e, muitas vezes, desvia o foco da verdadeira fé cristã. Embora Deus continue sendo capaz de realizar curas e sinais, a fé do crente não deve estar baseada nessas manifestações, mas na suficiência da Escritura e na obra redentora do Senhor Jesus. Devemos ter discernimento e permanecer firmes na sã doutrina, evitando os enganos e ilusões de um evangelho que busca sinais em vez da verdade de Deus.

O verdadeiro milagre é a salvação da alma pela graça de Deus, mediante a fé no Senhor Jesus Cristo (Efésios 2:8-9). Curas e prodígios não garantem a vida eterna, mas a fé no sacrifício de Cristo sim. Que possamos buscar ao Senhor pelo que Ele é, e não apenas pelo que Ele pode nos dar financeira e fisicamente.


9. Dízimos e Ofertas: O Que a Bíblia Realmente Ensina?

Neste vídeo, vamos abordar um tema que gera muitas dúvidas e discussões no meio cristão: os dízimos e as ofertas. O que a Bíblia realmente nos ensina sobre isso? Será que a prática do dízimo, tão enfatizada em algumas organizações religiosas, é realmente uma obrigação para os cristãos? Vamos explorar juntos este assunto, analisando a visão neopentecostal, os possíveis abusos financeiros e, principalmente, o que as Escrituras nos orientam sobre generosidade e mordomia cristã.

O movimento neopentecostal, que ganhou força no século XX, destaca-se pela ênfase na teologia da prosperidade. Essa corrente prega que a fé do indivíduo está diretamente ligada ao seu sucesso material. Dentro desse contexto, os dízimos e as ofertas são frequentemente apresentados como "sementes" que, quando plantadas, resultarão em bênçãos financeiras e materiais.

Passagens como Malaquias 3:10 são frequentemente utilizadas para sustentar essa perspectiva: "Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes."

No entanto, é crucial compreender o contexto histórico e cultural dessa passagem para evitar interpretações que possam desviar-se da mensagem original.

Infelizmente, a ênfase excessiva na prosperidade material tem levado a práticas questionáveis em algumas comunidades neopentecostais. Entre os abusos mais comuns, podemos destacar:

  • O Comercialização da fé: Venda de objetos "sagrados" ou "ungidos" com a promessa de trazer prosperidade ou cura.
  • A Pressão psicológica: Fiéis são incentivados a doar além de suas possibilidades, sob a promessa de retornos financeiros milagrosos.
  • E o Enriquecimento ilícito: Líderes religiosos acumulam riquezas pessoais às custas das doações dos membros, desviando recursos que deveriam ser destinados à obra social e ao auxílio dos necessitados.

Essas práticas não apenas distorcem o verdadeiro propósito das contribuições, mas também podem afastar as pessoas da fé genuína.

Para compreender a verdadeira essência das contribuições na fé cristã, é fundamental analisar o que a Bíblia nos ensina sobre generosidade e mordomia.

No contexto do Antigo Testamento, o dízimo era uma prática estabelecida para o sustento dos levitas, que não possuíam herança territorial e dedicavam-se ao serviço religioso. Em Números 18:21, lemos: "E aos filhos de Levi dei todos os dízimos em Israel por herança, pelo serviço que prestam, serviço da tenda da congregação."

Além do dízimo principal, havia outras contribuições e ofertas que os israelitas eram instruídos a fazer, totalizando mais de 10 por cento de suas rendas anuais. Essas ofertas adicionais incluíam:

  • O Dízimo para as festividades: Um segundo dízimo destinado às celebrações religiosas, conforme Deuteronômio 14:22-27.
  • E o Dízimo para os necessitados: A cada três anos, um dízimo especial era separado para os pobres, órfãos e viúvas, conforme Deuteronômio 14:28-29.

Na prática, um israelita do Antigo Testamento entregava mais do que 10 por cento, pois havia diversas taxas anuais relacionadas ao sustento do templo, às celebrações e à assistência social. Portanto, a ideia de que o dízimo era um simples pagamento fixo de 10 por cento não reflete toda a realidade do sistema mosaico.

Com a vinda de Jesus Cristo e o estabelecimento da Nova Aliança, a abordagem sobre as contribuições sofreu uma transformação significativa.

O dízimo fazia parte da Antiga Aliança. Estava ligada com a dispensação da Lei. No Novo Testamento, ou na Nova Aliança, não encontramos uma imposição específica sobre o dízimo. Em vez disso, a ênfase recai sobre a generosidade voluntária e a disposição do coração. Em Segunda Coríntios 9:7, Paulo aconselha: "Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria."

Aqui, a motivação interna e a sinceridade do doador são mais valorizadas do que a quantia ou a porcentagem estabelecida.

A Bíblia nos ensina que tudo o que possuímos pertence a Deus, e somos apenas mordomos de Seus bens. Essa perspectiva nos chama a administrar nossos recursos com sabedoria, responsabilidade e generosidade. Em 1 Pedro 4:10, somos exortados: "Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus."

Essa mordomia abrange não apenas nossas finanças, mas também nosso tempo, talentos e habilidades, incentivando-nos a usá-los para o bem comum e para a glória de Deus.

Ao refletirmos sobre o que a Bíblia realmente ensina acerca dos dízimos e ofertas, percebemos que:

No Antigo Testamento, o dízimo era uma obrigação legal destinada ao sustento dos levitas e à manutenção das práticas religiosas.

No Novo Testamento, a ênfase desloca-se para a generosidade voluntária, onde cada um é chamado a contribuir conforme sua capacidade e disposição de coração.

A verdadeira mordomia cristã envolve reconhecer que tudo pertence a Deus e que somos chamados a administrar Seus bens com responsabilidade, visando o bem-estar do próximo e o avanço do Reino.

Você já ouviu dizer que, se não der o dízimo, você não é salvo? Ou que a sua fidelidade a Deus é medida pela quantidade de dinheiro que entrega para uma instituição?

Se já ouviu isso, saiba de uma coisa: isso não passa de uma grande manipulação religiosa!

Infelizmente, muitos líderes religiosos fazem do dízimo um instrumento de medo, um critério falso de salvação e até um termômetro da fé. E o pior? Usam isso para o próprio enriquecimento, explorando a boa-fé das pessoas.

Mas vamos direto ao ponto: A Bíblia ensina que somos salvos pela graça, mediante a fé em Jesus Cristo – e não por dinheiro!

Sim, contribuir para a obra de Deus é algo voluntário e bíblico. Mas quando uma suposta igreja ensina que o dízimo é um requisito para ser salvo, preservar a salvação ou para provar a fidelidade a Deus, está ensinando um falso evangelho!

E o apóstolo Paulo foi bem claro sobre isso: "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie." (Efésios 2:8-9)

Agora, veja bem: Se a salvação é pela graça, então como pode alguém dizer que um crente só é salvo se der dinheiro?

Se a fidelidade a Deus é provada pelo amor e pela obediência à Sua Palavra, como pode alguém medir isso por um boleto bancário?

Isso não é evangelho. Isso é comércio da fé!

O que estamos vendo hoje são líderes que se tornaram empresários da religião. Fazem do dízimo uma regra obrigatória para a salvação, não porque se preocupam com a alma das pessoas, mas porque querem viver do dinheiro delas.

"Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e agora também digo chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O fim deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles é para confusão deles mesmos, que só pensam nas coisas terrenas." (Filipenses 3:18-19)

Se alguém diz que sem dízimo você está amaldiçoado, saiba que essa pessoa está distorcendo a Palavra de Deus.

Se alguém diz que sua fidelidade a Deus é medida pela sua conta bancária, essa pessoa está mentindo!

Não se deixe enganar! Não caia nessa armadilha!

O verdadeiro evangelho é o evangelho da graça! Dízimo nunca foi moeda de salvação, e fidelidade a Deus se prova pela vida que vivemos, não pelo dinheiro que entregamos.

Contribuir deve ser por amor, por gratidão e com alegria – jamais por medo ou obrigação.

A Bíblia diz: "Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria." (2 Coríntios 9:7)

Pense nisso. Leia a Bíblia. Não permita que ninguém manipule você!

Se esse vídeo fez sentido para você, compartilhe com alguém que precisa ouvir essa verdade.

E lembre-se: o evangelho liberta, não escraviza!


10. O Perigo da Religião do "Eu" e do Positivismo Cristão

Vivemos em uma era onde a centralidade do homem tem tomado o lugar da centralidade de Deus, e essa distorção tem invadido também o meio cristão. O chamado "positivismo cristão" e a teologia da autoajuda estão se tornando a base da pregação em muitos púlpitos, deixando de lado a verdadeira mensagem do Evangelho. Neste estudo, vamos examinar biblicamente os perigos dessa tendência e como ela se afasta da verdadeira fé cristã.

Nos dias de hoje, muitas das chamadas igrejas e pregadores se concentram mais na autoestima, na realização pessoal e na satisfação das necessidades terrenas do que na glória de Deus e na obra redentora de Cristo. Essa tendência surge principalmente dentro do movimento neopentecostal, que enfatiza:

  • O "poder das palavras" como se o ser humano tivesse o controle sobre sua realidade.
  • O "pensamento positivo" e a confiança excessiva na própria força.
  • A busca incessante por bens materiais como se fossem evidências de fé.
  • O evangelho centrado no homem e não em Cristo.

Esses ensinamentos, embora travestidos de linguagem cristã, distorcem completamente a verdade bíblica.

A Escritura não ensina que o homem tem poder intrínseco para mudar sua realidade por meio do pensamento positivo, mas que tudo está nas mãos de Deus: "Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas." (Provérbios 3:5-6)

A verdadeira fé não está na capacidade do homem de decretar bênçãos, mas na soberania absoluta de Deus.

O Evangelho bíblico ensina a humilhação do homem diante de Deus, o arrependimento dos pecados e a fé em Cristo como único meio de salvação. Em contraste, a pregação motivacional foca na autoajuda, na superação pessoal e na confiança em si mesmo. A grande diferença está no centro da mensagem:

  • O Evangelho bíblico exalta Cristo.
  • A pregação motivacional exalta o homem.

A Palavra de Deus deixa claro que o homem é pecador e precisa desesperadamente da graça divina: "Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;" (Romanos 3:23)

O neopentecostalismo ignora essa verdade fundamental e substitui o arrependimento pelo otimismo, como se o pecado fosse apenas uma baixa autoestima a ser corrigida por meio de palavras de afirmação.

"Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós." (1 João 1:8)

A verdadeira pregação bíblica é aquela que conduz as pessoas ao arrependimento e não apenas à confiança em si mesmas, ou até mesmo em Deus, sem tomar o seu devido lugar de pecadores perdidos.

O neopentecostalismo é perigoso porque desvia a atenção das pessoas da suficiência de Cristo e os coloca em uma busca incessante por vitórias terrenas. Esse desvio se manifesta de diversas formas:

  • Destaca a Prosperidade como Evidência de Fé.
    A fé não se mede por bênçãos materiais. Muitos servos fiéis de Deus sofreram e passaram necessidades, como o próprio apóstolo Paulo: "Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade." (Filipenses 4:12)
  • Também se manifesta na Manipulação das Emoções.
    Muitos cultos neopentecostais são construídos para mexer com as emoções das pessoas e não para lhes ensinar a Palavra. Músicas repetitivas, discursos motivacionais e "atos proféticos" substituem o ensino das Escrituras.
  • E se manifesta na Falsa Promessa de Controle.
    Pregadores afirmam que os crentes podem "tomar posse" de bênçãos simplesmente declarando-as, ignorando que Deus é soberano e age conforme sua vontade e não conforme os desejos humanos: "Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém." (Romanos 11:36)

A religião do "eu" e o positivismo cristão são perigosos porque afastam as pessoas do verdadeiro Evangelho. Em vez de buscarem a Deus por quem Ele é, muitos buscam a Deus apenas pelo que podem ganhar. O verdadeiro cristianismo é sobre negar-se a si mesmo e seguir a Cristo: "E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me." (Lucas 9:23)

A fé cristã não é sobre autoajuda, mas sobre a ajuda que só Deus pode nos dar por meio de Jesus Cristo. Que possamos rejeitar qualquer evangelho que exalte o homem e pregar fielmente a Palavra de Deus em sua pureza.

Hoje, vemos igrejas inteiras capturadas por uma mensagem antropocêntrica, centrada no homem e não em Deus. Os sermões não são mais sobre arrependimento, santidade e a necessidade de se render a Cristo, mas sobre "como ter um casamento feliz", "como superar suas frustrações", "como vencer o fracasso financeiro".

É claro que a Bíblia tem princípios para todas as áreas da vida, mas a pregação do evangelho não é uma fórmula de sucesso pessoal. A Palavra de Deus não foi dada para que o homem se sinta bem consigo mesmo, mas para que ele veja sua miséria espiritual e corra para a cruz de Cristo em busca de redenção.

Infelizmente, muitos pastores distorcem textos bíblicos para justificar essa "religião do Eu", onde Deus se torna um mero meio para alcançar um fim. Versículos são retirados do contexto para incentivar a busca pela prosperidade, pelo sucesso no casamento ou no trabalho, em vez de apontarem para a transformação que o evangelho causa em um coração regenerado.

Outra característica desse falso evangelho é o positivismo cristão, que ensina que basta você "pensar positivo", "declarar vitória" e "profetizar mudanças" para que tudo na sua vida dê certo.

Isso está longe da realidade bíblica! A Bíblia não nos promete que sempre teremos sucesso, mas nos ensina que mesmo nas tribulações devemos confiar em Deus. O próprio apóstolo Paulo enfrentou prisões, naufrágios, perseguições e sofrimentos por amor a Cristo (Segunda Coríntios 11:23-28). Ele não "determinou" que tudo fosse diferente. Pelo contrário, ele aceitou os planos de Deus e se gloriou nas suas fraquezas (Segunda Coríntios 12:9-10).

O problema do positivismo cristão é que ele ensina um deus que deve atender aos desejos do homem. Se alguém não recebe aquilo que deseja, a culpa é colocada sobre a própria pessoa, dizendo que "faltou fé" ou que "não soube declarar a bênção corretamente". Mas isso é contrário ao verdadeiro evangelho, que nos chama a confiar na soberania de Deus, e não em nosso próprio pensamento positivo.

Talvez você já tenha visto isso: cultos onde o tempo inteiro é dedicado a palestras motivacionais sobre como ser um marido melhor, como administrar melhor o dinheiro, como criar os filhos de forma eficiente. Embora esses temas possam ter importância, eles não são a mensagem central do evangelho.

A igreja não é um centro de aconselhamento matrimonial. O púlpito não é um espaço para palestras sobre autoajuda. O culto não é um momento para elevar a autoestima das pessoas. O culto é um tempo de adoração a Deus e de exposição fiel das Escrituras.

Quando a pregação bíblica é substituída por discursos motivacionais, a igreja perde sua identidade. Pessoas saem dos cultos emocionadas, mas não transformadas. Elas recebem conselhos para melhorar seu dia a dia, mas continuam espiritualmente mortas. O evangelho não é sobre como melhorar de vida – é sobre como receber a vida eterna em Cristo!

A Palavra de Deus nos ensina que o foco do evangelho não está em nós, mas em Cristo. João Batista declarou: "É necessário que Ele cresça e que eu diminua" (João 3:30). O verdadeiro evangelho não exalta o homem, exalta Deus.

O apóstolo Paulo escreveu: "Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado." (1 Coríntios 2:2)

A mensagem de Paulo não era sobre autoestima, sucesso financeiro ou superação de traumas. Ele pregava Cristo e a cruz. Ele não se preocupava em agradar os ouvintes, mas em anunciar a verdade de Deus.

O verdadeiro evangelho não ensina que Deus está comprometido com os seus sonhos, mas que nós devemos estar comprometidos com a vontade de Deus.

O que precisamos hoje não são mais palestras de autoajuda no púlpito, mas um retorno à pregação fiel das Escrituras. A igreja precisa se lembrar de que sua missão é proclamar a verdade da Palavra, e não oferecer um serviço terapêutico para elevar a autoestima das pessoas.

Se você deseja crescer espiritualmente, não busque mensagens que massageiam o ego, mas a Palavra que confronta e transforma. Deus não nos chamou para vivermos um evangelho centrado em nós mesmos, mas para vivermos para a glória Dele.

Que possamos fugir desse falso evangelho do "Eu" e do positivismo cristão e voltar ao evangelho puro e simples de Cristo e este crucificado.

Se você deseja aprofundar-se mais no verdadeiro Evangelho, continue estudando as Escrituras com temor e reverência, sempre buscando a vontade de Deus e não apenas satisfação pessoal.

Josué Matos

68. Autonimia da igreja local (16/03/2025)


A autonomia da igreja local é um tema que tem gerado discussão ao longo dos anos. Afinal, a igreja local é realmente autônoma? Alguns defendem que sim, enquanto outros argumentam que existe apenas uma autonomia relativa. Para esclarecer essa questão, precisamos recorrer às Escrituras e verificar o que o Novo Testamento ensina sobre esse assunto vital.

A cristandade institucionalizada, ao longo da história, tendeu a centralizar o poder, criando sistemas de controle eclesiástico que, muitas vezes, obscurecem a independência das assembleias locais. Muitas organizações, sob a justificativa de proteger propriedades, administrar fundos ou centralizar a distribuição de recursos, acabam comprometendo a autonomia das igrejas locais. Contudo, essa não é a estrutura revelada nas Escrituras.

O Novo Testamento apresenta a igreja local como uma entidade independente, sem subordinação a um governo centralizado. Isso fica evidente, por exemplo, na forma como cada igreja era liderada por anciãos locais, sem uma instância superior que ditasse regras de maneira hierárquica. A "igreja de Deus que está em Corinto" (1 Coríntios 1:2) é tratada como uma unidade distinta, sem estar vinculada a um organismo denominacional ou regional.

Um exemplo claro da autonomia da igreja local pode ser encontrado em Apocalipse 1-3, onde o Senhor Jesus é descrito como andando entre os sete candelabros de ouro, que representam as igrejas locais. Cada uma dessas igrejas é avaliada individualmente e responsabilizada por suas próprias obras. Se houvesse uma centralização, a remoção de uma igreja seria uma decisão de um corpo controlador, mas não é isso que ocorre nas Escrituras.

A autonomia da igreja local também é evidente nas questões de disciplina. Em Mateus 18:15-20, o Senhor Jesus estabelece um processo para tratar o pecado dentro da igreja, onde o julgamento final cabe à assembleia local e não a um corpo externo. A disciplina não é exercida por uma organização central, mas pela própria igreja local, que age de acordo com a autoridade do céu.

Outro ponto fundamental é a nomeação de líderes. Atos 20:28 mostra que os anciãos de Éfeso foram estabelecidos pelo Espírito Santo para pastorear aquela igreja específica. Eles não estavam subordinados a uma sede central, mas eram responsáveis diante do Senhor pela supervisão do rebanho local. Em 1 Pedro 5:2, os anciãos são exortados a cuidar do rebanho que está entre eles, reforçando a ideia de liderança local e independente.

Ainda que cada igreja local seja independente, isso não significa isolamento. As igrejas do Novo Testamento mantinham uma comunhão espiritual e cooperavam umas com as outras em diversos aspectos. Por exemplo, as "igrejas da Macedônia" (2 Coríntios 8:1-2) demonstraram generosidade ao contribuir para os necessitados em Jerusalém. Contudo, essa unidade espiritual jamais comprometia a autonomia de cada igreja.

Um perigo que pode surgir é a tentação de se criar uma confederação entre igrejas, onde um grupo de igrejas decide cortar laços com uma outra igreja local, impondo sanções coletivas. Isso não encontra apoio nas Escrituras. Cada igreja deve tomar suas próprias decisões diante do Senhor, sem sofrer pressões externas que violem sua autonomia.

Diante disso, fica a pergunta: estamos respeitando a autonomia da igreja local? Devemos nos submeter à Palavra de Deus e à liderança local que o Senhor estabeleceu (Hebreus 13:17). Apelar para autoridades externas, comprometer-se com sistemas centralizados ou interferir no governo de outras igrejas são atitudes que enfraquecem esse princípio bíblico.

Se estamos envolvidos na implantação de igrejas ou no ensino entre assembleias, devemos incentivar essa autonomia, assim como Paulo fez ao estabelecer igrejas e apoiá-las sem impor um controle sobre elas (1 Coríntios 16:1-3). Podemos ver erros sendo cometidos, mas o prejuízo será maior se desconsiderarmos a autonomia e minarmos o governo local.

Que o Senhor nos dê um entendimento mais profundo do valor que Ele conferiu à igreja local e da responsabilidade que cada assembleia tem diante Dele. A autonomia da igreja local não é uma ideia humana, mas um princípio estabelecido pelo próprio Deus para preservar o testemunho fiel de Seu povo (Atos 20:28; Apocalipse 2:1).


Josué Matos

69. O Significado de "Alma" (Néfesh) na Bíblia (18/03/2025)


Que me Escreveram:

Gênesis 2:7: "E Jeová Deus formou o homem do pó do solo [corpo] e soprou nas suas narinas o fôlego de vida [espírito, ou força de vida], e o homem se tornou um ser [alma] vivente." Portanto Gênesis 2:7 não diz que o homem veio a TER uma alma, e sim que ele veio a SER uma alma. Em hebraico, néfesh, "alma" significa literalmente "uma criatura que respira" Portanto, alma é um corpo físico com vida, ou seja, um ser vivo, humano ou animal. Genesis 1:20 Muitas pessoas acreditam que a alma é imortal e acreditam que na morte a alma vai para o céu ou para o inferno. A Bíblia não atribui imortalidade à alma. Na verdade, muitas vezes ela diz que a alma morre. Muitos textos da Bíblia falam claramente sobre como a morte do ser humano é total, não havendo uma alma (ou espírito) com imortalidade inata, isto é, que sobrevive após a morte do corpo e para sempre O profeta Ezequiel, declarou que a alma pode ser punida com a morte. (Ezequiel 18:4) Embora o texto seja claro, mostrando que a" alma morre" alguns com que têm um entendimento distorcido dizem que "morrer" aqui significa ser separado de Deus, e não deixar de existir Vejamos levítico 19:28:"'E não vos deveis fazer cortes na carne em prol duma alma falecida e não deveis fazer tatuagem em vós. Eu sou Jeová". E Jeová prosseguiu, dizendo a Moisés: "Fala aos sacerdotes, os filhos de Arão, e tens de dizer-lhes: 'Ninguém se pode aviltar entre o seu povo por uma alma falecida" Lev. 21:1 Josué 2:13, 14 diz:"E tereis de preservar vivos meu pai e minha mãe, e meus irmãos, e minhas irmãs, e todos os que lhes pertencem, e tereis de livrar as nossas almas da morte."A isto lhe disseram os homens: "Nossas almas hão de morrer em vosso lugar" Jeová entregou Laquis nas mãos de Israel, e eles a tomaram no segundo dia. GOLPEARAM COM A ESPADA tanto a ela como a todos [nota: "TODA ALMA"] que havia nela, assim como haviam feito a Libna." – Josué 10:32. Eles MATARAM COM A ESPADA todos [nota: "TODA ALMA"] que havia nela, entregando-os à destruição. Não sobrou nada que respirasse. Então ele queimou Hazor com fogo." – Josué 11:11. Gên 17:14"E o macho incircunciso, que não fizer circuncidar a carne de seu prepúcio, sim, esta alma terá de ser decepada do seu povo" Tiago 5:20, Ave Maria: "Saiba: aquele que fizer um pecador retroceder do seu erro, salvará sua alma da morte e fará desaparecer uma multidão de pecados." Salmo 56:13,"Pois da morte me livraste a alma, sim, livraste da queda os meus pés, para que eu ande na presença de Deus, na luz da vida." ARA Salmo 86:13, Almeida Revista e Atualizada: "Pois grande é a tua misericórdia para comigo, e me livraste a alma do mais profundo poder da morte ["da sepultura", Almeida Revista e Corrigida; "do mais profundo Sheol", Tradução Brasileira]." Salmo 89:48, Almeida Revista e Atualizada: "Que homem há, que viva e não veja a morte? Ou que livre a sua alma das garras do sepulcro ["do poder do Sheol?", Tradução Brasileira]?" Apocalipse 16:3 diz: "Morreu toda alma vivente, sim, as coisas no mar." Jó 27:8 Porque qual será a esperança do ímpio, quando lhe for cortada a vida, quando Deus lhe arrancar a alma"? ARA Deuteronômio 12:20 :Quando Jeová, teu Deus, ampliar o teu território, assim como te prometeu, e certamente disseres: 'Vou comer carne', porque tua alma almeja comer carne, podes comer carne sempre que tua alma a almejar". Se a alma fosse algo separado do corpo, ela precisaria respirar ou comer? Se ela fosse algo imaterial poderia ela ser morta? Atos 3:23 E acontecerá que, toda alma que não escutar esse profeta, será destruída dentre o povo. KJ A Bíblia diz que a alma morre, é decepada, golpeada, destruída, pode comer, trabalhar, sentir fome estando triste e obedecer a leis A alma, de acordo com estes textos, não é algo imaterial que sobrevive a morte do corpo. Mateus 10:28, declara: "E não fiquem com medo dos que matam o corpo, mas não podem matar a alma; em vez disso, temam aquele que pode destruir na Geena tanto a alma como o corpo." O texto mostra que a alma é destruída , só que os imoralistas leem apenas metade do texto , por que será que não leem que a alma pode ser destruída? Será que consegue refutar estes textos e muitos outros que eu poderia mostrar provando que a alma morre , que ela é pode ser destruida destruída? E irão eles para o castigo [kolasin] eterno, mas os justos irão para a vida eterna" (Mateus 25:46) Analisando friamente o texto com a ótica imortalista, parece que o sentido da frase de Cristo era colocar os justos em uma vida eterna no Céu e os ímpios sendo torturados eternamente no inferno, contrariando o resto da Bíblia toda (2Pe.2:.6; Sl.37:9; A palavra kolasin empregada por Cristo em Mateus 25:46 diz respeito à punição, e não a tormento. Se Cristo tivesse a intenção de pregar o tormento eterno, teria empregado a palavra grega basaniso, que significa tortura, dor, tormento. O Dicionário Internacional de Teologia do NT (pág. 313) declara as seguintes palavras sobre kolasin: "Kolasin = Castigo. Deriva-se de Kolos, 'mutilar', 'cortar fora'; é usado figuradamente para 'impedir', 'restringir', 'punir'" Como vemos, o termo "kolasin" era usado na época de Cristo, nunca para indicar um tormento sem fim da alma , mas sim para acentuar o caráter bíblico do aniquilamento dos ímpios [morte eterna; segunda morte] que serão "mutilados", "cortados fora" ou "despedaçados As religiões que ensinam que o homem possui uma alma imortal estão erradas, pois o homem não possui alma, ele É alma.


Minha Respposta:

Agradeço seu comentário e a oportunidade de discutir este tema à luz das Escrituras.


1. O Significado de "Alma" (Néfesh) na Bíblia

Você mencionou que a palavra hebraica "néfesh" significa "uma criatura que respira" e que o homem é uma alma, não que ele possui uma alma. É verdade que o termo "néfesh" pode se referir ao ser vivente (Gênesis 2:7), mas também é usado para descrever uma parte distinta do ser humano que continua existindo após a morte.

Por exemplo:

  • Gênesis 35:18: "E aconteceu que, saindo-se-lhe a alma (néfesh), porque morreu, chamou-lhe Benoni, mas seu pai chamou-lhe Benjamim."
    • Aqui, a alma é descrita como algo que sai do corpo na morte.
  • 1 Reis 17:21-22: Elias orou para que a "alma" (néfesh) do menino voltasse, e Deus o atendeu, restaurando sua vida.

Isso mostra que "alma" não é apenas sinônimo de "vida" ou "corpo", mas também algo que pode sair do corpo e retornar.


2. A Alma Pode Morrer?

Você citou Ezequiel 18:4: "A alma que pecar, essa morrerá." A questão aqui é o significado de "morte". A morte espiritual não é aniquilação, mas separação de Deus. Romanos 6:23 diz que "o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus".

Se a morte fosse aniquilação total, então a "vida eterna" também precisaria ser interpretada apenas como existência continuada, sem qualidade especial. Mas a Escritura claramente contrasta "morte" com "vida eterna" (Mateus 25:46), indicando que a morte é separação de Deus, não cessação de existência.


3. Mateus 10:28 - O Corpo e a Alma

Você mencionou Mateus 10:28: "Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo." Se a alma fosse apenas a vida física, então o versículo não faria sentido, pois o corpo já é morto pelos homens.

O que vemos aqui é que a alma é algo que sobrevive à morte do corpo e pode ser destruída na Geena (inferno), ou seja, experimentar a condenação eterna.


4. Castigo Eterno (Mateus 25:46)

Você argumenta que "kolasin" significa "punição" e não "tormento". De fato, "kolasin" significa "punição", mas a questão é a duração dessa punição. A palavra "eterno" (aionios) é usada tanto para "vida eterna" quanto para "castigo eterno" no mesmo versículo. Se a punição não for eterna, então a vida eterna também não seria.

Apocalipse 20:10 mostra que o Diabo, a besta e o falso profeta serão "atormentados de dia e de noite, para todo o sempre". Isso indica que o castigo é consciente e eterno.


Conclusão

A Bíblia ensina que:

  1. A alma é mais do que apenas o corpo físico.
  2. A alma sobrevive à morte do corpo.
  3. A punição dos ímpios é eterna, não aniquilação.

Agradeço a oportunidade de dialogar e espero que estas passagens possam esclarecer sua compreensão sobre o tema. Deus o abençoe!


Josué Matos

70. A cronologia do aparecimento dos animais sozinha já prova a evolução? (18/03/2025) 


O que me Escreveram:

Não existia Homo Sapiens antes de 350 mil anos atrás. Não existia girafa antes de 1 milhão de anos atrás. Não existia golfinho antes de 23 milhões de anos atrás. Não existia elefante antes de 56 milhões de anos atrás. Não existia tartaruga antes de 230 milhões de anos atrás. A cronologia do aparecimento dos animais sozinha já prova a evolução.


Minha Resposta. 

Olá! Agradeço seu comentário e sua disposição para o diálogo.

A cronologia do aparecimento dos seres vivos é um tema amplamente debatido tanto no meio científico quanto no meio teológico. No entanto, a interpretação dessa cronologia como "prova" da evolução depende de pressupostos filosóficos e metodológicos adotados no estudo da origem da vida.

A teoria da evolução baseia-se em extrapolações a partir de evidências fósseis e suposições sobre mudanças graduais ao longo de milhões de anos. Entretanto, há diversas questões que desafiam esse modelo, como a origem da informação genética, os limites da variação dentro das espécies (microevolução versus macroevolução) e a complexidade irredutível observada em muitos organismos.

Além disso, a interpretação das evidências fósseis não é unânime. Existem cientistas que apontam para descontinuidades no registro fóssil, fenômenos como a Explosão Cambriana e a ausência de formas transicionais em grande número, questionando a narrativa de uma evolução gradual e ininterrupta.

A visão bíblica da criação, conforme apresentada em Gênesis, afirma que Deus criou os seres vivos de acordo com seus "tipos" (Gênesis 1:21-25). Isso não exclui variações dentro dos tipos, mas difere da ideia de que todas as formas de vida se originaram de um ancestral comum por meio de processos naturais cegos.

A ciência é uma ferramenta valiosa para explorar o mundo natural, mas suas conclusões são limitadas pela disponibilidade de evidências e pela interpretação dos dados. Portanto, tanto a evolução quanto a criação exigem um grau de fé em pressupostos que não podem ser diretamente testados ou reproduzidos no presente.

Se estiver interessado, podemos continuar essa conversa e explorar mais detalhes sobre esses pontos. O importante é analisar os dados com um olhar crítico e estar aberto a diferentes interpretações.

Forte abraço!


Josué Matos

71. Espírito Santo, força ativa de Deus? (18/03/2025)


O que me Escreveram:

O dogma antibíblico da trindade depende de uma terceira pessoa, assim o concílio de Constantinopla no ano de 381 EC deu à luz o espírito santo como 3ª pessoa. Se o espírito santo é uma pessoa, por que ele aparece como "dedo de Deus"? Quando Jesus curou certo homem endemoniado, de modo que este recuperou a fala e a visão, os inimigos religiosos blasfemaram do meio pelo qual Jesus o havia curado. Segundo Lucas, Jesus disse-lhes: "Se é por meio do dedo de Deus que eu expulso os demônios, o reino de Deus realmente vos sobreveio." (11:20; Dedo de Deus: Jesus estava se referindo ao espírito santo, conforme mostra o relato de Mateus sobre uma conversa parecida que Jesus teve em uma ocasião anterior. Aqui em Lucas, Jesus falou sobre expulsar demônios "por meio do dedo de Deus", e em Mateus ele falou sobre fazer isso "por meio do espírito de Deus", sua força ativa. — Mt 12:28. Os "dedos" de Deus, empregados na atividade criativa, na escrita dos dez mandamentos, na realização de milagres, referem-se ao seu espírito santo, ou força ativa, é indicado no relato de Gênesis sobre a criação, onde se diz que a força ativa de Deus (rú·ahh, "espírito") movia-se sobre a superfície das águas. (Gên 1:2) Mateus 11:27"Tudo me foi entregue por meu Pai. E ninguém conhece plenamente o Filho, exceto o Pai; e ninguém conhece plenamente o Pai, exceto o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelá-lo." ( Onde está a suposta "pessoa" do "Espírito Santo" aqui?) João 20:21,22: "Disse-lhes, então, Jesus, pela segunda vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós. E havendo dito isso, assoprou sobre eles, e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo." Jesus soprou o espírito santo, se ele é uma pessoa, podia ele ser soprado para 12 discípulos? Quando 70 homens foram designados para ajudar Moisés, Deus disse a ele: "Terei que tirar um pouco do espírito (ruach) que está sobre você e colocá-lo sobre eles." (Números 11:17) Jeová tomou uma porção, ou parte de seu espírito, e colocou sobre esses 70 homens.Se o espírito santo é uma pessoa, podia ela ser parcelada por 70 homens? Isso seria difícil de realizar se o espírito de Jeová fosse uma "pessoa", mas Jeová poderia tomar parte de sua "força ativa" e compartilhá-la com outros. Em João, capítulos 14 a 16, Jesus faz referência ao espírito santo como sendo o "ajudador" (grego parákletos), um termo descritivo que algumas traduções colocam em maiúsculo, como sendo um título, vertendo tal palavra como "Ajudador" (IBB), "Consolador" (Al; ALA O fato de a bíblia atribuir tal termo ao espírito santo isso não faz com que ele seja uma pessoa; apenas mostra que uma de suas funções inclui dar ajuda ou consolo aos servos de Deus. O espírito Consola – João 14:16 As Escrituras consolam – Romanos 15:4 . Portanto, a Palavra de Deus também fornece consolo, mas ninguém concluiria que ela é uma pessoa Atos 13:2 Enquanto eles ministravam perante o Senhor e jejuavam, disse-lhes o Espírito Santo: Separai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Será que o espírito falou? No contexto (Atos 13:1), a igreja recebe o espírito santo de Jeová e os profetas falaram inspirados. Observe o seguinte:The Catholic Encyclopedia : "Em nenhum lugar do Antigo Testamento encontramos qualquer indicação clara de uma Terceira Pessoa." Teólogo católico Fortman: "Os judeus nunca consideraram o espírito como uma pessoa; nem há nenhuma evidência sólida de que qualquer escritor do Antigo Testamento tenha sustentado essa visão. …O Espírito Santo é geralmente apresentado nos Sinóticos [Evangelhos] e em Atos como uma força ou poder divino." The New Catholic Encyclopedia : "O AT claramente não prevê o espírito de Deus como uma pessoa… O espírito de Deus é simplesmente o poder de Deus. Se às vezes é representado como sendo distinto de Deus, é porque o sopro de Yahweh age exteriormente." Note abaixo as características aplicadas pela Bíblia ao espírito santo que determinam, além de qualquer dúvida, a sua natureza impessoal: ENCHE pessoas. – Êxo. 31:3; Atos 2:4. Pode VIR SOBRE elas. – Juí. 3:10; Luc. 2:25. Pode ESTAR ATIVO em pessoas. – Juí. 14:6; 1 Sam. 10:6. É DERRAMADO. – Atos 2:17; 10:45. DISTRIBUÍDO. – Heb. 2:4. PARCELADO. – Núm. 11:17, 25. SOPRADO. – João 20:22. Na Bíblia o nome Jeová é encontrado 7000 vezes, o NOME do FILHO, Jesus 1000 vezes e o NOME do Espírito Santo quantas vezes? Por que o espírito santo de Deus é sempre relacionado ou ilustrado, por coisas impessoais e abstratas? (Óleo, pomba, vento, sôpro, etc). Para finalizar, vou deixar 5 perguntas, medite em cada uma delas. Se o espírito santo é uma pessoa,Por que Jesus não a apresentou como testemunha junto dele e do Pai? – João 8:17, 18. Se Deus é uma Trindade, por que Jesus não disse: 'Eu e o Pai e o Espírito Santo somos um'? – João 10:30. Por que Jesus não mencionou o espírito santo, quando disse que a vida eterna depende de conhecer o Pai e o Filho? – João 17:3. Por que ele disse que o Pai estava em união com ele e ele em união com o Pai, mas não citou o espírito santo como parte dessa união? – João 14:10, 11; 17:21-23. Por que a "grande multidão" de salvos atribui a salvação ao Pai e ao Filho, mas não ao espírito santo? – Apoc.. 7:10.


Minha Resposta:

Aqui está uma refutação detalhada e profunda à sua mensagem, abordando os argumentos com base na exegese bíblica, na análise do texto original em hebraico e grego, e na doutrina cristã histórica.


Resposta ao Argumento contra a Trindade e a Personalidade do Espírito Santo


1. O Concílio de Constantinopla "deu à luz" o Espírito Santo como terceira pessoa?

Esse argumento é falso. O Espírito Santo já era reconhecido como uma pessoa divina nas Escrituras e pelos primeiros cristãos muito antes do Concílio de Constantinopla (381 d.C.). O concílio apenas reafirmou e formalizou aquilo que já era ensinado na Bíblia.


No Novo Testamento, o Espírito Santo age, fala, ensina e guia, algo impossível para uma força impessoal.

  • Atos 5:3-4 — Pedro diz que Ananias mentiu ao Espírito Santo e, em seguida, afirma que ele mentiu a Deus, identificando o Espírito Santo como Deus.
  • João 16:13-14 — O Espírito Santo é chamado de "Ele" (ἐκεῖνος, ekeinos, pronome masculino, o que não aconteceria se fosse apenas uma força).
  • Efésios 4:30 — "E não entristeçais o Espírito Santo de Deus." Somente uma pessoa pode ser entristecida, não uma força impessoal.


2. O Espírito Santo é "dedo de Deus"?

O fato de Lucas 11:20 mencionar "dedo de Deus" e Mateus 12:28 "Espírito de Deus" não significa que o Espírito Santo seja apenas uma força ativa. A Bíblia usa frequentemente metáforas para descrever ações divinas.

  • Em Êxodo 8:19, os magos do Egito reconheceram que os milagres de Moisés eram feitos pelo "dedo de Deus", mas isso não significa que Deus tenha dedos literais.
  • Em Salmo 8:3, Davi menciona que os céus são obras dos "dedos" de Deus, mas sabemos que a criação foi realizada pela Palavra de Deus (Salmo 33:6).

O termo "dedo de Deus" é apenas uma figura de linguagem para expressar o poder e a obra de Deus. No entanto, Mateus esclarece que esse poder é exercido pelo Espírito Santo, que tem personalidade própria e não pode ser reduzido a uma força.


3. O Espírito Santo foi "soprado", então não pode ser uma pessoa?

Em João 20:22, o Senhor Jesus assoprou e disse: "Recebei o Espírito Santo". Isso não significa que o Espírito Santo seja impessoal.

O verbo grego usado para "assoprou" (ἐνεφύσησεν, enephýsen) aparece na Septuaginta (tradução grega do Antigo Testamento) em Gênesis 2:7, quando Deus "soprou" o fôlego de vida em Adão. Isso não faz do fôlego de vida uma força impessoal, mas indica a transmissão da vida vinda de Deus.

Além disso, o Espírito Santo, ao ser "soprado", capacitou os discípulos para a missão que receberiam, e isso não contradiz sua personalidade.


4. O Espírito Santo foi "parcelado" entre 70 homens em Números 11:17?

Números 11:17 diz que Deus retiraria "do espírito que estava sobre Moisés" e o colocaria sobre os 70 anciãos.

O termo hebraico usado para "espírito" aqui é רוּחַ (rûaḥ), que pode significar tanto "Espírito Santo" quanto "espírito" no sentido de poder ou capacitação divina. O que acontece aqui não é uma divisão de uma pessoa, mas a concessão da mesma capacitação divina dada a Moisés para os anciãos.

A Bíblia usa essa linguagem frequentemente, sem que isso negue a personalidade do Espírito Santo.


5. O Espírito Santo é chamado de "Ajudador" (Parákletos), mas isso não prova que Ele é uma pessoa?

O termo grego παράκλητος (parákletos) significa Consolador, Advogado ou Intercessor. Esse termo é usado em 1 João 2:1 para se referir ao próprio Senhor Jesus:

"Temos um Advogado (parákletos) junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo."

Se o Espírito Santo não fosse uma pessoa, então teríamos que dizer que Jesus também não é uma pessoa, o que seria absurdo.

Além disso, em João 14:16, Jesus promete enviar outro Consolador (allon Parákleton), indicando que o Espírito Santo é um Consolador assim como Ele.


6. O Espírito Santo não é mencionado em João 17:3, então Ele não pode ser Deus?

João 17:3 menciona que a vida eterna consiste em conhecer o Pai e o Filho. Isso não significa que o Espírito Santo não é Deus.

  • João 1:1 também não menciona o Espírito Santo, mas isso não prova que Ele não exista.
  • A Trindade é revelada progressivamente na Escritura, e João 14-16 contém várias referências diretas ao Espírito Santo como um ser pessoal e divino.


7. Se o Espírito Santo fosse Deus, Ele teria nome como o Pai e o Filho?

O Espírito Santo é chamado de "Espírito de Deus", "Espírito de Cristo", "Espírito da Verdade" e "Espírito Santo". Ele tem títulos que descrevem sua natureza e obra.

Além disso, em Mateus 28:19, o batismo cristão é ordenado em "nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo". O termo "nome" está no singular, indicando que os três compartilham a mesma essência divina.

Se o Espírito Santo fosse apenas uma força, por que ele é mencionado ao lado do Pai e do Filho na fórmula batismal?


8. O Espírito Santo fala em Atos 13:2?

Sim, Atos 13:2 diz: "Disse-lhes o Espírito Santo: Separai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado."

O verbo grego usado aqui é εἶπεν (eipen, "disse"), que se refere a uma fala direta e consciente.

Se o Espírito Santo fosse apenas uma força, como poderia Ele falar, dar ordens e chamar pessoas para o ministério?


Conclusão

O ensino das Testemunhas de Jeová sobre o Espírito Santo está baseado em distorções das Escrituras e na negação da clareza bíblica sobre a Trindade.

A Bíblia mostra que o Espírito Santo:

  1. Tem atributos pessoais: Ele fala (Atos 13:2), ensina (João 14:26), intercede (Romanos 8:26) e pode ser entristecido (Efésios 4:30).
  2. É distinto do Pai e do Filho: Ele é "outro Consolador" enviado pelo Filho (João 14:16).
  3. É Deus: Ele é chamado Deus em Atos 5:3-4 e é mencionado na fórmula batismal junto ao Pai e ao Filho (Mateus 28:19).

Portanto, negar a personalidade e a divindade do Espírito Santo é rejeitar a revelação bíblica clara.


Se quiser continuar esse diálogo, estou à disposição, mas encorajo você a examinar as Escrituras sem preconceitos e sem as deturpações ensinadas por sua organização.


Que o verdadeiro Espírito da Verdade o conduza à verdade plena (João 16:13).


Josué Matos

72. Jesus nuca existiu? (18/03/2025)


O que me Escreveram:

Não existiu nem um julgamento desse tal de Jesus por simples razão. Não se julga um personagem fictício. 


Minha Resposta:

A afirmação de que o julgamento do Senhor Jesus nunca existiu porque Ele seria um "personagem fictício" revela um desconhecimento profundo da história e dos registros antigos. Vamos analisar os fatos de forma objetiva, com base em evidências históricas e fontes confiáveis.


1. O Julgamento de Jesus é um Evento Histórico Bem Documentado

O julgamento e a crucificação do Senhor Jesus são amplamente atestados por fontes históricas, tanto cristãs quanto não cristãs. Se fosse uma mera ficção, como explicar a enorme quantidade de documentos que confirmam esse evento?


Fontes Não Cristãs que Mencionam Jesus e Seu Julgamento:


  1. Tácito (c. 56-120 d.C.), um dos mais respeitados historiadores romanos, escreveu em Anais (15.44):

    "Cristo, de quem o nome [cristão] se origina, sofreu a pena extrema durante o reinado de Tibério, sob o governo de Pôncio Pilatos."
    Isso confirma que Jesus foi julgado e executado por decisão de Pilatos.

  2. Flávio Josefo (c. 37-100 d.C.), historiador judeu, menciona Jesus em Antiguidades Judaicas (18.63-64):

    "Havia por esse tempo Jesus, um homem sábio [...] Pilatos, por denúncia dos principais entre nós, condenou-o à cruz."

  3. Luciano de Samósata (c. 125-180 d.C.), escritor satírico grego, referiu-se a Jesus como um "sábio crucificado" e mencionou Seus seguidores.

  4. O Talmude Judaico, escrito por rabinos judeus que eram opositores do cristianismo, reconhece que Jesus existiu e que foi executado:

    "Na véspera da Páscoa, Yeshua foi enforcado [crucificado]. Durante quarenta dias antes, foi proclamado que ele seria apedrejado por feitiçaria e enganar Israel." (Sanhedrin 43a).

Portanto, negar que Jesus foi julgado é ignorar a abundância de evidências históricas, inclusive de fontes que eram contrárias ao cristianismo.


2. O Julgamento foi um Processo Injusto, não "Democrático"

O julgamento do Senhor Jesus, conforme os Evangelhos e fontes históricas, foi uma farsa jurídica conduzida pelo Sinédrio judaico e ratificada pelo governo romano. Aqui estão algumas das irregularidades:


  • Foi realizado à noite, contra a lei judaica (Mateus 26:57-68).
  • Testemunhas falsas foram convocadas, mas seus testemunhos eram contraditórios (Marcos 14:55-59).
  • Jesus foi condenado antes mesmo de ser formalmente acusado, algo ilegal (Lucas 22:66-71).
  • Pilatos reconheceu que Ele era inocente, mas cedeu à pressão popular (João 19:4-6).

Isso não foi um julgamento democrático, mas uma conspiração política e religiosa para eliminar alguém que incomodava as lideranças judaicas da época.


3. Se Jesus fosse um Personagem Fictício, Como Explicar o Cristianismo?

Se o julgamento e a crucificação do Senhor Jesus fossem inventados, como explicar o crescimento extraordinário do cristianismo desde o século I?


  • Nenhuma ficção geraria uma revolução religiosa global em tão pouco tempo.
  • Nenhum grupo morreria por uma mentira fabricada. Os apóstolos foram perseguidos e mortos porque testemunharam que viram o Senhor Jesus ressuscitado.
  • Se fosse uma história inventada, os líderes romanos e judeus teriam simplesmente mostrado o corpo de Jesus para desmentir a ressurreição, mas nunca puderam fazer isso.


Conclusão: O Julgamento de Jesus é um Fato, Não uma Ficção

O julgamento do Senhor Jesus foi um evento real, registrado por fontes cristãs e não cristãs. Ignorar essas evidências é escolher acreditar em uma teoria da conspiração sem base alguma.

Minha sugestão para você é: pesquise as fontes históricas e examine os fatos sem preconceitos. A verdade sempre prevalece.


Se quiser continuar esse diálogo, estou à disposição.


Que a verdade lhe seja revelada.


Josué Matos


73. Não existe demônio? (19/03/2025)


A afirmação "Não existe demônio" (de alguém que me escreveu) contradiz diretamente o ensino bíblico. A existência de demônios é amplamente documentada tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. A seguir, apresento uma resposta baseada na Bíblia:


1. A Bíblia Ensina Claramente a Existência de Demônios

Os demônios são apresentados na Escritura como seres espirituais malignos, subordinados a Satanás, cujo objetivo é enganar, oprimir e se opor à obra de Deus.


A. O Antigo Testamento Reconhece a Existência de Demônios

  • Deuteronômio 32:17 – "Sacrificaram aos demônios, não a Deus, a deuses que não conheceram, novos deuses que vieram há pouco, dos quais não se estremeceram seus pais."

    • Aqui, os demônios são mencionados como entidades reais que recebiam sacrifícios pagãos.
  • Salmo 106:37 – "E sacrificaram seus filhos e suas filhas aos demônios."

    • O texto revela que os israelitas desobedientes sacrificavam a demônios, reforçando sua existência.


B. O Senhor Jesus Confirmou a Existência de Demônios

O Senhor Jesus Cristo tratou os demônios como seres reais e expulsou vários deles. Se os demônios não existissem, por que Ele gastaria tempo lidando com algo inexistente?

  • Mateus 8:16 – "E, chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e Ele com a sua palavra expulsou deles os espíritos, e curou todos os que estavam enfermos."

    • O Senhor Jesus curou muitos possuídos por demônios. Como poderiam ser libertos de algo que não existe?
  • Marcos 1:34 – "E curou muitos que se achavam enfermos de diversas enfermidades, e expulsou muitos demônios; porém não deixava falar os demônios, porque o conheciam."

    • Os demônios reconheciam a identidade do Senhor Jesus, o que mostra que eles são seres espirituais conscientes.
  • Lucas 8:30-33 – Quando Jesus perguntou ao demônio: "Qual é o teu nome?", ele respondeu: "Legião", pois eram muitos. Então, os demônios pediram para entrar nos porcos, e Jesus permitiu.

    • Esse episódio mostra que os demônios são seres espirituais reais, com consciência e vontade própria.


C. Os Apóstolos Confirmaram a Existência de Demônios

Os apóstolos também reconheceram a realidade dos demônios e alertaram os crentes contra eles.

  • 1 Coríntios 10:20-21 – "Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios."

    • Paulo ensina que a idolatria está associada aos demônios, indicando sua existência.
  • Tiago 2:19 – "Tu crês que há um só Deus? Fazes bem. Também os demônios o creem, e estremecem."

    • Se os demônios não existissem, por que Tiago diria que eles creem e estremecem diante de Deus?
  • 1 Pedro 5:8 – "Sede sóbrios, vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar."

    • Se Satanás existe e tem um exército de anjos caídos ao seu serviço, então os demônios são reais.


2. O Espiritismo Está Enganado Sobre os "Espíritos"

Os espíritas frequentemente acreditam que os seres espirituais com os quais interagem são espíritos de pessoas falecidas. No entanto, a Bíblia ensina que esses "espíritos" são na verdade demônios disfarçados.

  • 2 Coríntios 11:14-15 – "E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que também seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras."

    • Satanás e seus demônios enganam as pessoas, disfarçando-se de espíritos benignos.
  • 1 Timóteo 4:1 – "Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios."

    • O espiritismo é um claro exemplo dessa apostasia, pois ensina doutrinas contrárias à Bíblia.
  • Levítico 19:31 – "Não vos voltareis para os adivinhadores e encantadores; não os busqueis para vos contaminardes com eles. Eu sou o Senhor vosso Deus."

    • A prática do espiritismo é condenada porque envolve contato com demônios.
  • Isaías 8:19 – "Quando vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos, que chilreiam e murmuram: porventura não consultará o povo a seu Deus? A favor dos vivos interrogar-se-ão os mortos?"

    • Deus deixa claro que o contato com espíritos não é legítimo.


3. Conclusão

A afirmação "Não existe demônio" está em completo desacordo com a Bíblia. O Senhor Jesus, os apóstolos e os profetas do Antigo Testamento confirmaram a existência dos demônios. Além disso, as práticas do espiritismo são uma forma de engano demoníaco. Os espíritas, ao se comunicarem com esses "espíritos", na verdade estão sendo enganados por seres malignos que buscam afastá-los da verdade de Deus.


Josué Matos

74. Por que Deus condena o espiritismo? (19/03/2025)


O que me Escreveram:

Perfeito! A religião judaico-cristã é incompatível com o espiritismo. A tão propagada compatibilidade vem da superficialidade.


Minha Resposta:

A afirmação corretamente, mesmo que sarcástica, de um espírita, de que a religião judaico-cristã é incompatível com o espiritismo, é louvável, mas o que ele talvez não perceba é que essa incompatibilidade não é apenas uma questão de superficialidade, e sim de princípios espirituais totalmente opostos.


1. A Bíblia Rejeita Totalmente o Espiritismo

O espiritismo contradiz diretamente os ensinamentos da Bíblia. Em nenhum momento as Escrituras ensinam que os mortos podem se comunicar com os vivos. Pelo contrário, Deus proíbe essa prática e a classifica como algo maligno.

  • Deuteronômio 18:10-12 – "Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador, nem quem consulte um espírito adivinhante, nem mágico, nem quem consulte os mortos. Pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor; e por estas abominações o Senhor teu Deus os lança fora de diante de ti."

    ➤ Esse texto não só proíbe a consulta aos mortos, como também afirma que essas práticas são uma abominação para Deus.

  • Isaías 8:19 – "Quando vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos, que chilreiam e murmuram: porventura não consultará o povo a seu Deus? A favor dos vivos interrogar-se-ão os mortos?"

    ➤ Deus faz uma pergunta retórica: por que alguém buscaria os mortos em vez de buscar a Ele? Isso demonstra que tentar se comunicar com os mortos é rebelião contra Deus.

  • Levítico 20:6 – "Quando uma alma se virar para os adivinhadores e encantadores, para se prostituir após eles, eu porei a minha face contra essa alma, e a extirparei do meio do seu povo."

    ➤ O envolvimento com adivinhadores e médiuns não é apenas errado, mas afasta a pessoa de Deus e traz juízo.


2. O Que Realmente Acontece Numa Sessão Espírita?

O espiritismo ensina que os mortos podem se comunicar com os vivos por meio de médiuns. Mas a Bíblia ensina claramente que isso não é possível.

  • Eclesiastes 9:5-6 – "Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento. Também o seu amor, o seu ódio e a sua inveja já pereceram; e já não têm parte alguma neste século, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol."

    ➤ Os mortos não interagem com os vivos, pois estão separados deste mundo.


Então, quem está falando nas sessões espíritas? A resposta é chocante: não são os mortos, mas sim demônios disfarçados.

  • 2 Coríntios 11:14-15 – "E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que também seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras."

    ➤ Satanás e seus demônios enganam as pessoas, assumindo aparências que parecem benignas. Assim, os espíritos que falam nas sessões não são os falecidos, mas espíritos malignos se passando por eles.

  • 1 Timóteo 4:1 – "Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios."

    ➤ O espiritismo é um exemplo claro dessas "doutrinas de demônios", pois ensina a comunicação com os mortos, algo que a Bíblia rejeita.


3. A Incompatibilidade Não É Apenas Superficial

O espiritismo tenta se apresentar como algo compatível com o cristianismo, mas essa é uma estratégia de engano. O verdadeiro cristianismo rejeita qualquer contato com espíritos que não sejam Deus ou Seus anjos. Algumas diferenças cruciais:


Cristianismo Bíblico: O único mediador entre Deus e os homens é Jesus Cristo.
📖 1 Timóteo 2:5 – "Porque há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem."


Espiritismo: Espíritos de pessoas falecidas supostamente servem de "guias espirituais".


Cristianismo Bíblico: A salvação é pela graça, mediante a fé no Senhor Jesus.
📖 Efésios 2:8-9 – "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie."

Espiritismo: Ensina reencarnação e evolução espiritual por méritos próprios.


Cristianismo Bíblico: O homem morre uma só vez e depois vem o juízo.
📖 Hebreus 9:27 – "E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo."

Espiritismo: Ensina que a alma retorna várias vezes à Terra através da reencarnação.


Cristianismo Bíblico: A Bíblia é a única revelação inspirada de Deus.
📖 2 Timóteo 3:16-17 – "Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra."

Espiritismo: Aceita "revelações" mediúnicas fora da Bíblia, contradizendo a Palavra de Deus.


O espiritismo não é compatível com o cristianismo porque nega os fundamentos da fé bíblica. Essa incompatibilidade não é superficial, mas sim uma questão de verdade contra engano.


Conclusão

A Bíblia rejeita completamente o espiritismo. Quem fala nas sessões espíritas não são os mortos, mas demônios disfarçados para enganar os vivos. O cristianismo não pode ser compatível com o espiritismo porque seus ensinamentos vêm de fontes espirituais opostas.


Se o espírita quiser argumentar que o espiritismo é verdadeiro, ele terá que fazer isso sem base bíblica, pois a Palavra de Deus o condena de forma clara e direta.


Josué Matos

75. Deus é injusta porque não explica, por que algumas pessoas nascem com deficiências, enquanto outras não? (19/03/2025)


Que me Escreveram:

Essa tua interpretação de Deus é ofensiva à inteligência, amigão, só responde isso! Onde está a justiça do teu Deus que, um nasce cego, surdo e mudo e o outro não? Explica aí quando erramos para merecer isto! Estude sobre a lei de causa e efeito no espiritismo e vai achar a resposta! Por este (amadorismo), as igrejas estão vazias hoje. 


Minha Resposta:

Essa é uma argumentação comum entre espíritas, baseada na crença da lei do karma ou da lei de causa e efeito no espiritismo. Eles acreditam que males como doenças congênitas ou sofrimentos pessoais são punições por erros de vidas passadas. No entanto, a Bíblia ensina algo completamente diferente. Vamos refutar essa visão de maneira clara e bíblica.


1. Deus é Justo e Sua Justiça Não se Baseia em Reencarnação

A Bíblia revela que Deus é justo (Deuteronômio 32:4), mas Sua justiça não se baseia no conceito espírita de reencarnação e karma. O sofrimento humano não é uma consequência de supostas vidas passadas, pois a Bíblia ensina que o homem vive uma única vez e depois enfrenta o juízo.

  • Hebreus 9:27 – "E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo."

    • Não há reencarnação, apenas uma vida e depois o julgamento.
  • Ezequiel 18:20 – "A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniquidade do pai, nem o pai levará a iniquidade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele."

    • Deus não pune ninguém por pecados de vidas passadas ou por erros de outras pessoas.

Se Deus aplicasse o conceito de karma, Ele estaria punindo pessoas por algo que elas nem sequer lembram de ter feito. Isso não seria justiça, mas injustiça.


2. O Sofrimento na Vida não é um Castigo por Erros do Passado

A Bíblia apresenta várias razões pelas quais algumas pessoas sofrem desde o nascimento ou ao longo da vida. Nenhuma dessas razões está ligada a reencarnação ou karma.


A. Algumas Pessoas Nascem com Deficiências Para a Glória de Deus

O próprio Senhor Jesus respondeu a essa questão quando perguntaram por que um homem nasceu cego. A resposta d'Ele refuta completamente a visão espírita:

  • João 9:1-3 – "E, passando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Jesus respondeu: Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus."
    • O Senhor Jesus deixou claro que não era um castigo, mas uma oportunidade para Deus revelar Seu poder e graça.

A justiça de Deus não é baseada em méritos humanos passados, mas em Seus propósitos eternos, que muitas vezes não conseguimos compreender completamente.


B. O Mundo Está Decaído Pelo Pecado

Doenças, mortes, tragédias e sofrimentos não são castigos individuais, mas consequências da queda da humanidade no pecado. Desde que Adão pecou, o mundo foi amaldiçoado pelo pecado e passou a estar sujeito à dor e à morte.

  • Romanos 5:12 – "Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram."

    • O sofrimento é um efeito do pecado no mundo, não de vidas passadas, mas da natureza caída da humanidade.
  • Romanos 8:22 – "Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora."

    • Toda a criação sofre por causa do pecado, e não porque alguém "mereceu" nascer com uma deficiência.


C. Deus Permite o Sofrimento para Seus Propósitos

Muitas vezes, Deus permite que uma pessoa passe por dificuldades para que Sua vontade se cumpra na vida dela.

  • 2 Coríntios 12:9 – "A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza."
    • O apóstolo Paulo tinha um "espinho na carne", e Deus não o removeu, pois havia um propósito maior.

Muitas pessoas nascem com limitações e mesmo assim glorificam a Deus com suas vidas, enquanto outras, sem nenhuma limitação, vivem afastadas d'Ele. O que determina o valor da vida não é a ausência de sofrimento, mas o propósito de Deus para cada um.


3. As Igrejas Estão Vazias Não Por Falta de Respostas, Mas Pelo Pecado

O espiritista alegou que o cristianismo está "em crise" porque não responde a questões como essa. Isso é falso. As igrejas estão mais vazias porque as pessoas estão rejeitando a verdade e preferindo doutrinas que agradam à carne.

  • 2 Timóteo 4:3-4 – "Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina, mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas."
    • As pessoas estão abandonando a verdade e buscando doutrinas que fazem mais sentido para suas próprias ideias, como o espiritismo.

O espiritismo cresce porque oferece uma falsa sensação de justiça e conforto com sua ideia de reencarnação e evolução espiritual. Mas isso não é verdade, é um engano espiritual.


Conclusão

A ideia de que alguém nasce cego, surdo ou mudo por "merecimento" é anticristã e anti-bíblica. Deus não age com base em "causa e efeito" de vidas passadas, pois a reencarnação não existe. O sofrimento humano pode ter várias causas, mas nunca está ligado a punições por erros de outras vidas.

Se o espiritismo estivesse certo, então o Senhor Jesus estaria errado ao dizer que aquele cego de nascença não estava sendo punido por nada. E quem tem razão? O Senhor Jesus ou Allan Kardec?

A resposta é óbvia.


Josué Matos

76. Sou um "pastor" sem vergonha? (19/03/2025)

O que me Escreveram:

Deuteronômio 23:20-21 Almeida Revista e Corrigida, 2009:

20 Ao estranho emprestarás à usura; porém a teu irmão não emprestarás à usura, para que o Senhor, teu Deus, te abençoe em tudo que puseres a tua mão, na terra, a qual passas a possuir. 

21 Quando votares algum voto ao Senhor, teu Deus, não tardarás em pagá-lo; porque o Senhor, teu Deus, certamente o requererá de ti, e em ti haverá pecado. (aquele que não empresta o seu dinheiro com usura, nem aceita suborno contra o inocente. Quem age assim não será jamais abalado) . 

A contradição entre a lei de Moisés e o Salmos 15:5. Pastor sem vergonha, ao invés de ensinar sua seita ao crente, está preocupado com religião alheia. No próprio Deuteronômio também está escrito: Deuteronômio 21:12 então, a trarás para a tua casa, e ela rapará a cabeça, e cortará as suas unhas, Assim, se a mulher não cobre a cabeça, então deveria cortar também o cabelo. Se, no entanto, é vergonhoso para a mulher cortar o cabelo ou raspar a cabeça, então ela deve cobrir a cabeça. Segue pastorzinho, manda sua esposa cobrir a cabeça ou raspar o cabelo, porque Deuteronômio determina. Hipócrita, se é para cumprir a lei, cumpra-a toda, porque São Paulo diz, Gálatas 5:2–6—Confiar na Lei Paulo usou a palavra circuncidado várias vezes como símbolo da lei de Moisés. Ele disse que aqueles que acreditavam que as tradições judaicas e a lei de Moisés podia salvá-los seriam julgados por toda a lei e condenados caso não a tivessem obedecido perfeitamente, isto é, sem sequer desobedecer uma delas. Novamente hipócrita, Jesus chamou um morto , isto é, invocou Lázaro a voltar. Conversou com Moisés e Elias no monte, ambos mortos. Víbora, o apóstolo João diz : Filhinhos, consultai os espíritos para ver se são de Deus, porque muitos falsos profetas surgirão e enganarão. 


Minha Resposta:

Você trouxe vários versículos fora de contexto, tentando criar contradições que não existem e fugir do ponto principal: quem fala na sessão espírita? Vou responder ponto por ponto, usando a Bíblia.


1. Quem Fala na Sessão Espírita?

A Bíblia é clara: os mortos não se comunicam com os vivos. O que acontece nessas sessões é a manifestação de espíritos enganadores, que não são as almas dos falecidos, mas demônios disfarçados.


📖 Isaías 8:19 – "Quando vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos (...), porventura não consultará o povo a seu Deus? A favor dos vivos interrogar-se-ão os mortos?"
🔹 Deus condena a consulta aos mortos porque isso envolve espíritos malignos.


📖 Eclesiastes 9:5-6 – "Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma (...)"
🔹 Os mortos não têm conhecimento dos vivos, então quem está falando na sessão espírita? Demônios.


📖 1 Timóteo 4:1 – "Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios."
🔹 O espiritismo é uma dessas doutrinas demoníacas.


Portanto, não são os mortos que falam nas sessões espíritas, mas espíritos malignos que se fazem passar por eles para enganar os vivos.


2. Suas Alegações de Contradições na Bíblia

Agora vamos desmontar seus argumentos equivocados.


A. Deuteronômio 23:20 vs. Salmo 15:5

Você diz que há contradição sobre a cobrança de juros. Vamos esclarecer.


📖 Deuteronômio 23:20 – "Ao estranho emprestarás à usura; porém a teu irmão não emprestarás à usura (...)."
🔹 Isso era uma lei civil para Israel, permitindo que cobrassem juros de estrangeiros, mas não de seus irmãos judeus.


📖 Salmo 15:5 – "Aquele que não dá seu dinheiro com usura (...)."
🔹 Isso condena a exploração financeira injusta, não qualquer tipo de juros.


🔎 Conclusão: Não há contradição. A lei permitia juros para estrangeiros, mas condenava a exploração dos necessitados.


B. Mulher Raspar a Cabeça – Deuteronômio 21:12

Você citou Deuteronômio 21:12 para dizer que as mulheres deveriam raspar a cabeça. Vamos ver o contexto.


📖 Deuteronômio 21:10-12 fala sobre mulheres capturadas em guerra. Rapar a cabeça era um ritual de purificação antes de ser integrada ao povo de Israel.


🔎 Conclusão: Isso não tem nada a ver com a prática cristã mencionada em 1 Coríntios 11. Seu argumento é inválido.


C. A Lei de Moisés e Gálatas 5:2-6

Você citou Gálatas para dizer que, se seguimos a Bíblia, devemos cumprir toda a Lei de Moisés. Mas ignorou o contexto.


📖 Gálatas 5:4 – "Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído."
🔹 Paulo explica que a salvação não vem da Lei, mas da fé em Cristo.


📖 Romanos 3:20 – "Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei (...)."
🔹 Ninguém pode ser salvo pela Lei.


🔎 Conclusão: Os cristãos não seguem a Lei como meio de salvação, mas vivem pela fé. Você usou esse argumento sem entender a diferença entre Lei e Graça.


3. Jesus Praticou Espiritismo?

Você disse que o Senhor Jesus invocou os mortos ao chamar Lázaro e falar com Moisés e Elias. Isso é um erro grosseiro.


A. O Senhor Jesus Chamou Lázaro


📖 João 11:43 – "Lázaro, vem para fora."
🔹 O Senhor Jesus não chamou um espírito para falar, Ele o ressuscitou. Isso não tem nada a ver com espiritismo.


B. A Transfiguração – Moisés e Elias


📖 Mateus 17:3 – "E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele."
🔹 Moisés e Elias não foram invocados por médiuns. Eles apareceram por uma revelação divina, para glorificar Cristo.


🔎 Conclusão: Esses eventos não têm nenhuma semelhança com sessões espíritas.


4. A Falácia sobre 1 João 4:1

Você citou 1 João 4:1 para dizer que devemos "consultar os espíritos". Mas você deturpou completamente o versículo.


📖 1 João 4:1 – "Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus (...)."
🔹 João não diz para consultar os espíritos, mas para testar se um ensinamento vem de Deus ou de Satanás.


📖 1 João 4:3 – "E todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus (...)."
🔹 O espiritismo nega a divindade e a suficiência de Cristo, logo, é um espírito do erro.


🔎 Conclusão: João não manda consultar espíritos, mas rejeitar os falsos espíritos.


5. Seu Ataque Pessoal Mostra Sua Fraqueza

Você me chamou de hipócrita, pastorzinho, víbora e outras coisas. Sabe por quê? Porque você não tem argumentos sólidos e usa insultos para desviar do assunto.


📖 Provérbios 26:5 – "Responde ao tolo segundo a sua estultícia, para que não seja sábio aos seus próprios olhos."
🔹 Eu poderia ignorar seus ataques, mas prefiro desmascarar sua confusão com a Bíblia.


📖 Mateus 5:11 – "Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa."
🔹 O fato de você estar atacando só prova que a verdade da Bíblia te incomoda.


Conclusão Final


1️⃣ Quem fala na sessão espírita? Demônios disfarçados (Isaías 8:19, 1 Timóteo 4:1).

2️⃣ A Bíblia não tem contradições, você apenas interpretou errado.

3️⃣ O Senhor Jesus nunca praticou espiritismo, Ele ressuscitou Lázaro e foi glorificado com Moisés e Elias.

4️⃣ 1 João 4:1 não manda consultar espíritos, mas sim rejeitar os falsos.

5️⃣ Seus insultos não mudam a verdade.


Você tentou fugir da questão e atacar a Bíblia, mas os argumentos bíblicos mostram claramente que o espiritismo é uma doutrina de engano.


Se quiser continuar o debate, traga argumentos sólidos e com contexto, porque até agora, sua interpretação foi distorcida e tendenciosa.


Josué Matos

77. Os demônios sabem de tudo sobre qualquer pessoa e imitam a voz de qualquer um, inclusive dos animais? (19/03/2025)


O que me Escreveram:
Demônios sabem de tudo sobre qualquer pessoa e imitam a voz de qualquer um ser sobre a face da terra, inclusive dos animais. 


Minha Resposta:

A afirmação de que "os demônios sabem de tudo sobre qualquer pessoa e imitam a voz de qualquer um, inclusive dos animais" contém elementos verdadeiros, mas precisa ser corrigida e enquadrada à luz da Bíblia. Vamos analisar essa questão biblicamente para expor a verdade e refutar possíveis enganos.


1. Os Demônios São Seres Espirituais com Inteligência, Mas Não São Oniscientes

A ideia de que os demônios sabem de tudo sobre qualquer pessoa não é verdadeira. A Bíblia ensina que somente Deus é onisciente (sabe todas as coisas):

  • Salmo 147:5 – "Grande é o nosso Senhor, e de grande poder; o seu entendimento é infinito."
  • 1 João 3:20 – "...porque Deus é maior do que o nosso coração, e conhece todas as coisas."

Os demônios são anjos caídos, criados por Deus, e têm conhecimento limitado. No entanto, por serem seres espirituais que existem há milênios, eles acumulam vasto conhecimento sobre a humanidade. Eles estudam as pessoas e suas gerações, observam padrões de comportamento e manipulam situações, o que pode dar a impressão de que sabem tudo.


Os Demônios Sabem Muito, Mas Não São Deus

  • Os demônios podem observar os humanos ao longo da vida, anotando seus hábitos, fraquezas e pecados.
  • Eles podem manipular eventos e influenciar pessoas para parecerem prescientes.
  • Eles reconhecem e até identificam pessoas, como vemos em Atos 16:16-18, onde um espírito de adivinhação possuía uma mulher e revelou conhecimento oculto.

Porém, eles não podem ler a mente das pessoas nem prever o futuro com precisão absoluta. Apenas Deus conhece o coração humano e os pensamentos mais profundos (Jeremias 17:10).


2. Os Demônios Imitam Vozes e Pessoas para Enganar

A Bíblia ensina que Satanás e seus demônios são mestres do engano. Eles são capazes de se disfarçar e enganar, inclusive imitando vozes e assumindo identidades falsas.

  • 2 Coríntios 11:14 – "E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz."

    • Se Satanás pode se disfarçar de anjo de luz, certamente seus demônios podem imitar pessoas falecidas.
  • 1 Samuel 28:7-20 – No episódio da feiticeira de En-Dor, um espírito aparece a Saul como se fosse o profeta Samuel.

    • Existe um debate se Deus permitiu que Samuel fosse manifestado ou se foi um demônio imitando Samuel. Em ambos os casos, prova que a necromancia (consulta aos mortos) é condenada e que enganos demoníacos são reais.
  • Apocalipse 16:13-14 – "E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso profeta, vi sair três espíritos imundos, semelhantes a rãs. Porque são espíritos de demônios, que fazem prodígios..."

    • Os demônios podem fazer sinais para enganar as pessoas.

Portanto, é totalmente possível que os espíritos que falam nas sessões espíritas sejam demônios imitando a voz e o jeito de falar dos mortos.


3. Os Espíritos Não Podem Voltar para Falar com os Vivos

A Bíblia ensina claramente que os mortos não podem retornar para se comunicar. Quem aparece em sessões espíritas não são os falecidos, mas espíritos enganadores.

  • Lucas 16:19-31 – Na parábola do rico e Lázaro, o rico deseja que Lázaro volte à terra para avisar seus irmãos, mas Abraão diz que isso é impossível.

    • Se os mortos pudessem retornar e falar com os vivos, Deus teria permitido isso aqui.
    • A conclusão clara é que Deus não permite que os mortos se comuniquem com os vivos.
  • Eclesiastes 9:5-6 – "Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento. Também o seu amor, o seu ódio e a sua inveja já pereceram; e já não têm parte alguma, para sempre, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol."

    • O texto mostra que os mortos não interagem mais com o mundo dos vivos.

Esses textos deixam claro que os espíritos que se manifestam não são os mortos, mas sim demônios disfarçados.


4. E Quanto a "Imitar Vozes de Animais"?

A Bíblia não menciona diretamente se os demônios podem imitar a voz de animais, mas há indícios de que eles podem influenciar seres vivos e causar fenômenos extraordinários.

  • Marcos 5:1-13 – Quando o Senhor Jesus expulsou os demônios de um homem, eles entraram em porcos, que depois se jogaram no mar.

    • Isso mostra que os demônios podem agir sobre os animais e levá-los a comportamentos estranhos.
  • Apocalipse 13:11-15 – A segunda besta fará com que a imagem da primeira besta fale.

    • Isso sugere que demônios podem influenciar objetos e até criar ilusões para enganar.

Se um demônio pode influenciar um animal ou objeto, não é impossível que ele possa produzir sons imitando vozes, mas isso seria apenas um truque para enganar e confundir.


5. Conclusão

Minha resposta é objetiva e bíblica:

  1. Os demônios não sabem tudo, pois só Deus é onisciente. Eles observam, estudam e enganam, mas seu conhecimento é limitado.
  2. Os demônios podem imitar vozes humanas e enganar, pois se transfiguram para parecerem anjos de luz ou até falecidos.
  3. Os mortos não voltam para falar com os vivos. Qualquer "espírito" em sessões espíritas não é um ente querido, mas um demônio disfarçado.
  4. Os demônios podem influenciar animais e objetos, mas isso não significa que podem criar vida ou possuir poderes ilimitados.

Se os espíritas acreditam que estão falando com seus falecidos entes queridos, estão sendo enganados por espíritos malignos que se passam por eles. A única verdade está na Palavra de Deus, que nos alerta contra essas práticas.


Josué Matos

78. Só pego passagens que me favorecem? (19/03/2025)


Que me Escreveram:

Você é maligno, só pega passagens que lhe favorecem, mas até satanás colocou passagem a Jesus no deserto. Provavelmente vive de suor alheio como dízimos, ainda usam Malaquias distorcendo a passagem, onde está claro que quem recebe dízimos e não repassa aos estrangeiros, às viúvas, e aos órfão roubam a Deus, e ainda se fazem de levitas, onde só eles poderiam receber dízimos, gente hipócrita, sentirão a mão dos julgadores, que serão os discípulos que se assentarão nos 12 tronos para julgar as 12 tribos de Israel. 


Minha Resposta:

Agradeço seu comentário, mas sua resposta contém vários equívocos que precisam ser corrigidos. Vamos por partes:


1. A Falácia da Citação Fora de Contexto

Você diz que eu "só pego passagens que me favorecem", mas o mesmo argumento pode ser usado contra você. A Bíblia deve ser interpretada como um todo, e não apenas com versículos isolados fora do contexto. O próprio Satanás citou a Escritura para tentar enganar o Senhor Jesus no deserto (Mateus 4:6), mas isso não significa que a Palavra de Deus seja manipulável. O problema não está na Bíblia, mas em quem distorce seu significado.


2. O Verdadeiro Ensino Sobre o Dízimo

Você afirma que os dízimos deveriam ser exclusivamente para os estrangeiros, órfãos e viúvas, mas a Bíblia apresenta o dízimo como parte do sustento dos levitas, que serviam no templo, além de ajudar os necessitados (Deuteronômio 14:28-29). Em Malaquias 3:10, Deus repreende Israel por reter os dízimos que deveriam ser trazidos à "casa do Tesouro", ou seja, ao Templo, garantindo provisão para os que serviam a Deus.

Além disso, no Novo Testamento, o princípio do sustento para a obra de Deus continua presente, não como um imposto obrigatório, mas como uma oferta voluntária para aqueles que se dedicam ao ministério (1 Coríntios 9:13-14). Seu argumento não anula a responsabilidade dos crentes de contribuir para a obra de Deus.


3. A Hipocrisia de Quem Prega Justiça Sem Base Bíblica

Você fala de hipocrisia, mas o espiritismo se baseia em doutrinas que contradizem a própria Bíblia, como a reencarnação e a comunicação com os mortos, ambas rejeitadas pelas Escrituras (Hebreus 9:27; Deuteronômio 18:10-12). Antes de acusar os outros, seria bom examinar a base doutrinária do que você defende.


4. O Julgamento dos Apóstolos

Sobre os discípulos que julgarão as doze tribos de Israel (Mateus 19:28), isso não significa que eles estarão condenando indivíduos como juízes supremos, mas que terão uma posição de autoridade no reino milenar de Cristo. Esse julgamento não é uma ameaça contra cristãos fiéis, mas uma responsabilidade dada aos apóstolos no governo do Messias.


Conclusão

Se deseja argumentar sobre a Bíblia, faça isso com conhecimento e respeito, em vez de usar ataques pessoais. O espiritismo tenta usar a Bíblia quando lhe convém, mas nega sua autoridade quando ela contradiz suas crenças. Não se trata de "escolher versículos", mas de crer na Palavra de Deus como um todo, sem distorções.


Se quiser continuar o debate, esteja disposto a ouvir a verdade.


Josué Matos

79. Nós, que nascemos com a espiritualidade escancarada no íntimo, não necessitamos de provérbios nem trechos da Bíblia. (19/03/2025)


Que me Escreveram:
Nós, que nascemos com a espiritualidade escancarada no íntimo, não necessitamos de provérbios nem trechos da Bíblia. Como você disse, temos a convicção do que falamos e a certeza por experienciarmos porque vivemos na pele! Não confronte esses antigos textos escritos pelos homens, porque isso coloca pontos finais na sabedoria divina! A Bíblia não é e nunca será um livro absoluto, apenas narra a passagem de Jesus por esse mundo, e muitas histórias e passagens que ela mesma se contradiz, daí nasceram as religiões e suas denominações. Outros países seguem suas culturas e filosofias de vida sem seguir as escrituras e está tudo certo! Outras escrituras antigas, como budismo, medicina chinesa, aiurvédica, celtas, druidas, são riquíssimas em sabedoria ancestrais e curadoras, as quais estão repletas de experiências espirituais que foram esmagadas pela igreja para calar o divino que há dentro de cada um de nós! Jesus, nosso mestre e guia nos conduz nessa seara do bem e do amor, e graças eu dou por saber que não só Jesus, mas outros mestres acima dele também se apresentaram em tempos idos. Eu sou grata à divina sabedoria por ter me guiado para o universalismo, onde não há dogmas nem fé cega! Há, sim, pessoas com dons especiais que vieram ao mundo para mostrar e provar que há, sim, algo mais e maior! Deus está dentro de cada um de nós, e ele nos ensina por convicção que nuca devemos deixar cegos conduzir cegos! A espiritualidade flui, se mostra por si só e Jesus jamais vai podar nosso desenvolvimento espiritual! Quem fala contra são fanáticos guiados por cegos que claramente estão fechados nos seus mundos, incapazes de enxergar a divina chama trinta que há em nós! 


Minha Resposta:

Respeito sua opinião, mas preciso discordar com base naquilo que é a verdadeira revelação de Deus. Você diz que não precisa da Bíblia porque tem convicção baseada em experiências pessoais. Mas será que isso é suficiente? A história já mostrou inúmeras vezes que experiências individuais podem ser enganosas e até contraditórias. Se a verdade se baseasse apenas em experiências pessoais, então qualquer pessoa poderia criar sua própria verdade, e isso levaria ao caos absoluto.


A Bíblia, diferentemente do que você afirma, não é um livro qualquer escrito por homens, mas sim a revelação inspirada de Deus, como está escrito: Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça (2 Timóteo 3:16). Dizer que a Bíblia se contradiz demonstra um desconhecimento dela, pois aqueles que a estudam com seriedade percebem que sua mensagem é coerente do início ao fim.


O problema não está na Bíblia, mas na sua crença de que a verdade pode ser encontrada em qualquer fonte espiritual. Isso é um erro perigoso, pois o próprio Senhor Jesus alertou: Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade (Mateus 7:21-23). Isso significa que muitas pessoas acreditam estar servindo a Deus e até dizem fazer o bem, mas estão completamente enganadas.


Você menciona que outros mestres, além de Jesus, trouxeram sabedoria ao mundo. Isso vai contra o próprio ensino do Senhor Jesus, que declarou: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim (João 14:6). Ele não disse ser 'um dos caminhos', mas 'o caminho'. Essa é uma afirmação exclusiva. Se você realmente crê que Jesus é um mestre, deveria levar Suas palavras a sério e não seguir mestres que ensinam coisas opostas ao que Ele disse.


Você também afirma que a igreja 'esmagou' antigas tradições espirituais. Na verdade, a verdadeira igreja nunca usou violência contra ninguém, mas sempre pregou a verdade com amor. O fato de muitas culturas terem crenças espirituais não significa que todas sejam verdadeiras. Se há múltiplas 'verdades' contraditórias, alguma delas tem que estar errada.


Por fim, você diz que a espiritualidade flui por si só. Mas qual espiritualidade? A Bíblia ensina que há espíritos enganadores que se passam por seres de luz: E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz (2 Coríntios 11:14). Isso significa que não basta acreditar em qualquer espírito ou experiência; é preciso discernir a verdade pela revelação de Deus.


O que você chama de 'universalismo' nada mais é do que um caminho que leva ao erro. A verdade não está dentro de nós por natureza, pois o coração humano é enganoso: Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? (Jeremias 17:9). Só podemos conhecer a Deus verdadeiramente por meio de Sua Palavra, e não pela intuição ou experiências místicas.


Meu conselho é que você examine sinceramente as Escrituras e peça a Deus discernimento. Se realmente deseja encontrar a verdade, ela está na Bíblia e em ninguém mais além do Senhor Jesus Cristo."


Josué Matos


80. O concílio de Niceia interpretando aquilo que convinha à Igreja a seu tempo? (19/03/2025)


Que me Escreveram:

O concílio de Niceia interpretou aquilo que convinha à Igreja a seu tempo, deixando evangelhos de apóstolos que não os agradaram ou convinha a estes!  Vás e não peques mais para que isso não te suceda novamente!


Minha Resposta:

Seu argumento sobre o Concílio de Niceia (325 d.C.) está equivocado. Esse concílio não escolheu quais livros fariam parte da Bíblia, nem excluiu evangelhos "desagradáveis". O objetivo principal foi lidar com a heresia ariana, que negava a divindade de Cristo, e definir a doutrina correta com base no que a Igreja já cria e ensinava desde os tempos apostólicos.


Os livros do Novo Testamento não foram inventados ou escolhidos no século IV. Eles já eram aceitos amplamente pelos cristãos desde os primeiros séculos. Por exemplo, Ireneu de Lyon (século II) já citava os quatro evangelhos como Escritura, muito antes do Concílio de Niceia.


Os chamados "evangelhos rejeitados" são, na verdade, textos gnósticos escritos muito depois dos verdadeiros apóstolos terem morrido, sem qualquer relação com eles. Esses escritos contradizem os ensinamentos dos verdadeiros evangelhos e foram rejeitados naturalmente pelos cristãos fiéis.


Os chamados "evangelhos rejeitados" ou "evangelhos apócrifos" começaram a surgir no século II d.C., ou seja, depois que os apóstolos já haviam morrido. Eles foram escritos por grupos heréticos, como os gnósticos, e continham ensinamentos que contradiziam os evangelhos autênticos e o ensino apostólico.


1. O Surgimento dos Evangelhos Gnósticos

Os principais evangelhos gnósticos foram escritos entre os séculos II e III, muito depois do período apostólico. Alguns exemplos incluem:

  • Evangelho de Tomé (cerca de 140-180 d.C.) – Um texto gnóstico que apresenta Jesus como um mestre esotérico, negando a ressurreição e a obra expiatória da cruz.
  • Evangelho de Maria Madalena (século II) – Traz ideias místicas, sugerindo que Maria Madalena teria uma posição especial entre os discípulos.
  • Evangelho de Filipe (século III) – Afirma que o mundo material é mau e promove a ideia gnóstica de "conhecimento secreto" (gnosis) para a salvação.
  • Evangelho de Judas (século II) – Retrata Judas como um "herói" que teria sido o único a entender Jesus corretamente, contrariando totalmente os evangelhos canônicos.

Esses textos foram criados por seitas heréticas, que tentavam misturar o cristianismo com filosofias pagãs, especialmente a doutrina gnóstica.


2. O Rejeição Natural dos Evangelhos Falsos

Desde o início, os cristãos fiéis à doutrina dos apóstolos rejeitaram esses escritos. Veja algumas evidências históricas:

  • Ireneu de Lyon (c. 180 d.C.), um dos primeiros teólogos cristãos, combateu os gnósticos e afirmou que apenas os quatro evangelhos – Mateus, Marcos, Lucas e João – eram autênticos e inspirados por Deus.
  • Orígenes (c. 250 d.C.) também mencionou que os evangelhos apócrifos eram heréticos e não deveriam ser aceitos como Escritura.
  • O Cânon Muratori (c. 170-200 d.C.), um dos primeiros documentos a listar os livros aceitos pelos cristãos, não menciona os evangelhos gnósticos, apenas os quatro evangelhos do Novo Testamento.


A Igreja não escolheu arbitrariamente os evangelhos verdadeiros. Eles já eram amplamente reconhecidos como inspirados e confiáveis desde os tempos apostólicos. Os evangelhos falsos foram rejeitados espontaneamente porque eram tardios, contradiziam a fé cristã e não tinham conexão com os apóstolos.


3. O Que Ocorreu no Concílio de Niceia?

Muitos afirmam erroneamente que o Concílio de Niceia (325 d.C.) escolheu quais evangelhos fariam parte da Bíblia. Isso é falso. O concílio tratou principalmente da heresia ariana e da afirmação da divindade de Cristo, não da formação do cânon bíblico.

O cânon do Novo Testamento já estava sendo reconhecido muito antes do Concílio de Niceia. Séculos antes, os cristãos já consideravam os quatro evangelhos inspirados. Niceia não "escolheu" os evangelhos, apenas reafirmou aquilo que já era crido pela Igreja desde os tempos apostólicos.


4. Conclusão:

Os evangelhos gnósticos foram rejeitados naturalmente pelos cristãos fiéis porque eram falsos, tardios e contradiziam os verdadeiros ensinamentos de Cristo. O Concílio de Niceia não excluiu evangelhos, pois essa decisão já havia sido tomada anteriormente pelos cristãos baseados na tradição apostólica.

A Palavra de Deus permanece inalterada, enquanto os evangelhos gnósticos caíram no esquecimento e foram reconhecidos como heréticos desde o início.


Sobre a frase "Vai e não peques mais", que você tentou citar, ela vem de João 8:11, quando o Senhor Jesus perdoou uma mulher adúltera. Mas observe: Ele perdoou, mas também ordenou arrependimento e mudança de vida. Isso é algo que o espiritismo ignora, pois nega a necessidade da cruz e da graça de Deus.


Se o espiritismo fosse verdadeiro, não haveria razão para o Senhor Jesus vir ao mundo para morrer pelos pecados da humanidade. O espiritismo ensina reencarnação, algo completamente contrário à Bíblia, que afirma:

"Aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo." (Hebreus 9:27)


Ou seja, não há reencarnação. Há apenas um juízo final diante de Deus, e a única salvação está na obra consumada do Senhor Jesus na cruz.


Portanto, sua acusação sobre o Concílio de Niceia e a suposta manipulação dos evangelhos não tem base histórica nem bíblica. A verdade da Palavra de Deus permanece inalterada, e o espiritismo, ao negar o sacrifício do Senhor Jesus, leva as pessoas a um perigoso engano espiritual.


Que você possa buscar a verdade nas Escrituras e não em suposições sem fundamento.


Josué Matos

81. Pago para quem me mostrar Deus (20/03/2025)


Que me Escreveram:

ATENÇÃO! — Pagarei UM MILHÃO DE REAIS para quem me apresentar ao vivo e em cores: um Deus, um Jesus, um anjo, um diabo e ou um espírito. Alguém aí se habilita? Fico no aguardo.


Minha Resposta:

Agradeço sua mensagem e seu desafio, pois me dá a oportunidade de apresentar um tema crucial: a fé e a revelação de Deus. Antes de responder diretamente à sua proposta, gostaria de lhe mostrar que seu questionamento não é novo. Muitas pessoas, ao longo da história, já pediram sinais para crer em Deus, e o próprio Senhor Jesus respondeu a isso de maneira clara.


1. O Pedido por Sinais e a Resposta de Jesus

Você não é o primeiro a pedir evidências físicas para crer em Deus. Durante o ministério do Senhor Jesus na terra, os fariseus também exigiram sinais visíveis para crer n'Ele. A resposta d'Ele foi direta:

"Uma geração má e adúltera pede um sinal, porém nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal do profeta Jonas" (Mateus 12:39).

O "sinal de Jonas" referia-se à morte e ressurreição de Jesus Cristo ao terceiro dia, assim como Jonas esteve três dias no ventre do grande peixe. Em outras palavras, o maior sinal que Deus deu foi a ressurreição de Cristo, e essa é a prova definitiva para aqueles que verdadeiramente buscam a verdade.

Além disso, a Bíblia ensina que Deus não é um ser que podemos manipular para satisfazer curiosidades. Ele Se revela àqueles que O buscam de coração sincero:

"Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração" (Jeremias 29:13).


2. O Rico no Inferno Também Pediu um Sinal

Você mencionou querer ver um espírito, um anjo ou até mesmo o diabo. Curiosamente, no Evangelho de Lucas, há um relato de um homem rico que morreu sem Deus e foi parar no inferno. Ele, em seu tormento, pediu a Abraão que enviasse Lázaro (um mendigo que havia morrido salvo) para voltar à terra e avisar seus irmãos, pois ele acreditava que, se alguém ressuscitasse dos mortos e falasse com eles, então creriam. Mas a resposta foi categórica:

"Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que algum dos mortos ressuscite" (Lucas 16:31).

Isso mostra que o problema não é a falta de sinais, mas a incredulidade do coração. O maior sinal já foi dado: Jesus Cristo ressuscitou, e isso está registrado na Bíblia, testemunhado por centenas de pessoas (1 Coríntios 15:3-8). Se alguém não crê na Palavra de Deus, também não crerá mesmo que veja um milagre com os próprios olhos.


3. A Maior Prova da Existência de Deus

Se a questão fosse meramente ver para crer, por que tantas pessoas que testemunharam milagres ainda rejeitaram a verdade? Os fariseus viram Jesus curar enfermos, expulsar demônios, alimentar multidões e até ressuscitar mortos, mas ainda assim não creram n'Ele. O problema não era a falta de evidências, mas a dureza do coração.

Deus Se revela de várias formas:

  • Na criação: "Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos" (Salmo 19:1).
  • Na consciência: Todo ser humano tem um senso inato de certo e errado, um indício de que fomos criados à imagem de um Deus moral (Romanos 2:15).
  • Na história: A vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo são eventos documentados não apenas na Bíblia, mas em escritos históricos de autores não cristãos, como Flávio Josefo e Tácito.

A evidência da existência de Deus está por toda parte. O problema não é a falta de provas, mas a recusa de aceitá-las.


4. A Necessidade da Salvação

Diante da realidade da existência de Deus, a questão mais urgente não é se podemos vê-Lo com nossos olhos físicos, mas sim: como podemos estar certos de que estaremos com Ele na eternidade?

A Bíblia diz que todos pecamos e estamos separados de Deus:

"Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Romanos 3:23).

Se a vida fosse apenas uma jornada de aprendizado e evolução, como ensina o espiritismo, não haveria necessidade de um Salvador. Mas a realidade é que o pecado nos torna incapazes de alcançar a Deus por nós mesmos. É por isso que Deus providenciou um único caminho para a salvação:

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3:16).

A salvação não é alcançada por obras, reencarnações ou mérito próprio, mas unicamente pela fé em Jesus Cristo:

"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie" (Efésios 2:8-9).


5. Como Ser Salvo e Ter Certeza do Céu

A salvação é simples e acessível a todos que sinceramente desejam conhecer a verdade. Para ser salvo, é necessário:

  1. Reconhecer que é pecador e que está separado de Deus (Romanos 3:23).
  2. Crer que Jesus Cristo morreu e ressuscitou pelos seus pecados (Romanos 10:9-10).
  3. Arrepender-se e confiar em Cristo como Senhor e Salvador (Atos 3:19).

Quando uma pessoa crê genuinamente em Cristo e entrega sua vida a Ele, ela recebe a certeza da salvação:

"Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida" (João 5:24).

Essa certeza não depende de sentimentos, experiências místicas ou sinais visíveis, mas da fidelidade da Palavra de Deus.


6. Conclusão: Um Desafio Para Você

Você desafiou alguém a apresentar um deus, um anjo, um diabo ou um espírito "ao vivo e em cores". Mas será que está disposto a buscar a Deus de verdade? O maior desafio não é ver com os olhos físicos, mas crer no que Deus já revelou. O Senhor Jesus disse:

"Bem-aventurados os que não viram e creram" (João 20:29).

Se realmente deseja conhecer a verdade, faça um desafio diferente: ore sinceramente a Deus e peça que Ele Se revele a você. Leia a Bíblia sem preconceitos e veja se ela não fala ao seu coração. A promessa de Deus é clara:

"Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração" (Jeremias 29:13).

Não se trata de um jogo de provas físicas, mas de um compromisso com a verdade. A eternidade está em jogo, e sua alma vale muito mais do que qualquer milhão de reais. Meu desejo é que você encontre essa verdade enquanto há tempo.

Que Deus o abençoe e ilumine sua mente para compreender a grandeza da salvação em Cristo. Se desejar conversar mais, estou à disposição.


Josué Matos

82. O Espiritismo nas Igrejas? (22/03/2025)


Em sua segunda carta a Timóteo, o apóstolo Paulo faz uma séria advertência a respeito dos últimos dias. Ele declara: "E, como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e reprovados quanto à fé" (2ª Epístola a Timóteo 3:8). Estes dois homens, identificados pela tradição judaica como os magos do Egito que imitaram os milagres realizados por Moisés e Arão, são um alerta para todos os que observam sinais e prodígios como prova de que algo vem de Deus. Moisés transformou a vara em serpente pelo poder de Deus, mas Janes e Jambres fizeram o mesmo através de artes malignas. Portanto, fica claro que nem todo milagre é prova da presença divina. O diabo também tem seus instrumentos e operações. Ele não imita aquilo que não é precioso; ele falsifica aquilo que Deus faz para enganar e desviar.


O que se observa nos dias atuais em muitos ambientes ditos "evangélicos" é a reedição de práticas do espiritismo com roupagem cristã. E isso não se limita ao movimento pentecostal ou neopentecostal. A Congregação Cristã no Brasil, por exemplo, não é considerada pentecostal no sentido clássico, mas nela também se encontram elementos de cunho espiritualista, muitas vezes semelhantes ao que se vê em terreiros e centros espíritas.


Um dos exemplos mais marcantes é o fenômeno das chamadas "línguas estranhas". No espiritismo, durante as incorporações, muitas vezes os médiuns emitem sons incompreensíveis, numa manifestação atribuída a espíritos. Curiosamente, em diversos cultos evangélicos, vê-se o mesmo tipo de manifestação, geralmente sem interpretação e sem edificação para a igreja, o que contradiz o ensino apostólico em 1ª aos Coríntios 14.


As "danças espirituais" também têm se tornado comuns. Não são simples expressões de alegria, mas movimentos convulsivos, muitas vezes incontroláveis, que lembram os trances de médiuns em centros de umbanda e candomblé. Essas danças são atribuídas ao "Espírito Santo", mas não se vê nelas ordem, sobriedade nem edificação – características essenciais da verdadeira obra de Deus (1ª aos Coríntios 14:33,40).


Já o chamado "sapato de fogo" é uma expressão popular usada para descrever momentos de excitação extrema durante os cultos, quando pessoas pulam, gritam ou dançam descontroladamente. Isso se assemelha ao que se vê em sessões espíritas, quando os presentes acreditam estar possuídos por espíritos guias.


Outro ponto de contato é a ênfase nas "profecias". Muitas dessas profecias são reveladas por pessoas que, alegadamente sob o poder do Espírito, transmitem mensagens diretas, pessoais e sem respaldo bíblico. No espiritismo, isso é conhecido como "psicofonia", quando um espírito usa a boca do médium para falar. Nos dois casos, a Palavra de Deus é colocada em segundo plano, e a autoridade da Escritura é substituída pela revelação subjetiva.


Quanto às "curas milagrosas", sabemos que Deus pode curar. No entanto, muitas curas alegadas nos dias atuais estão mais associadas a rituais emocionalmente manipulativos, e algumas vezes acompanhadas de quedas, gritos e tremores, sem qualquer evidência concreta ou duradoura. O Senhor Jesus curava com propósito, clareza e resultado imediato, sempre com sobriedade e com o foco na glória de Deus, não em espetáculos ou campanhas.


Por fim, o maior dos erros compartilhados entre estas manifestações "cristianizadas" e o espiritismo está na doutrina da salvação. Tanto em muitos desses grupos evangélicos quanto no espiritismo, o ensino central gira em torno das boas obras, da moralidade e do merecimento como caminho para o céu. Isso é completamente oposto ao ensino do evangelho da graça de Deus. A Palavra declara: "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie" (Epístola aos Efésios 2:8-9).


Muda-se o nome do espírito, muda-se o ambiente, muda-se a roupagem, mas o fundamento permanece o mesmo: uma tentativa humana de alcançar o favor divino por esforços próprios, sinais e sensações. Que os verdadeiros crentes voltem ao fundamento das Escrituras e não se deixem levar por toda ventania espiritual. O caminho da salvação é Cristo, e somente por meio Dele, pela fé e mediante a graça, somos aceitos diante de Deus.


Todo este cenário que vemos de forma crescente é uma estratégia de Satanás para algo maior e, ao mesmo tempo, uma permissão de Deus. Isso ocorre porque essas pessoas deliberadamente rejeitaram a sã doutrina. Como está escrito: "Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências. E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas" (2ª Epístola a Timóteo 4:3-4).


Após o arrebatamento dos salvos para o céu, Deus mesmo enviará a operação do erro, para que creiam a mentira. Isso será o juízo divino sobre todos os que rejeitaram a verdade e se comprazem na iniquidade. Como lemos em 2ª Tessalonicenses 2:7-12: "Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora o retém até que do meio seja tirado. E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfaz pelo espírito da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda; a esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira; para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniquidade".


O diabo está cevando, engodando essas pessoas, preparando-as para que, quando a verdadeira Igreja for arrebatada, ele possa lançar o seu falso messias, um líder que estas pessoas sempre esperaram. Um homem de carisma, sinais, prodígios e palavras doces, mas cujo fim será destruição. Que Deus nos conceda discernimento para não sermos enganados e para permanecermos firmes na verdade da Sua Palavra.


O que há de comum e de mais penoso em todas essas religiões, tanto espiritualistas quanto cristianizadas, é a crença numa salvação baseada em boas obras. Desde os dias de Caim, a humanidade tem sido dividida em apenas duas formas de buscar a salvação: (1) a que Deus estabeleceu com Adão, quando cobriu o pecado com a morte de um animal (Gênesis 3:21), apontando para o sacrifício de Cristo; e (2) a tentativa humana de apresentar algo próprio diante de Deus, como Caim fez, oferecendo do fruto da terra (Gênesis 4:3-5).


A salvação verdadeira é inteiramente de Deus, gratuita, paga pelo Senhor Jesus na cruz, sem que o homem a mereça. Está escrito: "Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores" (Romanos 5:8). E ainda: "Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia nos salvou" (Tito 3:5).


O ser humano, por natureza, é orgulhoso demais para aceitar essa graça. Ele sente-se culpado, e por isso tenta pagar por sua salvação com jejuns, orações, penitências, batismos ou até fidelidade a uma igreja. No entanto, a Palavra declara: "Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia" (Isaías 64:6). O pecado contamina tudo o que o homem oferece a Deus.


Mas Deus deseja salvar gratuitamente, porque Ele mesmo pagou o preço. A salvação é caríssima, e o homem não tem com que pagar. Por isso o Evangelho é chamado de "boas novas". O Senhor Jesus bradou na cruz: "Está consumado" (João 19:30), indicando que o pagamento foi feito por completo. Cabe ao homem crer nessa obra e recebê-la pela fé: "Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo" (Atos 16:31).


Essa é a única base segura. Que não sejamos encontrados oferecendo frutos da terra, como Caim, mas confiando no sangue do Cordeiro, como Abel (Hebreus 11:4).


Josué Matos

83. Qual é o pecado para a morte? (22/03/2025)


Ao lermos as Escrituras, encontramos uma série de verdades profundas que nos revelam como Deus lida com o pecado entre os Seus filhos, como responde à oração dos justos e como a disciplina divina é exercida com o objetivo de preservar a santidade entre o Seu povo. Para compreendermos melhor essas verdades, vamos iniciar por um texto bastante conhecido na Primeira Epístola de João:

"Se alguém vir pecar seu irmão, pecado que não é para morte, orará, e Deus lhe dará a vida, àqueles que não pecarem para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que ore. Toda a iniquidade é pecado, e há pecado que não é para morte. Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca." (1 João 5:16-18)


Neste trecho, aprendemos que nem todo pecado cometido por um crente leva ao juízo imediato de Deus com consequências físicas, como a morte. Quando o pecado não é considerado "para morte", o crente pode e deve interceder em oração pelo irmão que errou, confiando que Deus, em Sua graça, trará restauração e vida espiritual a esse irmão. No entanto, há casos em que o pecado, por ser deliberado, persistente e de grande gravidade, resulta em disciplina severa da parte de Deus. Em tais situações, o Senhor pode decidir retirar o crente da vida terrena, como forma de juízo corretivo.


Ainda que seja uma decisão soberana de Deus, o texto não está incentivando a indiferença, mas sim o discernimento espiritual na intercessão. Isso se harmoniza com o que segue na epístola: o nascido de Deus não vive na prática do pecado. A nova natureza recebida no novo nascimento leva o crente a viver uma vida de santidade, guardando-se do mal e das armadilhas do inimigo.


Esse princípio nos leva naturalmente a considerar um outro texto que trata da relação entre pecado, doença e oração dentro da comunidade cristã:

"Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantara; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis. A oração do justo pode muito em seus efeitos." (Tiago 5:14-16)


Neste caso, é possível que uma enfermidade esteja ligada a uma situação espiritual. O crente enfermo, reconhecendo sua condição, é orientado a chamar os presbíteros, não apenas como líderes espirituais, mas como aqueles que podem interceder com discernimento e compaixão. A unção com azeite, embora simbólica, aponta para o cuidado pastoral e a consagração daquele momento de intercessão. A oração feita com fé é eficaz, e o Senhor é poderoso para levantar o enfermo.


Se houver pecado, a confissão será parte fundamental do processo. Aqui, vemos o valor da confissão não apenas a Deus, mas também em relação ao irmão contra quem se pecou, promovendo cura não só física, mas também espiritual e relacional. A oração do justo é enfatizada como uma poderosa ferramenta nas mãos de Deus.


E, dando continuidade a esse entendimento sobre a disciplina divina, encontramos outro texto que reforça a ideia de que o Senhor pode usar a fraqueza física, a doença e até a morte como instrumentos corretivos:

"Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem. Porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo." (1 Coríntios 11:30-32)


Este versículo está inserido no contexto da Ceia do Senhor. A igreja de Corinto, ao tratar com irreverência e egoísmo esse momento solene, trazia juízo sobre si. Alguns estavam fracos, outros doentes e outros já haviam morrido fisicamente. O texto é claro: se o próprio crente fizesse um autoexame sincero e se arrependesse, evitaria ser disciplinado por Deus.


Mas ainda que Deus intervenha com disciplina, Ele o faz como Pai amoroso. O objetivo não é destruir, mas corrigir, para que o crente não seja condenado com o mundo. Essa é uma das maneiras pelas quais o Senhor protege a santidade da assembleia e guia Seus filhos ao arrependimento e à restauração.


Devemos ressaltar que, esse princípio de zelo pela santidade do povo de Deus também se reflete na responsabilidade da igreja de lidar com o pecado aberto entre seus membros:

"Ainda que não inteiramente com os fornicadores deste mundo... Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for fornicador... com o tal nem ainda comais... Tirai, pois, dentre vós a esse iníquo." (1 Coríntios 5:10-13)


Aqui, o apóstolo Paulo orienta os crentes a não se associarem com aqueles que, professando ser irmãos, vivem em pecado moral ou escandaloso. O ensino é claro: não se trata de isolar-se do mundo, mas de preservar a pureza da assembleia.


A disciplina, nesse caso, exige separação. O indivíduo impenitente não deve mais participar da comunhão, nem mesmo em refeições sociais que possam indicar aprovação de sua conduta. Essa medida não é motivada por vingança, mas por amor à santidade de Deus, ao testemunho da igreja e à alma do próprio faltoso, que pode ser levado ao arrependimento.


Tudo isso nos mostra como Deus trata com seriedade o pecado entre os Seus, mas também com misericórdia, oferecendo restauração através da confissão, da oração e da disciplina exercida em amor. É um chamado para vivermos em santidade, em comunhão sincera e em constante vigilância espiritual.


Por fim, devo deixar claro que a Salvação Não Pode Ser Perdida


Ao longo das Escrituras, nunca lemos sobre um crente verdadeiro que tenha perdido a salvação. Essa é uma realidade confortadora e central no ensino do Novo Testamento. Deus não é um doador instável, que oferece um dom eterno e depois o retira com base no comportamento do crente. A salvação é apresentada como um presente da graça divina, imerecido, irrevogável e selado com a promessa da vida eterna.


A salvação é um dom, como declara Romanos 6:23: "Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor." Esse dom não foi conquistado por obras humanas, nem pode ser perdido por elas. Quando um pecador se arrepende sinceramente e crê em Jesus Cristo como Salvador, ele é selado com o Espírito Santo da promessa (Efésios 1:13) e feito participante da natureza divina (2 Pedro 1:4).


Alguns, porém, afirmam que certos pecados "graves" poderiam anular a salvação recebida. No entanto, tal ideia é estranha à Escritura. Nunca lemos, em nenhuma parte da Bíblia, que Deus tenha estabelecido um "pecado-limite" após o qual a salvação é retirada. Pelo contrário, vemos diversos exemplos de crentes que pecaram gravemente, mas que foram corrigidos por Deus como um Pai corrige seus filhos (Hebreus 12:6). Alguns se arrependeram e foram restaurados. Outros, infelizmente, permaneceram obstinados, e Deus, em Sua soberania, os disciplinou com enfermidades e até mesmo com a morte física. Mas mesmo nesses casos, a Palavra usa o termo "dormem", referindo-se à morte física do crente, e não à sua condenação eterna.


Nunca lemos que um crente salvo perdeu a salvação e depois foi salvo novamente. Essa doutrina não está nas Escrituras. Pelo contrário, o Senhor Jesus disse: "As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem; e dou-lhes a vida eterna, e nunca perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão." (João 10:27-28).


É também importante distinguir entre os verdadeiros crentes e os que apenas fizeram uma profissão exterior de fé. Em Atos 8, por exemplo, Simão, o mágico, creu de forma superficial e até foi batizado, mas logo ficou claro que seu coração não era reto diante de Deus. Ele desejava os dons do Espírito por motivos egoístas e carnais. O apóstolo Pedro o repreendeu duramente, mostrando que ele ainda estava "em fel de amargura e laço de iniquidade" (Atos 8:23). Simão nunca foi verdadeiramente salvo, apesar de sua profissão de fé e batismo.


A salvação é garantida pela obra consumada de Cristo, pela intercessão constante do Senhor Jesus e pelo selo do Espírito Santo. Não depende do desempenho humano, mas da fidelidade de Deus. O crente pode pecar, infelizmente, e se afastar, mas se for verdadeiramente salvo, será corrigido, disciplinado e trazido de volta pelo amor do Pai. O pecador que foi salvo jamais voltará à condenação eterna. "Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus" (Romanos 8:1).


A ideia de que Deus retira a salvação por causa de certos pecados é uma heresia doutrinária, nascida da fragilidade da compreensão humana e da tendência de condicionar a graça divina ao comportamento humano. A graça é justamente a manifestação do favor imerecido de Deus. Se a salvação pudesse ser perdida por causa de pecados graves, então dependeria das obras e não seria mais pela graça. Mas a Escritura é clara: "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie" (Efésios 2:8-9).


Portanto, reafirmamos com convicção e alegria: a salvação é eterna, segura, baseada na obra perfeita de Cristo. O verdadeiro crente pode descansar, não na sua própria força, mas na fidelidade imutável do Deus que salvou, justificou e glorificará todos os que estão em Cristo Jesus.


Josué Matos

84. A Queda de Lúcifer: Quando Aconteceu? (24/03/2025)


No imaginário de muitos cristãos, a queda de Lúcifer, que o transformou em Satanás, teria ocorrido em um tempo indefinido antes da criação do mundo descrita em Gênesis. Essa ideia é comumente associada à chamada "teoria da lacuna" (gap theory), que propõe que entre Gênesis 1:1 e 1:2 existe um intervalo de tempo não revelado nas Escrituras, no qual teria ocorrido a rebelião angelical, uma destruição do mundo original e, depois, a recriação em seis dias.

No entanto, um exame cuidadoso das Escrituras, com reverência à revelacão progressiva e à suficiência da Palavra de Deus, nos conduz a uma compreensão diferente: a queda de Lúcifer ocorreu após a criação dos anjos, dentro do período abrangido por Gênesis 1 a 3, e antes da tentação no Éden, mas não antes de Gênesis 1:1. Esta é a posição mais fiel ao texto bíblico, livre de especulações filosóficas ou adaptações às teorias modernas.


1. "No princípio criou Deus os céus e a terra" (Gênesis 1:1)

O primeiro versículo da Bíblia é uma declaração completa e definitiva da criação do universo por Deus. Nada no texto indica que houve uma criação anterior destruída e, em seguida, restaurada. A expressão "no princípio" marca o início do tempo, da matéria e da ordem criada. O uso de verbos no hebraico original reforça que se trata de um começo absoluto.


2. Os anjos foram criados no "princípio"

Em Jó 38:4-7, lemos:

"Onde estavas tu, quando eu fundava a terra? [...] Quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam?"

O texto mostra que os seres angelicais, aqui chamados de "filhos de Deus" e "estrelas da alva", estavam presentes na criação da terra e regozijaram-se com ela. Isso indica que os anjos foram criados no início, possivelmente nos primeiros atos criativos mencionados em Gênesis 1:1, antes do quarto dia, quando foram criados os astros visíveis.


3. Lúcifer foi criado perfeito e caiu posteriormente

A passagem de Ezequiel 28:12-17, ainda que dirigida ao rei de Tiro, carrega uma dimensão espiritual que transcende a figura humana. Ali encontramos:

"Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti."
"Estiveste no Éden, jardim de Deus..."

Essas palavras revelam que Lúcifer foi criado por Deus em perfeição, e que sua queda foi posterior à sua criação. O fato de estar no Éden indica que não poderia ter caído antes da criação do Éden. Isso elimina a ideia de uma queda em um tempo eterno ou remoto. Sua rebelião ocorreu dentro do cenário do mundo criado, e antes da tentação de Eva.


4. A tentação no Éden exige um adversário já caído

Em Gênesis 3, a serpente aparece como um ser astuto, adversário de Deus e enganador. A identificação dessa serpente com Satanás é feita em Apocalipse 12:9:

"E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo."

Portanto, é evidente que, ao aparecer no Éden, Satanás já havia caído. Isso significa que sua rebelião ocorreu entre sua criação (perfeita) e o episódio da tentação no paraíso.


5. Não há espaço para uma "lacuna" entre os versículos de Gênesis

A chamada "teoria da lacuna" tenta inserir entre Gênesis 1:1 e 1:2 um intervalo de tempo que acomodaria a queda de Lúcifer, a destruição da terra e a subsequente recriação em seis dias. Contudo:

  • O texto hebraico de Gênesis 1:2 é uma descrição natural do estado inicial da terra: "sem forma e vazia" (tohu vavohu), sem indicação de juízo ou destruição.
  • Toda a narrativa de Gênesis 1 segue um fluxo contínuo, com repetição ordenada de "e disse Deus", "e viu Deus que era bom", e "foi a tarde e a manhã..."
  • Em Êxodo 20:11, lemos: "Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há...". Isso inclui os anjos, se foram criados nos céus.

Portanto, não há base bíblica para inserir uma criação anterior que teria sido destruída pela queda de Lúcifer. Tudo o que existe foi criado por Deus no princípio, em seis dias, e era "muito bom" (Gênesis 1:31).


Conclusão

A queda de Lúcifer, que o transformou em Satanás, ocorreu dentro do contexto da criação revelada em Gênesis, após a criação dos anjos e antes da queda do homem. A Bíblia é suficiente para nos informar sobre os eventos espirituais relevantes para o plano redentor de Deus, e não precisamos recorrer a teorias externas às Escrituras para explicar a origem do mal.


Esse entendimento protege a clareza e a autoridade do relato bíblico da criação e evita especulações não inspiradas. Que possamos confiar plenamente na Palavra revelada, que é "lâmpada para os nossos pés e luz para os nossos caminhos" (Salmo 119:105).


Josué Matos

85. Judeus São Politeístas? (27/03/2025)


Ao longo da história, muitas ideias foram levantadas sobre a natureza de Deus e sobre a origem da fé dos hebreus. Entre elas, há quem afirme que os judeus foram ou ainda são politeístas, ou que adoram diferentes seres espirituais. No entanto, à luz da revelação clara das Escrituras Sagradas, essa ideia é incorreta tanto do ponto de vista histórico quanto bíblico.

Desde o chamado de Abraão, o povo de Israel foi instruído a crer em um único Deus verdadeiro, criador dos céus e da terra. Essa crença monoteísta está no centro da fé judaica e é expressa de forma inconfundível em Deuteronômio capítulo seis, versículo quatro: "Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor". Esse versículo é parte do "Shema", a confissão central da fé de Israel.

A palavra hebraica "El" significa "Deus" e pode ser usada de forma genérica ou com qualificações que revelam atributos divinos. Por exemplo, "El Elyon" significa "Deus Altíssimo". Em Gênesis capítulo quatorze, versículos dezoito a vinte, encontramos Melquisedeque, sacerdote do Deus Altíssimo, abençoando Abraão. Isso mostra que "El Elyon" não é um outro deus, mas uma forma de se referir ao mesmo Deus revelado a Abraão, Isaque e Jacó.

Além disso, as palavras "Eloah" e "Elohim" são variações linguísticas hebraicas que não indicam uma multiplicidade de divindades, mas sim a majestade e plenitude do único Deus. "Elohim" é uma forma plural usada com verbos no singular — um fenômeno gramatical conhecido como plural majestático, usado para expressar grandeza, e não quantidade.

Outro equívoco comum é associar o nome de Deus revelado a Moisés com seres espirituais inferiores ou até anjos caídos. Em Êxodo capítulo três, versículo quatorze, Deus Se apresenta a Moisés com estas palavras: "EU SOU O QUE SOU". Este nome, no hebraico "YHWH" — muitas vezes transliterado como "Iavé" ou "Jeová" — indica um ser autoexistente, eterno, imutável. Ele não é um anjo, tampouco um ser criado, mas o próprio Criador de todas as coisas.

A Escritura faz uma distinção clara entre o Criador e as criaturas. Os anjos caídos são descritos como seres espirituais que se rebelaram contra Deus. Eles são chamados de demônios ou espíritos malignos e estão sujeitos ao juízo divino. Em nenhum lugar das Escrituras o Deus verdadeiro é confundido com um anjo, muito menos com um anjo caído. A Bíblia declara que o Senhor Deus é santo, justo, perfeito e separado do mal.

Alguns termos bíblicos também são mal interpretados. Por exemplo, "Sabaoth" não é o nome de uma entidade espiritual, mas significa "Senhor dos Exércitos" — uma designação de autoridade e soberania. Da mesma forma, a confusão entre o Deus bíblico e os nomes de deuses pagãos, como Baal, surge de uma leitura superficial ou distorcida dos textos sagrados.

Quanto ao Senhor Jesus Cristo, as Escrituras ensinam que Ele não veio apenas para ensinar princípios morais, mas para cumprir um plano divino de redenção. Em Primeira Epístola a Timóteo capítulo um, versículo quinze, está escrito: "Fiel é esta palavra, e digna de toda a aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores".

Durante Seu ministério terreno, o Senhor Jesus participou das práticas judaicas legítimas. Ele frequentava o templo, lia as Escrituras e cumpria a Lei de Deus. No Evangelho segundo Mateus capítulo cinco, versículo dezessete, Ele afirmou: "Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir".

O problema não está na existência de uma religião verdadeira, mas na corrupção dela pelos homens. A idolatria, os falsos deuses e os enganos religiosos sempre existiram, mas o Senhor Jesus veio para restaurar a adoração verdadeira. No Evangelho segundo João capítulo quatro, versículo vinte e quatro, Ele declarou: "Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade".

Negar a singularidade de Deus e reduzi-Lo a uma entre muitas entidades espirituais é rejeitar a revelação progressiva e clara da Escritura, desde Gênesis até o Apocalipse. O Deus que se revelou a Abraão, a Moisés, aos profetas e finalmente no Senhor Jesus Cristo é o único Deus vivo e verdadeiro. Como diz o Evangelho segundo João capítulo oito, versículo trinta e dois: "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará".

Essa é a esperança e a certeza de todos os que creem na autoridade da Palavra de Deus.


Josué Matos

86. Você precisa 'sentir' o Espírito Santo? (27/03/2025)


Ao crermos no Senhor Jesus Cristo, somos chamados a uma vida de renúncia e de negação do nosso próprio eu. O próprio Senhor Jesus deixou isso muito claro ao dizer: "Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e siga-me" (Evangelho segundo Lucas, capítulo 9, versículo 23). Essa é a marca que distingue um verdadeiro discípulo: não viver segundo os desejos da carne, mas segundo a direção do Espírito.

Essa direção também inclui a maneira como pensamos. É por isso que o apóstolo Paulo, escrevendo aos crentes em Corinto, ensinou que devemos levar "todo entendimento cativo à obediência de Cristo". Ele escreveu: "Destruindo os conselhos e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo" (Segunda Epístola aos Coríntios, capítulo 10, versículo 5). Isso mostra como é essencial que nossa mente esteja sujeita às verdades reveladas nas Escrituras e não às filosofias humanas ou experiências subjetivas.

No entanto, é importante fazer aqui uma distinção. O Novo Testamento não nos ensina a "colocar nossa mente no espírito" como se isso fosse uma técnica mística ou uma introspecção subjetiva. O ensino bíblico é bem diferente. A obra do Espírito Santo, conforme registrada no Evangelho segundo João, capítulo 16, versículo 13, é nos guiar em toda a verdade revelada por Deus. No versículo seguinte, João capítulo 16, versículo 14, o Senhor Jesus afirma que o Espírito Santo glorificará a Ele, pois há de receber do que é dEle e nos anunciará. Portanto, o foco do Espírito Santo é exaltar a pessoa de Jesus Cristo e nos conduzir à obediência à Sua Palavra.

Além disso, a presença do Espírito Santo se manifesta em frutos visíveis na vida do crente, como está escrito na Epístola aos Gálatas, capítulo 5, versículos 22 e 23: "Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança". Isso não tem a ver com experiências místicas, mas com transformação real de caráter.

Também não vemos nas Escrituras os apóstolos ensinando os crentes a buscarem uma experiência direta com o Espírito Santo isoladamente. Pelo contrário, os crentes são exortados a viverem cheios do Espírito por meio da Palavra de Cristo. Na Epístola aos Efésios, capítulo 5, versículo 18, Paulo escreve: "Enchei-vos do Espírito", e na Epístola aos Colossenses, capítulo 3, versículo 16, ele diz: "A palavra de Cristo habite em vós abundantemente". Essas duas passagens se complementam e mostram que ser cheio do Espírito está diretamente ligado à presença da Palavra de Deus em nosso interior.

Quando falamos de comunhão, o apóstolo João esclarece em sua Primeira Epístola, capítulo 1, versículo 3: "O que temos visto e ouvido, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo". A comunhão mencionada aqui é com o Pai e com o Filho. O Espírito Santo, sem dúvida, habita no crente — como ensina a Epístola aos Romanos, capítulo 8, versículos 9 a 16 — mas Seu papel é tornar possível essa comunhão com Deus, e não ser o foco dela.

Por isso, embora reconheçamos o zelo de muitos que desejam viver uma vida espiritual profunda, é imprescindível que esse desejo esteja sempre sujeito à autoridade da Palavra de Deus. A verdadeira vida espiritual frutífera não se desenvolve por métodos subjetivos ou por práticas introspectivas, mas por uma caminhada diária de obediência simples e fiel ao que Deus revelou em Sua Santa Escritura.

Que o Senhor continue nos guiando por meio da Sua Palavra e nos conceda graça para crescermos continuamente no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, conforme lemos na Segunda Epístola de Pedro, capítulo 3, versículo 18.


Josué Matos

87. Você Só Morre Uma Vez – E Depois? (27/03/2025)


Muitas pessoas afirmam com convicção que a ciência já teria encerrado a questão da ressurreição, declarando-a impossível. Argumenta-se que, após a morte, o corpo entra em decomposição, os elementos que o compunham se dispersam na natureza, e seriam impossíveis de reunir novamente. No entanto, é essencial compreender que a ciência, embora poderosa para estudar o mundo físico e os processos naturais, possui limites bem definidos. Ela é competente para explicar o que é mensurável, testável e repetível. Porém, a ressurreição, como revelada nas Escrituras Sagradas, é um ato sobrenatural, um evento que transcende o campo de atuação da ciência.

No livro de Gênesis, capítulo 3, versículo 19, está escrito: "No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás". De fato, o corpo humano volta ao pó. Contudo, o mesmo Deus que criou todas as coisas a partir do nada — do latim ex nihilo — é plenamente capaz de restaurar aquilo que foi destruído. Em Filipenses, capítulo 3, versículo 21, lemos que Deus "transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso". A ciência não pode impedir que o Criador exerça o Seu poder.

Durante toda a história, muitos zombaram da ideia da ressurreição. O apóstolo Paulo vivenciou isso em Atenas, quando anunciou essa verdade. O livro de Atos dos Apóstolos, capítulo 17, versículo 32, relata: "E, como ouviram falar da ressurreição dos mortos, uns escarneciam, e outros diziam: Acerca disso te ouviremos outra vez." Esse escárnio permanece até hoje. Na Primeira Epístola aos Coríntios, capítulo 2, versículo 14, está escrito: "Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente."

A ressurreição prometida por Deus não será uma simples restauração da vida mortal. A Palavra de Deus revela que o corpo ressuscitado será glorificado, incorruptível e espiritual. Na Primeira Epístola aos Coríntios, capítulo 15, versículos 42 a 44, Paulo escreve: "Assim também a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo em corrupção, ressuscitará em incorrupção. Semeia-se em ignomínia, ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscitará com vigor. Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual."

Além disso, a doutrina da reencarnação, por mais difundida que seja em certas culturas, é completamente estranha à revelação bíblica. A Epístola aos Hebreus, capítulo 9, versículo 27, afirma: "Aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo." Cada ser humano tem uma única vida, na qual deve se reconciliar com Deus. Não existem ciclos de retornos à Terra.

O Senhor Jesus Cristo não veio ao mundo apenas como mestre moral. Ele mesmo afirmou, no Evangelho segundo João, capítulo 10, versículo 11: "Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas." Em Marcos, capítulo 10, versículo 45, Ele disse: "Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos." E o apóstolo Pedro escreveu, na Primeira Epístola de Pedro, capítulo 2, versículo 24: "Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados."

A morte do Senhor Jesus Cristo não foi um acidente histórico nem uma demonstração de resignação diante do sofrimento humano. Foi o cumprimento de um plano eterno de redenção, anunciado pelos profetas, como em Isaías, capítulo 53, especialmente nos versículos 4 a 6.

Fé não é ilusão. Não é acreditar sem pensar, mas sim confiar naquele que revelou a verdade. Crer em Deus e em Sua Palavra é mais razoável do que acreditar que tudo surgiu do acaso e que a vida termina no sepulcro. A ressurreição do Senhor Jesus é o fundamento da esperança cristã. Conforme Ele mesmo declarou no Evangelho segundo João, capítulo 11, versículo 25: "Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá."

Se tudo isso for verdade — e creio que é —, então ignorar a mensagem do evangelho é a maior tragédia. Pois não crer pode significar descobrir tarde demais que a Palavra de Deus era verdadeira. A verdade não teme ser examinada. E ela está revelada na pessoa de Jesus Cristo, o Filho de Deus vivo.


Josué Matos

88. Membros de Denominação são Aceitos na Ceia do Senhor? (03/04/2025)


Será que alguém que confessa a conversão e foi batizado por imersão, mas que frequenta uma denominação evangélica, pode ser recebido para a Ceia em uma assembleia que busca seguir os princípios bíblicos do Novo Testamento?

E mais: será que toda denominação pode ser considerada uma igreja local legítima aos olhos do Senhor? Ou será que algumas são apenas organizações humanas, sem aprovação divina?

Essas são perguntas sérias, e vamos respondê-las com base na Palavra de Deus, com reverência e clareza.


A Ceia do Senhor é uma das ordenanças mais solenes deixadas por nosso Senhor Jesus Cristo para os Seus. Ela foi instituída na noite em que Ele foi traído, como um memorial vivo da Sua morte, do Seu corpo entregue e do Seu sangue derramado por nós.

Como está escrito no Evangelho segundo Lucas, capítulo vinte e dois, versículo dezenove: "Fazei isto em memória de mim."


E também na Primeira Epístola aos Coríntios, capítulo onze, versículo vinte e seis: "Porque todas às vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que venha."


Por isso, a Ceia não é uma cerimônia denominacional. Ela pertence ao Senhor, e deve ser guardada com reverência, discernimento e fidelidade aos princípios que encontramos na Palavra de Deus.


Nas assembleias onde congregamos, entendemos — com base no Novo Testamento — que a participação na Ceia do Senhor está diretamente ligada à comunhão prática com uma igreja local que está sujeita à autoridade de Cristo como Cabeça da Igreja.


Isso inclui três aspectos fundamentais:

Primeiro: a pessoa precisa ser regenerada, nascida de novo pela fé em Jesus Cristo.

Segundo: precisa ter sido batizada por imersão, como testemunho público de sua fé.

Terceiro: precisa estar andando em obediência e comunhão doutrinária e prática com a assembleia local.


Se uma pessoa frequenta outra denominação — mesmo sendo verdadeiramente salva e batizada por imersão — a participação na Ceia do Senhor dependerá de como essa pessoa se posiciona quanto à doutrina e à prática da assembleia local. A Ceia é um símbolo de comunhão não apenas com Cristo, mas também uns com os outros, como está escrito na Primeira Epístola aos Coríntios, capítulo dez, versículo dezessete: "Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo; porque todos participamos do mesmo pão."


Tem um outro ponto a ser entendido. Se a denominação da qual a pessoa faz parte tem práticas ou crenças que estão em desacordo com aquilo que entendemos ser bíblico, essa pessoa estará em dissonância com a assembleia que deseja participar da Ceia do Senhor. Dependendo da gravidade dos erros, aquela denominação pode nem mesmo ser considerada como uma igreja local segundo os padrões do Novo Testamento. Nesse caso, aquela pessoa não está verdadeiramente em comunhão com uma igreja, mas apenas com uma organização religiosa.


E isso não se limita às denominações. No livro do Apocalipse, capítulo dois, versículos quatro e cinco, o Senhor advertiu a igreja em Éfeso: "Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. [...] Quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu candeeiro, se não te arrependeres."


Isso indica que, mesmo que a igreja continuasse suas atividades externas — pregação do evangelho, celebração da Ceia do Senhor, ministérios e cânticos — ela deixaria de ser reconhecida pelo Senhor como um testemunho local autêntico. O nome, a atividade e a estrutura poderiam continuar, mas a aprovação e presença do Senhor já não estariam ali de modo reconhecido.


Agora, trazendo isso para nossos dias, devemos perguntar: se naquela época o problema era a perda do primeiro amor, o que dizer dos múltiplos erros doutrinários e morais que se acumulam no sistema denominacional atual? Podemos reconhecer essas instituições como verdadeiras igrejas locais diante de Deus? E, se estivermos integrados a uma dessas organizações, será que alguma vez participamos verdadeiramente de uma igreja local neotestamentária?


Se não, precisamos recomeçar desde o princípio: começar a frequentar as reuniões de uma assembleia local genuína e, ao termos convicção de que ali é o nosso lugar, procurar os irmãos responsáveis para expressar o desejo de ser recebido em comunhão.


Outro ponto que precisa estar muito claro: quando um crente é recebido para participar da Ceia do Senhor, ele não está sendo recebido apenas para uma reunião. Ele está sendo acolhido, antes de tudo, à comunhão daquela igreja local. A reunião da Ceia pode expressar essa comunhão, mas ela é apenas uma entre muitas atividades e expressões da vida coletiva da igreja.


Portanto, quando se recebe alguém — seja visitante ou alguém que deseja permanecer — essa pessoa está sendo acolhida para todos os privilégios e responsabilidades que envolvem o testemunho conjunto daquela assembleia.


Devemos compreender isso com clareza: a comunhão de uma igreja local não se limita a uma reunião específica, nem tampouco a um ponto isolado de doutrina. Ela envolve vida compartilhada, submissão mútua à Palavra de Deus e compromisso com o testemunho coletivo do corpo de Cristo naquele lugar.


Josué Matos

89. Por que um só cálice e um só pão na Ceia do Senhor? (03/04/2025)


A Ceia do Senhor é uma das ordenanças mais preciosas deixadas por Cristo à Sua Igreja. Ao longo do tempo, no entanto, muitos aspectos dessa ordenança têm sido adaptados ou reinterpretados de acordo com costumes, tradições humanas e preocupações práticas. Entre essas mudanças, destaca-se a substituição do uso de um só cálice e um só pão, como praticado originalmente, por copos individuais e pedaços de pão previamente cortados e distribuídos.


É fundamental compreender que a simplicidade da Ceia não é acidental, mas intencional. Nos relatos dos evangelhos, vemos que, na noite em que foi traído, o Senhor Jesus tomou um só pão, partiu-o, e também tomou um cálice, deu graças e o deu aos discípulos, dizendo: "Bebei dele todos". Esses elementos únicos, compartilhados por todos os presentes, apontam para a unidade do corpo de Cristo e para a comunhão no sangue da nova aliança.


O apóstolo Paulo reforça esse ensino na Primeira Epístola aos Coríntios, capítulo dez, quando escreve que "o cálice de bênção, que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão, que partimos, não é a comunhão do corpo de Cristo? Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo, porque todos participamos de um mesmo pão".


O uso de um só pão e um só cálice não é um detalhe irrelevante. Trata-se de uma expressão visível da comunhão espiritual entre todos os que fazem parte do corpo de Cristo. Cada crente tem o direito e o dever de, pessoalmente, tomar um pedaço do mesmo pão e comer dele, em obediência ao Senhor. Não cabe a alguém ministrar pedaços de pão aos demais como se tivesse alguma autoridade especial; a Ceia é coletiva e igualitária, sem clero ou distinções.


Ao longo dos anos, algumas objeções têm sido levantadas, como a questão da higiene. É verdade que vivemos em tempos em que há doenças contagiosas e riscos à saúde pública. No entanto, isso não anula o ensino bíblico. O uso do bom senso é perfeitamente compatível com a obediência à Palavra. Se um ou mais crentes estiverem doentes com algo contagioso, é prudente que participem por último dos emblemas. E se a enfermidade for grave, recomenda-se que permaneçam em casa, cuidem da saúde e retornem quando estiverem restabelecidos. Isso não é falta de fé, mas prudência cristã. Se for uma pandemia globalizada, como já houve, a prudência e o bom senso devem nos ajudar a decidir o que fazer nestes momentos. O Senhor Jesus sabia de todas essas coisas quando estabeleceu a Ceia, e mesmo assim nos deixou esse modelo.


Além disso, é importante lembrar que os elementos da Ceia — o pão e o vinho — continuam sendo pão e vinho antes, durante e depois da reunião. Não há qualquer transformação mística ou mágica neles. Eles são símbolos — ordenados, sim, mas ainda símbolos — que apontam para a pessoa e a obra de Cristo. Comer e beber desses emblemas não torna ninguém mais espiritual. O que realmente evidencia espiritualidade é a maneira como cada pessoa vive sua vida diária com o Senhor, em obediência e temor.


É comum atribuir à reunião da Ceia um peso místico que a Escritura nunca lhe dá. Os coríntios, por exemplo, estavam sendo julgados pelo Senhor — não por realizarem a Ceia com pão e cálice errados, mas porque suas vidas durante a semana não estavam de acordo com o que professavam no primeiro dia da semana. Eles participavam da Ceia sem discernimento, não compreendendo que Deus exigia santidade de vida diária e comunhão real com o Senhor. A falta de discernimento não estava na forma exterior da Ceia, mas no contraste entre suas vidas desordenadas durante a semana e o ato solene que estavam realizando.


Portanto, a prática de um só pão e um só cálice continua sendo o padrão bíblico e espiritual da Ceia do Senhor. Não se trata de legalismo, mas de fidelidade ao ensino das Escrituras. Quando observada corretamente, essa ordenança glorifica a Cristo, edifica a assembleia e testemunha ao mundo a unidade do corpo de Cristo.


Obedecer ao padrão revelado não é uma questão de conveniência, mas de amor ao Senhor que nos disse: "Fazei isto em memória de mim". Que assim façamos, com entendimento, reverência e fidelidade.


Josué Matos

90. Quantos crentes são necessários numa cidade para se iniciar uma igreja local? (05/04/2025)


A tua pergunta sobre quantos crentes são necessários numa cidade para se iniciar uma igreja local, reunida ao Nome do Senhor, é muito pertinente. Com base em uma análise cuidadosa das Escrituras e dos princípios do Novo Testamento, podemos oferecer uma resposta equilibrada e fiel ao modelo bíblico.


1. A base espiritual do ajuntamento: Mateus 18:20

Mateus 18:20 é uma passagem essencial para a compreensão do princípio da igreja local:

"Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles."

Esse versículo não é apenas uma promessa de presença espiritual, mas uma declaração fundamental sobre o princípio de reunião: a autoridade do Nome do Senhor Jesus como o centro do ajuntamento. Ainda que o contexto imediato trate da disciplina na igreja (Mateus 18:15-20), a aplicação do versículo 20 é mais ampla, sendo considerada a primeira menção de uma igreja local no Novo Testamento. Logo, dois ou três crentes verdadeiramente salvos e reunidos sob a autoridade do Nome do Senhor Jesus já formam a expressão mais simples de uma igreja local. O texto não especifica gênero, indicando que a formação da igreja local não depende exclusivamente dos dois serem varões, mas de crentes reunidos com entendimento e submissão à autoridade de Cristo.

Note, se numa igreja já estabelecida, com cinco irmãos e três irmãs, vierem a falecer quatro desses irmãos, a igreja deixa de ser uma assembleia pelo fato de agora ter somente um irmão? Já vimos esse caso acontecer. Em uma situação concreta, a igreja ficou reduzida a apenas um irmão e uma irmã, pois os demais haviam partido para o Senhor. Ainda assim, a igreja não foi dissolvida. Irmãos de outras igrejas próximas se revezavam para estar ali presentes e ajudar nas reuniões, mas a assembleia continuava a se reunir com esses dois membros, demonstrando que a presença do Senhor ainda era reconhecida naquele lugar, e que a identidade da igreja não depende de números ou formalidade, mas da realidade espiritual do ajuntamento ao Nome de Cristo.

Esse princípio também nos ajuda a compreender que a continuidade de uma igreja local não está necessariamente condicionada à quantidade ou à presença de uma estrutura organizacional robusta. A identidade da igreja está firmada na presença do Senhor Jesus no meio daqueles que se reúnem para o glorificar, obedecer e representar Seu testemunho naquela localidade.


2. O papel do Espírito Santo no ajuntamento

Outro ponto fundamental é que os crentes são "reunidos" (voz passiva), como aparece no texto grego. Isso indica que não se trata de uma iniciativa humana meramente organizacional, mas de uma obra do Espírito Santo. Uma igreja local começa quando há um grupo de crentes salvos e batizados (Atos dos Apóstolos 2:41-42), reunidos com entendimento e convicção sobre o Nome de Cristo como seu centro exclusivo, desejosos de obedecer às Escrituras.


3. O ministério público e a função dos irmãos varões

Embora a formação de uma igreja local não dependa de um gênero específico, é importante reconhecer que o ministério público (ensino, direção, disciplina, liderança espiritual) é claramente atribuído nas Escrituras aos irmãos varões (1 Coríntios 14:34-35; 1 Timóteo 2:11-12). Assim, para que haja o funcionamento pleno de uma igreja local segundo o modelo do Novo Testamento, é desejável que haja pelo menos um irmão espiritualmente preparado, ainda que isso não seja um requisito inicial para que o ajuntamento, seja considerado biblicamente válido.

Uma igreja local pode começar com apenas um irmão e uma irmã, desde que esse irmão tenha condições espirituais e doutrinárias de exercer as funções públicas necessárias para a edificação do grupo. O que caracteriza o ajuntamento como uma igreja local não é o número, mas a submissão ao Nome do Senhor, a obediência à Palavra e a dependência do Espírito Santo.


4. Exemplos em Atos 14 e o surgimento da igreja

As igrejas locais, normalmente, surgem de reuniões informais, onde crentes começam a se encontrar para orar, estudar a Bíblia, pregar o evangelho e ministrar a Palavra de Deus. Uma assembleia local não é algo que surge do nada, como se bastasse acionar um dispositivo para que ela esteja plenamente constituída. Trata-se de um processo espiritual e prático, de crescimento e amadurecimento.

Atos dos Apóstolos, capítulo 14:21 mostra que Paulo e Barnabé anunciaram o evangelho em Derbe e fizeram muitos discípulos:

"E, tendo anunciado o evangelho naquela cidade, e feito muitos discípulos..." (Atos 14:21)

Em seguida, voltaram pelas cidades de Listra, Icônio e Antioquia, confirmando as almas dos discípulos (v. 22), mas somente mais adiante, no versículo 23, vemos:

"E, promovendo-lhes, em cada igreja, a eleição de anciãos, e orando com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido." (Atos 14:23)

Esses versículos demonstram que as igrejas já existiam antes de terem anciãos estabelecidos. Isso confirma que a presença inicial de liderança formal não é requisito para o nascimento de uma igreja local, mas que essa liderança pode ser estabelecida posteriormente, à medida que o grupo cresce e amadurece.


5. A importância do reconhecimento e da comunhão com outras igrejas locais

Ainda que dois ou três crentes possam se reunir ao Nome do Senhor em qualquer lugar, a constituição de uma igreja local como expressão pública do testemunho de Deus em determinada localidade deve ser feita com responsabilidade e discernimento. Idealmente, deve haver contato e reconhecimento com outras igrejas locais fiéis ao mesmo princípio, demonstrando que essa não é uma iniciativa isolada ou de caráter individualista, mas parte do Corpo de Cristo em sua manifestação local.


6. Considerações finais

Com base nos princípios apresentados, a conclusão é que não há um número mínimo exato de crentes exigido para se iniciar uma igreja local, mas há uma direção clara das Escrituras:

  • Dois ou três crentes salvos e obedientes podem, sim, ser a base inicial de uma igreja local.

  • A presença de irmãos varões é importante para a continuidade e função pública da assembleia, mas não é um requisito absoluto para o início.

  • Um irmão e uma irmã podem, sob direção do Senhor, iniciar uma reunião com caráter de igreja local.

  • O ajuntamento deve ser fruto da obra do Espírito Santo, não de simples organização humana.

  • A igreja local deve se reunir conforme os padrões do Novo Testamento: doutrina, comunhão, partir o pão e orações (Atos 2:42).

  • Deve buscar comunhão com outras igrejas fiéis para manter a unidade do testemunho.

  • O surgimento de uma igreja local é progressivo e requer amadurecimento espiritual.

Que o Senhor continue a guiar tua vida e ministério com discernimento e humildade. Estou sempre à disposição para caminharmos juntos na verdade.


Com amor em Cristo,

Josué Matos

91. Reencanação é Incompatível com a Bíblia? (18/04/2025)


Olá! Agradeço por ter assistido ao vídeo e por compartilhar sua perspectiva com tantas referências. Isso mostra interesse sincero em temas espirituais e um esforço em fundamentar suas crenças com passagens bíblicas. No entanto, é importante observar que a doutrina da reencarnação é, de fato, incompatível com o ensino claro e coeso das Escrituras quando interpretadas dentro do seu contexto original e histórico. Vamos analisar alguns pontos com atenção e respeito à Palavra de Deus 📖.


1. Reencarnação e a Individualidade da Alma

A Bíblia ensina que cada pessoa é uma criação única e responde a Deus por si mesma. Textos como Ezequiel 18:20 — "A alma que pecar, essa morrerá..." — não falam de reencarnação, mas da responsabilidade individual. O contexto deixa claro que Deus está refutando a ideia de que os filhos pagam pelas culpas dos pais, como era a crença comum em Israel. Ou seja, cada um prestará contas da sua própria vida, sem transmigração de alma.


2. Êxodo 20:5 e a visitação da iniquidade

Esse versículo diz que Deus "visita a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração". Isso não significa reencarnação, mas sim as consequências naturais do pecado dentro de uma sociedade e estrutura familiar. Filhos muitas vezes colhem o resultado das escolhas de seus pais, mas isso não anula a responsabilidade pessoal. O próprio contexto bíblico afirma em Deuteronômio 24:16 que "os pais não serão mortos pelos filhos, nem os filhos pelos pais; cada um será morto pelo seu pecado".


3. Ressurreição não é reencarnação

O Novo Testamento apresenta ressurreição como o retorno definitivo do corpo à vida, transformado, para a eternidade — e não em um novo corpo para viver outra vida terrena. Veja 1 Coríntios 15:42-44: "...semeia-se corpo natural, ressuscita corpo espiritual...". Essa ressurreição ocorre uma só vez, no fim dos tempos (João 5:28-29), e não em ciclos contínuos.


4. João 3 e o "nascer de novo"

O nascer de novo mencionado por Jesus a Nicodemos não é voltar ao ventre ou reencarnar, como ele mesmo esclarece. É nascer "da água e do Espírito" (João 3:5), isto é, uma transformação espiritual operada por Deus no momento da conversão, como Paulo afirma em 2 Coríntios 5:17: "Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é...".


5. Hebreus 9:27 – "Morrer uma só vez"

Esse é um dos textos mais diretos: "E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo". A Bíblia ensina que o ciclo da vida humana é único: nascimento, morte e juízo — sem espaço para reencarnações múltiplas. O juízo não é uma nova chance, mas o encerramento da experiência humana.


6. João Batista e Elias

Mateus 17:12-13 mostra que João Batista veio no "espírito e poder de Elias" (Lucas 1:17), como o próprio anjo anunciou. Isso não significa que ele era a reencarnação literal de Elias, mas sim que cumpriu o mesmo ministério profético, conforme o estilo e missão de Elias. Quando perguntado diretamente se era Elias, João respondeu: "Não sou" (João 1:21).


7. O ensino geral da Bíblia

A Bíblia inteira aponta para um plano de redenção individual, não cíclico. A salvação é oferecida em Cristo Jesus, pela fé, pela graça, e não pelas obras de vidas passadas (Efésios 2:8-9). A esperança do cristão é a vida eterna com Deus, e não o retorno a esta vida para expiar faltas anteriores.

A ideia de que a alma precisa passar por múltiplas vidas para se purificar contradiz o poder do sangue de Cristo, que "nos purifica de todo pecado" (1 João 1:7) e que, de uma vez por todas, ofereceu-se a Deus para nos dar redenção eterna (Hebreus 9:12).


🙏 Conclusão Com todo o respeito à sua interpretação e ao seu esforço em estudar, as Escrituras, quando analisadas em sua totalidade e contexto, não dão suporte à doutrina da reencarnação. A mensagem da Bíblia é sobre um único caminho, uma única vida, um único Salvador, e uma única morte seguida de juízo (Hebreus 9:27). A boa notícia é que Jesus Cristo morreu por nossos pecados e ressuscitou para nos dar vida eterna — não um ciclo sem fim de reencarnações, mas um destino glorioso e definitivo para todo aquele que crê.

Que Deus lhe conceda luz e discernimento ao buscar a verdade. Se desejar conversar mais ou tiver dúvidas específicas, será uma alegria continuar o diálogo com base nas Escrituras.


Com respeito e amor em Cristo,

Josué Matos